Sendo dois conceitos muito importantes para estipular o tratamento do paciente, é necessário que se entenda as diferenças entre urgências e emergências hipertensivas. Assim, através de seus diagnósticos, o profissional poderá analisar o quadro e às condições que o acompanham.
O que é a crise hipertensiva?
Primeiramente, a crise hipertensiva acontece quando a pressão arterial sistêmica sofre uma elevação brusca, de modo que a pressão diastólica fique acima de 120 mm/hg.
Diferenças entre Emergência Hipertensiva e Urgência Hipertensiva
Em suma, a principal distinção entre a emergência e urgência hipertensiva é a LOA (lesão de órgão-alvo).
Dessa forma, é essencial compreender a diferença entre urgência e emergência hipertensiva para gerenciar adequadamente o atendimento ao paciente. Logo, ao localizar o quadro do paciente, é possível traçar o prognóstico e conduzir adequadamente o tratamento do paciente.
Assim, em uma emergência hipertensiva, a PAD (Pressão Arterial Diastólica) do paciente fica acima de 120 mmHg. Isso significa que há resistência no sistema vascular. No entanto, o que preocupa nesse cenário é a resposta sistêmica, devido à lesão de órgão-alvo (LOA), característica das emergências hipertensivas.
Enquanto isso, na urgência hipertensiva o paciente também possui uma PAD ≥ 120 mmHg. No entanto, nesse último ele não apresenta sinais ou sintomas de LOA. Portanto, ocorre por uma elevação da pressão arterial com potencial risco de lesão em órgão alvo, como coração e sistema nervoso central.
Assim, as emergências hipertensivas variam em gravidade e urgência, devendo ser tratadas conforme suas condições.
Lesão de Órgão Alvo nas Urgências e Emergências Hipertensivas
No entanto, ao contrário do que pensam, a dor de cabeça (cefaleia), dor torácica atípica ou dispneia não são sintomas 100% indicativos de lesão de órgão alvo, sendo denominados apenas como uma pseudocrise hipertensiva.
Dessa forma, também podem ser dados como sintomas é:
- estresse psicológico agudo
- síndrome do pânico
Por fim, as lesões de órgão alvo podem ser classificadas como:
- Cardiovascular: Nesse tipo, é necessário verificar a frequência cardíaca, o ritmo e modificações de pulso, galope e estase de jugular. Ainda mais, será possível realizar um ECG e outros exames complementares, como:
- Dor ou desconforto torácico, abdominal ou dorsal;
- Dispneia;
- Fadiga;
- Tosse.
- Nervoso: Nesses casos, é então necessário realizar tomografia, RNM e punção lombar, sendo que o paciente poderá apresentar
- Tontura e dores de cabeça;
- visão turva;
- dificuldades de fala ou audição;
- coma.
- Renal e genitourinário: da mesma forma, serão necessários pedir exames para analisar a área específica, como: urina I, creatinemia, ureia sérica, Na+, K+, Cl- e gasometria. Assim, alguns pacientes poderão manifestar:
- Alterações no volume ou frequência miccional;
- Hematúria;
- Edema;
- Desidratação.
- Ocular: por fim, neste quadro poderão ser solicitados a fundoscopia de olho. O paciente sentirá:
- Papiledema;
- Hemorragias;
- Alterações nos vasos, como espasmos;
- Espessamento na parede arterial;
- Aspecto em fio de prata ou cobre.
Urgências e Emergências Hipertensivas: cuidados do paciente
Logo, devido as diferenças entre as crises hipertensivas, existem múltiplos pontos para se considerar na condução do tratamento para cada uma delas. Assim, para cada um, serão considerados:
Componente | Pseudocrise | Urgência Hipertensiva | Emergência Hipertensiva |
Lesão em órgão alvo | não | não | sim |
Risco de vida | não | não | sim |
Via de administração de fármacos | depende da disfunção apresentada | oral | endovenoso |
Necessidade de internação pós-atendimento | não precisa de internação para tratamento da hipertensão | costuma receber alta após estabilizar a pressão | Precisa de Internação para tratamento e reabilitação dos órgãos |
Diagnóstico | Anamnese + exame clínico | Anamnese + exame clínico | Anamnese, exame clínico e exames específicos para identificar e mensurar a lesão |