Já se perguntou como funciona a bovinocultura? Ela é responsável pela produção de alimentos e por grande parte da movimentação da economia do nosso país. No entanto, não devemos nos esquecer dos impactos que algumas atividades provocam no meio ambiente. Por isso, hoje, vamos entender esta atividade que envolve várias áreas da ciência e gera tantas discussões no meio acadêmico. Afinal, o meu ambiente e as pautas ambientais nunca se fizeram tão necessárias, não é mesmo?
Sendo assim, podemos dizer que a bovinocultura é dividida em dois segmentos principais: bovinocultura de corte e bovinocultura de leite. Esta atividade se diferencia em diversas características, tais como: manejo nutricional, raças utilizadas, produção, escala e os impactos socioambientais. Dessa forma, os produtores conseguem atender às exigências do mercado interno e externo, movimentando os setores da economia. Ademais, o Brasil, como um dos maiores produtores globais de produtos agrícolas, também é responsável pela produção de grande parte da carne e do leite consumidos no mundo.
Bovinocultura de Corte e Leite:
Principais diferenças
A bovinocultura de corte tem como objetivo a produção de carne e derivados. Já a bovinocultura de leite objetiva a produção de leite e derivados lácteos, tais como: queijo, iogurte, manteiga, entre outros. Portanto, a conformação corporal e a aptidão dos animais são completamente distintas. Nessa perspectiva, no corte, o foco está no ganho de peso e na conversão alimentar eficiente, visando a precocidade para o abate e a produção em massa de indivíduos. Com isso, é possível atender a um número cada vez maior de consumidores, suprindo a demanda alimentar das pessoas.
Por outro lado, o gado leiteiro possui o tempo de vida útil mais longo, focado na produção leiteira em quantidade e qualidade. Desse modo, o manejo inclui cuidados com a ordenha, nutrição e reprodução das vacas. Além disso, esse modelo, a quantidade de animais é menor, o que demonstra uma população animal mais reduzida em comparação aos gados de corte. Esses dois sistemas de criação exigem infraestruturas diferentes, alternando entre modelos extensivos e intensivos. No modelo extensivo, temos a pastagem do gado, e no intensivo, temos o confinamento mais controlado.
Bovinocultura: Raças Leiteiras e Raças de Corte
A escolha das raças é um fator determinante para o sucesso da produção, especialmente considerando o produto final escolhido. Desta forma, se mostra necessário o investimento nos animais conforme sua genética e aptidão. No caso da produção leiteira, as raças mais comuns no Brasil incluem a Holandesa (alta produtividade leiteira), Jersey, (alta concentração de sólidos no leite), Gir Leiteiro, Girolando, entre outros, e são famosas por sua resistência ao clima tropical e capacidade de produção. Assim, os gados europeus são a principal escolha.
Por outro lado, para o corte, as mais utilizadas são o Nelore (precocidade no desenvolvimento e adaptação ao clima), Angus e Hereford (qualidade da carne e marmoreio de gordura). Além disso, as raças zebuínas, como os Brahman, também são amplamente utilizadas, pois apresentam rusticidade, alta taxa de conversão alimentar e resistência à parasitas. Dessa maneira, gados zebuínos são os de escolha. Por fim, temos as raças de dupla aptidão, como os Indubrasil, Pardo-Suiço, Caracu, entre outros.
Cenário da Agropecuária no Brasil
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de carne e leite, com a agropecuária desempenhando papel central na economia nacional. De fato, o país possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com destaque para as exportações que contemplam os mercados consumidores da Ásia, Europa e Oriente Médio. Esses mercados demonstram-se cada vez mais exigentes. Em contrapartida, o setor leiteiro é mais voltado ao consumo interno e cresce à medida que a classe média se consolida e o consumo de laticínios no dia-a-dia aumenta.
Deste modo, a Indústria Agropecuária Brasileira tem evoluído fortemente com a adoção de novas tecnologias, tais como: o melhoramento genético, diferentes tipos de criação e o uso de ferramentas digitais para monitoramento do rebanho. No entanto, desafios como sustentabilidade, mudanças climáticas e exigências internacionais impulsionam o setor a buscar inovações constantes. Além disso, a emissão de poluentes oriundas da criação do gado e a alta demanda por alimento do rebanho geram preocupação cada vez mais constante.
Papel do Médico Veterinário e do Zootecnista na Indústria Agropecuária
O médico veterinário é o profissional responsável por manejar os animais da melhor forma possível. Em outras palavras, ele tem como objetivo garantir que o rebanho expresse plenamente suas qualidades genéticas. Além disso, é papel desse profissional controlar a sanidade, realizar vacinações, diagnosticar e tratar enfermidades, assegurando a saúde e o bem-estar dos animais. Frequentemente, ele enfrenta desafios clínicos, como mastite em vacas leiteiras e doenças respiratórias em animais de corte, exigindo monitoramento constante para evitar prejuízos econômicos.
Por outro lado, o zootecnista foca na nutrição, manejo reprodutivo e melhoramento dos produtos finais. Dessa forma, sua atuação possibilita que os animais atinjam o máximo potencial produtivo com eficiência alimentar, reduzindo custos e aumentando a sustentabilidade da produção. Assim, a colaboração entre esses profissionais garante opções mais rentáveis e sólidas, promovendo a qualidade e a integridade dos produtos.
Impactos Socioambientais e Medidas de Preservação nos Ecossistemas
A bovinocultura, especialmente no Brasil, tem impactos significativos sobre o meio ambiente. Por exemplo, o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa (majoritariamente, metano) e o consumo elevado de água são alguns dos problemas mais graves decorrentes da produção exacerbada de carne e leite. No entanto, o setor tem investido em práticas sustentáveis para minimizar esses impactos. Entre essas práticas, destacam-se as técnicas de recuperação de pastagens degradadas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso de biodigestores para tratamento de resíduos.
Além disso, estudos recentes têm buscado reduzir a emissão de metano por meio de ajustes na alimentação dos animais e no manejo do pasto. Portanto, esforços adicionais por parte dos produtores devem ser incentivados por meio de medidas socioeducativas, promovendo o equilíbrio entre produção e preservação ambiental.
E quanto a nós? Já pensou em fazer parte dessa mudança? Ações simples como reduzir o consumo de carne, estudar os efeitos climáticos e apoiar iniciativas para diminuir a emissão de gases, podem ser incorporadas ao nosso dia-a-dia. Então, que tal começarmos agora mesmo?
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