Alterações Climáticas: Por que o 1,5ºC é importante?

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As alterações climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade neste século. Desde a Revolução Industrial, a atividade humana é responsável pela emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera. Assim, gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), são capazes de absorver e reter o calor do sol. Dessa maneira, haverá um aumento na temperatura média da Terra tendo como consequência o aquecimento global e a outras mudanças no clima do planeta.

Evidências das alterações climáticas

Segundo relatórios da NASA, o clima da Terra tem mudado ao longo da história. Apenas nos últimos 800.000 anos, houve oito ciclos de eras glaciais e períodos mais quentes. Assim, com o fim da última era glacial há cerca de 11.700 anos marcando o início da era climática moderna – e da civilização humana. Dessa maneira, a maioria dessas alterações climáticas está atribuída a variações muito pequenas na órbita da Terra. Sendo que essas alteram a quantidade de energia solar que nosso planeta recebe.

alterações climáticas
As alterações climáticas custaram caro para a sociedade. Será que estamos dispostos a pagar esse preço?

A atual tendência de aquecimento é diferente. Uma vez que é resultado das atividades humanas desde meados do século XIX. Dessa maneira, está ocorrendo a uma taxa nunca vista em muitos milênios recentes. É inegável que as atividades humanas produziram os gases atmosféricos que prenderam mais da energia solar no sistema terrestre. Essa energia extra aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra, e ocorreram mudanças generalizadas e rápidas na atmosfera, oceano, criosfera e biosfera.

Os cientistas concordam com as alterações climáticas?

Os satélites em órbita da Terra e as novas tecnologias ajudaram os cientistas a ver o quadro geral. Sendo esses, coletados vários tipos diferentes de informações sobre o planeta e seu clima. Esses dados, coletados ao longo de anos, revelam os sinais e padrões de um clima em mudança.

Os cientistas demonstraram a natureza de retenção de calor do dióxido de carbono e outros gases em meados do século 19. Muitos dos instrumentos científicos usados para estudar as variações climáticas no mundo voltados para como esses gases afetam o movimento da radiação e balanço de energia na atmosfera. A partir dos impactos medidos não há dúvida de que o aumento dos níveis de gases de efeito estufa aquece a Terra.

Núcleos de gelo extraídos da Groenlândia, Antártida e geleiras de montanhas tropicais mostram que o clima da Terra responde os níveis de gases de efeito estufa. Evidências antigas encontradas em anéis de árvores, sedimentos oceânicos, recifes de corais e camadas de rochas sedimentares.

Essas evidências antigas, ou paleoclima, revela que o aquecimento atual está ocorrendo 10 vezes mais rápido que o aquecimento após uma era glacial. O dióxido de carbono das atividades humanas está aumentando cerca de 250 vezes mais rápido do que de fontes naturais após a última Era do Gelo.

A evidência para as rápidas alterações climáticas é convincente:

alterações climáticas

A temperatura global está subindo:

A temperatura média da superfície do planeta aumentou cerca de 1.1ºC desde o final do século 19. Sendo essa mudança impulsionada em grande parte pelo aumento das emissões de dióxido de carbono na atmosfera e outras atividades humanas. A maior parte do aquecimento ocorreu nos últimos 40 anos, sendo os sete anos mais recentes os mais quentes. Os anos de 2016 e 2020 estão empatados como o ano mais quente já registrado, e o ano de 2022 ficou em quinto lugar.

O oceano está ficando mais quente:

O oceano absorveu muito desse aumento de calor, com os 100 metros superiores do oceano apresentando um aquecimento de mais de 0,33ºC desde 1969. Esse aumento pode parecer pouco, entretanto causa grandes impactos como modificação da salinidade, a fauna, a recifes de corais e modifica a dinâmica de circulação das águas (que afeta diretamente o clima global). A Terra armazena 90% da energia extra no oceano.

As camadas de gelo estão encolhendo

As camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida diminuíram em massa. Dados do Experimento de Recuperação de Gravidade e Clima da NASA mostram que a Groenlândia perdeu uma média de 279 bilhões de toneladas de gelo por ano entre 1993 e 2019, enquanto a Antártida perdeu cerca de 148 bilhões de toneladas de gelo por ano.

Nível do mar está subindo

As camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida diminuíram em massa. Dados do Experimento de Recuperação de Gravidade e Clima da NASA mostram que a Groenlândia perdeu uma média de 279 bilhões de toneladas de gelo por ano entre 1993 e 2019, enquanto a Antártida perdeu cerca de 148 bilhões de toneladas de gelo por ano.

