=Muitas são as formas de explorar os seres vivos e as partes que os compõem. Contudo, algumas estruturas são tão pequenas que não conseguimos observar a olho nu. Para solucionar esse problema e poder continuar desvendando os seres vivos no nível celular, o ser humano desenvolveu o microscópio óptico. Ele funciona como uma lente de aumento muito potente, permitindo a visualização de estruturas de aproximadamente 1 µm. Além disso, dentre outros aspectos, precisa de luz para transmitir a imagem, motivo de sua denominação.
O grande trunfo para que permita que coisas tão pequenas se tornem visíveis está no fato de aumentar o limite de resolução. Trata-se do quão pequena a distância entre dois pontos de um objeto pode ser enxergada pelo olho humano como dois pontos de fato, não como apenas um.
Sabe quando a vista embaralha e junta tudo numa coisa só? Então. O que o microscópio faz é aumentar o limite de resolução, ou seja, além de servir como lente de aumento, ainda permite que a gente enxergue detalhes. Show de bola!
A luz no microscópio óptico
Antes de tudo, o microscópio óptico é o mais comumente utilizado, seja em pequenos laboratórios, como os estudantis, quanto os de pesquisas médicas e diagnósticos. Isso porque é o mais barato e cumpre com o papel de permitir a visualização de grande diversidade de células, tecidos e estruturas.
Cientistas classificam esse microscópio como de campo claro, pois forma uma imagem escura da amostra e seu entorno é claro ou transparente. Utiliza-se de luz visível para a formação das imagens, tanto a que sofre difração ao passar pela amostra quanto a que não sofre. Além disso, a amostra transmite a luz diretamente, deixando-a passar por ela.
As células ou estruturas observadas devem ser translúcidas, para que a luz as atravesse. No caso de amostras mais opacas, é necessário realizar um corte muito fino, ao micrótomo, para permitir a visualização.
Preparação de amostras para visualização
Apesar da simplicidade de visualização de amostras ao microscópio óptico, algumas delas exigem uma preparação prévia. Além disso, assim como há casos que envolve o corte para tornar a amostra mais translúcida, há casos em que a amostra necessita ser corada.
Isso ocorre geralmente: quando a estrutura a ser observada é transparente e não seria observada sem tal tratamento; quando se quer diferenciar diferentes tipos de células no mesmo tecido; para a identificação de alguma espécie (de bactéria, por exemplo).
Antes de ser corada, a lâmina contendo a amostra deve ser fixada, o que funciona como se fosse um congelamento da mesma. A fixação pode ocorrer tanto pelo uso do calor como de compostos químicos. Tudo vai depender da amostra coletada e do que se pretende ver.
Após a fixação, então, podem ser aplicados os mais diversos corantes que, assim como a técnica empregada para fixar a lâmina, são selecionados de acordo com a amostra. Dentre os corantes mais comumente utilizados estão: azul de metileno, carbolfucsina, cristal violeta, safranina e iodo.
O microscópio e as partes que o compõem
Podemos dividir o microscópio óptico de acordo com os seus componentes, sendo os mecânicos e os ópticos.
Dentre os mecânicos tem-se: base, braço ou coluna, parafusos macro e micrométrico, mesa ou platina, charriot, revólver ou tambor e tubo ou canhão. Já os componentes ópticos são: as lentes ocular(es) e objetivas, o condensador ou diafragma e a fonte de luz.
A seguir, vamos explorar as partes que compõem o microscópio óptico e de que forma elas, juntas, conseguem deixar algo tão pequeno visível e explorável.
Componentes mecânicos que compõem o microscópio óptico
Vamos agora entender qual o papel de cada componente mecânico no microscópio óptico? Veja que ao lado de cada título há um numeral, que é a legenda da figura no final do texto.
- Base: como o próprio nome diz, é a base do microscópio. É feita de materiais pesados, para dar mais estabilidade ao microscópio ao manuseá-lo;
- Braço ou coluna: é o “corpo” do microscópio, em que se inserem o tubo ou canhão, os parafusos macro e micrométrico, a mesa e o condensador. Assim como a base, também é feito de material pesado;
- Parafusos macro e micrométrico: botões localizados na lateral do microscópio óptico, são os responsáveis por focar a imagem transmitida. O parafuso macrométrico, quando girado, focaliza de forma mais grosseira, enquanto que o micrométrico é mais acurado;
- Mesa ou platina: é a base onde é apoiada a lâmina com o material a ser observado. Ela possui uma abertura central, que fica sob a lâmina, por onde passa a luz irradiada pela fonte de luz;
- Charriot: é afixada à mesa e serve para movimentá-la, de forma a procurar o ponto de interesse de observação da lâmina;
- Revólver ou tambor: é o local em que ficam as lentes objetivas. E você reparou no nome? Cientista agora pensa que é bang-bang? Na verdade, esse nome até que faz sentido, quando se pensa em seu funcionamento. Assim como o tambor de um revólver, ele gira para a seleção da lente objetiva a ser usada;
- Tubo ou canhão: e lá vem o cientista-armamentista de novo! Na verdade, essa porção do microscópio óptico se refere ao local em que está(ão) inserida(s) a(s) lente(s) ocular(es).
Componentes ópticos que compõem o microscópio óptico
Agora, trataremos dos componentes ópticos, que dão o nome ao microscópio.
- Lente(s) ocular(es): trata-se da lente na qual devemos olhar para visualizar o objeto de estudo ao microscópio. Ela amplia a imagem em 10x. Dependendo do modelo do microscópio óptico, ela pode ser única ou podem ser duas, para encaixar em ambos os olhos. Neste último caso, elas ainda permitem ajustar a distância entre os dois olhos, para melhor e mais confortável visualização;
- Lentes objetivas: são as lentes que irão focalizar a lâmina, estando inseridas no revólver ou tambor. São quatro, sendo que normalmente ampliam a imagem em 10x, 40x, 50x e 100x. Para melhor visualização à lente de 100x, é necessário pingar óleo de imersão previamente na lâmina, que “captura” os feixes de luz que se perderiam por aí;
- Condensador ou diafragma: ele fica abaixo da mesa e sua função principal é a de controlar a intensidade de luz que passará pela lâmina e atingirá as objetivas. Quanto maior o aumento proporcionado pela lente, mais “aberto” ele deve estar, melhorando, assim, a visualização;
- Fonte de luz: por fim, a estrela do microscópio óptico – A LUZ! Trata-se de uma lâmpada que fica inserida na base do aparelho, abaixo do condensador. Ela fica protegida por lentes, que direcionam os feixes emitidos. Os feixes de luz formam a imagem na lente ocular depois de passar pela lâmina com o objeto de estudo e pelas lentes objetivas.
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