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Anatomia

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Anatomia Humana Básica Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes Reitor Prof Ms Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof Ms Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof Ms Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord de Ensino Pesquisa e Extensão CONPEX Prof Dr Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa Dra Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof Dr Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof Esp Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD Núcleo de Educação à Distância Prof Me Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Kauê Berto Projeto Gráfico Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie Permi tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores mas sem a possibilidade de alterála de nenhuma forma ou utilizála para fins comerciais UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas 333 Centro Paranavaí PR 44 30459898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes 2178 Centro Paranavaí PR 44 30459898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR 376 KM 102 nº 1000 Chácara Jaraguá Paranavaí PR 44 30459898 wwwunifatecieedubrsite As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP F442a Fiaes Gislaine Cardoso de Souza Anatomia humana básica ParanavaíEduFatecie 2021 112 p il Color 1 Anatomia humana 2 Sistema nervoso 3 Sistema musculoesquelético I Centro Universitário UniFatecie II Núcleo de Educação a Distância III Título CDD 23 ed 611 Catalogação na publicação Zineide Pereira dos Santos CRB 91577 AUTORA Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes Mestre em Ciências Farmacêuticas Universidade Estadual de Maringá Bacharel em Farmácia Generalista UniCesumar Especialista em Farmacologia Aplicada à Terapêutica Universidade Estadual de Maringá Docente do curso de Farmácia e Estética e Cosmética Universidade Para naense Unipar Com experiência docente de 3 anos ministrando a disciplina de Anatomia Humana Link do Currículo na Plataforma Lattes httplattescnpqbr8017598356774912 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bemvindoa à disciplina de Anatomia Humana Prezadoa alunoa a partir de agora estamos iniciando uma jornada que discipli na construiremos um arsenal de conhecimento a respeito das estruturas e organização do corpo humano O interesse sobre o conhecimento detalhado do corpo humano começou a receber atenção no final do século XX através da dedicação de pesquisadores que tornou possível desvendar a forma e estrutura do corpo humano Na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo da anatomia humana através da definição terminologia anatômica e planos de secção do corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes Posteriormente iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três sistemas esquelé tico articular e muscular A respeito do sistema esquelético será abordado suas funções composição formatos e classificações O sistema articular estudaremos a definição e as classificações articulares E finalizamos estudando o sistema muscular que é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo mas veremos de maneira simples e de fácil entendimento as funções e classificações musculares Na unidade II abrange o estudo do sistema circulatório que consiste no estudo do sistema cardiovascular que envolve a compreensão das estruturas do coração e vasos sanguíneos como as artérias que levam às células o sangue arterial e as veias que transportam o sangue venoso de volta para o coração Sobre o sistema linfático será abordado sua função e a identificação dos órgãos linfáticos Na sequência será apresentado o sistema respiratório com todas as suas estrutu ras anatômicas que viabilizam o processo de troca gasosa A unidade III abordará o fascinante tópico relacionado ao sistema nervoso central e periférico apresentando o tecido nervoso as funções e descrição das estruturas anatô micas Finalizaremos com a unidade IV estudando o sistema digestório urinário e genital masculino e feminino abordando as funções atribuídas a cada uma destes sistemas e a descrição das estruturas anatômicas pertencentes a cada um destes sistemas Aproveito para reforçar o convite a você para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos abordados em nosso material Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional Muito obrigado e bom estudo SUMÁRIO UNIDADE I 3 Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor UNIDADE II 27 Sistemas Cardiovascular Linfático e Respiratório UNIDADE III 57 Sistema Nervoso UNIDADE IV 83 Sistemas Digestório Urinário e Genital 3 Plano de Estudo Tópico 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA Introdução a Anatomia Humana Níveis de Organização do corpo humano Terminologias anatômicas Posição anatômica Planos anatômicos e Secções Termos de posição e direção Tópico 2 SISTEMA ESQUELÉTICO Conceituar o Sistema esquelético Divisão do Esqueleto Humano Composição dos ossos Funções do Sistema