Eventos extremos estão aumentando em frequência

O número de eventos recordes de temperatura alta nos Estados Unidos tem aumentado, enquanto o número de eventos recordes de temperatura baixa vem diminuindo desde 1950. Os EUA também testemunharam um número crescente de eventos de chuvas intensas.

A acidificação dos oceanos está aumentando

Desde o início da Revolução Industrial, a acidez da superfície das águas oceânicas aumentou cerca de 30%. Esse aumento relativo ao fato de os seres humanos emitirem mais dióxido de carbono na atmosfera e, portanto, mais absorvidos pelo oceano. O oceano absorveu entre 20% e 30% do total das emissões antrópicas de dióxido de carbono nas últimas décadas (7,2 a 10,8 bilhões de toneladas métricas por ano).

Mas o que significa o aumento de 1.5°C para as mudanças climáticas?

Já estamos 1,1 °C acima dos níveis pré-revolução industrial. Dessa maneira, limitar a temperatura global média a 1,5 graus C está ao nosso alcance, mas será difícil e a janela está se fechando. Assim, é extremamente importante que a população entenda o significado desse número.

Devemos entender que o aumento de temperatura de 1,1°C (pode parecer pouco, mas não é) de hoje já tem causado ondas de calor recordes, incêndios, secas, inundações e aumento do nível do mar. Dessa forma, causam sofrimento humano e deslocamento econômico, especialmente entre os pobres. Entretanto, o aumento da temperatura global ainda pode ser interrompido antes que atinja um nível absolutamente catastrófico.

Por isso 1,5° C é um alvo tão importante

Desde que o Acordo de Paris foi assinado na COP21, em 2015, é sabido que 2° C de aumento da temperatura global será cataclísmico. E que mesmo 1,5 °C não será um passeio no parque. A 2° C, ondas de calor ocorreriam 14 vezes mais e os incêndios históricos do ‘Verão Negro’ que devastaram a Austrália em 2019 a 2020 aconteceriam quatro vezes mais.

Atingir 2 ºC também significaria a perda de 99% dos recifes de corais – a base da cadeia alimentar marinha – e garantiria a perda irreversível da camada de gelo da Antártica Ocidental, eventualmente causando 5 metros de aumento do nível do mar, o suficiente para inundar grandes porções de muitas cidades costeiras ao redor do mundo.

Assim, 1,5° C é o alvo essencial. Dito isto, 1,5° C não é um penhasco; a civilização não entrará em extinção automaticamente se as temperaturas excederem esse limite. Em vez disso, cada décimo de grau além de 1,5° C torna os danos climáticos muito maiores e a crise geral mais difícil de conter.

O que será necessário para limitar o aumento médio da temperatura global a 1,5° C?

A boa notícia é que os cientistas do IPCC e a maioria dos especialistas dizem que a humanidade tem quase todo o conhecimento e as ferramentas necessárias para limitar o aumento da temperatura a 1,5° C. Os desafios não são principalmente tecnológicos; são políticos e econômicos.

Para limitar o aumento da temperatura global, há dois imperativos principais primeiro, a economia global deve abandonar rapidamente o petróleo, o gás e o carvão e mudar para a energia solar, eólica e outras fontes de energia sem carbono. Em segundo lugar, os seres humanos devem acabar com o desmatamento, muito do qual é impulsionado pelo desejo da agricultura industrial de expandir a produção de carne bovina, soja e óleo de palma.

Energia e transição para frear as alterações climáticas

O carvão tem sido o principal motor do aquecimento global e alterações climáticas desde que começou a alimentar a Revolução Industrial na Grã-Bretanha há 250 anos. Hoje, o carvão deve ser eliminado, começando imediatamente e em todo o mundo, para manter a meta de 1,5 ° C ao alcance.

Os cientistas estimam que 90% das reservas de carvão atuais ficam no solo, conforme um estudo de 2021 da Nature. A Agência Internacional de Energia (IEA) declarou que o limite de temperatura de 1,5º C também exige que nenhuma nova usina a carvão seja construída. As usinas existentes devem mudar rapidamente para solar e eólica, aumentadas pela redução da demanda de eletricidade por meio de uma melhor eficiência energética em edifícios e máquinas .

Os benefícios da eficiência energética são uma ferramenta essencial para reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, impulsionar a economia – e devem ser explicados ao público com mais profundidade. Petróleo e gás devem seguir o mesmo roteiro do carvão, embora no caso deles 60% das reservas devam ser deixadas no solo.

