Economia Azul, já ouviu falar?

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A economia azul, segundo o Banco Mundial, envolve o “uso sustentável dos recursos oceânicos para promover o crescimento econômico, melhorar os meios de subsistência e preservar a saúde do ecossistema marinho”. Por sua vez, a Comissão Europeia define-a como “todas as atividades econômicas relacionadas aos oceanos, mares e costas, abrangendo uma ampla gama de setores interligados, tanto emergentes quanto estabelecidos”.

Dessa forma, a economia azul é um conceito em ascensão que promove uma gestão mais eficiente dos nossos oceanos e recursos “azuis”, contemplando benefícios econômicos que muitas vezes não são comercializados, como o armazenamento de carbono, a proteção costeira, os valores culturais e a biodiversidade.

No entanto, o termo é amplamente utilizado em todo o mundo com três significados relacionados, porém distintos:

  • a contribuição geral dos oceanos para as economias,
  • a necessidade de abordar a sustentabilidade ambiental e ecológica dos oceanos, e
  • a visão da economia oceânica como uma oportunidade de crescimento para países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Um desafio crucial da economia azul é compreender e gerenciar de forma mais eficaz os diversos aspectos da sustentabilidade oceânica, desde a pesca sustentável até a saúde do ecossistema e a prevenção da poluição. Essa tarefa, especialmente complexa para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e os Países Menos Desenvolvidos, que enfrentam limitações significativas nesse sentido. A ONU destaca que a Economia Azul contribuirá para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, sendo o Objetivo 14 dedicado especificamente à “Vida Abaixo da Água”.

Os oceanos como um enorme sistema econômico

Nossos oceanos não são apenas o maior ecossistema do mundo, mas também um enorme sistema econômico – uma economia azul. A necessidade de mais sustentabilidade nesta área torna-se cada dia mais visível. Não só porque os oceanos e mares têm de estar em boas condições ecológicas e químicas para poderem desenvolver o seu potencial económico – e social.

economia azul
Distribuição de pontuações de dimensão entre oceanos, regiões e grupos de desenvolvimento.

Mar brasileiro

O mar desempenha um papel fundamental na vida dos brasileiros. Foi através dele que fomos descobertos e onde os primeiros invasores chegaram, consolidando nossa independência e território. O Brasil possui uma vasta área oceânica, correspondendo a mais da metade de nossa massa terrestre, com uma jurisdição de aproximadamente 5,7 milhões de km².

Devido à importância estratégica desse espaço marítimo, tanto em termos de riquezas quanto de proteção e preservação, a Marinha do Brasil decidiu nomeá-lo de “Amazônia Azul” como forma de destacar suas potencialidades e chamar a atenção da sociedade.

A história nos ensina que toda riqueza desperta a cobiça, portanto, a preservação e proteção da “Amazônia Azul” são questões de soberania nacional.

Os mares são responsáveis por fornecer cerca de 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado produzido no país. Além disso, mais de 95% do comércio exterior brasileiro é escoado pelas rotas marítimas.

Importância da Economia Azul no Brasil

Compreender a importância do mar requer o conhecimento e a percepção de informações que muitas vezes estão fora do alcance de grande parte da população brasileira. No entanto, é cada vez mais evidente que é pela via marítima que chegam os produtos e serviços vitais para o Brasil.

O espaço da Amazônia azul chama atenção mundial pelas suas reservas de pré-sal, pela presença de metais preciosos (níquel, cobre, cobalto e manganês) e subsolos marinhos ainda não explorados. Também é onde se encontra uma das maiores áreas de manguezais e recifes de corais, lembrando que os famosos “pulmões do planeta” se relacionam sobretudo à produção de oxigênio das algas marinhas.

Levando em consideração as diretrizes da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e estudos geopolíticos focados nos oceanos, a Marinha do Brasil tem consolidado o conceito político estratégico da “Amazônia Azul”. Todavia, isso coloca os espaços oceânicos em uma posição decisiva para o destino do povo brasileiro e para a dinâmica das relações internacionais.

No mar, não existem barreiras físicas. Na “Amazônia Azul”, os limites de nossas águas são representados por linhas imaginárias sobre o mar. A presença constante de navios da Marinha é o que define concretamente esses limites através de vigilância permanente.

A Economia Azul está emergindo, trazendo reflexões sobre a contribuição dos oceanos para a economia e a necessidade de garantir a sustentabilidade ambiental e ecológica dessas áreas marítimas. Embora essa dinâmica permita o uso dos recursos vivos e não vivos em benefício do desenvolvimento, também gera crescente preocupação com a saúde dos oceanos, com o intuito de assegurar que as futuras gerações possam desfrutar desses preciosos recursos.

Entre os objetivos do desenvolvimento sustentável, destacam-se a conservação e o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos.

