Interação
entre
comportamento
operante
e
comportamento
respondente
Para compreender o comportamento como um todo, é preciso, muitas vezes, entender como se dá a interação entre o comportamento respondente e o comportamento operante, uma vez que a distinção ou a análise de ambos em separado é, muitas vezes, didática. Consideremos, a título de ilustração, o exemplo de uma pessoa que sofreu um acidente de carro.
Após um acidente automobilístico, o indivíduo pode passar a ter medo de dirigir. O próprio carro, para essa pessoa, era um estímulo neutro para a resposta de medo antes do acidente. O medo, nesse caso, pode ser definido como um conjunto de alterações comportamentais como, por exemplo, taquicardia, sudorese e palpitações. O acidente pode ser considerado um estímulo incondicionado que elicia as respostas incondicionadas de taquicardia, sudorese, palpitações etc. Após o acidente, o carro, ou os carros em geral, passam a ter a função de estímulo condicionado, eliciando respostas similares àquelas que ocorreram no momento do acidente.
O comportamento operante de dirigir, após o acidente ter ocorrido, pode ter a sua probabilidade de ocorrência diminuída. As respostas emocionais eliciadas pelos carros podem ter função reforçadora negativa sobre qualquer comportamento que resulte na ausência de contato com eles. Falamos, nesse caso, de um comportamento de esquiva. É importante ressaltar que ocorreu uma interação operante respondente nesse exemplo.
Ao vermos uma pessoa evitar dirigir, podemos dizer que ela está com medo. Estamos observando, nesse caso, um comportamento operante (comportamento de esquiva). Esse exemplo ilustra, portanto, que o comportamento emocional não se restringe a alterações comportamentais respondentes. Na realidade, uma abordagem mais abrangente do comportamento emocional envolveria a descrição das interações entre comportamentos operantes e respondentes.