Economia Comportamental: O impacto da psicologia nas decisões econômicas
Imagine você no supermercado. Está decidido a comprar apenas o essencial, mas, do nada, aparece uma promoção “leve três e pague dois”. No final, o carrinho está cheio de coisas que nem estavam na lista. Esse impulso tem um nome: economia comportamental. Mas, antes de tudo, o que é essa tal de economia comportamental? É a área que estuda como as nossas decisões econômicas são influenciadas pela psicologia e pela forma como percebemos o mundo. Parece confuso? Vem comigo que eu explico!
Por que a Economia Comportamental importa?
A economia comportamental explora um fato curioso: nem sempre agimos de forma racional com o nosso dinheiro. Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, e Amos Tversky foram pioneiros em mostrar como emoções e percepções afetam decisões econômicas. Imagine que você vê o preço de um produto cair de R$50 para R$30. Parece uma boa compra, certo? Mas e se, na verdade, ele custava R$25? (E se for, na verdade, uma Black Fraude?)A sensação de “promoção imperdível” pode ser ilusória. Esse impacto da psicologia nas decisões econômicas é fundamental para entender o comportamento humano.
Isso tem como base um princípio muito importante da economia comportamental, que é o uso da vulnerabilidade do consumidor com fim de fazer com que ele sinta que realmente está fazendo um negócio muito vantajoso comprando determinado produto.
Ou seja, a economia comportamental é um campo de estudo que une princípios da psicologia e da economia para entender como as pessoas realmente tomam decisões financeiras — e, surpreendentemente, nem sempre de forma racional. Ao contrário da economia clássica, que pressupõe que as pessoas tomam decisões sempre maximizando seus interesses, a economia comportamental considera os vieses cognitivos e emocionais que interferem nas escolhas
O efeito do “agora ou nunca” nas nossas finanças
Um dos conceitos mais impactantes da economia comportamental é o viés de curto prazo, ou a famosa preferência pelo “agora ou nunca”. Por que temos tanta dificuldade em poupar para o futuro? Segundo estudos de Richard Thaler, outro grande nome dessa área, preferimos gastar agora a esperar os benefícios futuros. Isso acontece porque o cérebro tende a valorizar as recompensas imediatas mais do que as distantes. Por vezes, quando o marketing de determinado produto é voltado à realização de promoções constantes, o consumidor tende a comprar mais.
Quem não gosta de aproveitar uma promoção, não é mesmo? A ideia de economia comportamental aqui é criar um senso de urgência para que tomemos decisões financeiras que nem sempre são racionais. Mais um exemplo claro do impacto da psicologia nas decisões econômicas.
A psicologia na publicidade
Do mesmo modo, você já notou como os streamings lançam seus filmes e séries de forma programada? Essa estratégia, chamada de “escassez artificial”, nos faz sentir que precisamos assistir “agora” para não ficarmos de fora. Assim, além de nos fidelizar, nos incentiva a tomar decisões sem muito planejamento.
Da mesma forma, esse é um exemplo de como a psicologia nas decisões econômicas está presente até nos nossos momentos de lazer. Aqui, entra em cena o “FOMO” (Fear of Missing Out), ou medo de perder algo. Dessa forma, a economia comportamental entende como isso afeta as nossas escolhas, seja ao pagar por mais um streaming ou adquirir produtos que “podem acabar a qualquer momento”.
Economia Comportamental e a tomada de decisões do cotidiano
Por fim, é importante lembrar que a economia comportamental vai muito além das finanças pessoais e dos truques de marketing. As empresas e governos estão cada vez mais utilizando esses conceitos para facilitar decisões importantes, como poupança para aposentadoria e hábitos saudáveis. Inclusive, o “nudge”, termo popularizado por Thaler e Sunstein, propõe pequenas mudanças de comportamento sem tirar a liberdade de escolha das pessoas.
Afinal, se entendemos melhor como o impacto da psicologia nas decisões econômicas funciona, conseguimos tomar escolhas mais conscientes e evitar armadilhas financeiras. Então, da próxima vez que estiver no mercado, lembre-se da economia comportamental. E aí, pronto para fazer compras mais conscientes?
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