Como ser um cientista no Brasil ?

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Ser um cientista é talvez um dos grande sonhos de várias crianças, jovens e até adultos tanto no Brasil quanto no mundo todo. Entretanto, essa profissão não é algo tão simples de ser seguida tanto pelos inúmeros entraves sóciais e burocráticos quanto pela desvalorização da ciência e do cientista no Brasil.

Todavia, há várias pessoas que mesmo tendo ciência do caminho tortuoso que enfrentarão optam por seguir nessa jornada. Nesse sentido, hoje nós dá MeuGuru decidimos trazer esse texto com a finalidade de esclarecer um pouco sobre a profissão cientista. Em particular, vamos discutir sobre como é o cenário da ciência no Brasil e quais os passos que você deve trilhar para que você consiga se tornar um verdadeiro cientista.

Como ser um cientista no Brasil ?
A profissão de um cientista é única, porém necessita de muita dedicação e estudos.

A profissão de um cientista

Diferentemente de muitas profissões a profissão de cientista possui diversas peculiaridades que a tornam única. De fato, a profissão de cientista abrange uma ampla gama de campos científicos, como química, física, biologia, ciências da computação, psicologia, entre outros. Assim, os cientistas são profissionais dedicados à pesquisa, descoberta e aplicação da ciência para entender o mundo natural e o universo, criar novas tecnologias e resolver problemas complicados.

Ademais, esses profissionais desempenham um papel crucial na sociedade, contribuindo para o avanço do conhecimento e para o desenvolvimento de soluções inovadoras. Decerto, eles são os responsáveis por conduzir as pesquisas, coletar e analisar dados, além de que eles também realizam experimentos, desenvolvem teorias e formulam hipóteses com o objetivo de responder a perguntas fundamentais e resolver desafios científicos e tecnológicos.

Local de atuação

Cientistas têm uma ampla gama de oportunidades de carreira. Alguns cientistas trabalham em instituições acadêmicas e de pesquisa, onde realizam pesquisas e colaboram em projetos interdisciplinares com outros cientistas. Outros cientistas trabalham em diferentes setores, como tecnologia, farmacêutica e energia, aplicando ideias científicas para criar novos produtos, processos e soluções.

Além disso, os cientistas podem ajudar os órgãos governamentais, agências reguladoras e organizações não governamentais a fazer políticas públicas baseadas em evidências científicas para proteger o meio ambiente, a saúde pública e o bem-estar da sociedade.

O que preciso fazer para ser um cientista no Brasil?

Atualmente, o desenvolvimento e a pesquisa científica no Brasil é concentrada nas universidades públicas. Com efeito, o cargo de pesquisador/cientista, propriamente dito não existe entretanto, os docentes das universidades públicas, tanto federais quanto estudais possuem parte da carga horária de trabalho dedicada para o exercício da pesquisa científica.

Então, o caminho natural para que você possa almejar a posição de cientista e/ou pesquisador é tornar-se um docente numa universidade pública. Em particular, aqui é importante ressaltarmos que há várias universidades particulares que também desempenham forte papel no cenário da pesquisa científica no Brasil. Entretanto, quando comparamos com o número de instituições públicas vemos uma forte discrepância.

Nesse sentido, agora vamos elencar as etapas que você gurunauta que almeja tornar-se um cientista deve seguir. Com efeito, aqui está uma visão geral do processo:

  1. Graduação: O primeiro passo para uma carreira acadêmica no Brasil é concluir uma graduação em uma área específica de estudo. Isso geralmente envolve a obtenção de um diploma de bacharelado, que pode levar de 4 a 6 anos, dependendo do curso e da instituição.
  2. Pós-Graduação (mestrado): O mestrado é um programa de estudos avançados que geralmente leva de 2 a 3 anos para ser concluído e envolve a realização de pesquisas e a elaboração de uma dissertação.
  3. Pós-Graduação (doutorado): O doutorado é um grau mais alto de qualificação acadêmica que exige um período adicional de estudo e pesquisa, geralmente de 4 a 6 anos, e culmina na elaboração de uma tese original.
  4. Atuação como Docente: Após a conclusão do doutorado, muitos pesquisadores buscam uma posição como docente em uma universidade ou instituição de ensino superior. Ser professor universitário envolve ministrar aulas, orientar estudantes de graduação e pós-graduação, e conduzir pesquisas em sua área de especialização.

Por que é necessário cursar um mestrado e um doutorado ?

Conforme já mencionamos, o papel de um cientista será exercido de forma conjugada com o exercício da docência no ensino superior. Assim, o grande foco que devemos ter para que esse objetivo seja atingido é na obtenção de um cargo numa instituição de ensino superior pública.

