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Estudos Gerais08/12/2024

faça um resumo desse texto As plantas medicinais têm seu us...

faça um resumo desse texto

As plantas medicinais têm seu uso descrito por praticamente todos os povos desde os tempos mais remotos. A partir dos conhecimentos tradicionais do uso das plantas medicinais na busca da solução de algum mal-estar ou a cura de alguma doença, surgiram interesses comerciais e científicos. Entre o uso primitivo e mágico das plantas pelos curandeiros até o conhecimento atual, existem diferenças difíceis de serem mensuradas. Entretanto, a partir do momento em que as plantas passaram a ser utilizadas fora do seu contexto original, tornou-se necessária a avaliação de sua eficácia e segurança. O surgimento do conceito de "natural", em muito contribuiu para o aumento do uso das plantas medicinais nas últimas décadas. Para muitas pessoas esse conceito significa a "ausência de produtos químicos", que são aqueles que podem causar algum dano ou, de outra forma, representam perigo. Assim, produtos naturais passaram a ser sinônimo de produtos saudáveis, seguros e benéficos. Esse conceito é extremamente equivocado, já que as plantas foram e são as fornecedoras dos grandes venenos da história da humanidade e o conhecimento da potencial toxicidade remonta à antigüidade. Sócrates, por exemplo, foi condenado à morte através da ingestão de cicuta, os índios americanos usavam o curare e a estricnina já fez parte de romances policiais envolvendo assassinatos. Muitas plantas contêm substâncias capazes de exercer ação tóxica sobre organismos vivos. Segundo algumas teorias, essas substâncias seriam formadas com a função de defender a espécie de seus predadores. Por isso, não é de surpreender que muitas plantas acumulem substâncias de elevada toxicidade, como os glicosídeos cianogênicos, presentes na mandioca- brava, proteínas tóxicas como a ricina, presente na mamona, muitos alcalóides como a coniina, presente na cicuta e a estricnina, presente na noz-vômica. É de se ressaltar que muitas plantas são completamente desconhecidas quanto ao potencial de causar intoxicações. Exemplifica essa questao o relato (Registro junto ao Centro de Informações Toxicológicas do Estado de Santa Catarina, outubro de 1997) da morte de uma criança de três anos de idade, atribuída à ingestão de sementes de Hennecartia omphalandra Poisson (pimenteira-do-mato), planta nativa na região sul do Brasil, para a qual não havia registro escrito sobre toxicidade. Algumas plantas são fontes freqüentes de intoxicação, destacando-se em nosso meio, comigo-ninguém-pode, coroa-de-cristo, pinhão-de-purga ou pinhão-paraguaio, aroeira-brava, mamona e cartucheira, entre outras (Schenkel et al., 2000). Além do vegetal em si, são necessários outros parâmetros para a segurança do uso de plantas medicinais. As condições de coleta e armazenamento são pontos críticos. Por exemplo, plantas colhidas na beira de estradas movimentadas podem estar contaminadas com produtos Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (1) (2001) 21-35 ISSN: 0102-695X 22 Revista Brasileira de Farmacognosia 1 (2001) derivados do tráfego de automóveis. Da mesma forma, plantas medicinais coletadas próximo a lavouras, onde são utilizados defensivos agrícolas ou próximo a depósitos ou emissão de resíduos industriais, são potencialmente contaminadas por esses produtos. A secagem das plantas, quando necessária, deveria ser feita ao abrigo da luz, o que nem sempre ocorre. O armazenamento das plantas deveria ser feito em lugar seco e ventilado de modo a não favorecer o desenvolvimento de fungos e/ou bactérias. Assim, efeitos adversos • advindos da utilização de plantas podem ter origem em circunstâncias relacionadas com o processamento e/ou armazenamento. • Outros fatores importantes na composição de plantas são as variações de tempo e lugar. Ela é fortemente influenciada por variações climáticas e de composição do solo. Como elemento de comparação, pode-se citar as uvas utilizadas no fabrico de vinhos, cuja qualidade depende da origem da matéria-prima e do processamento. Nesse caso, são facilmente identificados vinhos de determinada origem e de determinada satra, que possuem características especialmente diferenciadas. De forma semelhante, a toxicidade de plantas medicinais pode apresentar variações significativas, relacionadas com fatores como a região e época de coleta, processamento do material, forma de armazenamento e embalagens utilizadas. Não obstante essa variabilidade possível, para um número significativo de plantas, existem dados acumulados sobre