Conheça hoje sobre o desmatamento e o meio ambiente e entenda que ao falarmos em meio ambiente, estamos falando de muito mais do que nossa casa, escola ou local de trabalho. O meio ambiente inclui o ar que respiramos, a água e os alimentos que consumimos, o solo sobre o qual estamos. Quando florestas e outras áreas verdes são queimadas, mesmo que fiquem a quilômetros de distância, liberam enormes quantidades de gases poluentes. E esses afetam a saúde e podem contribuir para aquecer a Terra.
E se grandes áreas com árvores derrubadas, perdemos os serviços que elas prestam a todos os seres vivos. Sendo esses como filtrar o ar, produzir umidade, regular a temperatura, produzir alimento. Por isso, desmatamentos e queimadas atingem a todos, mesmo os que moram distantes, nas cidades.
Mas, por serem mais vulneráveis à degradação do meio ambiente e a problemas respiratórios devido à má qualidade do ar, as crianças e idosos são os que mais sofrem com esses problemas.
Desmatamentos
Desde 1985 – quando o Brasil passou a monitorar o desmatamento na Amazônia. Assim mais de meio milhão de quilômetros quadrados da floresta foram destruídos. Sendo para a ocupação de terras, extração de madeira, pastagens, cultivos agrícolas, desmatamento para mineração, entre outros. Assim, entre 2004 e 2012, o Brasil reduziu a taxa de desmatamento na Amazônia em 83 por cento.
Algumas medidas contribuíram para esse sucesso, como a aplicação efetiva das leis ambientais nacionais. Como a criação de grandes áreas protegidas, a introdução de compromissos nas cadeias produtivas da soja e da carne bovina, restrições de acesso a crédito para produtores rurais sem a titularidade legal da terra ou que não cumpriram os regulamentos ambientais. Além do uso de imagens de satélite em tempo real para localizar extração ilegal de madeira.
Entretanto, depois de 2012, após uma série de medidas equivocadas e cortes no orçamento das agências de fiscalização ambiental, a taxa de desmatamento começou a subir novamente. Entre janeiro e dezembro de 2019, um total de 9.174 quilômetros quadrados foram desmatados, em comparação com 4.951 no mesmo período em 2018.
O desmatamento da floresta continuou em ritmo acelerado em 2020, com 4.730 quilômetros quadrados já desmatados na Amazônia. Entre janeiro e julho de 2020, frente aos 4.701 desmatados entre janeiro e julho de 2019.
Queimadas
As queimadas não ocorrem de forma natural no ecossistema úmido da bacia amazônica. Na realidade, elas são iniciadas por pessoas que concluem o processo de desmatamento, quando as árvores mais valiosas já foram removidas, frequentemente de forma ilegal. O fogo também pode se espalhar das áreas recém-desmatadas e de pastagens antigas para áreas de floresta. Os incêndios florestais, provocados por ignição natural como um raio, são extremamente raros na floresta tropical e estima-se que ocorram apenas a cada 500 anos ou mais.
Pessoas iniciam queimadas ao longo do ano na Amazônia brasileira para preparar o terreno para plantações, pastagem de gado, especulação de terras, entre outros. Geralmente esperam a estação seca para queimar a maior parte da vegetação morta, entre julho e outubro, com os focos de fogo atingindo o pico geralmente em setembro. Existem três variáveis principais que podem amplificar a extensão e intensidade das queimadas na região amazônica:
- Fontes de ignição: as queimadas são esmagadoramente provocadas de forma intencional por pessoas, sendo as queimadas ilegais possibilitadas por uma fiscalização ambiental ineficaz.
- Material combustível: a vegetação morta do desmatamento, deixada para secar no solo da floresta, serve de combustível para queimadas. Sendo o aumento do desmatamento ilegal também consequência de uma fiscalização ambiental ineficaz.
- Condições climáticas: o tempo excepcionalmente quente e seco na floresta tropical pode permitir que o fogo se espalhe rapidamente, ampliando seu potencial destrutivo durante os anos de seca.
E a Amazônia? E o Desmatamento e o meio ambiente?
2019
Primeiramente, 2019 não foi um ano excepcionalmente quente ou seco para a Amazônia, o que descarta as condições climáticas como um fator determinante das queimadas na região naquele ano.
Entretanto, as queimadas em 2019 impulsionadas pelo aumento dramático do desmatamento, provocado, em parte, pela falha das autoridades em fazer cumprir suas próprias leis ambientais. O que evitaria o desmatamento ilegal da floresta e restringiria o uso do fogo nessas áreas recém-desmatadas.
