Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que é possível a Detecção da COVID-19 pelas lágrimas. Dessa forma, obtiveram as amostras do líquido lacrimal de duas formas: com o swab, o cotonete flexível já utilizado para coletar amostras do nariz ou da boca, e com as tiras de schirmer.
Eles realizaram o estudo com pacientes internados no Hospital das Clínicas de Bauru (SP) com o diagnóstico da doença comprovado por procedimentos tradicionais.
O intuito foi o de simplificar o procedimento do diagnóstico ao paciente. A coleta habitual pelo swab nasal e oral gera dor e incômodo ao paciente.
Os cientistas divulgaram o estudo na revista Journal of Clinical Medicine, onde descreveram a eficiência das amostras e da técnica de coleta para diagnosticar da COVID-19.
Resultados
Para avaliar o método, utilizaram o exame laboratorial feito por biologia molecular considerado o padrão-ouro: a reação quantitativa em cadeia da polimerase em tempo real (qRT-PCR). Esta técnica consiste na detecção do genoma viral do SARS-CoV-2.
Embora tenha detectado o RNA viral do SARS-CoV-2 nas amostras lacrimais, os testes apresentaram baixa sensibilidade. Foram detectados a infecção de apenas 18,2% nas coletas com o swab conjuntival e 12,1% das tiras de schirmer. Por outro lado, não forneceu nenhum falso positivo.
Outro ponto que o estudo enfatiza a necessidade de medidas de proteção para os profissionais de saúde. Ou seja, se foi possível detectar o RNA viral nas amostras lacrimais, existe a possibilidade de transmitir o SARS-CoV-2 por meio destes fluidos infectados.
O fato de o vírus ser encontrado mais facilmente nas lágrimas dos casos mais graves de COVID-19, ou seja, pacientes com comorbidade, foi apontada como uma das prováveis justificativas da baixa detecção.
Contudo, caso seja a verdadeira a relação entre a presença de comorbidades adicionais e uma maior taxa de mortalidade entre os pacientes com teste lacrimal positivo, abre a possibilidade de previsão dos casos graves. Isto poderia ajudar no prognóstico para a melhora do paciente.
Portanto, foi conseguido demostrar que existe uma forma de usar a lágrima para a detecção de pacientes infectados pela COVID-19. No entandto, é necessário mais estudos para aprimorar a técnica e confirmar as hipóteses levantadas no trabalho.
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