toxicidade, principalmente através de relatos de casos na literatura e em Centros de Informações Toxicológicas, ou através de estudos em animais. Neste último caso, além da variabilidade dos vegetais e das condições de coleta e armazenamento somam-se as dificuldades de transposição de resultados dos estudos em animais para seres humanos. Pelas razões apontadas acima, para as plantas medicinais e seus produtos (chás, garrafadas, tinturas), não é possível assegurar a reprodutibilidade dos efeitos, tanto aqueles desejados, quanto os indesejados. Da mesma forma, não existe segurança quanto à qualidade dos produtos, podendo ocorrer identificação equivocada da planta, adulterações intencionais ou acidentais e outras contaminações. A identificação das plantas medicinais é outro ponto crítico. Os nomes populares, algumas vezes, apontam para espécies bastante diversas. Por exemplo, na região sul do Brasil são conhecidas como erva-cidreira o Cymbopogun citratus (DC.) Stapf, a Aloysia triphylla (L'Hérit.) Britt. e a Melissa officinalis L. A primeira é uma erva que forma uma touceira com folhas lineares, de até 1,5 metros de comprimento e com as bordas cortantes. A segunda é um arbusto de até 3 metros de altura, com folhas verticiladas, ovalado-lanceoladas, de até 12 centímetros de comprimento. Já a última é uma erva de até 80 centímetros de altura, com folhas opostas, ovaladas, de até 7 centímetros de comprimento e com bordos dentados. Nesse exemplo, as diferenças entre as plantas são de fácil identificação. Por outro lado, as plantas conhecidas na Região Sul como marcela podem ser de duas espécies: Achyrocline satureioides (Lam.) DC. e Achyrocline vauthieriana DC. A distinção entre as duas espécies é difícil e os estudos existentes foram realizados com Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Assim, existem plantas bastante diferentes, que recebem nomes populares iguais e plantas morfologicamente semelhantes, com composição química bastante diversa. Nessa última situação, são conhecidos diversos casos de intoxicações pela identificação incorreta da espécie vegetal. Um exemplo, é o de um casal que coletou uma espécie de Digitalis, crendo tratar-se da consólida (confrei, Symphytum officinale L.). Quando se trata do uso de plantas medicinais é necessário caracterizar o que se denominou de medicamentos fitoterápicos. Os medicamentos industrializados ou processados, que contenham como parte ativa somente plantas medicinais, passaram a ser denominados de fitoterápicos ou produtos fitoterápicos, recebendo uma legislação específica (Port. 6/SVS de 31/01/95, D.O.U. de 06.02.95, reformulada através da Resolução RDC No. 17, de 24/02/2000). Segundo essa legislação, Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) 23 esses produtos são caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância da sua composição. No processo de registro junto ao Ministério da Saúde, o produtor deve comprovar a eficácia, apresentar a avaliação dos riscos de seu uso e estabelecer parâmetros de qualidade e estabilidade e, a partir daí, receber o número de registro do órgão competente. Considerando essas exigências legais, seria de se esperar de um produto fitoterápico a constância da qualidade e declaração quanto aos riscos identificados. No entanto, face as deficiências notórias na área de vigilância sanitária, até o momento, é comum a presença no mercado de produtos que não atendem as exigências legais. Como exemplo, pode ser referida a existência de produtos com a declaração de tratar-se de "arnica", dos quais esperar-se-ia conterem a planta Arnica montana L., espécie presente em muitas farmacopéias. Porém, de acordo com a declaração de composição, alguns contêm a espécie Stenachaenium campestre Baker, outros Chaptalia nutans (L.) Polak e outros ainda Solidago chilensis Meyen, plantas que simplesmente têm a denominação popular de arnica. Da mesma forma, produtos com declaração de "ginseng", sugerem tratar-se da planta, bem conhecida e avaliada, Panax ginseng C.A.Meyer, mas apresentam na sua composição uma espécie pouco conhecida, a Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze. Muitos desses produtos estão ilegalmente no mercado, declarados como "isentos de registro conforme Art. 28 -Decreto 79.094/77". Entretanto, o Ministério da Saúde não reconhece a auto-isencão de qualquer registro de medicamentos ou medicamento fitoterápico. Na atual situação, o fato de uma planta estar sendo comercializada como um medicamento fitoterápico não garante maior segurança quanto à qualidade do produto e conhecimento da eficácia e dos riscos. Por tais