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Medicina Veterinária ·
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CENTRO UNIVERSITARIO MULTIVIX SALMONELLA REVISÃO DE LITERATURA Gisele Vieira da Silva VITÓRIA 2022 RESUMO Atualmente a Salmonelose está em uma das posições de maior destaque na saúde pública sendo crescente e relevante o número de casos em humanos e animais As patologias presentes são provocadas por bactérias do gênero Salmonella pertencentes à família Enterobacteriaceae sendo conhecidos atualmente mais de 2500 sorotipos Elas podem ser agrupadas em seis subespécies distintas de S enterica das quais somente uma tem importância econômica na avicultura a Salmonella enterica subespécie enterica Nas aves industriais as doenças de maior importância econômica e sanitária são a Pulorose causada pela S Pullorum o Tifo Aviário causado pela S Gallinarum e o Paratifo causados pelas salmonelas denominadas paratifóides principalmente pela S Enteritidis e S Thyphimurium As salmonelas Pullorum e Gallinarum e as paratifóides são bactérias gramnegativas que não formam esporos e são diferenciadas por serem móveis ou imóveis Todas possuem um antígeno somático comum denominado O enquanto as paratifóides possuem também o antígeno flagelar H que confere a elas a propriedade de se locomoverem São diferenciadas de outras bactérias por meio de provas bioquímicas Tendo seus sinais clínicos difíceis de identificar o que dificulta o tratamento em humano INTRODUÇÃO A definição do gênero Salmonella foi adotada em 1900 por Lignières em homenagem a Daniel Salmon o qual isolou o microrganismo conhecido como Salmonella enterica sorovar Choleraesuis de suínos Sua nomenclatura teve como orientação inicial informações relacionadas às condições clínicas ou ao hospedeiro do qual o microrganismo era isolado IOC2011 De acordo com Tatiane 2006 A Salmonella está entre uma das toxinfecções alimentares mais importantes Tendo o seu gênero pertencente à família enterobacteriacea constituído por três espécies S Bongori S Enterica e S Subterranea S Enterica divididos em seis subespécies enterica são isoladas para pessoas e animais de sangue quente salamae arizonae diarizonae houtenae indica e bongori infectam principalmente invertebrados de sangue frio e o ambiente Considerada uma bactéria entérica responsável por graves intoxicações alimentares tento surtos registrados em vários países A sua presença em alimentos é um problema de saúde pública tendo os sinais e sintomas clínicos mal diagnosticados Devemos ressaltar que a maioria dos sorotipos desse gênero são patogênicos ao homem apresentando diferenças de sintomatologia em decorrência da variação no mecanismo de patogenicidade além da idade e da resposta imune do hospedeiro Neide et al 2007 As doenças causadas podem ser divididas em três grupos principais febre tifoide febres entericas e as enterocolites ou salmoneloses Tatiane et al2006 EPIDEMIOLOGIA O reservatório para as bactérias do gênero Salmonella é o sistema gastrintestinal de animais de sangue quente e de sangue frio Segundo Cardoso Tessari 2008 A maioria dos sorovares existentes pode colonizar o intestino das aves sem causar doença Algumas salmonelas se adaptam ao seu hospedeiro o que causa uma dificuldade em sua detecção As salmonelas paratíficas são as de maior interesse em saúde animal e saúde pública e seu isolamento é frequente nos produtos de origem aviária Segundo Melissa et at 2016 as salmonelas são transmitidas principalmente por via orofecal frequentemente por meio da ingestão de alimento e água contaminados Os principais alimentos envolvidos na veiculação de Salmonelose são ovos carne de aves e seus derivados sendo que a manipulação desenvolve um papel importante na disseminação da bactéria por propagar a contaminação cruzada no ambiente de preparo de alimentos Cardoso Tessari 2008 Após a ingestão da bactéria pode ou não ocorrer doença Caso ocorra pode ser imediatamente depois ou em