Agricultura sustentável e alternativa

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O objetivo da agricultura sustentável é atender às necessidades da sociedade no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades. O que está de acordo com o conceito do desenvolvimento sustentável.

Os praticantes da agricultura sustentável vizam integrar três objetivos principais em seu trabalho:

  • um meio ambiente saudável;
  • lucratividade econômica e
  • equidade social e econômica.

Nesse sentido, cada pessoa envolvida no sistema alimentar – produtores, processadores de alimentos, distribuidores, varejistas, consumidores e gestores de resíduos – pode e devem desempenhar um papel na garantia de um sistema agrícola sustentável, baseado no conceito da responsabilidade compartilhada.

Existem muitas práticas na agricultura sustentável e em sistemas alimentares sustentáveis. Os produtores podem usar métodos para promover a saúde do solo, minimizar o uso de água e diminuir os níveis de poluição na fazenda. Já os consumidores e varejistas – preocupados com a sustentabilidade – podem procurar alimentos “baseados em valores” que são cultivados usando métodos que promovem o bem-estar dos trabalhadores rurais, que sejam ecologicamente corretos ou que fortaleçam a economia local.

Além disso, cabe aos pesquisadores em agricultura sustentável o papel de desenvolver e alinhar disciplinas com seu trabalho: combinando biologia, economia, engenharia, química, desenvolvimento comunitário e muitos outros.

No entanto, a agricultura sustentável é mais do que uma coleção de práticas. É também um processo de negociação: um empurra-empurra entre os interesses – dos quais muitos são conflitantes – de um agricultor individual ou de pessoas em uma comunidade enquanto trabalham para resolver problemas complexos sobre como cultivamos nossos alimentos.

O que se entende por agricultura sustentável?

Primeiramente, para considerar um sistema alimentar sustentável é necessário:

  • não requerer produtos químicos,
  • conservar energia e água,
  • enfatizar a produção local,
  • diminuir os insumos e utilizar os recursos de forma mais eficiente e de preferência do mercado local,
  • valorizar a biodiversidade e a ecologia e
  • trabalhar de acordo com as nossas limitações globais de recursos naturais.

Para que a agricultura seja verdadeiramente sustentável, ela deve incorporar os seguintes princípios:

  • As necessidades das pessoas: fornecer alimentos ricos em nutrientes para agricultores, famílias de agricultores, comunidades, ajudar a manter uma boa saúde pública, mas também melhorar a qualidade de vida nas áreas rurais.
  • Lucro: uma operação agrícola deve ser lucrativa, ou fechará rapidamente.
  • O planeta e o meio ambiente: as práticas agrícolas devem ser ecologicamente corretas, promovendo uma biodiversidade saudável e uma gestão sensata dos recursos naturais.

Agricultura sustentável e alternativa: Quais os benefícios?

Os benefícios da agricultura sustentável vão além do meio ambiente e chega ao nosso bem-estar. Uma vez que, ao contrário da agricultura intensiva, a agricultura sustentável tem um grande potencial para beneficiar o meio ambiente e preservar os recursos naturais.

O princípio de cultivo segue os ciclos naturais, reciclando nutrientes e água, ao mesmo tempo em que evita o uso excessivo de defensivos agrícolas. Resultando, em primeiro lugar, e mais importante, a na produção de alimentos seguros com alto valor nutricional.

A qualidade dos alimentos é agora mais importante do que nunca. Vários estudos mostram que o conteúdo nutricional de grãos, frutas e vegetais estão diminuindo. Os cientistas acreditam que variedades populares de culturas de alto rendimento geralmente têm menor capacidade de absorver nutrientes do solo devido a seus sistemas radiculares mais fracos, o que pode resultar em menor conteúdo nutricional do produto final.

E os efeitos negativos do aumento dos níveis de pesticidas em alimentos produzidos em terras de cultivo intensivo nem precisam ser mencionados. Todos provavelmente concordam que menos pesticidas e outros produtos químicos usados para cultivar alimentos são apenas melhores para nós.