razões, plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos não estão sendo abordados de forma diferenciada. As informações sobre as plantas medicinais aqui abordadas, estão apresentadas na forma de tabelas e na forma de monografias sucintas. Na tabela 1 são apresentadas plantas pelo seu nome científico, além da parte da planta utilizada, a família botânica a que pertencem e as referências quanto ao uso como abortivo ou suspeita de qualquer outro risco para a gestação. Nos casos em que existem outros estudos que não apenas os etnobotânicos, foram elaborados textos sucintos nos quais são apresentadas uma descrição botânica sumária e informações sobre toxicidade. Na tabela 2, as plantas estão listadas segundo os nomes populares e os nomes científicos correspondentes. Nas duas tabelas é importante notar que nomes populares diferentes podem se referir a uma mesma espécie ou a várias espécies de plantas e, em outros casos, espécies diferentes de plantas podem ter o mesmo nome popular. Na utilização de qualquer medicamento durante a gestação, deve sempre ser levado em conta a relação risco-benefício. Esse mesmo cuidado deve ser aplicado ao uso de plantas medicinais. Assim, para cada situação específica, deve ser estabelecida uma relação risco-benefício própria. Se para muitos medicamentos as informações disponíveis são escassas, para as plantas medicinais essa escassez de dados é ainda mais acentuada. Na presença de alguma informação que sugira risco para a gestação, plantas medicinais devem ser evitadas, até que evidências garantam seu u s o seguro. TABELA 1. Plantas com relatos de ação abortiva ou suspeita de qualquer outro risco para a gestação • Nome científico Parte da planta Família Nome(s) popular(es) Referências Abrus precatorius L. Semente Fabaceae Jequiriti (Duke, 1985) Acanthospermum australe (Loef.) O.K. Toda a planta Asteraceae Carrapicho-rasteiro (Bingel et al., 1976) Aristolochia triangularis Cham. Toda a planta Aristolochiaceae Cipó-jarrinha, cipó mil-homens Ver texto referente a cipó-mil-homens Artemisia absinthium L. Toda a planta Asteraceae Losna Ver texto referente a losna Artemisia verlotorum Lamotte Toda a planta Asteraceae Infalivina Ver texto referente a losna Artemisia vulgaris L. Toda a planta Asteraceae Artemisia Ver texto referente a losna Brunfelsia uniflora (Pohl) G. Don Folhas Solanaceae Primavera, manacá (Duke, 1985). Casearia silvestris Swartz Folhas Flacourtiaceae Erva-de-bugre chá-de-bugre, guaçatonga (Simões et al., 1998) Catharanthus roseus G. Don Toda a planta Apocynaceae Flor-da-boa-noite, pervinca (Mengue et al., 1997). Chenopodium ambrosioides L. Toda a planta Chenopodiaceae Erva-de-santa-maria Ver texto referente a erva-de-santa-maria Chrysanthemum parthenium (L.) Bernh. Toda a planta Asteraceae Artemísia Ver texto referente a losna Cinnamomum verum Prest. (=Cinnamomum Zeylanicum Nees) Casca Lauraceae Canela, canela-do-ceilão (Mengue et al., 1997) Coleus barbatus (Andr.) Benth. Folhas Lamiaceae Boldo Ver texto referente a boldo. Cunila fasciculata Benth. Toda a planta Lamiaceae Poejo Ver texto referente a poejo Cunila galioides Benth. Toda a planta Lamiaceae Poejinho, poejo-de-folha-miúda Ver texto referente a poejo. Cunila menthoides Benth. Toda a planta Lamiaceae Manjericão-do-campo, poejão- -de-folha-grande Ver texto referente a poejo Cunila microcephala Benth. Toda a planta Lamiaceae Poejinho, poejo-do-banhado, poejo-do-rio-grande Ver texto referente a poejo 24 Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) Cunila platyphylla Epling Toda a planta / Lamiaceae Ver texto referente a poeio Cunila spicata Benth. Toda a planta Lamiaceae Poejo, poejo-do-banhado Ver texto referente a poejo Dieffenbachia picta (L.) Schott Folhas em decocção Araceae Comigo-ninguém-pode (Camargo, 1985) Dorstenia brasiliensis Lam. Carapiá, figueirilha (Gupta, 1995; Noll, 1984) Dryopteris filix-mas (L.) Schott Rizoma Dryopteridaceae Feto-macho (Gupta, 1995) Equisetum giganteum L. Planta inteira Equisetaceae Cavalinha, cola-de-cavalo (Gupta, 1995) Gossypium barbadense L. Malvaceae Algodoeiro (Duke, 1985; Mengue et al., 1997; Weniger e Robineau, 1988; Robineau 1989, Bahia, 1979) Gossypium herbaceum L. Raiz Malvaceae Algodoeiro (Duke, 1985; Mengue et al., 1997; Weniger e Robineau, 1988; Robineau, 1989; Bahia, 1979) Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel Casca, folhas Apocynaceae Carapanauba (Mengue et al., 1997) Himatanthus lancifolius (Muell. Arg.) Woodson Casca, folhas Apocynaceae Agoniada (Mengue et al., 1997) Jatropha curcas L. Sementes, látex Euphorbiaceae Pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio Ver texto