Conexão Climática: Aquecimento, patógenos e doenças

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Conexão climática, será que há alguma relação entre o aquecimento global, patógenos e doenças? Resposta rápida e imediata é SIM! Pessoas em todo o mundo estão vivendo vidas mais longas e saudáveis do que há apenas meio século. No entanto, as alterações climáticas ameaçam desfazer esse progresso.

Em todo o planeta, os animais — e as doenças que transmitem — estão mudando para acomodar um globo em crise. Além disso, não estão sozinhos: carraças, mosquitos, bactérias, algas e até fungos estão em movimento, mudando ou expandindo a sua distribuição histórica para se adaptarem às condições climáticas que estão a mudar a um ritmo extraordinário.

E de onde vem essa conexão climática?

Essas transformações não ocorrem de forma isolada; pelo contrário, a desflorestação, a mineração, a agricultura e a expansão urbana estão a devastar as últimas áreas selvagens do planeta. Isso, por sua vez, contribui para uma perda de biodiversidade que se desenrola a uma velocidade sem precedentes na história da humanidade. Como resultado, as populações das espécies das quais os seres humanos dependem para a sua subsistência estão a diminuir e a ser empurradas para fragmentos cada vez menores de habitat. Esse processo cria novos focos para a transmissão de doenças entre animais e seres humanos.

Além disso, é fundamental destacar que o número de pessoas que enfrentam as severas consequências do aquecimento global continua a aumentar. As alterações climáticas deslocam cerca de 20 milhões de indivíduos anualmente. Dessa forma, essas pessoas necessitam de habitação, assistência médica, alimentos e outros recursos essenciais. Esse cenário exerce pressão sobre sistemas já frágeis, que se encontram cada vez mais sobrecarregados.

Todos esses fatores, juntos, criam condições propícias para doenças humanas. Tanto doenças antigas quanto novas estão se tornando mais prevalentes e até surgindo em lugares onde nunca foram encontradas antes. Consequentemente, os pesquisadores começaram a reunir uma colcha de retalhos de evidências que iluminam a formidável ameaça que as doenças causadas pelo clima representam atualmente para a saúde humana — e a extensão dos perigos futuros

Conexão climática e o Aumento das temperaturas

Sim, o aumento da temperatura é ponto de conexão climática com aumento patógenos (comentário a parte, quando morei em Portugal, lembro-me de ter lido a notícia “Dengue é encontrada pela primeira na região do Açores!”, isso em 2013).

Dessa maneira, a mudança climática está aqui. As pessoas estão sofrendo e morrendo agora. Onde as alterações climáticas influenciam a propagação de doenças de algumas formas importantes.

Para escapar do aumento das temperaturas em suas áreas de distribuição nativa, os animais estão começando a deslocar-se para altitudes mais elevadas e frias, trazendo consigo doenças. Essa migração representa uma ameaça para as pessoas que vivem nessas áreas e, adicionalmente, leva a uma mistura perigosa entre animais recém-chegados e espécies existentes, assim com ocorreu com o Aedes aegypti em meu relato anterior.

O Brasil “já está” acostumado essas crises (por ser país tropical), e está em alerta devido aos mosquitos Aedes, que são vetores de doenças infecciosas. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre a necessidade de a Europa se preparar para possíveis surtos de doenças virais transmitidas por mosquitos durante o verão, como dengue, Zika e chikungunya. Especialista da OMS nessas três doenças virais, explicam que, devido às alterações climáticas, a área de ocorrência dessas doenças tem aumentado tanto em latitude quanto em altitude.

Esse alerta surgiu devido à expansão na Europa de duas espécies invasoras de mosquitos do mesmo gênero, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Esses atuam como vetores de doenças como dengue, Zika e chikungunya. Assim, cuja incidência tem aumentado nas últimas décadas e a OMS acredita que o que tem-se testemunhando agora na América do Sul pode ser uma previsão do que pode ocorrer na região Norte.

Migração Animal e Conexão climática

A gripe aviária, por exemplo, tem se espalhado com maior facilidade entre os animais selvagens, à medida que a elevação do nível do mar e outros fatores empurram as espécies de aves nidificantes para o interior, onde é mais provável que encontrem outras espécies. Portanto, doenças que saltam entre espécies tendem a ter mais facilidade para eventualmente chegar aos humanos.

Além disso, invernos mais quentes e outonos e primaveras mais amenos permitem que os portadores de patógenos – carrapatos, mosquitos e pulgas, por exemplo – permaneçam ativos durante períodos mais longos do ano. Esses períodos ativos prolongados significam épocas de acasalamento mais movimentadas e menos vítimas durante os meses frios de inverno. Um exemplo disso é o Nordeste dos Estados Unidos, que testemunhou uma proliferação massiva de carrapatos de patas pretas, transmissores da doença de Lyme, na última década, sendo que os invernos mais quentes desempenharam um papel decisivo nessa tendência.

O Brasil era livre de gripe aviária, entretanto em notícias recentes essa doença está sendo encontrada no nosso país. Desde o primeiro caso confirmado em 15 de maio de 2023, identificados 84 casos em aves silvestres e 2 em aves de subsistência. Além disso, estão em processo de investigação mais 5 casos suspeitos.

Até o momento, todos os focos confirmados foram considerados encerrados. O Mapa continua alertando a população a não manipular aves doentes ou mortas. E assim acionar o serviço veterinário mais próximo para conter a propagação da doença. Assim, apesar do aumento no número de focos, o Brasil mantém sua classificação como livre da influenza aviária de alta patogenicidade, conforme avaliação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Isso ocorre pois nenhum caso foi identificado em aves do setor produtivo.

Clima extremo e conexão climática

Padrões climáticos erráticos, como períodos de secas extremas e inundações, criam condições para a propagação de doenças. Por exemplo, os casos de cólera, uma doença bacteriana transmitida pela água, disparam durante a época das monções nos países do Sul da Ásia. Pois, quando as inundações contaminam a água potável, especialmente em locais que carecem de infraestruturas de saneamento de qualidade. Da mesma forma, a febre do vale. Que é conhecida por ser uma infecção fúngica causada por esporos que crescem no solo no oeste dos EUA, prolifera durante os períodos de chuva. A seca severa que tende a seguir-se à chuva naquela parte do mundo murcha os esporos dos fungos, o que lhes permite dispersar e encontrar o seu caminho para dentro do sistema respiratório humano.

Esses impactos provocados pelo clima estão causando sérios danos à saúde humana. Dessa maneira, acredita-se que mais de metade de todos os agentes patogênicos conhecidos por causarem doenças nos seres humanos podem ser agravados pelas alterações climáticas. E o problema aumenta com o passar do tempo. A Organização Mundial de Saúde estima que, entre 2030 e 2050, ameaças relacionadas com o clima, como a malária e a insegurança hídrica, irão matar em torno de 250 mil vidas adicionais todos os anos.

Colin Carlson, biólogo de alterações globais, alerta que subestimamos drasticamente não só o quanto as alterações climáticas já estão a alterar os riscos de doenças, mas também quantos tipos de riscos estão a mudar. Ele observou que a comunidade científica e o público em geral precisam estar conscientes de que os impactos do aquecimento global nas doenças também podem manifestar-se de forma menos óbvia. A pandemia da COVID-19, disse ele, é um exemplo da rapidez com que as doenças podem propagar-se através das populações globais.

Referências:

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