Durante o plantão na emergência de um hospital, alguma vez poderá entrar um paciente inconsciente e sem resposta aos chamados. A partir disso, a primeira medida é checar se há obstrução nas vias aéreas do paciente. Mas como fazer isso? Temos então a Intubação orotraqueal para garantir a respiração e cuidados do paciente.
Vejamos as as etapas do procedimento e suas recomendações.
O que é a Intubação Orotraqueal?
A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento ligado à garantia de ventilação pulmonar através da orofaringe do paciente. Atualmente, é um método antigo e arcaico, mas mantendo-se eficaz para a garantia de uma via aérea definitiva.
Indicações
Em suma, recomenda-se a Intubação Orotraqueal para o paciente com falha na oxigenação ou ventilação. Desse modo, também recomenda-se a Intubação em:
- se há incapacidade de proteger a via aérea;
- escala de coma de Glasgow ≤ 8;
- procedimentos cirúrgicos;
- pacientes com insuficiência respiratória aguda;
- pacientes chocados;
- vítimas de trauma;
- reanimação cardiorrespiratória.
Qual o material necessário?
Como mencionado, a IOT não é um procedimento estéril, demandando somente de equipamentos de proteção individual.
Além disso, é necessário utilizar o coxim para garantir a posição do paciente, de modo que seja possível observar as suas vias aéreas e possibilite a passagem do tubo pela via aérea. Ainda, o paciente permanecerá em posição olfativa, como imagem abaixo:
Etapas da Intubação Orotraqueal
As etapas da Intubação orotraqueal, dividem-se em:
- Preparação: leva em média menos de 5 min, sendo dividido em avaliação, check-list de material, monitorização, preparo de drogas e acesso venoso;
- Pré-oxigenação: deverá garantir a fração de inspiração de oxigênio (FiO2) de 100% durante 3-5 minutos.
- Pré-tratamento: o pré-tratamento não é muito aplicado, porque aplica administração de drogas como fentanil e lidocaína. Desse modo, atualmente, sua indicação é para pacientes com emergências hipertensivas, como na dissecção aguda de aorta, e na hipertensão intracraniana.
- Paralisia com indução: deve, primeiro, realizar a indução e depois a paralisia. Nesse passo é administrada um bloqueador neuromuscular, em bólus e de forma rápida.
- Posicionamento do paciente: nesta fase, deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal com 30º de inclinação no dorso.
- Posicionamento do tubo com confirmação: trata-se do momento de passar o tubo em si.
- Pós-intubação: é confirmada a intubação e fixam o tubo com esparadrapo ou acessórios próprios. Ainda mais, é preciso fazer uma radiografia de tórax para verificar a posição do tubo e detectar complicações. Também, se coloca o paciente em ventilação mecânica, monitorando-o. Então é importante destacar casos de hipotensão, muito comum após a intubação.
Complicações na intubação orotraqueal
Em resumo, como todo procedimento, complicações podem ocorrer, por exemplo:
- lesões (laríngeas, faríngeas ou traqueal);
- traumatismos (dentes, gengiva e/ou lábios);
- necrose de traqueia;
- estenose traqueal;
- barotrauma;
- pneumotórax;
- hipotensão;
- taquicardia;
- hipertensão, arritmias, Infarto Agudo do Miocárdio;
- possível aspiração de conteúdo gástrico.
Extubação
Por fim, para realizar a extubação do seu paciente é necessário considerar a paramentação, fazendo uso de luvas de procedimento, touca e óculos protetor. Desse modo, deverá realizar o balonete e retirar o tubo endotraqueal cuidadosamente (movimento único e contínuo).