Assim as queimadas diminuíram em setembro de 2019, depois que o governo federal editou dois decretos de controle do fogo no final de agosto e enviou as Forças Armadas para operações de fiscalização ambiental. As queimadas continuaram em queda até o final do ano, facilitada pelas chuvas sazonais dos meses subsequentes, mas as áreas desmatadas continuaram em ascensão. Mesmo assim, até o final do ano, 55 por cento da área desmatada em 2019 queimou-se, o equivalente a mais de 5.500 quilômetros quadrados da Amazônia brasileira.
2020
Durante o primeiro semestre de 2020, o desmatamento continuou subindo em relação a 2019. Em abril de 2020, a área recém-desmatada combinada com os 45 por cento da área desmatada, mas não queimada em 2019, já totalizava 4.509 quilômetros quadrados na Amazônia que poderiam ser queimados durante a estação seca deste ano.
O fogo aumentou nos meses que antecederam a estação seca de 2020. Somente junho de 2020 registrou quase 20 por cento mais focos de calor em relação a junho de 2019, enquanto julho de 2020 teve um aumento de 28 por cento em relação a julho de 2019. Uma análise recente do IPAM mostra que a maioria dos estados com altas taxas de desmatamento (Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia) teve ainda mais queimadas no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.
Consequências do desmatamento e queimadas ao meio ambiente
Devido ao grande acúmulo de terras desmatadas, mas não queimadas – resultado do aumento dramático do desmatamento – e de intensos focos de fogo na região na aproximação dos meses mais secos, cientistas têm demonstrado preocupação de que as queimadas de 2020 podem ser significativamente piores do que 2019.
Sendo assim, “Sem a contenção imediata do desmatamento”, escreveram cientistas ligados a instituições públicas brasileiras em maio, “as queimadas proliferarão, com ou sem um clima mais seco”.
Uma análise do início de julho por cientistas da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos e da Universidade da Califórnia sugere, no entanto, que o clima também terá um fator amplificador este ano, juntamente com as dificuldades logísticas no combate às queimadas, decorrentes da pandemia. “Você tem uma tempestade perfeita: seca, o recente aumento no desmatamento e novas dificuldades para combate aos incêndios”, disse Doug Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA e co-criador da previsão de temporada de incêndios na Amazônia na agência.
Autoridades ambientais na Amazônia ecoam a terrível previsão de Morton. “A expectativa era reduzir este ano [em comparação com 2019], mas este ano vai ser assustador”, disse o coronel Paulo André da Silva Barroso, Secretário Executivo do Comitê do Fogo do Mato Grosso, à Human Rights Watch em junho. O comitê presidido por Barroso é uma coordenação interinstitucional que reúne órgãos estaduais e federais para combater incêndios a cada ano. Barroso disse à Human Rights Watch que as medidas de precaução necessárias para conter a pandemia de Covid-19 prejudicaram suas atividades usuais de prevenção e preparação, incluindo a formação de brigadistas em campo.
Impactos das queimadas associadas ao desmatamento da Amazônia brasileira na saúde e no meio ambiente
As queimadas produzem uma mistura de poluentes tóxicos que podem permanecer no ar por semanas. Estes poluentes incluem monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, carbono negro, carbono marrom e precursores de ozônio, entre outros.
A principal ameaça à saúde pública, entretanto, é o material particulado menor que 2,5 micrômetros de diâmetro, conhecido como:
Com efeito, a PM 2,5 – um dos principais componentes da fumaça. Pois, quando inalado, o PM 2,5 penetra facilmente no pulmão e entra na corrente sanguínea, permanecendo no corpo por meses após a exposição.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição à fumaça e cinzas produzidas pelas queimadas pode causar:
- irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmões;
- redução da função pulmonar, incluindo tosse e sibilo;
- inflamação pulmonar, bronquite, agravamento de asma e outras doenças pulmonares; e
- exacerbação de doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca.
Crianças, pessoas idosas, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas preexistentes são mais suscetíveis aos efeitos na saúde associados às queimadas. Crianças pequenas são particularmente vulneráveis porque seus sistemas imunológico e respiratório ainda estão em desenvolvimento.
Já as pessoas idosas podem ser mais vulneráveis porque seus sistemas imunológico e respiratório podem estar comprometidos.
Todavia, a longo prazo, a exposição à poluição do ar também tem sido associada a doenças crônicas e morte prematura. Em todo o mundo, a poluição do ar devido à queima de florestas e outras vegetações pode causar até 435.000 mortes prematuras a cada ano.
Referências sobre Desmatamento e meio ambiente:
- https://www.hrw.org/pt/report/2020/08/26/376135
- https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/
- https://criancaenatureza.org.br/pt/clima/