Resíduos da Construção Civil: Uma Gestão Sustentável

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resíduos da construção civil

Olá, gurunauta! Preparado para falar sobre os resíduos da construção civil? Vamos lá! Você já ouviu falar sobre gestão sustentável? Espero que sim! Mas como essa gestão de resíduos pode ser aplicada na construção civil? É exatamente isso que vamos explorar hoje.

Primeiramente, sabemos que a indústria da construção civil é uma das maiores responsáveis pela geração de resíduos no mundo. Ela contribui significativamente para o volume de materiais descartados em aterros sanitários, representando uma parcela considerável desse problema.

Nesse sentido, existem várias estimativas que mostram que as atividades de construção e demolição correspondem a mais ou menos 40% do total de resíduos sólidos gerados no mundo (sim, isso mesmo que você leu, 40%). Esses resíduos incluem concreto, madeira, metais, vidro, plásticos e outros detritos. O grande volume e a natureza diversa desses resíduos representam desafios gigantescos para o descarte e um gerenciamento eficaz.

Resíduos de Construções: Os impactos ambientais

Os impactos ambientais dos resíduos de construção podem ser muito grandes caso não haja o correto gerenciamento, uma vez que esses podem levar à contaminação do solo e da água, poluição do ar e destruição de habitats. Além disso, a extração e o processamento de novos materiais de construção consomem recursos naturais e energia, agravando ainda mais a degradação ambiental. Economicamente, a má gestão de resíduos nesse tipo de indústria pode levar ao aumento de custos de descarte, multas por não conformidade com regulamentações e oportunidades perdidas de recuperação e reutilização de materiais.

Assim, práticas eficazes de gestão de resíduos podem mitigar esses custos, reduzindo os resíduos gerados, promovendo a reutilização e reciclagem de materiais e garantindo a conformidade com as regulamentações ambientais. Portanto, há uma necessidade urgente de que a indústria da construção adote práticas de gestão de resíduos mais sustentáveis para minimizar sua pegada ambiental e aumentar a eficiência econômica.

Tipos e fontes de resíduos de construção 

Como acabamos de ver, os resíduos de construção abrangem vários materiais, cada um com características e impactos ambientais distintos. Portanto, entender a classificação dos resíduos de construção é extremamente importante para desenvolver estratégias eficazes de gestão e gerenciamento.

Normalmente, categorizamos os resíduos de construção em diferentes tipos, como concreto, madeira, metais, plásticos, vidros, materiais de isolamento, gesso e asfalto.

Nesse sentido, os resíduos de concreto são os mais abundantes em resíduos de construção, resultantes de atividades de demolição, construção e renovação. Incluem lajes quebradas, tijolos e outros materiais à base de cimento. Já os resíduos de madeira surgem de várias atividades de construção, incluindo armação, piso e acabamento. Esta categoria inclui madeira não tratada, compensado, aglomerado e outros produtos de madeira.

A construção e a demolição geram resíduos metálicos, como aço, alumínio, cobre e ferro. Esses materiais vêm principalmente de elementos estruturais, fiação e encanamento. Já os resíduos plásticos incluem materiais como tubos de PVC, isolamento, embalagens e folhas de plástico, amplamente utilizados na construção para tubulação, isolamento e coberturas de proteção.

Os resíduos de vidro, por sua vez, surgem de janelas, portas e outros materiais de envidraçamento, geralmente durante reformas e demolições. Resíduos de isolamento incluem materiais como fibra de vidro, espuma expansiva e lã, enquanto os de gesso vêm de drywall, gesso e outros produtos de parede. Por fim, resíduos de asfalto provêm da construção de estradas, telhados (especialmente para impermeabilização) e outras aplicações que utilizam esse material.

E de onde vem os resíduos de construção?

Primeiramente, os diversos resíduos de construção surgem em diferentes estágios do processo, e cada etapa contribui para o volume total de resíduos. As principais fontes incluem demolição, renovação, novas construções, preparação do local e o próprio processo de construção.

Na demolição, a remoção de edifícios gera grandes volumes de resíduos, como concreto, metais, madeira e vidro. Resíduos de concreto, por exemplo, contribuem para o esgotamento dos recursos naturais caso não gerenciem corretamente. Além disso, ao serem descartados em aterros sanitários, aumentam as emissões de gases de efeito estufa.

Madeira:

Assim, resíduos de demolição geralmente incluem materiais difíceis de separar e reciclar. Nos projetos de renovação, geram-se resíduos da remoção e substituição de componentes de construção. Isso pode incluir acessórios antigos, pisos, drywall e outros materiais que não são mais necessários.

As novas atividades de construção produzem resíduos, embora normalmente em volumes menores do que demolição e renovação. Resíduos de novas construções incluem sobras de madeira e metal, materiais de embalagem e materiais de construção excedentes. Porém, antes do início da construção, atividades de preparação do local, como limpeza de vegetação, escavação e nivelamento, podem gerar resíduos, incluindo solo, vegetação e rocha. Por fim, o processo de construção gera resíduos provenientes da instalação de materiais, incluindo sobras, embalagens e materiais danificados.

Impacto de diferentes tipos de resíduos

Os impactos ambientais e de saúde dos resíduos de construção variam dependendo do tipo de material, o que evidencia a importância de um gerenciamento eficaz baseado na compreensão desses impactos. Resíduos de concreto contribuem para o esgotamento de recursos naturais quando gerenciados de forma inadequada. Além disso, seu descarte em aterros sanitários intensifica as emissões de gases de efeito estufa.

