Cada vez mais as bactérias estão ficando resistentes aos antibióticos. Continue a leitura para saber mais sobre os antibióticos do futuro.
A descoberta dos antibióticos por Alexander Flemming revolucionou a medicina. Doenças antes vistas como grandes desafios, como a tuberculose (Responsável pela “Peste branca“, durante a revolução industrial) puderam ser tratadas com medicamentos seguros e eficazes.
Os antibióticos visam os processos fundamentais para a multiplicação microbiana, o que pode resultar no adormecimento das bactérias, permitindo que o sistema imunológico as elimine.
Com o passar do tempo, o avanço da ciência proporcionou a criação de novos tipos e classes de antibióticos. Isto trouxe a ideia de que muitos distúrbios infecciosos causados por bactérias podiam ser prontamente curados.
Nesse sentido, os médicos começaram a prescrever antibióticos com muito mais frequência, incluindo condições desnecessárias, como infecções respiratórias virais. Somados com a automedicação, o uso indevido desses medicamentos se espalhou amplamente, esta ultima facilitada pela ausência de fiscalização e controle na distribuição desses medicamentos.
Estes fatores contribuem no aumento da resistência bacteriana, ou seja, as infecções bacterianas comuns estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos.
Isso permite que alguns grupos naturalmente mais resistentes de bactérias sejam favorecidas pela pressão seletiva. Devido ao rápido desenvolvimento da resistência bacteriana natural aos antibióticos causada por essa situação, muitos desses medicamentos não são mais tão eficazes em ambientes clínicos.
Contudo, o surgimento de novos antibióticos ficou atrás do avanço de resistência das superbactérias, nos colocando em uma situação de risco. Prevê-se que a resistência aos antibióticos tenha uma mortalidade maior do que o câncer até o ano de 2050.
Desse modo, tem se mostrado cada vez mais necessário o desenvolvimento de novos antibióticos, preferencialmente com um mecanismo de ação diferente das já existentes.
Antibióticos do futuro
Historicamente, os microrganismos oriundos do solo produzem cerca de 64% dos antibióticos naturais conhecidos. Os antibióticos do futuro devem ser oriundos de novas fontes, como o ambiente marinho e corpo humano.
Nesse sentido, os microrganismos de ambientes marinhos tem apresentando grandes perspectivas. Derivados de sedimentos e animais invertebrados, como esponjas, já se mostrou eficaz no combate contra a superbactéria MRSA, a bactéria Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina.
O corpo humano pode oferecer outro caminho, devido a sua rica microbiota. Alguns desses microrganismos possuem ações benéficas essenciais para a saúde humana. Por exemplo, o crescimento do sistema imunológico, a transmissão da energia da dieta e a defesa contra infecções invasivas são apenas alguns dos papéis cruciais que a nossa microbiota desempenha na manutenção da saúde humana.
Vários genes envolvidos na síntese de moléculas bioativas, como antibióticos, foram encontrados em amostras da microbiota humana depois que seu DNA foi sequenciado e analisado. Portanto, acredita-se que o mecanismo de proteção da microbiota contra invasores envolve a criação de compostos antibacterianos ainda desconhecidos.
Além dos antibióticos, existe uma nova classe de bioativos que podem ser usados para combater a resistência bacteriana: as moléculas antivirulentas. Essas drogas desativam o mecanismo que as bactérias patogênicas empregam para causar danos ao hospedeiro, mas não as matam. Portanto, não exercem pressão seletiva sobre eles.
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