Conheça o método seguro, sustentável, eficaz e inovador, que consiste em uma bactéria que inibe transmissão da Dengue e outras arboviroses. Saiba mais.
A primeira coisa que pensamos para combater as arbovirores (como exemplo a Dengue, Zika e Chikungunya) é a de eliminar o mosquito Aedes aegypti, o transmissor dessas doenças.
No entanto, o projeto do Programa Mundial do Mosquito (WMP) da Monash University, Austrália, em parceria com a Fundação Oswaldo Crus (Fiocruz), no Brasil, adota uma outra abordagem.
Pelo contrário, a idéia é introduzir mais mosquitos no meio ambiente para diminuir o número de ocorrências da doença. Parece estranho, mas a bactéria Wolbachia é a razão pelo funcionamento da estratégia.
Wolbachia é uma bactéria que está presente em cerca de 60% dos insetos, incluindo abelhas e borboletas. Contudo, ela não está naturalmente presente no Aedes aegypti.
A implantação da bactéria no mosquito impede que os vírus se repliquem nele, mesmo quando já está presente no inseto. Ou seja, elas inibem a transmissão dessas doenças.
Além disso, os mosquitos portadores de arboviroses, como a dengue, passam a transferir a Wolbachia para seus descendentes.
A intenção é que os Aedes aegypti liberados se reproduzam com os já existentes no ambiente, gerando, aos poucos, uma nova população de mosquitos com Wolbachia. Consequentemente, essa nova população torna-se incapaz de transmitir essas dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Estudo realizado no Rio de Janeiro corrobora a eficácia
Especialistas da Universidade de Cambridge, que trabalham em parceria com a WMP/Brasil no Rio de Janeiro publicaram um artigo no final de 2022, na conhecida revista acadêmica The Lancet – Infectious Diseases.
Os dados que comprovam a eficácia da proteção oferecida pela Wolbachia. Eles apontam que as incidências de Dengue, Chikungunya e Zika diminuíram cerca de 70%, 60% e 40%, respectivamente, nas regiões onde ocorreu a intervenção entomológica.
Devido à pandemia do Zika vírus, as operações do programa de liberação de mosquitos com Wolbachia no Rio de Janeiro foram intensificadas em 2017. As emissões, que afetaram uma área total de 86,8 km² e cerca de 890 mil pessoas, foram distribuídas em cinco zonas.
Esses números são corroborados pelas estatísticas do WMP de outras nações. Por exemplo, a Indonésia houve uma queda de 77% nos casos e de 86% nas internações.
Gostou do artigo sobre a bactéria que inibe transmissão da Dengue? Clique aqui e veja outros textos tão interessantes como este.