Você sabe o que é preciso para evitar futuros surtos globais? Neste artigo, listaremos as recomendações e medidas de como prevenir pandemias.
Como surgem novas doenças?
As novas doenças estão surgindo com mais frequência nos animais.
Estima-se que cerca de 60% das infecções humanas tenham origem animal (zoonoses). De todas as doenças infecciosas humanas novas e emergentes, cerca de 75% ocorrem o transbordamento zoonótico, “pulando espécie” de animais para as pessoas.
Isto é explicado mais detalhadamente no artigo sobre Transbordamento zoonótico.
Por sua vez, determinadas doenças passam a ser transmitidas de ser humano infectado para ser humano, aumentando assim a sua transmissibilidade e propagação.
Com isso geram surtos, que podem ser agravados gradualmente para endemias, epidemias e em casos mais graves, pandemias.
Motivados pela COVID-19, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em conjunto com o Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (ILRI) lançaram, em 2020, o relatório “Prevenir a Próxima Pandemia – Doenças Zoonóticas e Como Quebrar a Cadeia de Transmissão”,
Portanto, o modo de prevenir pandemias se dá ao que quebrar etapas dessa cadeia de transmissão, e é sobre isso que vamos tratar neste artigo.
Confira a seguir os 7 fatores humanos que impulsionam as Pandemias e as 10 ações que reduzem esse risco.
7 fatores que impulsionam Pandemias
- 1) Aumento da demanda humana por proteína animal;
- 2) Intensificação agrícola insustentável;
- 3) Aumento do uso e exploração da vida selvagem;
- 4) Uso Insustentável dos recursos naturais acelerada pela urbanização;
- 5) Aumento de viagens e transporte;
- 6) Mudanças na oferta de alimentos;
- 7) Mudanças climáticas.
10 ações que reduzem o risco de futuras pandemias
- 1) Aumentar a conscientização de riscos e prevenção sobre saúde e meio ambiente;
- 2) Melhorar a governança da saúde, inclusive envolver as partes ambientais interessadas;
- 3) Expandir a investigação científica nas dimensões ambientais das doenças zoonóticas;
- 4) Garantir contabilidade financeira de custo total dos impactos sociais da doença;
- 5) Melhorar o monitoramento e regulamentação dos sistemas alimentares usando abordagens baseadas em risco;
- 6) Eliminar gradualmente as práticas de agricultura insustentável;
- 7) Desenvolver e implementar sistemas de biossegurança com medidas mais fortes;
- 8) Fortalecer a saúde animal (incluindo a vida selvagem serviços de saúde);
- 9) Capacitar as partes interessadas na saúde para incorporar dimensões ambientais da saúde;
- 10) Implementar abordagens One Health.
Vigilância nos Sistemas Alimentares de Risco
A maioria das zoonoses acontecem de forma indireta, como exemplo por meio do sistema alimentar.
Pandemias como o surto de COVID-19 é reflexo disso.
O mercado umido de animais selvagens de Taiwan, local onde acredita-se que o vírus tenha surgido, é um verdadeiro criadouro de doenças infecciosas.
Os animais são abatidos na hora sem possuir nenhum controle de vigilância sanitária, além das milhares de pessoas circulando.
Portanto, a vigilância nesse setor é fundamental importância, pois a frequência de microrganismos patogênicos saltando de outros animais para os humanos está aumentando devido as suas ações de forma insustentável.
Esforço colaborativo “One Health“
Este relatório embasa as conclusões das organizações da Aliança Tripartida (FAO, OIE e OMS) sobre a abordagem One Health como método ideal para prevenir e responder pandemias.
De acordo com estas organizações, o método One Health consiste em uma abordagem interdisciplinar, envolvendo as interações entre diferentes esferas da saúde global, como médicos, veterinários, cientistas e especialistas ambientais.
Desta forma, a sua atuação de forma conjunta com os governos, empresas e a sociedade civil alcançarão uma saúde duradoura para pessoas, animais e meio ambiente.
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