O câncer é uma causa consideravelmente séria de morbidade e mortalidade e consiste no principal problema de saúde pública em todo o mundo. Sendo assim, figura entre as quatro maiores causas de morte prematura na maioria dos países. Desse modo, pode levar o indivíduo à morte antes dos 70 anos de idade. Aspectos como envelhecimento e alteração na distribuição e prevalência dos fatores de risco do câncer influenciam a incidência desta doença e a consequente mortalidade.
Introdução ao câncer
A habilidade do câncer de multiplicar-se sem limites combinada com sua capacidade de invadir e colonizar tecidos circundantes torna-o particularmente perigoso. Sendo assim, uma única célula que anormalmente aumenta de tamanho e divide-se fora de controle denomina-se de neoplasia ou tumor benigno. No entanto, quando há invasão e colonização de outras regiões são chamadas de tumor maligno ou câncer. Portanto, pode desenvolver tumores secundários (metástases) e são de difícil erradicação.
Os principais tratamentos contra o câncer têm sido a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Desse modo, os quais são utilizados em conjunto, com variações referentes à suscetibilidade dos tumores às modalidades terapêuticas e à melhor sequência da sua administração. Os principais objetivos dos tratamentos são a cura, o prolongamento e a melhora da qualidade de vida.
Principio do Câncer
Uma célula normal possui dois períodos distintos, o período de crescimento celular (interfase) e o período de divisão celular (mitose/meiose). Desse modo, em condições de homeostasia, a proliferação celular não ocorre em condições limitantes de crescimento, diferentemente do que acontece com células anormais.
Quando uma célula anormal começa a aumentar sua massa e a proliferar-se de maneira exacerbada e fora de controle, há a formação de um tumor. Sendo assim, essa formação chama-se de neoplasia e tem como significado (novo crescimento). Ao ocorrer uma neoplasia, a qual possui crescimento de forma organizada, geralmente lenta e expansiva. Desse modo, apresenta limites bem definidos e em virtude disso, não é invasiva, é chamada de tumor benigno. Embora este tipo de tumor não invada os tecidos vizinhos, pode comprimir os órgãos e os tecidos adjacentes. O mioma (que tem origem no tecido muscular liso), o lipoma (que tem origem no tecido gorduroso) e o adenoma (tumor benigno das glândulas) são exemplos de tumores benignos. Logo, quando estas células demonstram um maior grau de autonomia e têm a capacidade de invadir tecidos e órgãos adjacentes. Portanto, podemos nomear de tumor maligno ou câncer.
Origem do câncer
A palavra câncer tem sua origem da palavra (karkínos) que vem do grego e tem como significado caranguejo. Visto porque os primeiros tumores verificados na época se assemelhavam ao crustáceo. Sendo assim, esse termo foi cunhado pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. Entretanto, embora vulgarmente se pense no câncer como uma doença, ele é um nome geral dado a uma série de mais de 100 doenças. Portanto, como tem semelhança o crescimento desordenado de células com uma grande tendência de invadir tecidos e órgãos vizinhos.
A invasividade é uma característica essencial das células cancerosas. Pois permite às células malignas se desprender do local alojado. Desse modo, penetram na corrente sanguínea ou os vasos linfáticos e formar tumores secundários em outros locais do corpo. Portanto, esses tumores que detêm a capacidade de migrar denominam-se metástases.
Metabolismo Cancerígeno
A integridade do genoma mantêm-se em todas as fases do ciclo celular, para garantir a estabilidade genômica. Para tal, uma das formas se dá através da parada do ciclo celular quando os telômeros se encurtam. Sendo assim, quando esta parada prolonga-se, ocorre a ativação da apoptose promovida pela proteína tumoral 53 (p53), um supressor de tumor. Desse modo, outras maneiras são através do controle de fixação do cromossomo bipolar durante a mitose. Sendo assim, por meio de regulação da acetilação, metilação, fosforilação e ubiquitinação, importante para manter a função das histonas. Além disso, o reparo do DNA pode se dar através da excisão de nucleotídeos e bases alteradas ou danificadas, do reparo de incompatibilidade de DNA e do reparo de quebra de fita dupla.
