Olá meu caro leitor, você já deve ter se perguntado em algum momento da sua vida sobre a Diabetes. Como ela acontece? Como ocorre? O porque da sua ocorrência? Bem, hoje pensando em você e nas suas dúvidas escrevi o artigo: Desmistificando a diabetes.
A bioquímica é ciência que estuda os processos químicos aplicados a biologia. Estes procedimentos envolvem toda reação que acontece no organismo, desde o nível molecular até o nível sistêmico. Dessa forma, essas reações são denominadas metabolismo: Que é a chave de todo processo de homeostase, sendo abordada na fisiologia.
Relembre os conceitos de homeostase.
A bioquímica é uma matéria constantemente confundida com outras disciplinas, como a biologia molecular, genética, fisiologia e a biofísica. Portanto, essas disciplinas apresentam uma relação íntima, porém evidenciam conteúdos diferentes.
Desmistificando a diabetes: Principais estudos na bioquímica
No conhecimento da bioquímica, as principais fontes de estudo são a água, carboidratos, proteínas, ácidos nucleicos e não menos importante, os lipídios. Desse modo, o entendimento acerca destas estruturas moleculares nos permitirá obter um vasto conhecimento ao longo da vida. Enfim, saber separa-las distintamente é uma questão muito difícil, já que são bem íntimas em seu pleno funcionamento. Mas não tema gurunauta, estou aqui para descomplicar todo esse magnífico assunto que você entenderá de forma simplificada e direta.
Desmistificando a diabetes: Principal molécula envolvida
O carboidrato, também chamado de glicídio, sacarídeo ou simplesmente açúcar é a principal molécula envolvida na diabetes. Ele possui função energética importante tanto de forma imediata, em forma de armazenamento, ou como parte integrante dos nucleotídeos energéticos (ATP). Trata-se da substância orgânica mais abundante na Terra, devido às múltiplas utilidades aos seres vivos, produzido pelos seres autótrofos através da fotossíntese.
No entanto, caso o carboidrato se acumule no organismo, acarretará na patologia chamada diabetes. Para ocorrer esse acumulo, o organismo não está produzindo um hormônio super importante, a insulina. Contudo, mesmo quando é produzido, podem existir células com resistência a mesma. Portanto, nos dois casos, o resultado pode ser a diabetes.
Metabolismo do carboidrato
O carboidrato, têm como objetivo principal o fornecimento de energia e é produzido pelas plantas por meio da reação chamada de fotossíntese. Contudo, quando consumidos pelos animais sofrem combustão liberando energia, sendo transferida para a síntese de ATP que atenderá as células nas múltiplas atividades energéticas.
O amido, ao sofrer ação enzimática e ao mesmo tempo hidrolisado, dará origem a várias moléculas de glicose, absorvida no intestino. Sendo assim, transportada até as células através da corrente sanguínea e mantida em concentrações reguladas. Desse modo, no meio intracelular, a glicose sofre uma digestão, que dará origem a CO2 e H20.
Desmistificando a diabetes: Utilização da glicose pelas células
Segundo alguns autores, o fenômeno da digestão da glicose ocorre parcialmente no citoplasma. Sendo assim, glicólise é o nome do processo de digestão da molécula de glicose. Atividade que se dá através da ação enzimática específica. Logo, na mitocôndria e na presença de oxigênio, esses fenômenos são denominados Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória.
Já anaerobiose é o processo no qual ocorre a glicólise sem presença de oxigênio. Logo, não ocorrendo a presença de oxigênio, a glicose será digerida por outra via. Essa via de glicólise, conhecida como fermentação lática, gerará ácido lático e não menos importante, a dor.
Definição de diabetes
A diabetes mellitus é definida como uma patologia do sistema endócrino e de origem multifatorial. Entretanto, pode ser decorrente da falta da produção da insulina ou simplesmente pela má utilização desse hormônio na corrente sanguínea. Desse modo, nos dois casos, a falta ou mal desempenho do hormônio, vai acarretar no aumenta da taxa da glicose na corrente sanguínea.
A diabetes é uma patologia crônica, caracterizada pela deficiência ou pela má utilização do hormônio insulina. Desse modo, caracterizada como uma doença multifatorial que ainda pode ser multi sistêmica. Entretanto, diagnosticado a diabetes em uma pessoa, não significa sua sentença de morte. Sendo assim, muitos indivíduos conseguem levar uma vida perfeitamente normal com a doença instalada em seu organismo.
O que é insulina?
A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas. Essas células beta são responsáveis pela produção de hormônios endócrinos, que vão atuar na corrente sanguínea em seus tecidos alvos. Desse modo, podemos concluir que o pâncreas é o responsável indireto pela presença ou não da insulina no corpo humano. A insulina pode atuar em diversos tecidos do corpo humano, tais como: fígado, músculos estriado esquelético, gordura e não menos importante, as células. Contudo, a insulina não atua em células que não possuem receptor específico para esse hormônio, como as células do sistema nervoso.
Mecanismo de ação da insulina
Acerca do mecanismo de ação da insulina, ou seja, como a mesma realiza a sua função, necessitamos entender como ela funciona. Por apresentar vários mecanismos diferentes por atuar em diversos tecidos alvo, vou apenas explicar de modo direto sobre os carboidratos.