Madeira:

A sua decomposição em aterros pode produzir metano, agravando o efeito estufa, enquanto resíduos tratados podem liberar produtos químicos nocivos. Contudo, práticas de reutilização e reciclagem podem minimizar esses impactos negativos.

Materiais Metálicos:

Os metálicos destacam-se pelo alto potencial de reciclagem, o que reduz significativamente seu impacto ambiental ao conservar recursos naturais e energia. Em contrapartida, os resíduos plásticos representam uma grave ameaça devido ao seu longo período de degradação e potencial para a formação de microplásticos, além de liberarem substâncias tóxicas na atmosfera durante a incineração, o que compromete a qualidade do ar. 

Vidro:

Em relação aos resíduos de vidro, por sua vez, não são biodegradáveis, ocupando espaço indefinidamente em aterros sanitários. No entanto, sua reciclagem apresenta vantagens significativas, como a possibilidade de reprocessamento infinito, preservando matérias-primas e reduzindo o consumo energético na produção de vidro.

Materiais de Isolamento:

Os materiais de isolamento, como aqueles que contêm amianto, apresentam riscos consideráveis à saúde e ao meio ambiente, exigindo descarte e reciclagem adequados. Da mesma forma, resíduos de gesso podem gerar gás sulfídrico em aterros sanitários, um subproduto altamente nocivo tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. 

Asfalto:

Por fim, resíduos de asfalto possuem potencial de reciclagem em novos produtos, o que reduz a necessidade de extração de novas matérias-primas e os impactos ambientais associados. No entanto, o descarte inadequado desse material pode ocasionar a contaminação do solo e da água, ressaltando a necessidade de práticas responsáveis e sustentáveis no gerenciamento desses resíduos.

Prevenção e Minimização de Resíduos

Primeiramente, a gestão eficaz de resíduos na indústria da construção começa utilizando estratégias que se concentram na redução da geração de resíduos na fonte, que é a maneira mais eficiente de gerenciar resíduos. Assim, ao abordar os resíduos em sua origem, a indústria pode diminuir significativamente o volume de materiais que devem ser gerenciados, reciclados ou descartados.

Uma das principais estratégias para reduzir a geração de resíduos é o design e o planejamento. Arquitetos e engenheiros desempenham um papel crucial neste processo ao projetar edifícios com a minimização de resíduos. Claro, não só pode como irá incluir a especificação de dimensões padrão para materiais para reduzir sobras, usar componentes pré-fabricados e minimizar o desperdício no local.

Além disso, projetar edifícios para desconstrução, permitindo que sejam facilmente desmontados, facilita a reutilização e a reciclagem de materiais ao final de sua vida útil. Embora essa prática ainda seja pouco aplicada na construção habitacional no Brasil, ela apresenta boas perspectivas para indústrias e galpões de armazenamento.

Just-In-Time

Outra estratégia eficaz é a implementação de sistemas de entrega Just-In-Time. Com essa abordagem, em que os materiais são entregues ao canteiro de obras apenas quando necessário, a indústria pode reduzir a probabilidade de danos materiais e desperdício devido ao armazenamento prolongado (principalmente com “perecíveis”, como sacos de cimento e gesso que se perdem com umidade). Além disso, o gerenciamento adequado do inventário vai evitar pedidos excessivos de materiais, uma fonte comum de desperdício.

Não podemos esquecer que a educação e o treinamento de trabalhadores e gerentes (PEAT) são essenciais na prevenção de desperdício. Afinal, isso até virou uma “piada de pedreiro”, mas, na prática, ao final do expediente, muitos trabalhadores descartam o concreto e a massa já preparados para agilizar a saída. Promover uma cultura de conscientização sobre o desperdício e oferecer treinamento nas melhores práticas para reduzi-lo permite que a indústria da construção implemente estratégias eficazes de minimização diretamente no canteiro de obras.

Práticas de Reutilização e Reciclagem

Reutilizar e reciclar materiais é essencial para gerenciar resíduos de forma eficaz e evitar desperdícios. A reutilização dá novos propósitos a materiais que seriam descartados, enquanto a reciclagem os transforma em novos produtos.

Entre as técnicas de reutilização, destacam-se a desconstrução e o salvamento, que desmontam edifícios cuidadosamente para preservar materiais reaproveitáveis. Tijolos, telhas, madeira e acessórios recuperados passam por limpeza, reforma e reaplicação em novos projetos de construção. Essas práticas diminuem a necessidade de novos materiais e previnem o descarte de resíduos em aterros sanitários.

A reciclagem também desempenha um papel crucial. Materiais como metais, concreto e asfalto podem ser reciclados em novos produtos. Avanços tecnológicos viabilizaram processos inovadores para reciclar resíduos de construção, transformando-os em materiais sustentáveis.

Por exemplo, plástico reciclado pode se transformar em materiais compostos para decks e revestimentos, enquanto vidro reciclado pode ser utilizado em bancadas e azulejos. Essas inovações reduzem o desperdício e incentivam o uso de materiais sustentáveis na construção civil.

Por fim, adotar tecnologias emergentes e promover a inovação é fundamental. A indústria da construção deve explorar e investir em soluções que melhorem a eficiência na gestão de resíduos. Incentivar pesquisas e o desenvolvimento de métodos de reciclagem e materiais sustentáveis pode reduzir ainda mais o desperdício e avançar os princípios da economia circular.

E então? Gostou? Nos vemos na próxima!

 

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