Resistência Antimicrobiana: Por que Você Precisa se Preocupar?

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Resistência Antimicrobiana

Que com os avanços da medicina diversos medicamentos surgiram para melhorar a qualidade de vida das pessoas, isso você já sabia. Porém, você também fazia ideia de que daqui um tempo estes mesmos remédios vão parar de oferecer os efeitos desejados? Pois é, e você precisa se preocupar! Hoje eu vou te contar a respeito da resistência antimicrobiana, um assunto polêmico e um tanto quanto preocupante. Mas calma, não se assuste. Vou te mostrar como podemos evitar este fenômeno. Então, vamos nessa!

A resistência antimicrobiana é um dos maiores desafios da saúde pública global, e se caracteriza pela capacidade de microrganismos (bactérias, vírus, fungos e parasitas) resistirem à ação de antimicrobianos, sobretudo, àqueles que demonstravam resultado significativo anteriormente. Este fato ocorre, em grande parte, devido ao uso indiscriminado e inadequado desses medicamentos, o que acaba promovendo a seleção de cepas mais resistentes. Além disso, o tratamento de diversas afecções se torna um desafio, aumentando a chance de intercorrência e insucessos.

Classes de Antimicrobianos e os Mais Utilizados no Mundo  

Os antimicrobianos podem ser classificados em diferentes grupos de acordo com seu mecanismo de ação. Por exemplo, dentre as classes, podemos citar: antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários. No caso específico da categoria dos antibióticos, destacam-se os β-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas), macrolídeos, tetraciclinas e quinolonas. De modo geral, esses medicamentos atual contra bactérias, onde atuam no controle da multiplicação das mesmas. Os β-lactâmicos, especialmente, são amplamente utilizados no tratamento de infecções respiratórias, urinárias e cutâneas, sendo os mais prescritos mundialmente.

Por essa razão, a comercialização destes medicamentos se tornou cada vez mais difundida e aceita. Além disso, os antivirais (como o oseltamivir, contra a gripe) e os antirretrovirais (para HIV), se demonstraram indispensáveis para a manutenção da qualidade de vida de diversos pacientes. Em contrapartida, o uso de maneira equivocada pelos pacientes e a prescrição indevida por profissionais da área da saúde, também contribuíram para a criação de superbactérias e ameaças à saúde pública.

Exemplos de Bactérias Resistentes:  Superbactérias.

As bactérias resistentes são uma preocupação da sociedade científica desde meados do século XX. Exemplos notórios incluem o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e a Escherichia coli produtora de β-lactamase de espectro estendido (ESBL). Algumas cepas são especialmente problemáticas em ambientes hospitalares, onde podem causar infecções graves em potencial, principalmente em pacientes vulneráveis.  Outro exemplo é o Mycobacterium tuberculosis (agente da tuberculose), que se demonstra sempre resistente à diversas drogas. 

Bactérias como a Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa são conhecidas por alto contágio e por causarem grande morbidade nos seus hospedeiros. Portanto, devido à grande capacidade mutagênica que possuem, estas bactérias geralmente são combatidas com os chamados carbapenêmicos, considerados a última linha de escolha para a defesa.  Além disso, essas bactérias não se limitam a causar doenças graves nos seres humanos; elas possuem a habilidade de infectar também os animais. Como consequência, coloca a vida de outros profissionais da saúde em risco, ampliando ainda mais os desafios no controle dessas infecções.

Progressão da Resistência Antimicrobiana e Ações Governamentais  

A progressão da resistência antimicrobiana segue um padrão alarmante, agravado pela globalização, grande fluxo migratório, comércio e práticas inadequadas de controle de doenças. Muitos países, com apoio de órgãos governamentais, sobretudo, da Organização Mundial da Saúde (OMS), vêm implementando planos de ação para enfrentar essa crise. Tais planos incluem a vigilância epidemiológica eficaz, restrições no uso de antimicrobianos na agricultura e pecuária e o controle das prescrições de medicamentos.

Outro fator determinante para o enfrentamento deste problema, é sem dúvida, a disseminação da informação. Investir em planos e ações de educação pública resultam num resultado mais sólido e assertivo, o que garante o uso adequado dos medicamentos. Além disso, é papel da comunidade se ater às questões que se dizem a respeito da saúde coletiva. 

Importância da Cultura e Antibiograma

Como podemos evitar o uso inadequado desses medicamentos, então? A resposta é simples: Cultura microbiológica e antibiograma. Esse exame é capaz de identificar o agente infeccioso presente na infecção e nos aponta (por meio do antibiograma) quais antimicrobianos são mais eficazes no tratamento. Desse modo, conseguimos garantir que a escolha terapêutica seja baseada em dados concretos, o que evita o uso desnecessário ou inadequado destes remédios. Isso é uma maravilha, não é?

Infelizmente, em alguns casos, os médicos optam por iniciar o tratamento antes dos exames complementares. Este fato pode ser relevado em casos onde a infecção se encontra muito grave ou aguda, exigindo uma ação mais imediata do profissional. No geral, o auxílio de exames laboratoriais se faz indispensável para escolhermos o melhor caminho para cada paciente. Esta medida pode funcionar, por exemplo, em infecções recorrentes, onde o problema obtém solução e depois reaparece, demonstrando que a droga oferecida não está surtindo o efeito esperado.

Medidas no Combate à Resistência Antimicrobiana

A implementação de medidas profiláticas é uma estratégia-chave para conter a resistência antimicrobiana. Práticas como a higienização rigorosa das mãos, o uso adequado de EPIs, esterilização de ambientes com altas cargas microbianas, entre outros, ajudam a reduzir a multiplicação excessiva destes agentes infecciosos, e consequentemente, as mutações. A vacinação também desempenha um papel importante na incidência de infecções bacterianas e virais que poderiam requerer tratamento, e por fim, do uso destes fármacos.

Viu só como é fácil contribuir para o bem-estar de todos? Você pode fazer a diferença através de algumas ações. Contamos sempre com você.

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