Esquelético Classificação Morfológica dos Ossos Tópico 3 SISTEMA ARTICULAR Definição do Sistema articular Classificação Estrutural das Articulações Articulações fibrosas Articulações cartilagíneas Articulações sinoviais Tópico 4 SISTEMA MUSCULAR Conceito sobre o sistema muscular Tecido muscular Funções e classificação dos músculos Objetivos da Aprendizagem Definir anatomia humana Identificar os níveis de organização estrutural do corpo humano e as terminologias anatômicas Definir os três sistemas que formam o aparelho locomotor Sistemas esquelético articular e muscular Compreender as funções e classificações dos sistemas esquelético articular e muscular UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes 4 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor INTRODUÇÃO O estudo da anatomia humana é extremamente interessante por proporcionar a compreensão da constituição do corpo e como ele funciona permitindo à você adquirir conhecimentos que serão fundamentais na aplicação clínica após sua formação como profissional da área da saúde Portanto na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo da anatomia humana através da definição terminologia anatômica e planos de secção do corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes Posteriormente iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três sis temas esquelético articular e muscular A respeito do sistema esquelético será abordado suas funções composição formatos e classificações O sistema articular estudaremos a definição e as classificações articulares E finalizamos estudando o sistema muscular que é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo mas veremos de maneira simples e de fácil entendimento as funções e classificações musculares 5 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA A anatomia é a ciência que estuda macro e microscópicamente a constituição e o desenvolvimento do corpo humano Utilizamos o termo Morfologia para englobar as duas áreas de estudo anatômico sendo elas Anatomia microscópica que está relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e necessita de recurso instrumental para ampliação como lupas microscópios ópticos e eletrônicos Esta área se subdivide em Citologia estudo das células e Histologia estudo dos tecidos e como estes se organizam para a formação de órgãos Anatomia macroscópica estuda as estruturas visíveis a olho nu abordada da seguinte forma anatomia de superfície estuda as formas na superfície do corpo que re vela os órgão que ficam escondidos ex estudo de músculos que se destacam por baixo da pele de halterofilistas anatomia regional estuda regiões específicas do corpo ex cabeça pescoço tórax abdome Enquanto a anatomia sistêmica concentra os estudos nos sistemas que atuam na realização de funções complexas O estudo macroscópico da anatomia sistêmica é a forma mais comum de proceder os estudos anatômicos rela cionados à forma e as funções Para exemplificar estudamos isoladamente os aspectos anatômicos do sistema esquelético sistema articular e o sistema muscular no entanto nenhum sistema do corpo humano funciona sozinho juntos formam o chamado aparelho locomotor DANGELO FATTINI 2007 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 6 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 11 Níveis de Organização do corpo humano O corpo humano é organizado estruturalmente em seis níveis que se estende desde átomos até a pessoa como um todo e ajuda na compreensão da anatomia os níveis organizacionais do corpo humano são os seguintes os níveis químico celular tecidual orgânico sistêmico e organizacional TORTORA DERRICKSON 2016 1 O nível químico inclui os átomos que são as menores unidades da matéria que participam de reações químicas e são essenciais para a manutenção da vida como por exemplo oxigênio carbono hidrogênio fósforo e cálcio E as moléculas que são caracte rizadas pela ligação de átomos entre si um exemplo das moléculas encontradas no corpo humano são o ácido desoxirribonucleico DNA o material genético passado de geração em geração e a glicose açúcar do sangue 2 Nível celular A combinação de moléculas formam as células que são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e originam os tecidos que são o próximo nível de organização Como exemplos de células temos as células musculares células nervosas e as células epiteliais 3 O nível tecidual é formado por grupos de células com uma função específica Existem quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo o tecido epitelial o tecido conjuntivo o tecido muscular e o tecido nervoso O tecido epitelial recobre as superfícies externas e internas do corpo O tecido conjuntivo conecta dá sustentação e protege os órgãos do corpo O tecido muscular realiza contração produzindo movimento do corpo gerando calor O tecido nervoso transmite informação de uma parte do corpo para outra por meio de impulsos nervosos 4 Nível orgânico os órgãos são as estruturas compostas por diferentes tipos de tecidos e desempenham funções específicas Exemplos de órgãos incluem o estômago a pele os ossos o coração o fígado