Os recém-nascidos são mais suscetíveis doenças infecciosas por não haver um sistema imunológico maduro. Desse modo, poderá haver a sepse neonatal, uma das principais causas de morte desses pacientes. Portanto, conheça essa patologia e saiba mais!
O que é a Sepse Neonatal?
Em resumo, a sepse é uma infecção sistêmica. Então, a Sepse Neonatal (SNN) é uma infecção sistêmica que ocorre no recém-nascido, mais precisamente, durante os primeiros 28 dias de vida.
Ainda, a SNN pode receber duas classificações:
- precoce (SNNP): ocorre nas primeiras 48 horas de vida;
- tardia (SNNT): acomete recém-nascidos após as primeiras 48 horas do nascimento.
Riscos
De modo geral, existem três riscos de destaques para a infecção neonatal. Logo, suas causas podem ser de origem intrauterina, intraparto e infecções pós-natal. Caso exista mais de um fator, há uma taxa de risco de 15% a mais de sepse.
Fatores Intrauterinos
Podemos listar os fatores de risco intrauterinos em:
- Desnutrição materna e fetal, estando ligada a:
- Febre materna
- Ruptura prematura de membranas amnióticas (>18h)
- Ausência ou pré-natal incompleto
- membranas íntegras maternas submetidas a cerclagem ou amniocentese
- Mães portadoras de EGB sem profilaxia ou com profilaxia incompleta
- Corioamnionite
- Taquicardia materna (>100 bpm)
- Taquicardia fetal (>160 movimentos/minuto)
- Infecção urinária materna
Fatores Intrapartos
- Parto prolongado
- Líquido amniótico fétido
Fatores Neonatais
- Sexo feminino
- Índice de apgar baixo
- Prematuridade, principalmente se associada a muito baixo peso ou extremo baixo peso
- Líquido amniótico meconial
- Mãe colonizada com EGB não tratada intraparto
- RN que teve necessidade de reanimação
Mas quais são as manifestações clínicas da sepse neonatal?
Em suma, o quadro clínico é diferente para cada recém-nascido. Desse modo, cada um poderá manifestar os sintomas de uma forma.
Primeiramente, pode haver mudanças de temperatura, estase gástrica, taquipneia e apneia. Além disso, também poderá haver:
- hipoatividade
- vômitos
- queda da saturação
- hipotensão
- má perfusão
- hipotonia.
Destaca-se que nos quadros de sepse neonatal tardia, também há abaulamento da fontanela e convulsões, assim como meningite.
Portanto, os pacientes podem apresentar-se como oligo ou assintomáticos. Assim, para casos de recém-nascidos assintomáticos, é necessário realizar a avaliação da hemocultura, como hemograma e proteína C reativa.
Quais exames para identificar a sepse neonatal?
Falando de exames para identificar a doença, podemos estabelecer, em resumo, os principais exames complementares:
- Hemograma
- Proteína C reativa
- Radiografia de tórax
- Urinocultura
- Procalcitonina
- Hemocultura
- Punção lombar
- Reação em cadeia de polimerase (PCR)
Ainda mais: pode ser utilizado a ferramenta de Escore hematológico de Rodwell para ajudar nos exames complementares e diagnóstico.
Portanto, esse escore utiliza o hemograma para precisar o diagnóstico de sepse neonatal, onde:
- ≥ 3 pontos têm sensibilidade de 96% e especificidade de 78%.
- O escore considera pontua cada um dos seguintes:
- Leucopenia ou neutrofilia;
- Elevação de neutrófilos imaturos;
- Índice neutrofílico aumentado;
- Razão neutrófilos imaturos/neutrófilos segmentados superior a 0,3;
- Plaquetopenia ≤ 150.000.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é adquirido a partir do isolamento de um microrganismo na hemocultura. Todavia, o resultado leva alguns dias e 10% dos resultados são falsos negativos. Portanto, é essencial a avaliação clínica e laboratorial com exames complementares.
Também, um diagnóstico de sepse permite que o médico comece a terapia antimicrobiana, conforme os fatores de risco maternos e neonatais, nas manifestações clínicas e nos exames laboratoriais sugestivos de sepse.
Desse modo, o tratamento inicial é feito a partir do suporte clínico. Então, utilza-se o monitoramento dos sinais vitais. Se houver choque séptico, os recém-nascidos recebem expansão volêmica com solução cristaloide, de soro fisiológico 0,9% na dose de 10 a 20mL/kg de peso, em 30 minutos. Ainda mais, medicamentos vasoativas (dopamina, dobutamina e adrenalina) podem ser aplicados na refratariedade à reposição volêmica.