A IEA enfatizou esse ponto, afirmando em 2021 que atingir a meta de 1,5 ° C exige que nenhuma nova infraestrutura de combustível fóssil seja construída em qualquer lugar da Terra. Isso significa não explorar reservas adicionais, novos campos de petróleo, oleodutos, terminais de exportação de gás liquefeito, dentre outras (e ainda vemos o Brasil querendo iniciar a exploração na foz da Amazônia).

Para evitar que a economia mundial, que atualmente depende de combustíveis fósseis para 80% de sua energia, entre em colapso no processo, a demanda por esses combustíveis deve ser reduzida radicalmente.

Desmatamento e as alterações climáticas

A ligação entre os setores de alimentos e florestal é crítica: uma das principais razões pelas quais as florestas do mundo devastam-se, é o cultivo de mais produtos alimentícios, especialmente carne bovina, soja e óleo de palma.

As florestas devem ser mantidas intactas para que continuem a extrair CO2 da atmosfera por meio da fotossíntese e armazená-lo nas árvores e no solo. Infelizmente, tanto da floresta amazônica foi nivelada que muito dela deixou de ser um sumidouro de carbono que armazena CO2 para uma fonte de carbono que emite CO2.

Como o desmatamento é em grande parte impulsionado pela criação de gado e outros alimentos, alguns cientistas sugerem que as pessoas mudem suas dietas para consumir menos carne. Isso é útil. Mas, assim como os apelos para pegar o ônibus em vez de dirigir um carro, essas mudanças individuais no estilo de vida não podem resolver o problema subjacente enquanto o sistema econômico global exigir crescimento sem fim, enquanto as políticas governamentais tornam a destruição do clima mais lucrativa do que sua proteção.

Seja cauteloso com as promessas de “líquido zero”

Cuidado com o greenwashing climático sobre energia e florestas – isto é, promessas retóricas de governos, corporações ou bancos que afirmam resolver a crise, mas podem ou não estar à altura na prática. O conceito de “emissões líquidas zero” exige atenção especial.

“Net zero” significa que um determinado país ou empresa reduzirá as emissões, mas não ao zero absoluto. Em vez disso, algumas emissões continuarão “compensadas” por medidas que extraem carbono da atmosfera, de modo que o resultado líquido seja zero emissões. Exemplos dessas medidas compensatórias incluem o plantio de árvores e a restauração de zonas úmidas; ambos extraem CO2 do ar através da fotossíntese.

Muitos compromissos de zero líquido de governos e empresas citam 2050 como o ano em que o zero líquido ocorrerá. De fato, cerca de 80% da economia mundial está agora coberta por compromissos de zero líquido até 2050.

Assim, para testar a validade das promessas de zero líquido até 2050, devemos verificar se tais compromissos trazem um plano de ação que reduza as emissões pela metade até 2030. Esse cronograma é essencial para atingir 1,5° C. Prometer que as emissões terminarão em 2050 é fácil para os políticos e líderes corporativos de hoje, mas essa meta só será alcançável se as emissões reais caírem pela metade na próxima década.

Por fim…

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais que a humanidade enfrenta atualmente. As evidências científicas são claras e incontestáveis: as atividades humanas alteram o clima do planeta de uma forma sem precedentes, com consequências sentidas em todo o mundo.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que as mudanças climáticas têm efeitos profundos em todo o mundo, desde a alteração dos padrões de precipitação e temperatura até o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos. Esses impactos já estão afetando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, desde a intensificação de eventos climáticos extremos até a perda de biodiversidade e a insegurança alimentar. É necessário, portanto, que a humanidade assuma a responsabilidade pelas mudanças climáticas e tome medidas eficazes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Outra medida importante é a adoção de políticas públicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e alterações climáticas. As autoridades devem incentivar o uso de energias limpas e renováveis, bem como estabelecer limites e padrões para a emissão de gases poluentes. Além disso, é necessário fomentar o desenvolvimento de tecnologias e soluções que ajudem a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A adaptação também é uma questão crucial no enfrentamento das mudanças climáticas. As sociedades e os ecossistemas precisam se adaptar às novas condições climáticas para reduzir os impactos negativos. Isso pode de dar por meio de práticas sustentáveis na agricultura, na construção civil e no planejamento urbano.

Por fim, podem-se tomar ações em nível global para enfrentar as alterações climáticas. Países e organizações internacionais devem trabalhar juntos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e desenvolver soluções.

Referências:

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