Todavia, a obtenção de um cargo como professor efetivo é feita por meio de um concurso público o qual, exige como titulação mínima o título de doutor. Assim, se faz necessário ter-se essa titulação. Além disso, a experiência adquirida ao longo dos cursos de mestrado e doutorado garantirá que o estudante tenha uma formação sólida em sua área o que irá corroborá para o êxito na sua pesquisa científica.

Como ser um cientista no Brasil ? Será que a ciência no Brasil vale a pena ?

De fato, ao pensarmos nessa profissão é de imediato ter em mente cenários empolgantes que podem envolver descobertas que podem revolucionar o mundo. Entretanto, ao nos depararmos com o panorama da realidade percebemos que essa profissão apresenta muitos desafios, em especial no Brasil.

Tendo isso em vista, vamos agora conhecer alguns dos desafios que nos fazem questionar se de fato vale a pena seguir essa carreira no Brasil.

Desafio 1: Investimento a longo prazo!

De fato, o tempo de formação de um pesquisador/cientista no Brasil, independente da área, leva em torno de 10 anos sem contar estágios de pesquisa. Assim, a própria formação demanda um grande tempo, assim, configurando-se um investimento a longo prazo. Ademais, isso acarreta diversos problemas como quanto a sua remuneração limitada no período de estudos e formação além da exigência da dedicação exclusiva aos cursos.

Desafio 2: Falta de investimento e reconhecimento

Com efeito, a ciência brasileira, por ser dependente de recursos públicos carece, por vezes, de investimentos adequados no setor. Dessa forma, o setor científico no Brasil, muitas vezes, torna-se limitado e retrógrado quando comparado a outros países. Em particular, há vários casos de estudantes e professores universitários que relatam problemas como a obtenção de financiamento para pesquisas, a competitividade no mercado de trabalho e a pressão por produtividade e publicações científicas.

Desafio 3: Incertezas profissionais

Ao longo da trajetória de formação, o estudante enfrentará diversas incertezas em sua trajetória. Com efeito, essas incertezas são oriundas da instabilidade do país com relação ao investimento em ciência bem como com relação a abertura de concursos públicos para cargos de docentes no Brasil.

A ciência e os cientistas fora do Brasil

De fato, o Brasil não é o único país que você pode estudar. Assim, há ainda a possibilidade de tentar ingressar em alguma universidade fora do país. Decerto, existem algumas diferenças significativas entre a ciência no Brasil e em outros países. Com efeito, há vários países como os Estados Unidos da América ou mesmo os países da Europa que possuem fortes investimentos em ciência e pesquisa. Assim, há uma grande discrepância entre esses países e o Brasil, em particular, podemos citar as seguintes:

  1. Investimento em pesquisa: Um dos principais aspectos distintivos é o nível de investimento em pesquisa e desenvolvimento. Em comparação com muitos países desenvolvidos, o Brasil historicamente tem destinado uma parcela relativamente menor de seu produto interno bruto (PIB) para pesquisa e inovação.
  2. Infraestrutura científica: Países desenvolvidos geralmente possuem uma infraestrutura científica mais avançada, incluindo laboratórios bem equipados, instalações de pesquisa de ponta e acesso a recursos tecnológicos de última geração.
  3. Colaborações internacionais: A colaboração científica internacional é uma característica importante da ciência em muitos países. Os pesquisadores frequentemente estabelecem parcerias e colaboram com colegas de outros países, compartilhando recursos, conhecimentos e experiências.
  4. Produção científica: A quantidade e o impacto da produção científica podem variar entre países. Alguns países têm um histórico mais consolidado de pesquisa científica e produzem uma quantidade significativa de artigos científicos de alta qualidade em revistas renomadas.
  5. Financiamento: A disponibilidade de financiamento para pesquisa é um fator crítico na promoção do desenvolvimento científico.

Referências

  1. ALBERTS, B.; SKERN, T. Advice for a Young Investigator. Basic Books, 2014.
  2. BECKER, W. E.; ULBRICH, H. The Handbook of Academic Writing: A Fresh Approach. Open University Press, 2009.
  3. ELSEVIER. Career Advice for Scientists. Disponível em: https://www.elsevier.com/careers/career-advice. Acesso em: 2023.
  4. LODISH, H. et al. Molecular Cell Biology. 9th ed. W. H. Freeman, 2021.
  5. SAUERMANN, H.; ROACH, M. Science PhD Career Preferences: Levels, Changes, and Advisor Encouragement. PLOS ONE, v. 11, n. 4, e0154614, 2016.
  6. SINHA, S. The PhD Grind: A Ph.D. Student Memoir. PG Press, 2020.
  7. THE PROFESSOR IS IN. Disponível em: https://theprofessorisin.com/. Acesso em: 2023.

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