Descarte de resíduos sólidos na natureza

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descarte de resíduos sólidos na natureza
Descarte de resíduos sólidos na natureza

Descarte de resíduos sólidos na natureza. Móveis, pneus, podas de árvores, lixo doméstico, resíduos de construção civil e até mesmo restos de animais; poucos itens escapam ao destino jogados em praças, terrenos e demais locais a céu aberto. Com isso, uma série de doenças e prejuízos ao meio ambiente surgem, estabelecendo assim uma relação quase simbiótica.

O descarte irregular de resíduos é um problema crônico nas cidades brasileiras e, segundo o último levantamento do Ministério do Meio Ambiente. Dessa maneira, pelo menos 56% dos municípios no País recorrem a depósitos inadequados na hora de dar adeus ao lixo que produzem.

Os danos dessa prática são incontáveis, alguns dos principais são a contaminação do solo, a poluição do ar e os riscos à saúde pública”. 

Efeitos negativos

No Brasil, o tratamento de doenças provocadas pela exposição ao lixo descartado inadequadamente custou aos cofres públicos cerca de US$ 370 milhões só em 2015.

A professora Adriana conta que “é necessário fazer um investimento pesado em políticas públicas para que existam locais adequados de coleta e separação de materiais sólidos”. No entanto, ressalta que apenas a política não é capaz de resolver o problema. Assim, “o gerador do lixo também é encarregado de procurar meios para descartar resíduos de forma adequada”, ou talvez não descartar, e essa questão caminha por uma linha tênue.

A origem do problema está no contexto cultural em que grande parte da população cresceu. Nesse sentido “sem instrução, amparo e busca pela conscientização do descarte adequado do lixo, que é um dever de todos”, explica a professora.

Assim, em 2016 o número de lixões no Brasil era de 2.900, mas hoje a quantia já passa de 3.300.  Nesse sentido, frente à dificuldade em frear a produção e o consumo de bens, as boas e velhas práticas de reciclagem e reutilização permanecem como os meios mais viáveis para impedir o descarte irregulares e seus impactos.

Resíduos sólidos urbanos no Brasil

Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é um dos países que mais gera resíduos sólidos – materiais, substâncias e objetos descartados. Assim a destinação final deveria receber tratamento com soluções economicamente viáveis, de acordo com a legislação e as tecnologias atualmente disponíveis, mas acabam, ainda em parte. Dessa maneira, sendo despejados a céu aberto, lançados na rede pública de esgotos ou até queimados. 

Entre esses resíduos estão alguns mais complexos, como os de construção civil, hospitalares, radioativos, agrícolas, industriais e de mineração. Entretanto, os domiciliares, oriundos de atividades domésticas em residências urbanas, e os de limpeza urbana, originários da varrição. Sendo, também, a limpeza de logradouros e vias públicas, classificados como resíduos sólidos urbanos (RSU).

Nas cidades brasileiras, a crescente geração desse tipo de resíduo e as práticas de descarte estabelecidas. Assim, os aliados ainda alto custo de armazenagem, resultaram em volumes crescentes de RSU acumulados e, historicamente, em sérios problemas ambientais e de saúde pública. Dessa maneira, ao longo dos anos, a disposição irregular de RSU tem causado a contaminação de solos, cursos d’água e lençóis freáticos, e também doenças.

Relatório Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

Em seu último relatório sobre o assunto, destaca que as cidades brasileiras geraram em 2018 cerca de 79 milhões de toneladas de RSU. Dessa forma a coleta chegou a 92% desse total, equivalentes a pouco mais de 72 milhões de toneladas, dos quais apenas 43,3 milhões de toneladas, 59,5% do coletado, foi disposto em aterros sanitários. O montante de 29,5 milhões de toneladas de resíduos, 40,5% do total coletado, foi despejado inadequadamente em lixões ou aterros controlados e ainda cerca de 6,3 milhões de toneladas.

Nesse sentido, ainda são geradas anualmente continuam sem ao menos serem coletadas, e seguem sendo depositadas sem controle. Mesmo quando a legislação determina a destinação para tratamento e, em último caso, para aterros sanitários. 

Embora as tecnologias necessárias para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estejam disponíveis no Brasil. Os custos e a falta de uma maior integração na gestão dos RSU têm sido apontados por especialistas como os motivos para esse comportamento. Enquanto em países que já resolveram ou estão em vias de solucionar o problema dos RSU.