referente a pinhão-de-purga Jatropha gossypifolia L. Sementes, látex Euphorbiaceae Jatrota Ver texto referente a pinhão-de-purga Kalanchoe brasiliensis Camb. Parte aérea Crassulaceae Corama, coirama, saião Laurus nobilis L. Folhas Lauraceae Louro Menguela, gue et al, 19971 Luffa acutangula Roxb. Cucurbitaceae Bucha Ver texto referente a bucha Luffa aegyptiaca Mill. Cucurbitaceae Bucha Ver texto referente a bucha Luffa cylindrica (L.) Roem. Cucurbitaceae Bucha Ver texto referente a bucha Luffa operculata (L.) Cogn. Cucurbitaceae Bucha, bucha-do-norte, bucha-paulista, buchinha Ver texto referente a bucha Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) 25 Melia azedarach L. Folhas Meliaceae Cinamomo (Mengue et al., 1997) Mentha arvensis L. Parte aérea Lamiaceae Hortelã (Kanjanapothi, 1981) Mentha piperita L. Parte aérea Lamiaceae Hortelã, hortelã- -pimenta (Mengue et al., 1997) Mentha pulegium L. Toda a planta Lamiaceae Poejo Ver texto referente a poejo Momordica charantia L. Frutos, sementes Cucurbitaceae Melão-de-são-caetano Ver texto referente amelão-de- são-caetano Petiveria alliacea L. Parte aérea Phytolaccaceae Pipi, guiné (Camargo, 1985; Weniger e Robineau, 1988; Robineau, 1989; Gupta, 1995) Peumus boldus Mol. Folhas Monimiaceae Boldo Ver texto referente a boldo Piper mikanianum (Kunth) Steudel Parte aérea Piperaceae. Pariparoba (Mengue et al., 1997) Potomorphe umbellata (L.) Miq. Parte aérea Piperaceae Pariparoba. (Mengue et al., 1997) Ruta chalepensis L. Parte aérea Rutaceae Arruda Ver texto referente a arruda Ruta graveolens L. Parte aérea Rutaceae Arruda Ver texto referente a arruda Salvia officinalis L. Parte aérea Lamiaceae Sálvia Ver texto referente a losna Symphytum officinale L. Toda a planta Boraginaceae. Confrei, consólida Ver texto referente a consólida Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo (=T. impetiginosa (Mart. ex DC.) Standley e T. avellanedae Lorentz ex Grisebach) Lenho Bignoniaceae Ipê, ipê-roxo (Gupta, 1995) Tanacetum vulgare L. Toda a planta Asteraceae Catinga-de-mulata Ver texto referente a losna Vernonia condensata Baker Folhas Asteraceae Boldo Ver texto referente a boldo Xanthium cavanillesii Schouw. Parte aérea Asteraceae Carrapicho (Garlet, 2000) Revista Brasileira de Farmacognosia 1 (2001) Revista Brasileira de Farmacognosia TABELA 2. Nomes populares e científicos das plantas abordadas. Nome popular Agoniada Algodoeiro Arruda Artemísia Boldo Boldo-do-chile Bucha Bucha-do-norte Bucha-paulista Buchinha Canela Canela-do-ceilão Carapanauba Carapiá Carrapicho Carrapicho-rasteiro Catinga-de-mulata Cavalinha Chá-de-bugre Cinamomo Cipó-jarrinha Cipó-mil-homens Cola-de-cavalo Comigo-ninguém-pode Confrei Consólida Corama, coirama Erva-de-bugre Erva-de-santa-maria Feto-macho Figueirilha Flor-da-boa-noite Guaçatonga Guiné Hortelã Hortela-pimenta Infalivina Ipê Ipé-roxo Jatrofa Jequiriti Losna Louro Manacá Nome científico Himatanthus lancifolius (Muell.Arg.) Woodson Gossypium barbadense L., Gossypium herbaceum L. Ruta chalepensis L., Ruta graveolens L. Artemisia vulgaris L., Chrysanthemum parthenium (L.) Bernh. Coleus barbatus (Andr.) Benth., Peumus boldus Mol., Vernonia condensata Baker Peumus boldus Mol. Luffa acutangula Roxb., Luffa aegyptiaca Mill., Luffa cylindrica (L.) Roem., Luffa operculata (L.) Cogn. Luffa operculata (L.) Cogn. Luffa operculata (L.) Cogn. Luffa operculata (L.) Cogn. Cinnamomum verum Presi. (= Cinnamomum zeylanicum Nees) Cinnamomum verum Presi. (= Cinnamomum zeylanicum Nees) Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel Dorstenia brasiliensis Lam. Xanthium cavanillesii Schouw. Acanthospermum australe (Loef.) O.K. Tanacetum vulgare L. Equisetum giganteum L. Casearia silvestris Swartz Melia azedarach L. Aristolochia triangularis Cham. Aristolochia triangularis Cham. Equisetum giganteum L. Dieffenbachia picta (L.) Schott Symphytum officinale L. Symphytum officinale L. Kalanchoe brasiliensis Camb. Casearia silvestris Swartz Chenopodium ambrosioides L. Dryopteris filix-mas (L.) Schott Dorstenia brasiliensis Lam. Catharanthus roseus G.Don Casearia silvestris Swartz Petiveria alliacea L. Mentha arvensis L., Mentha piperita L. Mentha piperita L. Artemisia verlotorum Lamotte ・ Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo (=T. impetiginosa (Mart. ex DC.) Standiey e T. avellanedae Lorentz ex Grisebach) Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo (=T. impetiginosa (Mart. ex DC.) Standley e T. avellanedae Lorentz ex Grisebach) Jatropha gossypifolia L. Abrus precatorius L. Artemisia absinthium L. Laurus nobilis L. Brunfelsia uniflora (Pohl) Don 1 (2001) 27 