Quando ocorrem alterações e falhas na rede de segurança, uma ou mais células ficam propensas à instabilidade genômica. Além disso, exerce uma função crítica na iniciação e progressão do câncer, que resulta em heterogeneidade genômica. Portanto confere ao tecido cancerígeno uma vantagem de seleção em relação aos tratamentos.
Biomarcadores do câncer
Vários biomarcadores são importantes para compreender a regulação do ciclo celular e da via glicolítica. Desse modo, em células normais, fatores de transcrição oncogênicos são regulados intensamente. No entanto, em células cancerígenas a expressão destes fatores será maior do que em células normais. Com isto, ocorre uma maior demanda para a produção de ATP através do aumento da taxa da via glicolítica, para o crescimento celular e um estímulo para a progressão do ciclo celular. Desse modo, algumas proteínas são responsáveis por restaurar esta regulação do ciclo celular e da glicólise. Como por exemplo, o 14-3-3σ diminui a expressão de C-Myc, que é um fator transcrição oncogênico, com isto há a redução e/ou parada do ciclo celular.
Desta maneira, o metabolismo das células cancerígenas é um regulador das respostas imunes antitumorais, seja pelo aumento da resistência ou pela redução da imunogenicidade das células tumorais. Desse modo, são estas células que alteram as vias metabólicas para atender as necessidades da tumorigênese. Estas alterações incluem glicólise aeróbica, neogênese, evasão do sistema imunológico, evasão da apoptose, permanência da função mitocondrial intacta e a manutenção do equilíbrio homeostático de espécies reativas de oxigênio (EROs).
Em células normais, o excesso de EROs pode causar diversos e graves danos, inclusive podem ser responsáveis pela iniciação e promulgação do câncer. Sendo assim, como proteção, pontos de checagem e vias de reparo do DNA são essenciais para a manutenção da integridade genômica. Todavia, em células cancerígenas, a célula fica exposta a uma variedade de alterações celulares que promovem um aumento na quantidade de EROs. Portanto, acarreta em alterações (mutações) nas proteínas de reparo celular.
Marcadores
Marcadores do câncer caracterizam-se pelas capacidades biológicas adquiridas durante a transformação neoplásica. Desse modo, auxiliam a organizar o entendimento sobre a complexidade do desenvolvimento do câncer.
Essa formulação influenciou-se pelo reconhecimento de que os cânceres humanos se desenvolvem como produtos de processos de várias etapas. Desse modo, a aquisição dessas capacidades funcionais podem ser mapeadas de alguma forma para as etapas distinguíveis da patogênese do tumor.
Atualmente, os marcadores do câncer já contam com dez capacidades marcantes: 01-as capacidades adquiridas para sustentar a sinalização proliferativa; 02- evadir os supressores de crescimento; 03- resistir à morte celular; 04- permitir a imortalidade replicativa; 05- induzir/acessar a vasculatura; 06- ativar a invasão e a metástase; 07- desregular o metabolismo celular; 08- evitar a destruição imunológica; 09- instabilidade e mutação genômica; 10- inflamação promotora de tumores.
Sendo assim, marcadores emergentes e características capacitadoras são debatidas como: desbloqueio da plasticidade fenotípica, reprogramação epigenética não mutacional, microbiomas polimórficos e células senescentes. Portanto afim de melhorar o entendimento das complexidades da patogênese do câncer. Logo, é importante ressaltar que os marcadores do câncer não são arranjadas hierarquicamente. Desse modo ou seja, molecular, intracelular, celular, tecidual, orgânica e extra organismo.
Você também pode aprender mais sobre o diagnóstico do câncer lendo sobre a imunohistoquímica e imunoterapia.