A diversidade alimentar também é muito maior em fazendas sustentáveis, pois elas não se concentram apenas na produção de culturas comerciais, como milho ou trigo. Em vez disso, muitas vezes cultivam variedades locais em sistemas agrícolas altamente diversificados.

Há mais vantagens na agricultura sustentável em termos de proporcionar oportunidades econômicas para as comunidades rurais. Ao mesmo tempo, a produção sustentável de alimentos é mais adaptável às mudanças climáticas e ajuda a fortalecer a resiliência do ecossistema. Ambas as características são extremamente importantes para a construção de um sistema de produção de alimentos bem-sucedido que resistirá aos desafios futuros.

Agricultura sustentável e alternativa: Qual é a melhor?

Um grande problema relacionado à agricultura é a erosão do solo causada pela perda de nutrientes, escoamento superficial, salinidade e seca. A erosão do solo representa uma ameaça ao crescimento da agricultura porque a agricultura intensiva agrava esses fenômenos. E dessa maneira ameaçam a sustentabilidade futura da produção agrícola em escala global, especialmente sob eventos climáticos extremos, como secas.

Os sistemas orgânicos, também melhoram a composição do solo, bem como previnem a erosão do solo devido à maior quantidade de material vegetal e biomassa no solo. Os sistemas convencionais manipulam a paisagem em vez de se adaptar a ela, e faz com que no solo convencional foi haja uma taxa de perda de solo três vezes o valor máximo de tolerância. Em comparação com a agricultura sustentável, as culturas convencionais são terrivelmente ineficientes em manter a integridade das paisagens agrícolas.

Assim, devido à abundância de flora e fauna em sistemas sustentáveis, o solo orgânico normalmente retém muito mais água do que o solo convencional. Essa maior taxa de retenção permite que os sistemas agrícolas sustentáveis produzam rendimentos muito mais altos do que os sistemas convencionais durante as condições de seca. Para gerenciar os recursos hídricos disponíveis, a agricultura sustentável é a abordagem mais eficiente para alimentar o mundo.

A agricultura sustentável tem a capacidade de compensar as emissões globais de efeito estufa a uma taxa maior do que a agricultura convencional porque é mais permanente e não requer muitos insumos para produzir alimentos. Os sistemas convencionais são ineficientes na captura de carbono devido à composição do solo, produção constante e da quantidade de energia usada para manter as lavouras. A agricultura convencional opera com perda líquida de energia, mas a implementação de práticas sustentáveis pode reduzir custos e beneficiar o ambinete ao redor.

Exemplos de métodos e práticas da agricultura sustentável

O sistema de agricultura sustentável não precisa ser apenas agricultura orgânica. Existem mais métodos que se sobrepõem em muitos princípios que são sustentáveis a longo prazo e podem ser 100% orgânicos ou pelo menos na maior parte.

1 – Permacultura

A permacultura é um sistema de design que aplica princípios encontrados na natureza para o desenvolvimento de assentamentos humanos, permitindo que a humanidade viva em harmonia com o mundo natural. Assim, os princípios e a ética da permacultura, são aplicáveis a quase todas as áreas da vida, incluindo economias locais, sistemas de energia, abastecimento de água, sistemas habitacionais e produção de alimentos.

Portanto, é fundamental para a produção de alimentos através da permacultura é a intenção, o design e “trabalhar de maneira mais inteligente e não mais difícil” para banir o desperdício e criar sistemas eficientes. Há uma ênfase particular no uso de culturas perenes, como árvores frutíferas, nogueiras e arbustos, que funcionam juntos em um sistema projetado que imita o funcionamento das plantas em um ecossistema natural.

As técnicas de design de permacultura incluem espirais de ervas, canteiros de jardim enormes, jardins de fechadura e mandala, cobertura morta, cultivo de grãos sem lavoura, cada planta servindo a múltiplos propósitos e criando valas no contorno para manter a água no alto da paisagem.

2 – Agricultura biodinâmica

A biodinâmica incorpora práticas de cultivo ecológicas e holísticas baseadas na filosofia da “antroposofia”. Os agricultores, incentivados a administrar sua fazenda como um organismo vivo, onde as espécies cultivadas se entrelaçam e sustentam a saúde umas das outras.