algum momento após a ingestão Neste último caso a interação inicial pode resultar em colonização sem doença do hospedeiro contudo no caso de alteração do ambiente intestinal provocada por exemplo por estresse ou pelo uso de antibiótico a doença pode progredir CARACTERISTICAS CLINICAS E PATOGENIA A doença é caracterizada pela manifestação de sespse onde tecidos como fígado baço intestinos ossos e vesícula biliar podem ser acometidos apresentando sinais clínicos diversos tais como náuseas vômito febre diarreia cefaléia constipação e óbito Raphael Jessica 2017 Os fatores associados ao hospedeiro incluem idade condição imune doença concomitante e composição da flora normal As célulasalvo são as células M do epitélio associado ao folículo que reveste o tecido linfático associado ao intestino na parte distal do intestino delgado e na porção superior do intestino grosso Após a adesão as salmonelas são internalizadas depois da formação de membranas onduladas nas célulasalvo estimulada por Ssps e Sops subsequente à sua introdução pelo T3SS Neste momento as salmonelas são encontradas nas célulasalvo nos linfonodos e em tecidos da submucosa Iniciase uma resposta inflamatória pela liberação de várias quimiocinas pelas células hospedeiras infectadas bem como pela liberação de citocinas próinflamatórias após a interação da célula hospedeira com o LPS da parede celular da bactéria condição que resulta em influxo de leucócitos PMN e macrófagos Se a condição imune do hospedeiro e as características das salmonelas são assim o processo infeccioso cessa neste estágio da doença Acreditase que a diarreia seja decorrente da síntese de prostaglandina pelos PMN recrutados bem como da ativação de diversas vias de sinalização do isositol no interior das células hospedeiras acometidas As salmonelas se disseminam e crescem no interior das células fagocíticas nos fagossomos Durante sua disseminação as salmonelas ocasionalmente encontramse fora do ambiente intracelular e portanto sob o risco de formação de complexos de ataque de membrana pelo complemento em sua superfície Salmonelas invasoras são capazes de secretar um sideróforo a salmoquelina que remove ferro das proteínas ligadoras de ferro do hospedeiro Se a infecção se limitar ao sistema gastrintestinal a lesão consiste em uma inflamação fibrinossupurativa necrosante e hemorrágica na parte distal do intestino delgado e no intestino grosso No início a necrose intestinal é erosiva e com frequência tornase ulcerativa resultando na formação de membrana diftérica Essas lesões são especialmente comuns em bovinos e suínos O fígado frequentemente apresenta inflamação necrosante multifocal aleatória a qual reflete a disseminação bacteriana pela veia porta e a fagocitose pelas células de Kupffer sem a morte efetiva das bactérias Na apresentação septicêmica da doença pode haver alteração fibrinoide nos vasos sanguíneos de vários órgãos bem como vasculite tromboembolismo hemorragias e infarto Melissa et at2016 De acordo com Vinicius et al 2008 em aves a transmissão ocorre pela forma vertical via ovo desencadeando o nascimento de pintos infectados Envolve também a transmissão horizontal com a contaminação do ambiente e da ração além da existência de diferentes espécies animais que constituem reservatórios da bactéria DIAGNÓSTICO Nos casos de infecção intestinal coletamse mostras de fezes na doença sistêmica coletase uma amostra de sangue para hemocultura padrão Amostras de baço e de medula óssea são submetidas à cultura para salmonela quando é necessário o diagnóstico pósmorte de Salmonelose sistêmica Como meio de enriquecimento recomendamse selenito F tetrationato ou caldo para bactérias gramnegativas Em meios que contêm lactose as salmonelas se apresentam como colônias não fermentadoras de lactose As colônias suspeitas podem ser testadas diretamente com antissoro polivalente antiSalmonella ou ser inoculadas em meios de diferenciação e em seguida ser testadas com antissoro