As figuras de linguagem: Figuras de Som ou de Harmonia constituem uma categoria muito interessante das figuras de linguagem que estão intimamente ligadas à sonoridade textual. Elas enriquecem a expressividade do texto ao explorar a musicalidade intrínseca, isto é, ao empregar repetições de sons de maneira estratégica.
Nesse contexto, as figuras de linguagem se distribuem em quatro categorias fundamentais: figuras de palavras, figuras de pensamento, figuras de sintaxe (ou construção) e para fechar as figuras de som, que será o alvo deste post.
Assonância
Primeiramente, é originada do castelhano, a palavra “assonância” denota a consonância sonora, caracterizando-se como uma figura de linguagem que se manifesta através da repetição de vogais. Dessa maneira, veja os exemplos para entender melhor:
- “Os sinos dobravam lentamente ao longe.”
- Neste caso, a assonância é evidente nas vogais “o” e “e” que se repetem, criando uma melodia sonora.
- “A brisa suave acariciava as palmeiras à beira da praia.”
- A assonância ocorre nas vogais “a” e “e”, conferindo uma suavidade sonora à frase.
- “Na praia, as ondas quebravam em murmúrios suaves.”
- Aqui, a assonância nas vogais “a” e “e” contribui para a sensação de suavidade e tranquilidade.
- “O silêncio do jardim era preenchido pelo canto dos pássaros.”
- A repetição da vogal “i” destaca a melodia do canto dos pássaros, criando um efeito sonoro agradável.
- “O vento fresco levava as folhas secas para longe.”
- A assonância está presente nas vogais “e” e “o”, proporcionando uma sensação de movimento e leveza.
Deu para entender? Não? Então, essa é a figura de linguagem que eu menos percebo! Mas vamos a outros exemplos:
- “No bosque, o sol dourado iluminava o chão de folhas secas.”
- A repetição da vogal “o” contribui para a harmonia sonora, evocando a imagem do sol e a textura das folhas secas.
- “Na calada da madrugada, o gato malhado passeava pelo telhado.”
- A assonância nas vogais “a” e “o” cria um ritmo suave, descrevendo a cena com uma qualidade sonora agradável.
- “A chuva lavava a paisagem, deixando-a renovada e fresca.”
- A repetição da vogal “a” transmite a sensação de limpeza e renovação, reforçando o efeito sonoro da chuva.
- “No alto da montanha, o vento sussurrava entre as rochas.”
- A assonância nas vogais “o” e “a” contribui para a atmosfera serena e misteriosa da montanha.
- “O trovão ressoava no horizonte, anunciando a tempestade iminente.”
- A repetição da vogal “o” intensifica o som do trovão, criando um impacto sonoro na descrição da tempestade.
E ai ? Agora foi? Sendo sincero, só com exercícios e prática para entender bem.
Aliteração
Derivada do Latim, a palavra “alliteratio” define uma sequência de letras semelhantes. A aliteração, por sua vez, destaca-se pela repetição estratégica de consoantes ou sílabas no enunciado, frequentemente manifestando-se no início das sílabas ou mesmo no interior das palavras (essa é mais, bemmmm mais fácil de entender). Nesse sentido, vamos aos exemplos:
- “Fiz, faço, feito está!”
- Aqui, a aliteração é evidente na repetição das consoantes “f” e “s”, conferindo um ritmo marcante à frase.
- “Para mim tem de ser: bom, bonito e barato.”
- Neste exemplo, a aliteração se manifesta nas consoantes “b” e “r”, proporcionando uma cadência sonora que reforça a ênfase na tríade de qualidades desejadas.
- “O brilho do broche brilhava na bruma da noite.”
- Na frase acima, a aliteração nas consoantes “b” e “r” cria uma sonoridade poética, destacando o brilho e a atmosfera noturna.
- “Raios de sol resplandeciam na relva verdejante.”
- Aqui, a aliteração com as consoantes “r” e “s” contribui para retratar vividamente a cena ensolarada e a paisagem verde.
Viu, eu disse que essa era mais fácil POR EXEMPLO, vamos a uma tirinha !
Paronomásia
Em primeiro lugar, originária do Grego, a palavra “paronomasía” traduz-se como a “aproximação de palavras”, resultado da combinação dos termos “para” (que significa “ao lado”) e “onoma” (referente a “nome” ou “palavra”).
Assim, a figura de linguagem conhecida como paronomásia ganha sua denominação devido ao seu emprego estratégico de parônimos, promovendo uma maior ênfase no discurso. Parônimos são palavras que compartilham semelhanças na grafia e pronúncia, mas divergem em significado.
Dessa maneira, este recurso, popularmente identificado como “trocadilhos”, é frequentemente utilizado em provérbios, no âmbito publicitário e no humor. Dessa maneira, vamos a alguns exemplos:
- “O político era tão transparente que ninguém via através dele, mas todos viam através dos seus discursos.”
- Neste caso, a paronomásia destaca-se no uso de “transparente” e “através”, criando um efeito de ironia.
- “O vendedor de relógios tinha todo o tempo do mundo para convencer os clientes.”
- Aqui, a paronomásia ocorre entre “tempo” e “convencer”, proporcionando uma associação humorística.
- “A piada sobre o jardim foi plantada na mente dos ouvintes, germinando risos por toda parte.”
- A paronomásia entre “plantada” e “germinando” adiciona um toque criativo à expressão humorística.
Por fim, a paronomásia, como figura de linguagem, ao explorar a semelhança sonora entre palavras de significados distintos, destaca-se como uma ferramenta versátil para transmitir mensagens impactantes, seja no contexto publicitário, humorístico ou proverbial.
Onomatopeia
Originária do Grego, a palavra “onomatopeia” deriva da união de “onoma” (que significa “nome” ou “palavra”) e “poiein” (que corresponde a “fazer”). Assim, a onomatopeia é caracterizada pelo “ato de fazer palavras” e focaliza na imitação dos sons reais.
A seguir, alguns exemplos ilustrativos de onomatopeias:
- O gato fez “miau”.
- Neste caso, a palavra “miau” representa a onomatopeia do som característico emitido por um gato.
- O badalar dos sinos me comove: blem, blem.
- Aqui, a onomatopeia “blem, blem” imita o som produzido pelo badalar dos sinos, contribuindo para a expressividade do texto.
- As folhas secas no chão faziam “farfalhar” ao vento.
- A palavra “farfalhar” é uma onomatopeia que imita o som produzido pelo movimento das folhas secas ao serem sopradas pelo vento.
- No silêncio da noite, ouvia-se o “tic-tac” do relógio na parede.
- A expressão “tic-tac” representa a onomatopeia do som do relógio, enfatizando a quietude da noite.
Em suma, a onomatopeia, das figuras de linguagem é a que mais amplia a expressividade textual ao incorporar os sons naturais de objetos, animais ou ações, proporcionando uma experiência sensorial mais rica ao leitor. Veja o exemplo: