Antiga vacina contra a tuberculose (BCG) pode evitar o Câncer e o Alzheimer, além da Diabetes. Continue a leitura para saber mais sobre os efeitos inespecíficos.
A vacina do Bacilo Calmette-Guérin contra a tuberculose, ou BCG, é a vacina mais antiga ainda em uso.
Embora a vacina ofereça proteção eficaz contra a tuberculose, descobriu-se que também parecia fornecer benefícios contra outras doenças.
A primeira evidência foi em um estudo realizado em 1927 com crianças suecas, no qual a vacina BCG reduziu a mortalidade precoce.
Este benefício não podia ser explicado apenas pela redução nas mortes por tuberculose. Portanto, o pesquisador Naeslund sugeriu que a BCG pode desencadear alguma imunidade “inespecífica”, o que significa que também protege contra outras infecções.
Posteriormente, com a ajuda dos avanços tecnológico que propiciaram estudos imunológicos baseados em laboratório, pesquisas epidemiológicas e ensaios clínicos, as evidências sobre os efeitos inespecíficos da vacina ficaram mais robustas.
Evidências com outras doenças
Além de proteger contra várias infecções, os pesquisadores estão começando a descobrir que a vacina BCG também pode modular o risco de outras doenças com defeitos imunológicos: o Diabetes Tipo 1, Câncer, Esclerose Múltipla e o Alzheimer.
Por exemplo, Faustman e colaboradores descobriram por meio de um ensaio clínico que três doses de BCG podem melhorar o controle do açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 1.
Outro ensaio clínico realizado por Aronson, que durou cerca de 60 anos (1935 a 1998), demonstrou que o risco de câncer de pulmão possui uma incidência de duas vezes e meia menor naqueles vacinados com BCG na infância.
Além disso, o estudo de Bercovier e colegas realizado em 2019 mostrou algo surpreendente. Os pacientes com câncer de bexiga tratados com BCG tiveram um risco quatro vezes menor de desenvolver a doença de Alzheimer do que aqueles que não receberam a vacina durante um período de acompanhamento de cerca de oito anos.
Nesse sentido, os pesquisadores estão se esforçando para entender os mecanismos de como a BCG altera o sistema imunológico e produz os efeitos inespecíficos.
Portanto, a solução para produzir vacinas mais eficientes contra doenças infecciosas emergentes, além das doenças citadas anteriormente, seja por descobrir como a BCG funciona.
A pesquisadora Netea e colaboradores identificou alguns dos componentes químicos da parede celular do BCG que induzem a imunidade treinada. A partir daí, desenvolveu uma nanopartícula contendo estes componentes, onde estimulou a imunidade treinada em experimentos com animais.
No entanto, é necessário mais ensaios clínicos para elucidar o mecanismo e provar seus benefícios em humanos.
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