Para a cultura de salmonela em tecidos podese utilizar ágarsangue A identificação definitiva da bactéria requer a determinação dos antígenos somáticos e flagelares e possivelmente do tipo de bacteriófago Melissa et at2016 TRATAMENTO CONTROLE E PREVENÇÃO Alguns estudos mostram que os antibióticos não modificam a progressão da doença Além disso há evidência de que os antibióticos favoreçam a condição de portador da bactéria e selecionem cepas resistentes O tratamento da forma sistêmica de Salmonelose inclui cuidados de enfermagem e terapia antimicrobiana apropriada com base em dados de suscetibilidade previamente adquiridos Melissa et al 2016 Segundo Vinicius et al 2008 o risco de transmissão vertical pode ser minimizado pela monitoria de lotes de matrizes testados por métodos bacteriológicos e sorológicos resultando em aves livres de Salmonella pela aquisição de linhagens de aves de produção mais resistentes à infecção por Salmonella Sendo de extrema importância o controle sanitário na avicultura industrial é realizado através de rigorosas medidas de biosseguridade e do monitoramento constante das aves entretanto nenhum controle é realizado em criações de aves em pequenas propriedades para subsistência próximas a áreas de criações comerciais Portanto as aves coloniais podem ser consideradas fontes em potencial de infecção de salmonela para as aves industriais Matheus et al 2013 PRINCIPAIS SALMONELOSE AVIARIA SALMONELOSE PARATIFOIDE Os sinais clínicos do paratifo não são característicos da doença e são facilmente confundidos com o da pulorose quando as aves jovens desenvolvem o quadro clinico E possível perceber nas duas primeiras semanas de vida apatia perda severa de apetite emagrecimento penas ericadas queda da asa amontoamento próximo da fonte de aquecimento fezes diarreicas esbranquiçadas e profusas empastadas nas penas ao redor da cloaca sonolência sede intensa edema de cabeça retardo de crescimento apatia pintinhos amontoados problemas respiratórios cegueira conjuntivite claudicação e alterações nervosas Em aves adultas os sinais da doença são menos frequentes principalmente quando a doença só ocorreu na forma intestinal e não na forma septicêmica Em situações estressantes a ave adulta pode chegar a desenvolver a forma septicêmica podendo ser observados sinais como emagrecimento diarreia e queda de postura PULOROSE Os sinais clínicos se apresentam desde os primeiros dias de vida estando presente diarreia em grande quantidade de cor branca podendo variar para brancoamarelada A cloaca vai estar suja de fezes com penugens grudadas ao redor Aves apáticas debilitadas anoréxicas cansadas com respiração difícil empenamento ruim queda das asas sonolentas com atraso no crescimento amontoadas perto da fonte de calor apresentando claudicação conjuntivite sinovites e cegueira também são indicativos da enfermidade Já em aves adultas nem sempre os sinais clínicos serão de fácil observação normalmente estas vão apresentar diminuição no consumo de ração baixo ganho de peso diminuição da fertilidade e baixa eclodibilidade dos ovos Podem apresentar eriçamento das penas crista pálida e retraída além de diarreia brancoamarelada a amareloesverdeada apatia e desidratação As aves que resistem podem apresentar baixos índices zootécnicos além de carrear o microrganismo servindo de fonte de infecção para outras aves A morbidade e a mortalidade vão depender de fatores relacionados à idade condição nutricional e estresse Pode acontecer mortalidade em 100 do plantel com grande prejuízo as aves entre duas e três semanas de idade A taxa de morbidade geralmente e maior que a taxa de mortalidade pois muitos animais se recuperam Melissa et al 2016 TIFO AVIARIO O tifo aviário é mais relacionado as aves adultas mas há casos com alta mortalidade em pintinhos A doença pode durar de 5 a 7 dias sendo observados como sinais clínicos anemia severa fezes diarreicas amareloesverdeada queda na produção de ovos dificuldade respiratória fraqueza prostração podendo levar também a septicemia O plantel acometido pode apresentar ainda queda de penas e penas eriçadas A mortalidade não ocorre de uma vez ela tende a ser lenta iniciando com o adoecimento de algumas aves e morte de outras e isso vai se repetindo até que o galpão seja totalmente acometido tornando a mortalidade acentuada Ariel et al 2021 CONCLUSÃO A Salmonelose aviária é uma enfermidade de grande importância e a melhor forma de manter a saúde das aves é por meio de medidas de controle e prevenção corretas rigorosas e contínuas no plantel Responsável por provocar alta mortalidade e morbidade em aves domésticas fechamento de granjas e embargos nas exportações ainda é responsável pela maioria dos quadros de intoxicação alimentar na população mundial Apresentando vários sinais clínicos inespecíficos que podem ser confundidos com outras bacterioses Por esse motivo e fundamental um correto diagnostico antes de selecionar um tratamento Medidas de manejo e higiene sempre serão opções viáveis para um controle da doença REFERÊNCIAS CORTEZ A L L et al Resistência antimicrobiana de cepas de Salmonella spp isoladas de abatedouros de aves Arquivos do Instituto Biológico v 73 p 157163 2022 GALDINO Vânia Maria Cristina Alves et al Virulência de Salmonella spp de origem avícola e resistência a antimicrobianos Biosci jOnline p 932939 2013 STERZO Elton Vinicius VARZONE José Ricardo Mattos FERRARI Rosana Salmoneloses aviárias Ensaios e Ciência Ciências Biológicas Agrárias e da Saúde v 12 n 2 p 129138 2008 INFANTE Dilia et al Infecciones por salmonelas paratifoides en aves Fonaiap divulga68 1921 2000 2000 DA SILVA Antônia Jhanyelle Hilario et al Salmonella spp um agente patogênico veiculado em alimentos Encontro de Extensão Docência e Iniciação Científica EEDIC v 5 n 1 2019 ZANETTI Nathalie de Souza Detecção dos biovares Gallinarum Pullorum e da cepa 9R de Salmonella pela reação em cadeia da polimerase PCR em isolados bacterianos de granjas avícolas 2015 GUASTALLI Elisabete Aparecida Lopes BUIM Marcos Roberto Tifo aviário importância do diagnóstico laboratorial 2017 CELIS ESTUPIÑAN Anny Lucia del Pilar Ressurgência do tifo aviário na avicultura industrial brasileira novos estudos epidemiológicos de uma enfermidade antiga 2016 ZERO Raphael Chiarelo RODRIGUES Jéssica De Oliveira Salmonella Riscos transmissão e controle na cadeia de produção suina revisão da literatura Nucleus Animalium v 9 n 1 p 129141 2017 SILVA D G et al Avaliação clínica da infecção experimental de bezerros com Salmonella Dublin Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia v 60 p 251255 2008 STELLA Ariel Eurides et al Salmonelose Aviária Research Society and Development v 10 n 4 p e1910413835e1910413835 2021 PIOVESAN MATHEUS BOFF AMANDA ORLANDI RODRIGUES RAULENE SURTO DE SALMONELOSE E LEUCOSE AVIÁRIA EM AVES DE CRIAÇÃO COLONIAL RAVAZZOLO A P COSTA U M Retroviridae In FLORES E F Org Virologia Veterinária Santa Maria Ed da UFSM 2012 Cap 33 p 953983
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serem móveis ou imóveis Todas possuem um antígeno somático comum denominado O enquanto as paratifóides possuem também o antígeno flagelar H que confere a elas a propriedade de se locomoverem São diferenciadas de outras bactérias por meio de provas bioquímicas Tendo seus sinais clínicos difíceis de identificar o que dificulta o tratamento em humano INTRODUÇÃO A definição do gênero Salmonella foi adotada em 1900 por Lignières em homenagem a Daniel Salmon o qual isolou o microrganismo conhecido como Salmonella enterica sorovar Choleraesuis de suínos Sua nomenclatura teve como orientação inicial informações relacionadas às condições clínicas ou ao hospedeiro do qual o microrganismo era isolado IOC2011 De acordo com Tatiane 2006 A Salmonella está entre uma das toxinfecções alimentares mais importantes Tendo o seu gênero pertencente à família enterobacteriacea constituído por três espécies S Bongori S Enterica e S Subterranea S Enterica divididos em seis subespécies enterica são isoladas para pessoas e animais de sangue quente salamae arizonae diarizonae houtenae indica e bongori infectam principalmente invertebrados de sangue frio e o ambiente Considerada uma bactéria entérica responsável por graves intoxicações alimentares tento surtos registrados em vários países A sua presença em alimentos é um problema de saúde pública tendo os sinais e sintomas clínicos mal diagnosticados Devemos ressaltar que a maioria dos sorotipos desse gênero são patogênicos ao homem apresentando diferenças de sintomatologia em decorrência da variação no mecanismo de patogenicidade além da idade e da resposta imune do hospedeiro Neide et al 2007 As doenças causadas podem ser divididas em três grupos principais febre tifoide febres entericas e as enterocolites ou salmoneloses Tatiane et al2006 EPIDEMIOLOGIA O reservatório para as bactérias do gênero Salmonella é o sistema gastrintestinal de animais de sangue quente e de sangue frio Segundo Cardoso Tessari 2008 A maioria dos sorovares existentes pode colonizar o intestino das aves sem causar doença Algumas salmonelas se adaptam ao seu hospedeiro o que causa uma dificuldade em sua detecção As salmonelas paratíficas são as de maior interesse em saúde animal e saúde pública e seu isolamento é frequente nos produtos de origem aviária Segundo Melissa et at 2016 as salmonelas são transmitidas principalmente por via orofecal frequentemente por meio da ingestão de alimento e água contaminados Os principais alimentos envolvidos na veiculação de Salmonelose são ovos carne de aves e seus derivados sendo que a manipulação desenvolve um papel importante na disseminação da bactéria por propagar a contaminação cruzada no ambiente de preparo de alimentos Cardoso Tessari 2008 Após a ingestão da bactéria pode ou não ocorrer doença Caso ocorra pode ser imediatamente depois ou em algum momento após a ingestão Neste último caso a interação inicial pode resultar em colonização sem doença do hospedeiro contudo no caso de alteração do ambiente intestinal provocada por exemplo por estresse ou pelo uso de antibiótico a doença pode progredir CARACTERISTICAS CLINICAS E PATOGENIA A doença é caracterizada pela manifestação de sespse onde tecidos como fígado baço intestinos ossos e vesícula biliar podem ser acometidos apresentando sinais clínicos diversos tais como náuseas vômito febre diarreia cefaléia constipação e óbito Raphael Jessica 2017 Os fatores associados ao hospedeiro incluem idade condição imune doença concomitante e composição da flora normal As célulasalvo são as células M do epitélio associado ao folículo que reveste o tecido linfático associado ao intestino na parte distal do intestino delgado e na porção superior do intestino grosso Após a adesão as salmonelas são internalizadas depois da formação de membranas onduladas nas célulasalvo estimulada por Ssps e Sops subsequente à sua introdução pelo T3SS Neste momento as salmonelas são encontradas nas célulasalvo nos linfonodos e em tecidos da submucosa Iniciase uma resposta inflamatória pela liberação de várias quimiocinas pelas células hospedeiras infectadas bem como pela liberação de citocinas próinflamatórias após a interação da célula hospedeira com o LPS da parede celular da bactéria condição que resulta em influxo de leucócitos PMN e macrófagos Se a condição imune do hospedeiro e as características das salmonelas são assim o processo infeccioso cessa neste estágio da doença Acreditase que a diarreia seja decorrente da síntese de prostaglandina pelos PMN recrutados bem como da ativação de diversas vias de sinalização do isositol no interior das células hospedeiras acometidas As salmonelas se disseminam e crescem no interior das células fagocíticas nos fagossomos Durante sua disseminação as salmonelas ocasionalmente encontramse fora do ambiente intracelular e portanto sob o risco de formação de complexos de ataque de membrana