A ação da insulina inicia quando se liga ao seu receptor específico na membrana da célula, o receptor de substrato da insulina do tipo-1(IRS-1). Logo, pode atuar também no receptor de substrato da insulina do tipo-2(IRS-2). Sendo estes, um receptor do tipo tirosina quinase, que vai ativar outras moléculas no conteúdo citoplasmático, os segundos mensageiros. Desse modo, esses segundos mensageiros vão realizar diversas respostas a nível celular. Portanto, posso explicar sobre como esses segundos mensageiros vão permitir a entrada da glicose na célula.
IRS-1, IRS-2, GLUT4 e a diabetes
Através da ação insulínica, a glicose possui a capacidade de sair do meio extra celular e entrar no meio intracelular. Desse modo, para tal movimento, necessita-se de um portal de entrada específico para a glicose. Essa porta de entrada, daremos o nome de transportador de glicose do tipo-4 (GLUT4). Sendo assim, para que esse portal se abra, precisamos de um gatilho para dar início a todo o processo. Logo, o iniciador, a insulina, vai se ligar ao seu receptor específico e ativar toda a cascata de sinalização celular. Conforme for ocorrendo a sinalização, os segundos mensageiros vão ativar internamente o GLUT4. Após ativado, esse transportador permite a passagem da glicose para o interior da célula para desempenhar as suas funções orgânicas.
Contudo, como em todo processo pode existir falhas, correndo o risco da instalação das doenças. Desse modo, por fatores genéticos, quando o IRS-1 não é expresso, ou seja, não existe no organismo, pode ocorrer a resistência a insulina. Porém, o indivíduo não apresentará uma hiperglicemia elevada. Sendo assim, pelos mesmos fatores genéticos, quando o IRS-2 não é expressado, o paciente pode não reconhecer de forma alguma a ação da insulina. Logo, nesse caso, a hiperglicemia será bastante elevada.
Conforme alguns autores, a falta de expressão do IRS-1 está associada ao diabetes mellitus do tipo-2. Esse tipo da diabetes, conhecida como insulino resistente. Sendo assim, a falta da expressão do IRS-2 está associada ao diabetes mellitus do tipo-1. Portanto, conhecida por não apresentar nenhuma ação da insulina em virtude de não existir seu receptor ou por falta da sua produção.
Começando o diagnóstico e a desmistificação da diabetes
Acerca da atividade laboratorial necessária para o diagnóstico de algumas patologias, em suma importância a investigação é fundamental. Sendo assim, vários indícios sugerem a análise de amostras biológicas afim de elucidar o que está de errado com o organismo. Desse modo, através de métodos analíticos podemos concluir o diagnóstico de certas patologias. Portanto, as amostras devem seguir regras para garantir os melhores resultados.
Tempo de jejum
Para a obtenção do diagnóstico e consequente resultados excelentes, fundamental que o paciente realize jejum de algumas horas. Desse modo, certos exames requerem poucas horas de jejum, cerca de quatro horas, como o ácido úrico e enzimas. Contudo, outros exames, necessitam de um um tempo maior de jejum, cerca de doze horas, como o colesterol total e suas frações. Sendo assim, para o diagnóstico da diabetes, precisamos dosar a quantidade de glicose presente no sangue. Portanto, o tempo de jejum ideal para a glicemia é de oito horas. No entanto, importante mencionar que o tempo máximo de jejum permitido é de quatorze horas.
Desmistificando a diabetes e o acondicionamento da amostra
Toda amostra de sangue com finalidade de diagnóstico, deve ser acondicionada em locais próprios para a sua manipulação. Sendo assim, o sangue deve ser coletado e colocado em tubos de colete específicos para cada tipo de exame. Desse modo, o tubo ideal para mensurar a glicose, contém fluoreto de sódio, um reagente que impede a utilização da glicose pelas hemácias. A cor da sua tampa é cinza.
Centrifugação
Assim que obtemos a amostra, fundamental que a mesma passe pelo processo de centrifugação. Esse passo é importante, visto que ele que permite separar os componentes sólidos da fase líquida do sangue. Desse modo, para o diagnóstico da diabetes, utilizaremos apenas o soro sanguíneo e não a porção celular. Relembrando que soro, é a porção líquida sem a presença de anticoagulante, já o plasma é porção líquida com anticoagulante.
Chegando ao diagnóstico e Desmistificando a diabetes
Com a obtenção da amostra, podemos obter o diagnóstico da diabetes. Desse modo, o exame solicitado é o de glicemia em jejum. Sendo assim, o paciente deve chegar em jejum ao laboratório para realizar o seu procedimento. Desse modo, ao sair o resultado, devemos comparar com o valor de referência para dar o respectivo resultado. Portanto, os resultados podem ser:
Não diabéticos: valor de 40 à 99 mg/dl.
Pré diabéticos: 100 à 124 mg/dl.
Diabéticos: acima de 125 mg/dl.
No entanto, outros exames ocorrem a critério médico. Sendo assim, os exames complementares são:
- Curva glicêmica clássica e não clássica
- Hemoglobina glicada ou glicosilada
- Teste de resistência a insulina.
Logo mais veremos mais sobre esses exames complementares.