Manjericão-do-campo Cunila menthoides Benth. Melão-de-são-caetano Momordica c h a r a n t i a L. Pariparoba Piper mikanianum (Kunth) Steudel, Potomorphe umbellata (L.) MIg. Pervinca Catharanthus roseus G.Don Pinhão-de-purga Jatropha curcas L. P i n h a o - p a r a g u a i o Jatropha curcas L. Petiveria alliacea L. Poejão-de-folha-grande Cunila menthoides Benth. Poejinho Cunila galioides Benth., Cunila microcephala Benth. Poejo Cunila fasciculata Benth., Cunila platyphylla Epling, Cunila spicata Benth., Mentha pulegium L. Poejo-de-folha-miúda Cunila galioides Benth. Poejo-do-banhado Cunila microcephala Benth., Cunila spicata Benth. Poejo-do-rio-grande Cunila microcephala Benth. Primavera Brunfelsia uniflora (Pohl) Don Saião Kalanchoe brasiliensis Camb. Salvia officinalis L 28 Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) Sálvia ARRUDA Nome científico: Ruta graveolens L. Família botânica: Rutaceae É um subarbusto, com flores amarelas, freqüentemente cultivado em jardins, por ter folhas fortemente aromáticas, esverdeado-esbranquiçadas, de aspecto ceroso. A arruda é originária dos países ao redor da bacia do Mediterrâneo e preconizada na medicina popular "para vir a menstruação", como calmante, contra piolhos e contra mau olhado, entre outros. Vários autores mencionam o uso desta espécie como abortiva (Schenkel et al., 2000; Leung, 1980; Camargo, 1985; Duke, 1985; Tyler, 1987; Mengue et al., 1997; Garlet, 2000). Também é cultivada no Brasil a espécie Ruta chalepensis L., que se distingue da anterior por apresentar as pétalas laciniadas, sendo utilizada da mesma forma que Ruta graveolens. Toxicidade O manuseio das folhas, flores e frutos está relacionado com a ocorrência de dermatites, com eritema, coceira e vesicação. Também é comprovada, através de testes em humanos, a potencialidade de causar fotodermatites (Mitchel e Rook, 1979), atribuída à presença de furanocumarinas. E considerada uma planta com atividade abortiva, relacionada com a presença de alcalóides quinolínicos (Tyler, 1987). Em experimentos em ratos foi demonstrada uma atividade antifertilidade para as partes aéreas moidas e seus extratos aquosos (Prakash et al., 1985; Gandhi et al., 1991). BOLDO, BOLDO-DO-CHILE Nome científico: Peumus boldus Mol. Família botânica: Monimiaceae O boldo é uma arvoreta com folhas opostas, inteiras, verde-acinzentadas quando secas, com a face superior áspera ao tato e com os bordos levemente enrolados para a face inferior. As folhas apresentam numerosas glândulas, visíveis a olho nu, que são responsáveis pelo odor aromático característico. A espécie é originária do Chile, sendo o Brasil um país importador das folhas secas, para uso medicinal, constando da Farmacopéia Brasileira (1996). O boldo Revista Brasileira de Farmacognosia 1 (2001) 29 faz parte de medicamentos com a indicação como colagogo e colerético. O nome popular boldo está relacionado a pelo menos outras duas espécies no Brasil, Coleus barbatus (Andr.) Benth. (Lamiaceae) e Vernonia condensata Baker (Asteraceae) para as quais existem poucas informações quanto à segurança para uso durante a gestação. Toxicidade Estudos em animais evidenciaram ação abortiva e teratogênica para o extrato hidroalcoólico de folhas secas e também para o alcalóide boldina, considerado um dos principais componentes (Almeida et al., 2000). BUCHA, BUCHINHA, BUCHA-PAULISTA ou BUCHA-DO-NORTE Nome científico: Luffa operculata (L.) Cogn. Família botânica: Cucurbitaceae A buchinha é uma planta escandente, originária da América Tropical, cultivada principalmente no nordeste e norte do Brasil. O fruto é ovóide-oblongo, marrom quando seco, de interior esponjoso, formado por um tecido reticulado, às vezes utilizado como "esponja vegetal", substituindo as fibras obtidas de outra espécie, Luffa cylindrica (L.) Roem. O fruto é conhecido na medicina popular pelo seu efeito purgativo e preconizado em algumas doenças parasitárias (Freise, 1933). Mais recentemente, os frutos secos são encontrados no comércio de rua e também em farmácias, com indicação em "rinite e sinusite", para administração através de "inalação ou solução nasal em gotas", recomendação de uso que traz consigo um potencial aumento dos casos de intoxicações. Segundo depoimentos de alguns usuários, esta utilização é responsável por graves irritações e hemorragias nasais. As intoxicações registradas estão relacionadas, de modo geral, com tentativa de aborto. Os dez casos registrados junto ao CIT/SC ocorreram em mulheres entre 19 e 26 anos, após a ingestão de quantidade variável do chá preparado com os frutos secos (Schenkel et al., 2000). Toxicidade protéica, embriotóxica