pelo complemento em sua superfície Salmonelas invasoras são capazes de secretar um sideróforo a salmoquelina que remove ferro das proteínas ligadoras de ferro do hospedeiro Se a infecção se limitar ao sistema gastrintestinal a lesão consiste em uma inflamação fibrinossupurativa necrosante e hemorrágica na parte distal do intestino delgado e no intestino grosso No início a necrose intestinal é erosiva e com frequência tornase ulcerativa resultando na formação de membrana diftérica Essas lesões são especialmente comuns em bovinos e suínos O fígado frequentemente apresenta inflamação necrosante multifocal aleatória a qual reflete a disseminação bacteriana pela veia porta e a fagocitose pelas células de Kupffer sem a morte efetiva das bactérias Na apresentação septicêmica da doença pode haver alteração fibrinoide nos vasos sanguíneos de vários órgãos bem como vasculite tromboembolismo hemorragias e infarto Melissa et at2016 De acordo com Vinicius et al 2008 em aves a transmissão ocorre pela forma vertical via ovo desencadeando o nascimento de pintos infectados Envolve também a transmissão horizontal com a contaminação do ambiente e da ração além da existência de diferentes espécies animais que constituem reservatórios da bactéria DIAGNÓSTICO Nos casos de infecção intestinal coletamse mostras de fezes na doença sistêmica coletase uma amostra de sangue para hemocultura padrão Amostras de baço e de medula óssea são submetidas à cultura para salmonela quando é necessário o diagnóstico pósmorte de Salmonelose sistêmica Como meio de enriquecimento recomendamse selenito F tetrationato ou caldo para bactérias gramnegativas Em meios que contêm lactose as salmonelas se apresentam como colônias não fermentadoras de lactose As colônias suspeitas podem ser testadas diretamente com antissoro polivalente antiSalmonella ou ser inoculadas em meios de diferenciação e em seguida ser testadas com antissoro Para a cultura de salmonela em tecidos podese utilizar ágarsangue A identificação definitiva da bactéria requer a determinação dos antígenos somáticos e flagelares e possivelmente do tipo de bacteriófago Melissa et at2016 TRATAMENTO CONTROLE E PREVENÇÃO Alguns estudos mostram que os antibióticos não modificam a progressão da doença Além disso há evidência de que os antibióticos favoreçam a condição de portador da bactéria e selecionem cepas resistentes O tratamento da forma sistêmica de Salmonelose inclui cuidados de enfermagem e terapia antimicrobiana apropriada com base em dados de suscetibilidade previamente adquiridos Melissa et al 2016 Segundo Vinicius et al 2008 o risco de transmissão vertical pode ser minimizado pela monitoria de lotes de matrizes testados por métodos bacteriológicos e sorológicos resultando em aves livres de Salmonella pela aquisição de linhagens de aves de produção mais resistentes à infecção por Salmonella Sendo de extrema importância o controle sanitário na avicultura industrial é realizado através de rigorosas medidas de biosseguridade e do monitoramento constante das aves entretanto nenhum controle é realizado em criações de aves em pequenas propriedades para subsistência próximas a áreas de criações comerciais Portanto as aves coloniais podem ser consideradas fontes em potencial de infecção de salmonela para as aves industriais Matheus et al 2013 PRINCIPAIS SALMONELOSE AVIARIA SALMONELOSE PARATIFOIDE Os sinais clínicos do paratifo não são característicos da doença e são facilmente confundidos com o da pulorose quando as aves jovens desenvolvem o quadro clinico E possível perceber nas duas primeiras semanas de vida apatia perda severa de apetite emagrecimento penas ericadas queda da asa amontoamento próximo da fonte de aquecimento fezes diarreicas esbranquiçadas e profusas empastadas nas penas ao redor da cloaca sonolência sede intensa edema de cabeça retardo de crescimento apatia pintinhos amontoados problemas respiratórios cegueira conjuntivite claudicação e alterações nervosas