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Estudos Gerais01/06/2024

Isabel Solé, em seu livro Estratégias de leitura, apresenta ...

Isabel Solé, em seu livro Estratégias de leitura, apresenta o trabalho com a leitura em sala de aula em três etapas de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura. Segundo a autora, constituem as estratégias de compreensão leitora para antes da leitura: a antecipação do tema ou da ideia principal a partir de elementos paratextuais, como título, subtítulo, exame de imagens, de saliências gráficas, e outros; o levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto; as expectativas em função do suporte; as expectativas em função da formatação do gênero e as expectativas em função do autor ou instituição responsável pela publicação.

Tendo em mente essas estratégias, leia a introdução de uma matéria jornalística a seguir.

A segunda década dos anos 2000 consagrou as redes sociais e o aplicativo WhatsApp como os grandes formadores de opinião no Brasil. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, que monitora globalmente os ataques a membros da imprensa, 2/3 da população brasileira usa o WhatsApp como principal fonte de informação. Oras, se não existem jornalistas produzindo conteúdo checado e apurado no aplicativo mais popular do Brasil, como ele pode ser uma fonte de informação confiável para tantas pessoas? Aqui tudo é possível, o absurdo se torna regra num piscar de olhos. Mas por trás dessa lógica está o conceito da pós-verdade que consiste, resumidamente, no processo em que uma notícia falsa é curtida e compartilhada milhares de vezes nas redes sociais até que se torna uma verdade inquestionável, um fato. As pessoas que difundem estas notícias o fazem cegamente porque elas dialogam com suas crenças e valores independentes da sua veracidade. A imagem digital faz parte dessa grande crise sócio-midiática da informação e da crescente perda da credibilidade jornalística. Se não checamos as informações que absorvemos então porque deveríamos enviar fotógrafos profissionais para coberturas se todos têm celulares nas mãos? No mar agitado em que navegam os barcos bombardeados da imprensa nacional, a ética do compromisso com a informação é um farol de salvação.

MORIYAMA, Victor. O verdadeiro narrador da história é o fotógrafo. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/11/politica/1544553702_273510.html. Acesso em: 16 dez. 2018.

Suponha que um professor escolha a introdução acima para praticar as estratégias de compreensão leitora anteriores à leitura com os seus alunos do Ensino Médio. Julgue os itens a seguir sobre as formas de realizar essa prática.

I. O professor pode dar início à aula informando que a introdução de um texto jornalístico objetiva apresentar o tema que será discutido ao longo de seu desenvolvimento e mostrar que, na presente introdução, o autor abriu o texto com uma informação ampla (isto é, o fato de a notícia falsa estar se tornando uma verdade inquestionável, ao ser espalhada milhares de vezes); e, nas linhas finais da introdução, foi enfocada a situação da imagem digital nesse contexto mais amplo, a qual, por essa razão, consiste no assunto principal do texto.

II. O professor deve orientar os seus alunos a indagar se há uma relação entre o título e o tema central apresentado na introdução. Em seguida, deve extrair os possíveis sentidos do título, apresentando aquele mais provável ou evidente e depois propor outras hipóteses interpretativas. No caso de uma atividade com o texto em questão, seria adequado o professor começar instruindo os alunos a inquirirem o motivo de a frase do título estar entre aspas e o que elas significam no contexto em que foram empregadas.

III. O professor poderia afirmar que o título “O verdadeiro narrador da história é o fotógrafo” está entre aspas porque, primeiro, é uma frase falada ou de conhecimento público, e, segundo, é uma frase a que ele atribui um sentido irônico, uma vez que o que nela está afirmado é o contrário do que ele está defendendo na introdução: que as imagens (ou o fotógrafo, no caso do título) não são os verdadeiros narradores, uma vez que, como as matérias jornalísticas, os registros imagéticos estão perdendo a veracidade.

IV. O professor poderia afirmar ainda que a crítica à divulgação e ao compartilhamento das notícias falsas pelo WhatsApp e pelas redes sociais feitas pelo jornalista podem vir a servir, ou estar servindo, de estratégia discursiva para defender tanto o jornalismo tradicional, quanto os meios de divulgação tradicionais de notícias; e apresentar as razões dessa hipótese: elas estão sendo feitas por um jornalista em um canal de imprensa tradicional e renomado, como o El País Brasil. Pode afirmar a partir disso, por fim, que se de fato o jornalista e o canal estejam se propondo a tanto, o autor e/ou a instituição responsável pela publicação se resguardam e atendem às expectativas da posição que ocupam.

V. O professor poderia, finalmente, levar os alunos a observarem que as expectativas em função do suporte e as expectativas em função da formatação do gênero são cumpridas por essa introdução, explicando que são esperados da introdução de um texto jornalístico, argumentos e opiniões acerca da temática escolhida para debate, e, no presente caso, especialmente, o suporte textual serviu à causa de divulgação de uma ideia que está ameaçando a credibilidade e a sobrevivência da informação das mídias tradicionais e, consequentemente, desses próprios meios de divulgação.

É correto o que se afirma em

A) I, II, III e IV, apenas.

B) II, III e V, apenas.

C) I, III, IV e V, apenas.

D) I, II e IV, apenas.

E) I, II, III, IV e V.

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