e abortiva, demonstradas em experimentos em animais (Ngai et al., 1992a,b; 1993). CIPÓ-MIL-HOMENS ou CIPÓ-JARRINHA Aristolochia triangularis Cham. Família botânica: Aristolochiaceae É uma planta escandente, volúvel, com folhas triangular-deltóides, de base cordiforme. As flores tem a forma de uma pequena jarra, de cor amarelo-avermelhada, coberta de manchas e s p e t e n a t a n o s u l d o B r a s i , c o r e n t o e m p a r a d e m a t a , d e a d e o s s l a d o s d e M a t e C r u s s e do Sul e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. São utilizadas, desta e de outras espécies do mesmo gênero, principalmente raízes e caules, mas também as folhas, com indicações amplas. As indicações para as diversas espécies de Aristolochia são semelhantes, considerando-se que apresentam as mesmas propriedades medicinais. Em uso externo, são atribuídas às suas preparações propriedades antisséptica e antiinflamatória. O uso interno do decocto e alcoolaturas das raízes e dos caules é preconizado contra mordeduras de cobra. As preparações são recomendadas também em problemas estomacais, em amenorréia, como antifebril, em diarréias rebeldes, em convulsões, como anti-helmíntica, em anorexia, em clorose, entre outras indicações (Simões et al., 1998; Balbach, 1967). 30 Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) Toxicidade Diversos autores de livros sobre medicina popular apontam como importante a ação das preparações de Aristolochia sobre o útero, sendo que a maior parte deles menciona, ao mesmo tempo, a preocupação com a toxicidade. Pio Corrêa (1931) menciona como "regulador da menstruação e emenagogo, abortivo enérgico, porém de uso perigoso". Balbach (1967) adverte que "em doses excessivas as aristolóquias são tóxicas. As mulheres grávidas não devem usar esta planta, pois pode provocar aborto". Hoehne (1939) mencionou textualmente "para demonstrar • que as aristolóquias têm ação tóxica sobre o organismo humano e do gado, não precisaremos dizer mais do que tem sido documentado, isto é, que têm sido e continuam sendo empregadas, comumente, como abortivo". A s espécies deste gênero apresentam, como componentes considerados tóxicos, os ácidos aristolóquicos, derivados aromáticos com a função ácido carboxílico e o grupo nitro, que é raramente encontrado em outros produtos naturais. Os ácidos aristolóquicos I e Il são conhecidos, já há décadas, como substâncias de efeitos mutagênicos e carcinogênicos, o que levou à proibição na Alemanha, em 1981, da comercialização de qualquer produto contendo esses componentes, mesmo em preparações altamente diluídas utilizadas na homeopatia (Bundesgesundheitamt, 1981; Ernst e De Smet, 1996). Posteriormente, a utilização de plantas contendo ácidos aristolóquicos, em qualquer forma de preparação, foi banida em muitos países, como a Austrália, o Canadá e o Reino Unido (Kessler, 2000). O potencial de dano de espécies de Aristolochia tem sido muito discutido na literatura da última década, a partir do relato de nove casos de pacientes admitidos para diálise, devido à insuficiência renal progressiva, comprovadamente associada ao seguimento de um regime para emagrecer, em uma mesma clínica, com a utilização de uma mistura de plantas chinesas, entre as quais Aristolochia fangchi (Vanherweghem et al., 1993). Em seguida, casos semelhantes foram descritos na França, Espanha, Japão, Reino Unido e Taiwan, sendo a síndrome designada como "nefropatia por ervas chinesas". Apenas em um Departamento de Nefrologia de um Hospital Universitário da Bélgica foram tratados 105 pacientes com essa nefropatia, dos quais 31 sofreram transplante renal entre 1993 e 1997, enquanto outros 12 estavam sob diálise, esperando a oportunidade de transplante. De 39 pacientes, 18 desenvolveram carcinoma urotelial, associado à utilização regular desses produtos (Nortier et al., 2000). CONSÓLIDA ou CONFREI Nome científico: Symphytum officinale L. Família botânica: B o r a g i n a c e a e É uma erva perene, de folhas grandes, lanceoladas, inteiras, dispostas em uma roseta basal e cobertas de pêlos ásperos. Na época da floração, produz uma inflorescencia de flores rosadas, pequenas. A espécie é originária d a Europa e Asia e freqüentemente cultivada em hortas e jardins no Brasil. Nos países de origem, as raízes eram preconizadas como cicatrizante, em uso externo. No início do século, esta espécie era conhecida no Brasil apenas com o nome de consólida, nome provavelmente derivado da propriedade atribuída de facilitar a recuperação no caso de ossos quebrados. Na década de 70, após a divulgação de livros popularizando o seu uso paises, sendo