A cementação líquida é um tratamento termoquímico que tem como objetivo adicionar carbono na superfície de uma peça por via líquida. É um processo aplicável em aços carbono e aços de baixa liga, conferindo uma camada superficial de maior resistência ao desgaste e maior dureza.
O processo consiste em se mergulhar um lote de peças em um banho de sais fundidos. O banho está em temperaturas de 840 °C a 955 °C e o processo pode durar de 30 minutos a dez horas. Os sais do banho incluem cianeto de sódio, cloreto de bário, cloreto de potássio, cloreto de sódio e carbonato de sódio. A camada de maior dureza formada na cementação líquida pode possuir de 0,08 mm a 8 mm de espessura para banhos em baixas temperaturas e 0,5 a 3,0 mm para banhos em altas temperaturas.
As principais reações químicas presentes no processo incluem a reação dos sais com o oxigênio para a liberação de carbono. Este carbono penetra na superfície do aço por difusão, um mecanismo que é mais propício a altas temperaturas devido à formação de fase austenita no aço.
Vantagens e Limitações
A cementação líquida é um processo muito produtivo, já que lotes inteiros podem ser imersos no banho. O seu tempo de duração também é menor ao se comparar com a cementação sólida e a cementação líquida. O banho de sais confere uma certa proteção contra a corrosão e também previne a descarbonetação. É possível haver a penetração benéfica do nitrogênio na superfície do aço, já que alguns sais possuem este elemento em sua composição. Este tratamento termoquímico permite a realização de têmpera direta.
O cianeto que compõe o banho é uma substância tóxica, que gera resíduos que devem passar pelo devido descarte. É preciso haver um preaquecimento da peça antes da imersão no banho e também uma limpeza posterior para a remoção de líquidos que aderiram na superfície.