Cinomose: Uma Ameaça aos Cães e um Desafio para os Tutores

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cinomose
Se tem uma doença que assusta tanto os tutores de cachorros quanto os veterinários, sem dúvida é a cinomose: doença altamente contagiosa, mórbida e letal. Hoje nós iremos descobrir como identificar os primeiros sinais, escolher o melhor tratamento, e, principalmente, como adotar medidas de prevenção eficientes para a saúde do seu pet.  
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O que é a Cinomose?

Resumidamente, é uma doença infecciosa do vírus da cinomose canina (CDV), pertencente à família Paramyxoviridae, do gênero Morbilivírus Tem como principal característica sua alta resistência no ambiente, sobrevivendo até 3 meses sem infectar outro organismo. Sua transmissão ocorre principalmente por meio de fômites contaminados, tais como: bebedouros, comedouros e brinquedos. Além disso, o contato direto com outros animais infectados garante a transmissão por meio de aerossóis propagados pelo ar que entram em contato com as vias aéreas. Portanto, devido a essa característica de resistência, especialistas recomendam a higienização local com produtos específicos.

Também é importante ressaltar que a infecção afeta de forma mais grave animais jovens (principalmente filhotes), idosos e imunossuprimidos. Como se trata de um agente viral, o tratamento enfrenta grandes dificuldades. O vírus atinge todos os tecidos do organismo e provoca sinais inespecíficos nos sistemas respiratório, gastrointestinal, tegumentar e nervoso.

Quando o sistema nervoso é comprometido, as sequelas neurológicas se tornam comuns, como problemas locomotores, ataxia e epilepsia, entre outros.

Incidência da Cinomose

Embora a doença apresente redução em sua casuística, este fato se deve especialmente à adesão pela vacinação. Esta ação reduz drasticamente as chances de contaminação, o que colabora para a ineficiência da replicação do vírus em animais imunizados. Apesar disto, os surtos da doença ocorrem ainda em regiões precárias e que não possuem uma boa cobertura vacinal, principalmente em áreas onde existem uma alta taxa de cães em situação de rua, incluindo abrigos e criadouros com uma alta densidade de animais.

Sinais Clínicos

Os sinais clínicos são inespecíficos, e variam de acordo com o estado geral de saúde do animal, da evolução da doença e da identificação precoce. Nos primeiros dias, é comum os cães apresentarem apatia, febre, perda de apetite e secreção nasal e/ou ocular, o que pode ser confundida como um quadro respiratório qualquer, o que pode atrasar a identificação do diagnóstico. Com a progressão da afecção, podemos observar sinais gastrointestinais, tais como: vômito, diarréia, desidratação, desconforto abdominal, entre outros.

Caso o sistema imunológico não tenha forças para combater o vírus, a situação começa a se agravar! Nas progressões mais severas, o sistema nervoso é o alvo. Convulsões, mioclonias, paralisias e alterações comportamentais podem estar presentes. Neste estágio, é importante avaliar o estado do paciente e oferecer tratamento suporte, em busca do melhor conforto possível. Sendo assim, o tratamento será neutralizar os sinais clínicos. É neste momento que o médico veterinário deve optar juntamente com o tutor: continuar tentando ou recorrer à eutanásia?

Exames Complementares e Diagnóstico Definitivo

O diagnóstico é um verdadeiro desafio! Clinicamente, podemos confundir com diversos diagnósticos. Por esta razão, é indispensável realizar uma boa anamnese, se ater ao histórico de vacinação e recolher o máximo de informações possíveis. Além disso, devemos investigar através de exames laboratoriais (como o hemograma completo, por exemplo), a fim de identificar algumas pistas que nos aponte a cinomose. O teste mais indicado para indicar, sem dúvidas, a doença, é o PCR, que tem como papel detectar o material genético do vírus – a ciência não é incrível?

Também podemos optar por exames sorológicos com a finalidade de analisar a presença de anticorpos por meio do plasma sanguíneo. Outro método menos utilizado – mas bastante eficaz – é a análise das secreções nasais e/ou oculares, que pode excluir outras enfermidades da suspeita diagnóstica.

Tratamento e Prognóstivo

O tratamento é um assunto complicado! Assim como na maioria das doenças virais, não existe um medicamento específico para o combate do agente em questão. Deste modo, o que devemos fazer é optar pela estabilização dos sinais vitais do animal, apostar no conforto e no tratamento de cada sinal clínico, isto é, se o paciente apresentar desidratação, oferecer fluidoterapia; se apresenta dor, administramos analgésico, e assim por diante. O uso de antibióticos pode ser uma opção adotada pelo responsável, e tem como objetivo prevenir infecções secundárias.

Outro fator importante é garantir a resposta imune do indivíduo. Evitar o estresse, adequar o manejo e a escolha da alimentação devem possuir o objetivo de garantir a recuperação e o bem-estar dos mesmos, estando intimamente relacionados ao aumento da imunidade e resposta celular, para o combate eficiente contra a doença.

O prognóstico da cinomose é sempre reservado, isto é, depende da gravidade e resposta ao tratamento. Cães saudáveis e bem manejados possuem maiores chances de sobrevida, enquanto pacientes mais jovens ou idosos, possuem maiores riscos de morbimortalidade. Além disso, mesmo obtendo sucesso no caso, muitos pacientes necessitam de acompanhamento médico e uso contínuo de medicamentos, pois esta doença pode deixar sequelas permanentes. Por isso, nunca negligencie os cuidados com o seu pet, viu?

Profilaxia: Vacina é o melhor caminho! 

Assim como acontece com muitas doenças, você pode evitar a cinomose com a prevenção, que sempre é o melhor caminho na medicina. A vacina contra a doença está disponível com facilidade em clínicas e hospitais. Ela faz parte das imunizações polivalentes (conhecidas como V8 e V10), que garantem boa cobertura contra o vírus.

Essas imunizações integram o manejo sanitário de qualquer animal (ou melhor, deveriam integrar) e podem ser aplicadas a partir de 6 a 8 semanas de vida, com reforços anuais controlados.

Além da vacinação, medidas sanitárias como higienização constante e quarentenas de animais recém adquiridos, podem garantir a segurança contra a infecção viral.

A Cinomose pode afetar os humanos? 

Fique tranquilo! Assim como diversas doenças, a cinomose também é espécie-especifica, ou seja, não ocorre a transmissão para nós, humanos – ainda bem, ufa! Não se esqueça. Este cenário necessita ser modificados por profissionais e estudantes da área da saúde, o que configura o tratamento de uma questão epidemiológica e de saúde única. Sendo assim, cabe a nós apostarmos no manejo sanitário e vacinal de nossos animaizinhos. Bom, agora que você já sabe tudo sobre o assunto, está na hora de refletir.

Até a próxima!

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