Materialidade ganhou visibilidade e força como um elemento do Relatório de Sustentabilidade. Esse elaborado a partir das diretrizes da Global Report Initiative (GRI), com o objetivo de “melhorar a qualidade, o rigor e a aplicabilidade dos relatórios de sustentabilidade” das organizações.
Depois disso, ela passou a se popularizar entre as organizações que se preocupam com as pautas de sustentabilidade. Assim, visam se destacar estrategicamente no mercado a partir dessas questões relacionadas aos princípios de ESG, sigla que vem do inglês Environmental (Ambiental), Social (Social) and corporate Governance (Governança).
Questões materiais e sustentabilidade
Matriz de Materialidade é um recurso utilizado para definir e propagar os principais temas que vão ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos dentro do mercado. Essa matriz permitirá analisar cada um desses temas relevantes buscando ações que possam minimizar custos e melhorar a participação da organização no cenário mercadológico. Com a matriz, visualiza-se melhor o potencial “campo” de problemas, ou, mesmo que não sejam problemas, os pontos de destaque que demandam priorização, investimento, engajamento e ação.
A Matriz de Materialidade tem, portanto, papel fundamental para a sustentabilidade das empresas. Ela permite que riscos sejam evitados dentro das organizações, já que busca trazer previsibilidade para o futuro do negócio, seguindo os critérios ambientais, sociais e de governança. O mapeamento e estruturação desta matriz permite que a empresa passe a planejar ordenadamente suas iniciativas práticas, para que a sustentabilidade não se torne apenas um conceito etéreo na vida da organização.
Diferença entre Matriz de Materialidade e Matriz de Risco
Como a Matriz de Materialidade ainda é uma metodologia recente, alguns ainda a confundem com a Matriz de Risco. Na prática, a diferença principal é que a matriz de risco é uma ferramenta que permite visualizar e selecionar quais são os riscos que devem ter prioridade de tratamento em uma organização, ou seja, é uma avaliação dos riscos a serem tratados de forma hierarquizada, ela trata de hipóteses de materialização de problemas e previsões de controles, não de temas.
Processo de Materialidade
Não há uma maneira única de conduzir uma avaliação de materialidade. Muitas empresas contam com consultores externos para auxiliá-las, enquanto outras empresas, com equipes de sustentabilidade mais robustas, gerenciam elas mesmas o processo. O uso de um consultor externo às vezes pode adicionar credibilidade ao processo e garantir que a empresa não esteja simplesmente listando suas questões bem gerenciadas como as mais relevantes.
A contratação de consultores externos também pode ajudar na coleta de feedback das partes interessadas, pois algumas delas podem ter receio de falar diretamente com a empresa, principalmente sobre tópicos controversos.
Geralmente, o processo para conduzir uma avaliação de materialidade inclui as seguintes etapas:
- Identifique os principais problemas, categorize os grupos de partes interessadas relevantes e os impulsionadores de negócios
- Coletar dados de stakeholders internos e externos
- Mapeie e priorize os problemas
- Alinhar as questões com a gestão e a visão do negócio
- Desenvolva a estratégia
Referências:
- https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/SAMPJ-01-2021-0009/full/html
- https://www.shionogi.com/global/en/sustainability/environment/materiality.html
- https://www.nestle.com/sustainability/responsible-business/materiality
- https://www.stern.nyu.edu/sites/default/files/assets/documents/NYUSternCSBSustainabilityMateriality_2019_0.pdf