As novas tecnologias

Estão abrindo novos horizontes para a exploração do oceano, como inteligência artificial, sensores, robótica, novos materiais, big data, processamento de imagens e algoritmos avançados, que estão transformando a bioprospecção, o uso e o mapeamento do mar. A tecnologia atual reduz custos, aumenta a precisão e permite uma exploração mais segura do oceano. Esse novo ciclo tecnológico impulsiona a pesquisa científica e empresarial para a diversificação de suas fontes e áreas de atuação.

Em aproximadamente 8.500 km de costa, concentra-se 80% da população, são produzidos 90% do produto interno bruto (PIB) brasileiro e estão localizados os principais destinos turísticos nacionais.

Os oceanos como provedores de serviços ecológicos

Serviços ecossistêmicos e a economia (Fonte).

Nossos oceanos representam 97% dos recursos hídricos do mundo. Essa magnitude faz com que nossa Terra pareça um planeta azul visto do espaço. Ou seja, os oceanos e mares fornecem metade do oxigênio de que precisamos para a vida neste planeta. Assim,, consta-se que nossos mares contêm 80% de todas as formas de vida, fornecem alimentos para quase metade da população mundial e são recursos importantes para a saúde mental e física humana. Os oceanos estão envolvidos numa complexa teia de interações económicas – a Economia Azul, por vezes também chamada de Economia Oceânica.

Com efeito, o poder econômico da Economia Azul global de hoje é imenso. Inclui todas as indústrias e setores que têm a ver com oceanos, mares e costas no sentido mais amplo, independentemente de as atividades ocorrerem no mar ou em terra. Estes incluem: navegação, pesca, produção de energia (renovável), portos, estaleiros, aquicultura, produção de algas, turismo, bem como pesquisa, desenvolvimento e educação.

Economia azul e o equilíbrio do ecossistema oceânico ameaçado

Os campos de atividade económica têm um efeito cumulativo no ambiente marinho, o maior ecossistema do nosso planeta. As consequências da sua utilização e exploração tornaram-se cada vez mais extensas ao longo de décadas, agravadas pelas alterações climáticas e pelas emissões de gases com efeito de estufa. Manchas de lixo, derramamentos de plástico e óleo são visíveis de longe. Além disso, estão os fardos invisíveis de microplásticos, produtos químicos, nutrientes e ruído subaquático. A perda da biodiversidade e dos habitats naturais, bem como os riscos para a saúde da cadeia alimentar, são consequências

O clima e os oceanos também estão intimamente ligados. Os oceanos são o principal sumidouro de carbono da Terra, o que significa que absorvem e armazenam CO2 produzido pelo homem. Este processo, que é positivo por um lado, tem, no entanto, uma grande desvantagem. O CO2 absorvido dissolve-se na água e desencadeia a acidificação. Isso causa danos a ecossistemas sensíveis, como recifes de corais, que sustentam quase um quarto da vida marinha.

O caminho para uma economia azul sustentável

O potencial da Economia Azul para garantir e melhorar o bem-estar humano e a justiça social é enorme. Os riscos não são menores se os serviços ecológicos dos oceanos, mares e costas continuarem a ser usados ou explorados com interesses principalmente econômicos.

Assim, com conceitos, abordagens e medidas, a humanidade assumiu a proteção dos oceanos. Todavia, empresas, instituições e organizações que contribuem para a restauração, proteção ou manutenção de ecossistemas marinhos produtivos e resilientes e promovem a disponibilidade de água limpa e instalações sanitárias tornaram-se importantes partes interessadas na Economia Azul.

Até 2030, a área de áreas de proteção marinha deve ser ampliada dos atuais 11% para 30%. As Nações Unidas consagraram a proteção dos oceanos e mares no Objetivo 14 – Vida Subaquática – dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A Década da ONU de Pesquisa Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável começou em 2021, porque ainda não sabemos muito sobre esse enorme ecossistema e as consequências da interferência humana.

Por fim…

Todavia, a Economia Azul é um vasto universo carregado por muitos atores e materializado de várias formas, este website pretende fazer-te descobrir a Economia Azul, melhor compreendê-la e familiarizar-te com este universo. Para entender o papel de cada ator, a fim de avaliar onde você pertence!

Portanto, inspirar-se na natureza que nos rodeia para tirar o que é necessário, trabalhar em simbiose com os vivos, viver no planeta em harmonia com os ecossistemas que o compõem… É isso que a economia azul propõe. Uma nova forma de encarar o quotidiano que promove a regeneração, a autonomia e a abundância, para melhorar a relação de cada pessoa com o seu meio, bem como para favorecer a convivência harmoniosa entre os seres humanos.

Referências:

Veja Mais:

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