Isso inclui criar animais em uma fazenda de forma que eles ajudem a repor a fertilidade do solo e melhorem o crescimento das plantas. Um dos pilares da construção da biodinâmica é a alta biodiversidade de plantas, animais e insetos benéficos. O objetivo é a criação de um ecossistema resiliente que beneficie a nós e a outros organismos vivos.

Portanto, a biodinâmica enfatiza a importância de reduzir o uso de insumos externos (como a importação da fertilidade do solo), gerando a saúde e a fertilidade do solo necessárias para a produção de alimentos no local. Isto é conseguido através da implementação de práticas como compostagem, aplicação de estrume animal de animais de criação, culturas de cobertura ou rotação de culturas complementares.

Portanto, dá grande importância ao trabalho com o fenômeno natural do cosmos e suas influências sobre a saúde do solo, plantas e animais durante diferentes ciclos lunares e solares. As práticas biodinâmicas podem ser aplicadas a fazendas que cultivam uma variedade de produtos, jardins, vinhedos e outras formas de agricultura.

3 – Hidroponia e aquaponia

Essas técnicas agrícolas inovadoras envolvem o cultivo de plantas sem solo, nutrindo as plantas por meio de nutrientes especializados que são adicionados à água. Em sistemas hidropônicos, as culturas são cultivadas com as raízes diretamente em uma solução mineral ou com as raízes em um meio inerte como cascalho ou perlita.

A aquaponia combina a criação de animais aquáticos (como peixes) com o cultivo de culturas hidropônicas. Nos sistemas aquapônicos, a água que contém os resíduos da aquicultura dos peixes é utilizada para alimentar as plantas hidropônicas. Depois que a água é usada pelas plantas, a água é recirculada de volta ao sistema para ser reutilizada pelos peixes.

Ambos os sistemas hidropônicos e aquapônicos estão disponíveis em uma variedade de escalas, desde pequenos sistemas de escala doméstica até sistemas de escala comercial.

4 – Agricultura urbana

A necessidade de localizar nosso sistema alimentar exige que produzamos alimentos muito mais perto de casa, inclusive nas cidades. Como se prevê que a maior parte da população global viverá em cidades no futuro, há uma tremenda oportunidade para a agricultura urbana causar um impacto positivo significativo no futuro quando se trata de como produzimos nossos alimentos em todo o mundo.

Todavia, há muitas técnicas de cultivo inovadoras e sustentáveis já estão sendo usadas nas cidades, incluindo fazendas e jardins de quintal, hortas comunitárias, fazendas em telhados, cultivo em estufas urbanas, fazendas hidropônicas internas e talvez até mesmo cultivar alimentos dentro de torres de fazendas urbanas algum dia.

5 – Agrossilvicultura e florestas alimentares

Entende-se portanto que a agrossilvicultura envolve o crescimento de árvores e arbustos entre culturas ou pastagens. Assim, os sistemas agroflorestais podem combinar práticas agrícolas e florestais para um uso duradouro, produtivo e diversificado da terra quando abordado de forma sustentável.

Nos sistemas agroflorestais, as árvores criam um microclima favorável que mantém a temperatura e a umidade do solo favoráveis, ao mesmo tempo em que protege as plantações do vento ou das chuvas fortes. As árvores têm outro papel importante. Eles estabilizam os solos, minimizam o escoamento de nutrientes e melhoram a estrutura do solo. Esta é a razão pela qual a agrossilvicultura se tornou uma das ferramentas poderosas dos agricultores em regiões secas com solos suscetíveis à desertificação.

Além de promover o crescimento saudável das culturas alimentares e manter a fertilidade do solo, as árvores neste sistema de cultivo fornecem madeira e frutas como uma fonte adicional de renda para os agricultores. Nesses sistemas, as possibilidades de diversificação de produtos são muitas. Os agricultores podem ir tão longe quanto cultivar uma floresta comestível inteira.

Padronizadas a partir de ecossistemas florestais naturais, as florestas de alimentos (também conhecidas como “jardins florestais”) projetadas de forma permanente.

Referências:

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