Fóssil Peruano: O animal mais pesado que já existiu?

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Fóssil encontrado no Peru levanta questionamentos interessantes: Será que os dinossauros eram grandes? E as baleias azuis, são as maiores criaturas conhecidas? Até a pouco tempo a resposta seria sim! No entanto, o Perucetus colossus, recentemente descoberto, pode ter sido ainda maior, ou melhor, mais pesado.

Os ossos fossilizados pertencem a uma criatura antiga que percorria as águas há aproximadamente 40 milhões de anos, e essa espécie recém-descoberta está sendo considerada como candidata ao título de animal mais pesado que já existiu na Terra.

Pesquisadores fizeram essa descoberta ao encontrar fósseis que pertecem a uma gigantesca baleia em uma formação rochosa no deserto Ica, localizado no sul do Peru. Esses acreditam que os adultos totalmente crescidos poderiam ter pesado centenas de toneladas.

O fóssil…

Alberto Collareta, um paleontólogo da Universidade de Pisa, afirmou ” É muito diferente de tudo que eu havia visto antes […]. Trata-se do esqueleto mais pesado entre os mamíferos, possivelmente o vertebrado mais pesado de todos os tempos!”.

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Uma ilustração do Perucetus colossus, destacando os ossos encontrados, com figuras humanas em escala. (Giovanni Bianucci FONTE imagem)

Até o momento, a baleia azul, considerada como o animal com o maior tamanho corporal. O esqueleto gigante de Hope, a baleia azul que impressiona os visitantes do Museu de História Natural de Londres, possui mais de 25 metros de comprimento e pesa 4,5 toneladas.

Entretanto, a nova espécie, batizada de Perucetus colossus em homenagem ao país de origem e ao tamanho gigantesco. Entretanto, apesar de medir apenas 20 metros de comprimento. O esqueleto do P. colossus teria sido duas a três vezes mais pesado do que o de uma baleia azul de 25 metros, devido aos seus ossos mais densos. Estima-se que sua massa corporal variaria entre 85 e 340 toneladas.

Tá…Ok! Mas como chegou-se a essa conclusão sobre esse fóssil ??

Essa conclusão ocorreu ao comparar 13 vértebras, quatro costelas e um único osso do quadril do P. colossus com ossos de parentes próximos das baleias. Além de seu tamanho impressionante, o P. colossus teria membros anteriores adaptados para “caminhar” no fundo do mar, além de possuir e pequenos membros posteriores vestigiais.

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Ossos preservados. (Giovanni Bianucci FONTE imagem)

Se for considerado a estimativa mais conservadora de 85 toneladas (para o “pequeno” P. colossus) , certamente estamos no mesmo patamar da baleia azul, que é o maior animal conhecido até hoje. É possível que tenha havido alguns indivíduos únicos de baleias azuis que eram ainda maiores, mas talvez esta nova espécie também possua indivíduos de tamanho extraordinário.

Ao contrário da maioria das baleias, que têm esqueletos relativamente leves (considerando o tamanho, claro) e podem se alimentar de peixes velozes e outras criaturas marinhas, P. colossus tem ossos mais pesados e provavelmente nadasse mais lentamente.

E que a descoberta desse fóssil pode elucidar?

A descoberta oferece informações importantes sobre o gigantismo nos primeiros cetáceos, que incluem golfinhos, baleias e botos. Entretanto, embora as baleias azuis e seus ancestrais sejam geralmente encontrados em ambientes de mar aberto, o animal recém-descoberto evoluiu em águas costeiras rasas.

Além disso, a descoberta mostra que os cetáceos chegaram a massas corporais altíssimas antes do que se pensava. Outros grandes basilossaurídeos, que viveram na mesma época do P. colossus, eram provavelmente mais esguios e flexíveis. Dessa maneira, tornando o animal muito diferente de qualquer cetáceo conhecido do Eoceno médio.

Fato que nos mostra que ainda temos muito a aprender sobre as capacidades dos cetáceos antes da evolução dos grupos modernos.

Reescrevendo a história dos cetáceos

O primeiro fóssil foi descoberto em 2010 por Mario Urbina, um paleontólogo que trabalhou nas escavações da costa sul do Peru. No entanto, encontrou-se segundo Mario Urbin algo que: “parecia mais uma pedra do que um fóssil”.

Uma única vértebra, e assim como ela, as outras 12 pesam mais de 100 quilos. (FONTE imagem)

Foram encontradas um total de 13 vértebras gigantescas, onde uma delas pesava quase 200 quilos, além de quatro costelas e um osso do quadril. Levou anos e várias expedições para coletar e preparar os fósseis gigantes, e ainda mais tempo para a equipe de pesquisadores peruanos e europeus confirmar exatamente o que havia sido encontrado. Entretanto, na publicação na Nature, mostrou-se que se tratava de uma nova espécie de basilosaurídeo. Os cetáceos de hoje são os golfinhos, baleias e botos, mas seus primeiros ancestrais viviam em terra, alguns assemelhando-se a pequenos cervos.

Com o passar do tempo, eles migraram para a água, e acredita-se que os basilossaurídeos foram os primeiros cetáceos a adotar um estilo de vida totalmente aquático. Uma de suas adaptações nessa época foi o gigantismo, tornando-se animais muito grandes. Essa nova descoberta indica que os cetáceos alcançaram o pico de sua massa corporal cerca de 30 milhões de anos antes do que se pensava, de acordo com o estudo.

P. colossus teria a cabeça pequena e ossos pesados

Como outros basilosaurídeos, o P. colossus provavelmente possuía uma cabeça “ridiculamente pequena” em comparação com seu corpo, segundo Amson (co-autor do estudo), embora não houvesse ossos disponíveis para confirmar isso.

Devido à falta de dentes, não foi possível afirmar com certeza o que essa espécie de baleia comia. No entanto, Amson especulou que vasculhar o fundo do mar era uma grande possibilidade, principalmente porque esses animais não podiam nadar rapidamente.

Os pesquisadores estavam confiantes de que o animal vivia em águas rasas, em ambientes costeiros, devido ao peculiar peso de seus ossos. Assim, estimou-se que todo o esqueleto pesava entre cinco a sete toneladas, o que é mais de duas vezes o peso do esqueleto de uma baleia azul.

Amson afirmou: “Este é, com certeza, o esqueleto mais pesado de qualquer mamífero conhecido até hoje, bem como de qualquer animal aquático”.

O tamanho do P. colossus exigia ossos pesados para equilibrar a enorme quantidade de gordura flutuante e ar em seus pulmões, evitando que afundasse. Dessa maneira, a densidade óssea combinada com a gordura permitia que esse gigante animal permanecesse imóvel no meio de aproximadamente 10 metros de água.

Arte conceitual de como seria o P. colossus. (FONTE imagem)

Por fim, o fóssil do P. colossus é muito diferente de qualquer outra coisa que já encontrada. Assim, entende-se que vacas marinhas extintas tinham ossos mais pesados do que o esperado para o peso corporal total, sugere que o P. colossus encontrado pode estar na extremidade inferior de sua faixa de peso estimada, tornando-o assim, o animal mais pesado de todos os tempos e link muito importante para elucidar os mamíferos aquáticos.

Os fósseis estão atualmente expostos no Museu de História Natural de Lima.

Referências:

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