A aumento da resistência bacteriana é um problema de saúde global que vem se agravando com milhões de mortes por ano. Continue a leitura para saber mais sobre as superbactérias.
As infecções bacterianas comuns estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos.
Isso foi o que relatou a OMS, em Dezembro de 20220, pelo Relatório global de resistência antimicrobiana e sistema de vigilância de uso Antimicrobiano.
Em números, mais de 20% das cepas de Escherichia coli, a bactéria mais comum nas infecções do trato urinário, foram resistentes aos medicamentos.
A resistência foi vista tanto nos de primeira (ampicilina e co-trimoxazol) e segunda linha (fluoroquinolonas), esta ultima utlizada somente quando há resistência no primeiro tratamento.
Já em relação a bactéria gram-negativa Neisseria gonorrhoeae (causadora da doença sexualmente transmissível gonorreia), mais de 60% de suas cepas apresenterem resistência ao antibiótico ciprofloxacina, um dos mais utilizados.
Além disso, bactérias perigosas que causam infecções generalizadas (sepse) com frequência nos hospitais, como a Klebsiella pneumoniae ou Acinetobacter spp, aumentaram sua resistência em mais de 50%.
Antibióticos de último recurso, como os carbapenêmicos utilizados no tratamento de infecções graves, apresentaram resistência em 8% nas sepses causadas por Klebsiella pneumoniae.
Óbitos por superbactérias
Em consonância com a OMS, um estudo global desenvolvido pelo periódico científico Lancet revelou que, em 2019, a resistência aos antibióticos foi diretamente responsável por cerca de 1,27 milhões de mortes no mundo e associada a outras 4,95 milhões.
O maior impacto foi visto na resistência à medicamentos em infecções respiratórias de vias aéreas inferiores, como pneumonia, com mais de 400 mil mortes e associada a outras 1,5 milhões.
De acordo com a pesquisa, houve um aumento da resistência bacteriana em seis microorganismos: E. coli, S. aureus, K. pneumoniae, S. pneumoniae, A. baumannii e P. aeruginosa. Elas foram responsáveis diretamente por 929 mil mortes e foi associada a 3,57 milhões de vítimas.
Causas
O uso indiscriminado desses fármacos, seja pela população ou pela classe médica, apresenta um risco iminente à saúde mundial.
A pandemia da COVID-19 é um exemplo, sendo tratada muitas vezes com antibióticos mesmo sabendo que a infecção é ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2.
Embora a doença apresente a pneumonia como sintoma, apenas 15% desenvolvem coinfecção bacteriana que justifica o uso de antibióticos, como aponta a OMS.
Em contraste, estudos afirmam que os antibióticos foram prescritos em cerca de 59% dos casos de internação por COVID-19, independentemente da presença de infecção bacteriana.
Consequências e persperctivas
A partir do momento em que não existir tratamento farmacológico disponível para os pacientes infectados por bactérias pan-resistentes (superbactérias), ocasionará colapsos em hospitais por superlotação de leitos e óbitos.
A perspectiva da crises sanitárias, bem como uma futura pandemia de superbactérias, é plausível e precisa receber a devida atenção.
É necessário conter o aumento da resistência bacteriana por meio do controle de prescrições e dispensação dos antibióticos, além do seu uso de forma correta.
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