Em um mundo onde as informações chegam na velocidade de um swipe no celular, as fake news impactam diretamente a percepção pública, moldam opiniões e minam a confiança nas instituições públicas. Esse fenômeno, embora pareça moderno, carrega ecos de antigas reflexões filosóficas. Platão já alertava em A República sobre os perigos da manipulação da verdade na construção da realidade social. No entanto, como isso se traduz hoje em meio a memes, vídeos virais e desinformação digital?
É o que vamos apresentar no post de hoje!
Fake news e a realidade construída
Imagine viver em um episódio de Black Mirror, onde a verdade é distorcida e a percepção coletiva é moldada por narrativas falsas. De fato, nesse contexto, as fake news funcionam exatamente assim: criam realidades paralelas que, mesmo fictícias, influenciam comportamentos e opiniões. Além disso, quando pessoas compartilham notícias falsas, abalam diretamente a confiança em instituições públicas como tribunais, escolas ou hospitais. Afinal, conforme Nietzsche: “não existem fatos, apenas interpretações”.
Só para ilustrar, quando você recebe uma mensagem alarmante no WhatsApp, você se pergunta se ela é real ou fruto de manipulação? Em geral, existem dois caminhos: aceitar a realidade ou permanecer na bolha de conforto da desinformação. Como resultado, a depender da escolha, a opinião do indivíduo é formada de maneira totalmente descolada da realidade, o que causa grandes problemas.
Cultura pop e as fake news
A ficção muitas vezes reflete a realidade. Por exemplo, em Spider-Man: Far From Home, Mysterio usa ilusões para enganar o público e moldar sua imagem de herói. De maneira semelhante, as fake news desempenham um papel crucial, transformando narrativas de forma estratégica para confundir e influenciar. No entanto, o problema é que, diferente de Peter Parker, nós nem sempre temos os meios para desmascarar essas ilusões. Por consequência, o impacto na confiança pública é devastador.
Integrando isso ao cotidiano, a luta contra fake news exige o “sentido aranha” da dúvida crítica ativado: será que tudo que lemos é verdade?
Desse modo, preocupados com a disseminação das fake news em um contexto virtual, diversos setores públicos criaram sistemas de checagem, como o exemplo do CNJ. Além disso, até mesmo as próprias redes sociais vêm desempenhando mecanismos que buscam justamente coibir essa prática, o que gera resultados importantes.
Instituições públicas no centro do furacão
As fake news não afetam apenas a opinião pública; elas comprometem a funcionalidade das instituições. Exemplos não faltam: desinformações sobre vacinas minaram campanhas de saúde, enquanto boatos sobre processos judiciais transformaram audiências em verdadeiros espetáculos. Aristóteles, em sua busca pela verdade, defendia que ela deve ser baseada na razão e no diálogo. Será que estamos ouvindo esse conselho em meio ao ruído digital?
A disseminação de notícias falsas impacta tanto a saúde das pessoas quanto a saúde do próprio Estado, e nenhum espectro político está livre de acusações dessa natureza. Ao longo das eleições de 2024, por exemplo, foram milhares as denúncias de notícias falsas sendo espalhadas pelos mais diversos partidos políticos.
Algo que deveria ser simples e unificador se torna algo controverso e polemizado em razão do impacto de notícias falsas na sociedade.
A crise de confiança gerada pela desinformação afeta diretamente o funcionamento de serviços essenciais, portanto.
Um chamado à ação: a defesa da verdade
A luta contra as fake news exige ação, pois não se trata de um fenômeno inocente. Algumas atitudes simples fazem a diferença no nosso cotidiano, como por exemplo:
- Verificar a fonte: Cheque sempre a origem da informação antes de compartilhar.
- Questionar com ceticismo saudável: Será que essa informação faz sentido ou apela para emoções extremas?
- Promover o diálogo: Converse sobre os perigos da desinformação, e ajude outros a adotarem uma postura crítica.
O impacto das fake news na percepção pública a respeito das instituições públicas é um desafio que exige reflexão e ação coletiva. Como dizia Hannah Arendt, a verdade, por mais frágil que pareça, é uma condição indispensável para a liberdade. Se queremos proteger nossas instituições, precisamos estar atentos e informados.
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