preonizano amo conhecida uso cono, prin o alem en o difus da oas coros remédio miraculoso, para purificar o sangue, em problemas respiratórios e em dezenas de outras afecções (Tyler, 1987). Toxicidade As raízes e as folhas mostraram ação carcinogênica em ratos, quando administradas cronicamente. A toxicidade é atribuída aos alcalóides pirrolizidínicos, compostos conhecidos pela ação carcinogênica, teratogênica e hepatotóxica. Dependendo da estrutura desses alcalóides, eles formam metabólitos de ação alquilante (Teuscher e Lindequist, 1994). Considerando as evidências de toxicidade, em 1992, o Ministério da Saúde, através da Secretaria Nacional Revista Brasileira de Farmacognosia 11 (2001) 31 de Vigilância Sanitária, proibiu o seu uso em produtos fitoterápicos destinados ao uso interno, restringindo a indicação dos produtos ao uso externo, de aplicação tópica (Portaria SNVS N°. 19, de 30.01.1992). ERVA-DE-SANTA-MARIA Nome científico: Chenopodium ambrosioides L. A investigação desse uso tradicional levou ao isolamento do ascaridol, uma substância de estrutura peróxido, que efetivamente apresenta ação anti-helmíntica. O óleo volátil obtido da planta (com 60-80% de ascaridol) e o próprio ascaridol foram utilizados por algum tempo em medicamentos anti-helmínticos. No entanto, essa utilização foi abandonada, devido aos efeitos tóxicos no sistema nervoso central e toxicidade hepática e renal (Roth et al., 1988). Alertas sobre o risco da utilização desta planta já foram mencionados por Hoehne, em 1939 (Hoehne, 1939). Intoxicações severas e morte foram relatadas com o uso do óleo de Chenopodium (Montoya- Cabrera et al., 1996; Toll e Hurlbut, 2000). LOSNA Nome científico: Artemisia absinthium L. Família botânica: Asteraceae Artemisia absinthium é um arbusto pequeno, de até 1,20 m de altura, lenhoso na base, com caule prateado e piloso. As folhas são verde-acinzentadas na face superior e esbranquiçadas na face inferior, sedosas devido à grande quantidade de pêlos (Simões et al., 1998), tendo odor aromático acentuado e gosto amargo. E uma espécie originária da Europa e Ásia e freqüentemente cultivada em hortas e jardins. Na medicina popular o uso do chá é preconizado em problemas hepáticos, contra vermes e "para vir a menstruação". É referida como abortiva em Leung (1980), Camargo (1985) e Duke (1985). Industrialmente é também utilizada na produção de bebidas alcoólicas, de sabor acentuadamente amargo. Toxicidade O licor de absinto, uma das bebidas alcoólicas fabricadas com a losna, foi muito utilizado como droga de abuso no século XIX. O seu uso continuado foi associado com a ocorrência de distúrbios visuais, alterações da personalidade e convulsões. Essas ações, bem como a toxicidade hepática, estão relacionadas com a presença de tujona, que é um dos componentes principais do oleo volátil. O licor de absinto, devido a estas atividades, foi proibido na França e outros países europeus em 1915 (Paris e Moyse, 1971). Atualmente, o óleo utilizado na preparação de bebidas deve ser isento de tujona. As intoxicações humanas conhecidas decorrem da utilização na medicina popular e do uso como abortivo (Teuscher e Lindequist, 1994). Outras plantas que apresentam risco semelhante, devido ao teor de tujona, são Artemisia verlotorum Lamotte (infalivina), Artemisia vulgaris L. (artemísia), Chrysanthemum parthenium (L.) Bernh. (artemísia) e Tanacetum vulgare L. (catinga-de-mulata) da família Asteraceae e Salvia officinalis L. (sálvia) da família Lamiaceae (Duke, 1985). MELÃO-DE-SÃO-CAETANO Nome científico. Momordica charantia L. Familia botânica: Cucurbitaceae O melão-de-são-caetano é uma trepadeira ramificada, de ciclo anual, com gavinhas. As folhas são grandes, palmatilobadas e levemente ásperas ao tato. As flores são amarelas e os frutos amarelo-alaranjados, de até 15 cm de comprimento, com pericarpo tuberculado. As sementes são pardo-claras, com desenhos reticulados, cobertas por um tecido carnoso e vermelho. A origem da espécie é incerta, provavelmente da Ásia ou África. Atualmente ocorre assilvestrada ou cultivada em todas as regiões tropicais e subtropicais do globo. 