Dessa forma, não apenas os aterros sanitários mas também incineradores e biodigestores para geração de energia sejam tecnologias bastante comuns. Assim no Brasil, dada à falta de uma gestão unificada de RSU, os desafios permanecem praticamente os mesmos anteriores à PNRS. 

RSU no mundo e no Brasil

Segundo o relatório What a Waste 2.0 do Banco Mundial, aproximadamente 2,01 bilhões de toneladas de RSU. Esses são geradas anualmente pelo mundo, e espera-se que em 2050 esse número chegue a 3,40 bilhões de toneladas, um aumento de quase 70%. Para minimizar esse impacto, alguns países buscam usar tecnologia e inovação, tendo o tratamento como prioridade na gestão. 

A Alemanha, proibiu em 2005 a remessa de resíduos domésticos sem tratamento e industriais para os aterros. E em 2012 aprovou a lei da economia circular, ações que tiveram papel importante para a destinação adequada dos resíduos no país. Dessa maneira, onde cerca de 13% dos produtos comprados pela indústria já são feitos com matérias-primas recicladas. Além de sua cadeia de gestão de resíduos empregar mais de 250 mil pessoas.

Já o Japão, com coleta seletiva e reciclagem incentivadas por lei desde 1995, produz garrafas pet com 100% de material reciclado. E isso reduziu em 90% o uso de novos plásticos e em 60% as emissões de dióxido de carbono.

O Estocolmo (Suécia), onde 100% dos domicílios têm coleta seletiva por um sistema de lixeiras conectadas a uma rede de tubos subterrâneos. Sendo que um sensor detecta quando a lixeira está cheia, enviando os resíduos por uma rede subterrânea até o local de acumulação. E a posteriori, são separados e compactados, seguindo para reaproveitamento, compostagem e incineração.

Já San Francisco (EUA) implantou programas para reciclagem e compostagem de quase todo o resíduo produzido, introduzindo incentivos econômicos, como menor taxa de lixo para quem faz compostagem, o que fez a cidade reduzir em 12% as emissões de gases de efeito estufa.

E no Brasil?

No Brasil, após uma discussão de cerca de 20 anos, em meio a uma situação que seguia sem controle, o governo federal promulgou em 2010 a lei 12.305, que estabeleceu a PNRS, marco regulatório que prevê a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo originalmente um prazo de quatro anos para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, cabendo aos municípios a responsabilidade pelos resíduos gerados em seus territórios. Embora tenha expirado em 2014 o prazo inicial para que os municípios se adequassem à legislação, dados da Abrelpe mostram que mais da metade das cidades do país, algo em torno de 53%, ainda não cumpriram a determinação legal.

Para a reversão desse quadro, é fundamental, na ótica da gestão integrada e do gerenciamento, a adoção de tecnologias que promovam o desenvolvimento sustentável e criem oportunidades para resgatar e elevar o valor incorporado nos resíduos, aproveitando-os antes de chegarem aos aterros. 

Logística Reserva

Esse conceito é extremamente importante, pois ele se baseia no ciclo de coleta e restituição dos resíduos sólidos, para o processo produtivo ou para destinação final, o chamado “ciclo de vida do produto”. 

As empresas geradoras têm o papel de articular essa cadeia, devolvendo o resíduo para o mercado com uma outra finalidade, ou caso as formas de tratamento se esgotem, elas devem encaminhar os rejeitos para o local adequado de disposição. 

Antes do momento de decidir se o resíduo será devolvido para o mercado ou descartado, existem algumas etapas que devem ser tomadas como prioritárias, são elas: não geraçãoreduçãoreutilizaçãoreciclagem e tratamento

São nas etapas de redução e de tratamento, principalmente na valorização de resíduos, que o engenheiro de materiais concentra a maior parte de suas atividades.

Na etapa de redução, o engenheiro estuda como pode ser gerado menos resíduo no final de sua fabricação, através de ajustes no processo ou reinserindo o resíduo na cadeia produtiva, por exemplo.

Na valorização dos resíduos, o engenheiro deve caracterizar o material residual, identificando sua estrutura, composição e o conjunto de propriedades, a fim de encontrar possíveis usos alternativos para ele. Destaca-se que esse processo é realizado posteriormente à etapa de redução.

Referências:

Veja Mais:

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