Em aves adultas os sinais da doença são menos frequentes principalmente quando a doença só ocorreu na forma intestinal e não na forma septicêmica Em situações estressantes a ave adulta pode chegar a desenvolver a forma septicêmica podendo ser observados sinais como emagrecimento diarreia e queda de postura PULOROSE Os sinais clínicos se apresentam desde os primeiros dias de vida estando presente diarreia em grande quantidade de cor branca podendo variar para brancoamarelada A cloaca vai estar suja de fezes com penugens grudadas ao redor Aves apáticas debilitadas anoréxicas cansadas com respiração difícil empenamento ruim queda das asas sonolentas com atraso no crescimento amontoadas perto da fonte de calor apresentando claudicação conjuntivite sinovites e cegueira também são indicativos da enfermidade Já em aves adultas nem sempre os sinais clínicos serão de fácil observação normalmente estas vão apresentar diminuição no consumo de ração baixo ganho de peso diminuição da fertilidade e baixa eclodibilidade dos ovos Podem apresentar eriçamento das penas crista pálida e retraída além de diarreia brancoamarelada a amareloesverdeada apatia e desidratação As aves que resistem podem apresentar baixos índices zootécnicos além de carrear o microrganismo servindo de fonte de infecção para outras aves A morbidade e a mortalidade vão depender de fatores relacionados à idade condição nutricional e estresse Pode acontecer mortalidade em 100 do plantel com grande prejuízo as aves entre duas e três semanas de idade A taxa de morbidade geralmente e maior que a taxa de mortalidade pois muitos animais se recuperam Melissa et al 2016 TIFO AVIARIO O tifo aviário é mais relacionado as aves adultas mas há casos com alta mortalidade em pintinhos A doença pode durar de 5 a 7 dias sendo observados como sinais clínicos anemia severa fezes diarreicas amareloesverdeada queda na produção de ovos dificuldade respiratória fraqueza prostração podendo levar também a septicemia O plantel acometido pode apresentar ainda queda de penas e penas eriçadas A mortalidade não ocorre de uma vez ela tende a 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do Instituto Biológico v 73 p 157163 2022 GALDINO Vânia Maria Cristina Alves et al Virulência de Salmonella spp de origem avícola e resistência a antimicrobianos Biosci jOnline p 932939 2013 STERZO Elton Vinicius VARZONE José Ricardo Mattos FERRARI Rosana Salmoneloses aviárias Ensaios e Ciência Ciências Biológicas Agrárias e da Saúde v 12 n 2 p 129138 2008 INFANTE Dilia et al Infecciones por salmonelas paratifoides en aves Fonaiap divulga68 1921 2000 2000 DA SILVA Antônia Jhanyelle Hilario et al Salmonella spp um agente patogênico veiculado em alimentos Encontro de Extensão Docência e Iniciação Científica EEDIC v 5 n 1 2019 ZANETTI Nathalie de Souza Detecção dos biovares Gallinarum Pullorum e da cepa 9R de Salmonella pela reação em cadeia da polimerase PCR em isolados bacterianos de granjas avícolas 2015 GUASTALLI Elisabete Aparecida Lopes BUIM Marcos Roberto Tifo aviário importância do diagnóstico laboratorial 2017 CELIS ESTUPIÑAN Anny Lucia del Pilar Ressurgência do tifo aviário na avicultura industrial brasileira novos estudos epidemiológicos de uma enfermidade antiga 2016 ZERO Raphael Chiarelo RODRIGUES Jéssica De Oliveira Salmonella Riscos transmissão e controle na cadeia de produção suina revisão da literatura Nucleus Animalium v 9 n 1 p 129141 2017 SILVA D G et al Avaliação clínica da infecção experimental de bezerros com Salmonella Dublin Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia v 60 p 251255 2008 STELLA Ariel Eurides et al Salmonelose Aviária Research Society and Development v 10 n 4 p e1910413835e1910413835 2021 PIOVESAN MATHEUS BOFF AMANDA ORLANDI RODRIGUES RAULENE SURTO DE SALMONELOSE E LEUCOSE AVIÁRIA EM AVES DE CRIAÇÃO COLONIAL RAVAZZOLO A P COSTA U M Retroviridae In FLORES E F Org Virologia Veterinária Santa Maria Ed da UFSM 2012 Cap 33 p 953983