32 Revista Brasileira de Farmacognosia 1 (2001) É utilizada na medicina popular como estomáquica, emenagoga e anti-helmíntica, sendo também conhecida como abortiva (Duke, 1985; Gupta, 1995). Toxicidade Das sementes de Momordica charantia foram isoladas glicoproteínas (alfa e beta- momorcharina), que mostraram ação abortiva em camundongos, com ação inibitória sobre a Tipogica te Comprovad ara pre rage do tul et, de taca-se ai, o pide à a ao interferência da sua utilização nos tratamentos convencionais da diabete (Ernst e De Smet, 1996). PINHÃO-DE-PURGA ou PINHÃO-PARAGUAIO Nome científico: Jatropha curcas L. Família botânica: Euphorbiaceae Jatropha curcas é um arbusto latescente, caducifólio, com folhas simples, de pecíolos longos e lâminas cordiformes a lobuladas, palminérveas, de 5 a 10 cm de comprimento, freqüentemente de cor vermelho-vinosa. O fruto é uma cápsula tricoca, de aproximadamente 3 cm de comprimento, com 3 sementes. A espécie é originária da América tropical e cultivada como ornamental no Brasil. Outras espécies de Jatropha também são consideradas tóxicas, como Jatropha gossypifolia L. Toxicidade As sementes contêm uma proteína de ação tóxica, semelhante à ricina (presente na mamona, Ricinus cummunis L., também Euphorbiaceae). Além disso, o óleo presente nas sementes e o látex presente nas partes aéreas da planta apresentam ação cáustica, podendo causar severa irritação na pele (Gandhi et al., 1995). As intoxicações ocorrem usualmente em crianças, pela ingestão das sementes, confundidas com castanhas de espécies comestíveis. Em adultos, as intoxicações podem ocorrer pelo uso da planta como medicinal, preconizada em algumas regiões como laxante, contra vermes e em úlcera gástrica (Villegas et al., 1997). Em intoxicações experimentais em animais, observa-se, com o óleo das sementes, diarréia severa e inflamação gastrintestinal pela ingestão e severa irritação dérmica na aplicação tópica (Gandhi et al., 1995). Em ratos alimentados com teores de 5, 10 e 20% das sementes na dieta, foram observadas diarréia e alterações patológicas (Adam, 1974). Com a administração de diferentes extratos em ratas grávidas, foi observada reabsorção fetal. O efeito pode ser observado mesmo quando os extratos foram administrados durante o 6° até o 8° dia da gravidez, sugerindo que a interrupção da gravidez ocorria em estágios iniciais após a implantação. Além disso foi observada acentuada toxicidade quando alguns extratos foram administrados por períodos maiores, como dez dias (e sementes angai as, intensas intoxicaes, nasa, voos e diar ia (onda roman, 1922). POEJO Nome científico: Mentha pulegium L. e espécies do gênero Cunila Familia botânica: Lamiaceae Mentha pulagium é uma erva rasteira, perene, de folhas pequenas e muito aromáticas, lembrando a hortelã. Na medicina popular é preconizada em afecções respiratórias, como resfriado e tosse, em distúrbios estomacais, como emenagogo e em irregularidades na menstruação, entre outras afecções. Trata-se de uma espécie de origem européia, cultivada nos estados do sul do Brasil. Com a mesma denominação são utilizadas na medicina popular espécies do gênero Cunila, principalmente Cunila microcephala Benth. (poejinho, poejo-do-banhado, poejo-do-rio-grande), Cunila spicata Benth. (poejo, poejo-do-banhado), Cunila galioides Benth. (poejinho, poejo-de- folha-miúda) e Cunila menthoides Benth. (poejão-de-folha-grande, manjericão-do-campo). Revista Brasileira d e Farmacognosia 11 (2001) 33 Toxicidade Mentha pulegium, conhecida nos países de língua inglesa como "pennyroyal", é uma das plantas de reputação bem estabelecida em práticas populares como abortiva (Tyler, 1987). Com esse fim tem sido utilizado também o óleo volátil (pennyroyal oil). Existem relatos de elevada toxicidade para o óleo, como por exemplo da morte de uma gestante de 18 anos, pela ingestão de duas colheres de sopa do mesmo, apesar de intensivo tratamento hospitalar (Sullivan et al., 1979). A toxicidade do óleo e do chá da planta é atribuída à presença da pulegona, presente no •óleo em teor elevado. A pulegona é também conhecida por sua hepatotoxicidade, devido à formação de um metabólito eletrofilico, capaz de ligação covalente a proteínas celulares (Madyastha e Raj, 1994). Esse metabólito é formado também pelo mentofurano, substância quimicamente e biogeneticamente relacionada à pulegona. Para as espécies de Cunila utilizadas na medicina popular brasileira como poejo e também comercializadas com essa denominação, não são conhecidos relatos de intoxicação. No entanto, a análise dos seus óleos voláteis revelou a presença de teor elevado de pulegona em Cunila menthoides Benth. e em Cunila platyphylla Epling (Bordignon et al., 1998). Cunila microcephala Benth. e Cunila fasciculata Benth. não apresentam pulegona, mas sim um teor significativo em mentofurano (Bordignon et al., 1997), Esses dados indicam toxicidade semelhante aquela relatada para Mentha pulegium e tornam a sua utilização contra- indicada durante a gravidez. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAM, S.E.I. 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