A IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) é uma organização ambiental desde 1964, e possui atuação no mundo todo. Ela mantém atualizada a “Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas”, na qual estão enumeradas as espécies que sofrem alguma ameaça e em que grau. Nesse sentido, essa avaliação se dá em cinco critérios:
- Se há redução da população;
- Se há restrição para distribuição geográfica;
- Se a população é pequena e sofre declínio;
- Se a população é muito pequena ou restrita;
- Se há probabilidade de extinção.
Afinal, qual é a importância da Lista Vermelha?
Atualmente, 166.000 espécies figuram a Lista Vermelha da IUCN, sendo que, dentre essas, mais de 46.300 estão em risco de extinção. Esses dados representam uma séria ameaça à biodiversidade mundial. Além disso, são de extrema importância para que tanto governos quanto organizações não governamentais possam direcionar seus esforços de conservação a espécies com maior risco.
No entanto, isso não quer dizer que, ao classificar uma espécie como extremamente ameaçada de extinção, todos os seus exemplares restantes deverão viver em uma redoma. Em alguns casos, sim, os envolvidos recorrem a zoológicos (no caso de animais) ou a bancos de sementes (no caso de plantas) como estratégia para proteger e reproduzir. Contudo, o ideal é conservar o habitat dessa espécie, para que ela possa se recompor e sair da “zona de risco”.
Para que isso ocorra, é fundamental que os tomadores de decisões escolham a melhor estratégia de preservação. Por essa razão, a lista ainda classifica o grau de ameaça em que a espécie se enquadra.
A seguir, vamos conhecer as categorias que compõem a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN e exemplos de espécies brasileiras que estão em cada uma delas.
Categorias da IUCN:
Dados Insuficientes (Data Deficient – DD)
As espécies nesta categoria podem ser bem conhecidas e cientificamente descritas. No entanto, os dados sobre sua distribuição e abundância ainda são insuficientes para afirmar se correm algum risco de extinção. Por exemplo, o Retrophyllum piresii (pinheiro-amazônico) é uma espécie que se encaixa nessa categoria.
Pouco Preocupante (Least Concern – LC)
Ao contrário da anterior, as espécies nesta categoria possuem dados robustos sobre sua abundância e distribuição. Contudo, elas ainda não estão em risco de extinção, embora estejam “no radar” de monitoramento. Um exemplo disso é a Euterpe edulis (palmito-juçara), que pertence a esta categoria.
Quase Ameaçada (Near Threatened – NT)
Esta categoria lista as espécies que, embora ainda não atendam aos critérios para graus de ameaça de extinção, estão muito próximas disso. Além disso, projeções indicam que, sem esforços de conservação, elas podem mudar de categoria no futuro. Uma espécie que se enquadra nessa categoria é a Panthera onca (onça-pintada).
Vulnerável (Vulnerable – VU)
Se uma espécie atender a qualquer um dos cinco critérios anteriores para vulnerabilidade, ela está nesta categoria. A partir daí, um alerta para o risco de extinção na natureza é acionado. Por exemplo, o Carcharhinus leucas (tubarão-cabeça-chata) se enquadra como vulnerável.
Ameaçado (Endangered – EN)
Para ser considerada ameaçada, a espécie deve atender a qualquer um dos cinco critérios aplicáveis. Isso significa que ela possui um alto risco de extinção na natureza. Um exemplo notável é o Leontopithecus rosalia (mico-leão-dourado). Curiosamente, entre 1996 e 2002, ele estava criticamente ameaçado (CR), mas houve um reenquadramento como ameaçado (EN) em 2003. Apesar disso, sua população está diminuindo, o que pode levar a classificação em outra categoria.
Criticamente Ameaçado (Critically Endangered – CR)
Nesta categoria estão as espécies que enfrentam um risco extremo de extinção na natureza se medidas de conservação não forem tomadas. Um exemplo famoso no Brasil é a Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná), que atualmente se encontra criticamente ameaçada.
Extinta na Natureza (Extinct in the Wild – EW)
Uma espécie é extinta na natureza quando, após diversas tentativas, nenhum exemplar está em ambientes naturais. Neste caso, a espécie existe apenas em bancos de sementes, zoológicos ou jardins botânicos. Quando se fala em esforços de conservação, a espécie mais clássica para estudar por estar nesta categoria é o Mitu mitu (mutum-do-nordeste).
Extinta (Extinct – EX)
Para ser extinta, a espécie precisa estar extinta na natureza, e o último indivíduo em cativeiro deve ter morrido. Infelizmente, neste ponto, não há retorno. Um exemplo brasileiro é o Noronhomys vespucci (rato-de-noronha), que está oficialmente extinto.
Mas nem tudo está perdido! Diversas organizações ao redor do mundo realizam esforços incansáveis para evitar que as espécies da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN atinjam a extinção. Se quiser saber mais, explore as iniciativas da ALPZA, da Sociedade de Zoológicos de Londres e da Conservation International, que lideram ações globais de conservação.
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