Extinção: Primeiramente, o estudo revela que a extinção de espécies de aves causada pela atividade humana é duas vezes mais significativa do que anteriormente estimado. Onde cerca de 12% das aves morreram como resultado da atividade humana nos últimos 120 mil anos, dizem os cientistas.
Tá, vou explicar melhor!
Antes de tudo, a atividade humana impiedosamente conduziu à extinção de 12% das espécies de aves em todo o mundo, revelando um impacto devastador que é o dobro das estimativas anteriores. O estudo, divulgado na Nature Communications, lança luz sobre a alarmante constatação de que aproximadamente 1.430 espécies de aves pereceram desde o início do Pleistoceno Superior, há cerca de 120 mil anos.
As extinções documentadas de aves, identificadas por meio de registros fósseis e outros meios, abrangem aproximadamente 640 espécies. No entanto, a nova estimativa transcende esse escopo ao incluir aves que foram silenciosamente erradicadas, sem qualquer evento registrado – um fenômeno conhecido como “extinção sombria”.
Conhecemos a trágica perda de aves icônicas, como o dodô, mas foi buscado uma estimativa mais precisa das extinções de aves que permaneciam desconhecidas. Ao calcular o número de extinções não registradas, a equipe de pesquisadores desenvolveram um modelo estatístico, utilizando a Nova Zelândia como referência para a perda de espécies de aves, uma vez que o país não ter registros de extinções desconhecidas.
A Nova Zelândia serviu como ponto de referência
Uma vez que possuem o registro mais abrangente de aves com base em fósseis e observações, sendo o ponto zero onde “nada escapa” à observação.
Ao empregar os dados da Nova Zelândia, a equipe elaborou uma estimativa do número de espécies que poderiam ter existido em uma ilha. Em seguida, subtraiu-se o número de extinções conhecidas e o número atual de aves vivas. O resultado revela o número de extinções ainda não detectadas.
O estudo concentrou-se nas populações de aves insulares, uma vez que as aves não migratórias enfrentam dificuldades na dispersão. Já que as ilhas constituem o local ideal para estudar extinções: 90% delas ocorrem nessas áreas, pois as aves insulares não têm para onde fugir.
O desmatamento, a caça excessiva, os incêndios e as espécies invasoras são as principais causas da perda de espécies de aves
O total de 1.430 extinções de espécies de aves pela equipe pode ser uma estimativa conservadora. O estudo mostra que as perdas podem ser ainda maiores, talvez até 2.000, mas foi optado por uma abordagem conservadora.
O estudo identificou o século XIV como o período de eventos significativos de extinção, descrevendo-o como “a maior onda de extinção de vertebrados causada pelo homem até o momento”. Essa onda de extinção resultou na perda de espécies no Pacífico oriental a uma taxa quase 100 vezes superior à extinção natural, sendo impulsionada pela colonização humana, desmatamento e introdução de espécies invasoras.
O elevado número de extinções de aves, como aponta o artigo, representa uma perda para “nossa compreensão da riqueza das espécies de aves, da diversidade ecológica e da história evolutiva”.
Nesse sentido, o mundo está mais vazio do que imaginamos, e esses pássaros desaparecidos representam uma perda para a nossa imaginação. Além disso, é notável a ausência dos papéis importantes que essas aves teriam desempenhado no ambiente mais amplo.
As aves desempenham um papel vital nos ecossistemas da Terra, espalhando sementes, polinizando plantas, limpando carcaças e contribuindo para a fertilização de recifes de coral e solo com seus excrementos.
O estudo destaca as perdas conhecidas de espécies de aves, mencionando “megaherbívoros extintos, como os pássaros elefantes (Aepyornithidae) de Madagascar, que influenciavam a estrutura e diversidade das plantas, bem como a dinâmica do ecossistema, predadores aéreos extintos, como a águia de Haast (Hieraaetus moorei), e dispersores de sementes extintos, como o periquito das Seychelles (Psittacula wardi).
O fato de o estudo demonstrar de forma convincente que subestimamos a crise da extinção das aves não surpreende na verdade. Uma vez que a maioria das aves possui ossos muito pequenos, não fossiliza facilmente; muitas ilhas não são propícias à formação de fósseis; e, em muitos lugares, ninguém procurou por fósseis.
Assim, a taxa estimada de extinção de aves correspondeu às estimativas recentes de extinções de moluscos, sendo uma maneira útil de se aproximar da crise de extinção e compreender o que foi perdido. Assim, as extinções futuras continuariam se o mundo seguisse seu curso normal.
Pesquisas anteriores sugerem que o mundo está em risco de perder outras 669 a 738 espécies de aves nas próximas centenas de anos, com as espécies enfrentando pressões crescentes devido às mudanças climáticas, escassez de alimentos e desflorestação.
“A conservação recente salvou algumas espécies, e agora precisamos intensificar os esforços para proteger as aves por meio da restauração do habitat liderada pelas comunidades locais”. O futuro das espécies de aves e do planeta “depende de nós”.
Referências:
- https://www.nature.com/articles/s41467-023-43445-2
- https://www.theguardian.com/environment/2023/dec/19/human-driven-extincition-of-bird-species-twice-as-high-as-thought-study-says-aoe
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