os pulmões e o encéfalo 5 Nível sistêmico Um sistema é caracterizado por órgãos relacionados com uma função em comum como por exemplo o sistema digestório que digere e absorve os alimentos Seus órgãos incluem a boca as glândulas salivares a faringe o esôfago o estômago o intestino delgado o intestino grosso o fígado a vesícula biliar e o pâncreas Em alguns casos um órgão pertence a mais de um sistema 6 Nível organizacional Um organismo envolve todas as partes do corpo hu mano funcionando em conjunto 7 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 12 Terminologias anatômicas Assim como toda ciência a anatomia também possui sua linguagem própria para descrever o organismo e suas partes a padronização nos termos foi necessária pois no final do século XIX houve um avanço nas descobertas anatômicas gerando certa desordem pois a mesma estrutura recebe denominações diferentes em cada centro de estudo Em 1895 foi criada a primeira nomenclatura internacional na tentativa de uniformizar os termos e dando origem ao que chamamos de terminologia anatômica internacional DANGELO FATTINI 2007 O conhecimento da terminologia anatômica é importante para promover a expres são clara e apropriada dos termos de maneira correta Embora você conheça os termos coloquiais para designar as partes e regiões do corpo o que é importante para facilitar a comunicação com os indivíduos leigos que procurem atendimento vocês futuros profissionais da área da saúde aprendam o uso da terminologia anatômica internacional para permitir a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo todo MOORE DALLEY AGUR 2014 121 Posição anatômica A posição anatômica é uma posição de referência utilizada em todas as descrições anatômicas dando significado aos termos direcionais utilizados na descrição das partes e regiões do corpo As discussões sobre o corpo o modo como se movimenta sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada posição anatômica A posição anatômica referese à posição do corpo onde o indivíduo se encontra ereto posição ortostática é o mesmo que em pé com a cabeça e pés apontados para frente e o olhar para o horizonte os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente MOORE DALLEY AGUR 2014 Usando essa posição e a terminologia apropriada você pode relacionar com precisão uma parte do corpo a qualquer outra parte 122 Planos anatômicos e Secções Para estudarmos a Anatomia Humana é necessário conhecermos os chamados planos anatômicos que são fundamentais para facilitar as descrições anatômicas localização e a situação dos diferentes órgãos do corpo baseandose em quatro planos imaginários que cruzam o corpo na posição anatômica MOORE DALLEY AGUR 2014 8 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Plano mediano ou também chamado de plano sagital mediano É carac terizado por ser plano vertical que corta o corpo longitudinalmente dividindo o corpo em metades direita e esquerda que passa através da linha mediana do corpo Plano sagital são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano Plano frontal coronal são planos verticais que atravessam o corpo formando ân gulos retos com o plano mediano dividindo o corpo em partes anterior frente e posterior atrás Plano transverso são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos mediano e frontal dividindo o corpo em partes superior e inferior 1221 Planos de secção Ao estudar uma região corporal é mostrada uma secção do mesmo Uma secção é um corte do corpo ou de um de seus órgãos feito ao longo de um dos planos anatômicos descritos acima É importante conhecer o plano da secção para compreender a relação anatômica de uma parte com a outra A Figura 1 exemplifica três principais planos de sec ção sagital frontal e transversal através de visões diferentes do encéfalo FIGURA 1 REPRESENTA OS PLANOS ANATÔMICOS SAGITAL FRONTAL CORONAL E TRANSVERSO QUE CRUZAM O CORPO NA POSIÇÃO ANATÔMICA 123 Termos de posição e direção Para localizar as estruturas corporais são utilizados termos de posição e direção Partindo do princípio que o corpo do indivíduo encontrase na posição de referência que é chamada posição anatômica os anatomistas utilizam dois termos de posição que descrevem o corpo deitado Se o corpo está com o rosto voltado para baixo ele está em decúbito ventral No entanto se o corpo está com o rosto voltado para cima ele está em decúbito dorsal 9 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Quanto aos termos de direção específicos que descrevem a posição de uma parte do corpo em relação à outra Existem vários termos direcionais que são agrupados em pares com e possuem significados opostos ex anterior frente e posterior atrás Abaixo estão listados os principais termos direcionais com seus respectivos exemplos TORTORA DERRICKSON 2016 TERMOS DIRECIONAIS EXEMPLO DE USO Superior O coração é superior ao fígado Inferior O estômago é inferior aos pulmões Anterior O esterno é anterior ao coração Posterior O esôfago é posterior à traquéia Medial A ulna é média ao rádio Lateral Os pulmões são laterais ao coração Proximal O úmero é proximal ao rádio Distal As