A poluição do solo é um problema grave e uma das várias causas pode ser o uso excessivo de agrotóxicos na agricultura. Assim, esses produtos químicos, usados na agricultura para matar insetos, ervas daninhas e outros organismos considerados prejudiciais às plantas cultivadas.
No entanto, quando usados em excesso ou de maneira inadequada, os agrotóxicos podem contaminar o solo, a água e os ecossistemas, prejudicando a saúde humana e a biodiversidade. Embora o uso de agrotóxicos possa aumentar a produtividade das lavouras, eles podem ter efeitos colaterais negativos, como a contaminação do solo e da água.
Eles podem se acumular no solo e permanecer lá por muitos anos, prejudicando a biodiversidade do solo e afetando a qualidade dos alimentos cultivados. Além disso, a exposição a agrotóxicos pode causar problemas de saúde em humanos e animais, incluindo distúrbios hormonais, doenças respiratórias e até câncer.
Para minimizar a poluição do solo e o uso excessivo de agrotóxicos, é importante promover práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura orgânica e a agroecologia . Essas práticas enfatizam a utilização de métodos naturais para proteger as plantas, como o uso de insetos benéficos e rotação de culturas. Além disso, a utilização de práticas agrícolas sustentáveis pode aumentar a biodiversidade do solo e melhorar a qualidade dos alimentos cultivados (veja mais em Agricultura sustentável e alternativa).
Diferença entre agrotóxico e defensivo agrícola
Em teoria, agrotóxico e defensivo agrícola, são termos usados para se referir a produtos químicos usados na agricultura para proteger as plantas contra pragas e doenças. A diferença entre os dois termos está relacionada principalmente ao uso e à regulamentação desses produtos.
Agrotóxicos é um termo que geralmente se refere a produtos químicos sintéticos usados na agricultura, como inseticidas, herbicidas e fungicidas. Esses produtos, projetados para matar ou repelir organismos considerados prejudiciais às plantas cultivadas. Os agrotóxicos são frequentemente criticados por seus efeitos negativos na saúde humana e no meio ambiente e são altamente regulamentados em muitos países.
Defensivos agrícolas, por outro lado, é um termo mais amplo que inclui uma ampla gama de produtos usados para proteger as plantas cultivadas. Isso inclui produtos químicos sintéticos, como os agrotóxicos, mas também inclui produtos biológicos e naturais, como feromônios, repelentes naturais, compostos orgânicos e microrganismos benéficos. Os defensivos agrícolas são frequentemente vistos como uma alternativa mais segura e sustentável aos agrotóxicos e são menos regulamentados do que os agrotóxicos.
Porém, na prática, a “mudança” do nome foi questão política
A mudança de nomenclatura de agrotóxico para defensivo agrícola ocorreu principalmente por questões políticas, de marketing e regulamentação. A palavra “agrotóxico” tem uma conotação negativa, sugerindo produtos químicos tóxicos e prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Além disso, a palavra “agrotóxico” tem sido associada a casos de intoxicação de trabalhadores rurais e ao uso excessivo de produtos químicos na agricultura.
Por outro lado, a palavra “defensivo” tem uma conotação mais positiva, sugerindo proteção e defesa das plantas cultivadas. A adoção do termo “defensivo agrícola” pode ajudar a mudar a percepção pública sobre esses produtos e torná-los mais aceitáveis para os consumidores. Porém, não significa que os “agrotóxicos” foram abandonados, pelo contrário, só não teremos o “nome” sendo utilizado.
No entanto, é importante notar que, independentemente do nome usado, o uso excessivo de produtos químicos na agricultura pode ter consequências negativas para a saúde humana e o meio ambiente. Portanto, é essencial promover práticas agrícolas sustentáveis que minimizem o uso de produtos químicos e preservem a saúde do solo, da água e dos ecossistemas em geral.
Solo e os “agrotóxicos”
O solo pode ser degradado e a comunidade de organismos que vivem no solo pode ser danificada pelo uso indevido ou excessivo de agrotóxicos. Alguns, são mais prejudiciais os organismos do solo do que outros. Alguns, podem se decompor rapidamente quando aplicados ao solo, enquanto outros podem persistir por períodos mais longos. O tipo de solo, o clima e o tipo de agrotóxico também podem afetar a persistência.
