A polinização é um processo essencial para a reprodução de plantas e reprodução de frutos e sementes, mas, antes de tudo esse procedimento só é possível graças a ação de pequenos ajudantes. Insetos polinizadores: quais são suas características e importância? Quem são? Onde vivem? Hoje você vai entender isso e muito mais.
As angiospermas são plantas que formam flores e frutos que protegem suas sementes. Isso você já sabia, né? E para formar os frutos e dar origem às sementes, você sabe dizer o que deve ocorrer antes?
Acertou quem disse fecundação! Mas calma, que nas plantas ela ocorre de forma bem menos 18+ do que você imagina!
Fecundação
As anteras, que são a porção masculina de uma flor, possuem os grãos de pólen, onde se encontram os gametas masculinos da planta. Por outro lado, o estigma, porção feminina da flor, é a porta de entrada para que ocorra a fecundação, pois ele permite o acesso dos grãos de pólen ao ovário, que abriga os óvulos, que são os gametas femininos.
Então, para que ocorra a fecundação, basta que os gametas masculinos encontrem os gametas femininos. SÓ isso!
Contudo, nem sempre a mesma flor possui ambas as estruturas (anteras e estigma) e, mesmo quando as possui, elas podem estar fisicamente separadas, tornando impossível a autofecundação e estimulando a fecundação cruzada. E viva a variabilidade genética! Amém!
Ao processo que antecede a fecundação e que descreve o movimento dos grãos de pólen de uma flor (ou porção dela) à outra (ou a outra porção da mesma flor), damos o nome de polinização, e ele é sempre feito de forma involuntária. Afinal, plantas não andam pra saírem por aí procurando alguém pra fecundar.
Dentre os diversos tipos de polinização existentes, há também a entomofilia. Esse tipo de polinização ocorre quando os insetos pousam em uma flor para se alimentarem do néctar ou pólen, porque foram atraídos por seu odor ou por suas cores, ou para se reproduzirem, e acabam por transportar os grãos de pólen em seu corpo para outras flores que visitam.
A seguir, vamos explorar os grupos mais comuns de insetos polinizadores, suas características e importância.
Principais insetos polinizadores
Dípteros: insetos feios também têm importância
É a ordem dos insetos que compreende as moscas, os mosquitos, as varejeiras, etc. Todos são insetos de duas asas. Eles representam o segundo maior grupo conhecido de insetos polinizadores.
Esses insetos possuem preferência por flores não tão bonitas e com odor frequentemente considerado repugnante pelos humanos. Parece que nem sempre os opostos se atraem, não é mesmo?
Lepidópteros
Este grupo inclui mariposas e borboletas, que têm como principal característica anatômica a presença da probóscide, uma espécie de tromba, que suga e se alimenta do néctar da flor.
Por causa de seus hábitos noturnos, as mariposas preferem flores de cores claras, viradas para baixo e que abrem à noite ou sob o crepúsculo. Já as borboletas, que possuem hábitos diurnos, procuram as de cores azul, vermelha ou amarela e que se abrem para cima e de dia.
O que há de comum entre mariposas e borboletas é o fato de procurarem flores com cheiro mais adocicado.
Coleópteros: os polinizadores mais famosos
Compreende o grupo dos besouro, basicamente. E está de bom tamanho, já que representam cerca de 40% das espécies que compõem o subfilo Hexapoda (dentro do qual está a Classe Insecta) e 30% de todas as espécies de animais!
Por serem tão abundantes e por, em sua maioria, possuírem hábitos fitófagos (se alimentarem de partes de plantas, incluindo as flores), são extremamente importantes para a polinização de diversas espécies.
Himenópteros: características das estrelas polinizadoras
Apesar de serem menos representativos em número de espécies que os coleópteros, os himenópteros são reconhecidamente os maiores polinizadores da Terra.
O grupo é composto pelas formigas, vespas e abelhas, e eu sei que quando você leu o título desse post já veio logo à mente a figura desta última. Mas não se engane, pois todas aqui têm seu valor.
É claro que as abelhas são as que mais brilham quando o assunto é polinização. E não é para menos, uma vez que seu corpo é repleto de estruturas nas quais o pólen adere e é facilmente transportado. Isso porque, elas passam o dia voando de uma flor à outra. Some a isso o fato de se alimentarem exclusivamente de pólen e néctar, ou seja, seu destino é sempre uma flor e, assim, o sucesso da polinização é certo.
Elas preferem flores amarelas ou azuis e com cheiro mais adocicado.
Porém, as vespas também têm seu valor quando o assunto é polinização, sendo que algumas espécies se especializaram em polinizar apenas uma espécie de planta.
Até as formigas entram nessa.
Já as formigas são as de menor expressividade para a polinização, pois seu corpo liso e o fato de andarem e não poderem voar dificulta a adesão e o transporte do pólen. Elas também possuem glândulas denominadas metapleurais, que produzem uma secreção que é espalhada por seu tegumento e diminui a viabilidade do pólen aderido.
Além disso, por serem bichinhos destruidores de plantas, muitas delas criaram adaptações para repeli-las. Não dá pra julgar as coitadas!
Ameaças aos polinizadores e à manutenção da vida!
Que a contribuição dos insetos polinizadores à humanidade é gigante, não há dúvidas. Especialistas consideram a polinização um serviço ambiental, em reconhecimento às suas funções, inclusive econômicas.
Contudo, nos últimos anos a ação antrópica tem sido tão degradante que tem feito esses “trabalhadores” sofrerem demais, e muitos deles correm o risco de extinção.
Ameaças como a fragmentação de hábitats, as queimadas, as mudanças climáticas globais e o uso excessivo de agrotóxicos têm prejudicado tanto a locomoção entre ambientes quanto a sobrevivência de diversas espécies de insetos polinizadores. Estudos apontam que o desaparecimento das abelhas provocaria diversos impactos no ecossistema.
E você sabe dizer de que forma esses impactos prejudicam economicamente o ser humano? É simples: quanto mais escasso se torna o serviço de polinização, menos as culturas agrícolas prospera. Pois, como dissemos, boa parte das plantas depende da polinização realizada justamente pelos insetos, diminuindo, em consequência, a produção de frutos e sementes. Tal diminuição representa também sérios riscos à segurança alimentar da população humana.
Por fim, além dos danos econômicos, o desaparecimento de insetos polinizadores por ação antrópica também impacta diretamente os ecossistemas naturais, pois a polinização cruzada nesses ambientes se torna cada vez mais dificultada e, portanto, as espécies de plantas com flores passam a se reproduzir cada vez menos.
Agora que você já aprendeu um pouco sobre sobre insetos polinizadores, suas características e importância na sua vida, que tal conhecer que políticas públicas têm sido adotadas no sentido de promover a conservação de espécies que estão ameaçadas de extinção? Indico o site do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), onde está descrito o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores.
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