Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs)

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Doenças Tropicais Negligenciadas

Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs): Porque até as doenças tem preferências.

Imagine o seguinte: algumas doenças afetam milhões de pessoas todos os anos, e apesar disso, são totalmente ignoradas. Não é um surto coletivo e muito menos Fake News. São exatamente as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), e se você, estudante da saúde não as conhece, chegou a hora de mudar isso, né?

“Mas, o que são exatamente as DTNs”?

Você deve estar se perguntando. Elas são, basicamente, um grupo de doenças infecciosas, comuns em países tropicais e subtropicais em desenvolvimento, e que afetam, em média, 1 bilhão de pessoas todos os anos.
E porque são chamadas de “negligenciadas”? Exatamente por não receberem a mesma atenção e cuidado que outras doenças que estamos acostumados a ouvir, como a tuberculose, AIDS e hepatites virais (desse jeito fica difícil mesmo).

E quais são as doenças tropicais negligenciadas?

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica 20 doenças como DTNs, mas os dados são variáveis. As mais famosas no Brasil, (se é que podemos chamá-las assim), são, sem dúvidas, a doença de chagas, leishmaniose, elefantíase, esquistossomose, tracoma, malária, dengue e cisticercose. A maioria delas, causadas por mosquitos, protozoários e bactérias, e que poderiam ser evitadas com controle e saneamento básico.

Se é tão simples como parece, porque tantas pessoas são afetadas?

Uma palavra: lucro. Como a maior parte da população atingida por estas doenças pertence a classes mais vulneráveis, isso significa que, não é tão importante para a indústria farmacêutica combater estas doenças em troca do baixo retorno financeiro. Imagine agora, se fosse você, o responsável por uma destas farmacêuticas, sua prioridade seria o combate das Doenças Tropicais Negligenciadas? Ou investiria em medicamentos mais rentáveis em larga escala? A resposta é triste, mas real.

Prevenir as doenças negligenciadas é o melhor remédio!

A melhor maneira de driblar este cenário, sem dúvidas, é investir na prevenção. Apesar destas enfermidades apresentarem características distintas, todas possuem algo em comum: são evitáveis. Medidas como, saneamento básico, controle de vetores, acesso a profissionais de saúde e tratamentos adequados, reduzem drasticamente as chances de nos depararmos com quadros mais severos. Assim, você também se torna parte da solução desse problema, não é mesmo?

Como tornar a prevenção e controle das DNTs mais efetivos?

Apesar de ser um desafio e tanto, ações específicas de higiene coletiva (como melhoramento do saneamento básico, por exemplo), pode ser uma alternativa segura para o combate das endemias. Além disso, devemos priorizar o descarte correto de resíduos, incentivo a boas práticas de higiene pessoal e ao cuidado com o meio ambiente.
A distribuição de medicamentos preventivos (chamados de quimioprofiláticos), auxilia na prevenção de diversas doenças, tais como a elefantíase, esquistossomose e outras afecções. O controle dos vetores (relacionado a eliminação dos focos de reprodução e uso de inseticidas) garantem uma melhor eficácia contra doenças transmitidas por insetos, como a dengue, leishmaniose, malária, entre outras.
Sobretudo, não podemos deixar de salientar a importância de programas de conscientização e educação, o que reforça de maneira firme os riscos destas doenças e as medidas necessárias para os seus enfrentamentos.

O tratamento para essas doenças é indispensável!

Cada doença tem um protocolo de tratamento específico, tornando tudo mais difícil. Medicamentos como antiparasitários são fundamentais nessas situações, porém, muitos destes locais não possuem acesso a serviços básicos de saúde. Mas não podemos perder as esperanças!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem desempenhado um papel crucial no enfrentamento desta realidade, através de abordagens multifacetadas. Dessa forma, coordena projetos e campanhas globais, promovendo o acesso a tratamentos de baixo custo, envolvendo ONGs, governos e o setor privado. Em 2012, a OMS lançou a “Estratégia Global para DTNs”, que tem como proposta reduzir e/ou erradicar diversas doenças até 2030, e para isso, garantiu o desenvolvimento de novas ferramentas, como vacinas e medicamentos.

E quais as perspectivas futuras das DNTs?

Com o crescente avanço das pesquisas na área da saúde, muitas destas DNTs começaram a ganhar destaque, e consequentemente, estudos a seu respeito. Temas como direitos humanos e saúde global auxiliam nas crescentes conscientizações e diálogos a respeito deste problema. Se a pandemia do COVID-19 nos ensinou algo, sem dúvidas, foi a importância dos investimentos na saúde pública e coletiva, sem exclusões.

Negligência? Nem nos Estudos, por favor!

Assim como é necessário dedicação em todo processo, com esta questão, não deveria ser diferente. Que tal dedicarmos um pouquinho do nosso tempo estudando mais a fundo? Afinal, estes problemas até podem ser negligenciados por terceiros, mas não precisam ser ignoradas por nós. Afinal, todo esforço pode ser a oportunidade de fazer a mudança acontecer!

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