Há evidências de que os agrotóxicos estão contribuindo para o declínio generalizado de insetos e são fonte da poluição do solo do tipo difusa. Esses declínios ameaçam fortemente os ecossistemas que sustentam toda a vida na Terra, incluindo os sistemas agrícolas que alimentam as pessoas. Os solos estão entre os ecossistemas mais complexos e biodiversos do planeta, contendo quase um quarto de todas as espécies. Um “punhado” de solo contém cerca de 10 a 100 milhões de organismos.
Os invertebrados do solo fornecem benefícios essenciais ao ecossistema, como o ciclo de nutrientes de que as plantas precisam para crescer, decompondo plantas e animais mortos para que possam nutrir uma nova vida e regular pragas e doenças.
A poluição do solo por agrotóxicos pode levar a uma série de problemas ambientais e de saúde. Quando os produtos químicos se infiltram no solo, podem se acumular e permanecer lá por longos períodos de tempo. A contaminação do solo pode levar à perda de biodiversidade, ao desequilíbrio ecológico e à contaminação da água subterrânea. Além disso, os agrotóxicos podem ser absorvidos pelas plantas e entrar na cadeia alimentar, representando um risco potencial para a saúde humana.
Solo pode ser um agente de solução para mudanças climáticas?
A ideia da agricultura regenerativa e do uso do solo como uma espécie de “esponja” de carbono para ajudar a combater as mudanças climáticas está ganhando força em todo o mundo. Há estudos que confirmam que a redução do uso de agrotóxicos é fundamental para proteger os organismos do solo com um papel crítico no sequestro de carbono do solo.
É a vida no solo que lhe permite armazenar carbono. Um abundante ecossistema de microrganismos abaixo do solo transfere o carbono das raízes das plantas e da matéria em decomposição para formas estáveis no solo. Os invertebrados, fungos (as espécies decompositoras) comem plantas e animais caídos, decompondo-os em formas mais acessíveis aos microrganismos, armazenando carbono em suas próprias células e misturando matéria orgânica ao solo enquanto vivem.
A biodiversidade do solo também reduz os impactos de secas e inundações extremas, que estão se tornando mais comuns à medida que o clima muda. Invertebrados como minhocas e formigas são engenheiros do ecossistema. Eles criam e mantêm a estrutura dos solos com seus túneis e tocas, permitindo o fluxo de nutrientes, ar e água por todos os ecossistemas abaixo do solo. O solo saudável e com boa estrutura atua como uma esponja – absorvendo prontamente a água durante as chuvas intensas e retendo-a durante os períodos de seca – melhorando os resultados dos agricultores durante os extremos climáticos.
Cuidar do solo é importante…
Para minimizar a poluição do solo por agrotóxicos, é importante adotar práticas agrícolas sustentáveis que reduzam a necessidade de produtos químicos. Assim, o manejo integrado de pragas e doenças é uma abordagem que combina várias estratégias para proteger as plantas cultivadas, incluindo o uso de variedades resistentes, o controle biológico de pragas, o manejo do solo e o plantio de culturas de cobertura.
Outra opção é o uso de defensivos agrícolas mais sustentáveis, como os produtos biológicos e naturais. Esses produtos podem ser menos tóxicos para o meio ambiente e para a saúde humana, mas também podem ser menos eficazes na proteção das plantas. Por isso, é importante combinar o uso de defensivos agrícolas com outras práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas e a manutenção da biodiversidade no campo.
Além disso, é importante investir em pesquisas para desenvolver novas tecnologias e práticas agrícolas mais sustentáveis. Isso inclui a pesquisa de produtos químicos alternativos, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias que permitam o controle mais preciso das pragas e doenças.
A conscientização dos agricultores e da sociedade em geral também é fundamental para minimizar a poluição do solo por agrotóxicos. Dessa maneira, há a necessidade de educar os agricultores sobre os riscos associados ao uso excessivo de produtos químicos e incentivá-los a adotar práticas agrícolas mais sustentáveis. Além disso, a sociedade precisa estar ciente dos riscos associados aos agrotóxicos e da importância de se apoiar a produção de alimentos sustentáveis.
Referências:
- http://npic.orst.edu/envir/soil.html#:~:text=Pesticides%20in%20soil%20may%20be,the%20soil%20and%20contaminate%20groundwater.
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2984095/
- https://www.biologicaldiversity.org/campaigns/pesticides-and-soil-health/
- https://www.toppr.com/guides/chemistry/environmental-chemistry/soil-pollution/