falanges são distais aos ossos carpais Superficial As costelas são superficiais aos pulmões Profundo As costelas são profundas em relação à pele do tórax Ipsilateral A vesícula biliar e o colo ascendente são ipsilaterais estão do mesmo lado Contralateral O colo ascendente e o colo descendente são contralaterais estão em lados opostos do corpo 10 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 10 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 2 SISTEMA ESQUELÉTICO O sistema esquelético é composto por vários tecidos diferentes e atua em conjunto com cartilagem e articulações Cada osso do corpo é considerado um órgão sendo respon sável por fornecer suporte e sustentação ao corpo servem como ponto de fixação para os músculos e armazenamento de minerais MARIEB WILHELM MALLATT 2014 21 Divisão do Esqueleto Humano O sistema esquelético é dividido em duas partes funcionais esqueleto axial que é formado pelos ossos da cabeça pescoço e tronco localizados no centro do corpo Enquan to o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores inclusive aqueles que formam os cíngulos dos membros superiores e dos membros inferio res A união do esqueleto axial com o apendicular acontece por meio das cinturas escapular e pélvica TORTORA DERRICKSON 2016 22 Composição dos ossos O tecido ósseo é composto por dois tipos de osso o osso compacto e o osso esponjoso Diferenciase pela quantidade de material sólido e pelo número e tamanho dos espaços que eles contêm sendo que a proporção de osso compacto e esponjoso varia de acordo com a função do osso TORTORA DERRICKSON 2016 O osso esponjoso localizase no interior do osso e seu aspecto esponjoso se deve a presença de espaços entre as lamínulas ósseas que são chamadas de trabéculas ósseas Em algumas partes o osso esponjoso é substituído por uma cavidade medular que abriga a 11 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor medula óssea amarela armazena gordurosa ou vermelha responsável pela função hemato poiética produção de células sanguíneas e plaquetas TORTORA DERRICKSON 2016 O osso compacto está presente em todos os ossos como uma camada compacta fina e superficial em torno de uma massa central de osso esponjoso a proporção entre osso compacto e esponjoso é responsável por sua resistência Os ossos longos por exemplo possuem uma maior quantidade de osso compacto no corpo do osso diáfise quando com parado às demais categorias de ossos Abordaremos agora a estrutura dos ossos longos Figura 2 que são as seguintes Diáfise é a haste longa do osso corpo do osso Ela é composta principalmente por tecido ósseo compacto proporcionando resistência ao osso longo Epífises são as extremidades de um osso longo e locais onde um osso se articula a um segundo osso formando uma articulação Cada epífise é coberta com uma fina camada de cartilagem hialina chamada cartilagem articular Linha epifisial Localizase entre a diáfise e cada epífise de um osso longo adulto É um sinal da lâmina epifisial que é um disco de cartilagem hialina responsável pelo crescimento ósseo alongamento do osso durante a infância O periósteo periósteo em torno do osso é uma membrana de tecido con juntivo que recobre o ossos externamente responsável por irrigar os ossos com nervos e vasos sanguíneos por isso sentimos dor ao fraturar um osso O periósteo fornece pontos de inserção para os tendões e ligamentos que se unem a um osso FIGURA 2 ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS Fonte MARIE WILHELM MALLATT 2014 p 136 12 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 23 Funções do Sistema Esquelético As funções desempenhadas pelo sistema esquelético são as seguintes Suporte O esqueleto sustenta os tecidos moles e fornece pontos de fixação para tendões e músculos esqueléticos Proteção O esqueleto protege os órgãos vitais de lesão Por exemplo os ossos do crânio protegem o encéfalo e a caixa torácica protege o coração e os pulmões Assistência ao movimento A fixação dos músculos esqueléticos aos ossos pro duz movimentos através da contração da musculatura e tracionamento dos ossos Armazenamento e liberação de minerais O tecido ósseo armazena minerais como cálcio e fósforo que contribuem para a resistência dos ossos e conforme a necessidade os minerais são liberados para a corrente sanguínea de modo a manter a homeostasia Função hematopoiética É caracterizada pela produção de células sanguíneas que ocorre na medula óssea vermelha presente no interior de determinados ossos como os ossos do quadril costelas e esterno vértebras crânio e extre midades do úmero e fêmur A produção de hemácias eritrócitos leucócitos e plaquetas é denominada de hematopoese Armazenamento de triglicerídeos Com o avanço da idade grande parte da medula óssea é transformada de vermelha para amarela A medula óssea ama rela é responsável pelo armazenamento de triglicerídeos que são reserva de energia para o organismo MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 24 Classificação Morfológica dos Ossos Os ossos são classificados de acordo com suas características morfológicas por possuir tamanhos e formatos variados em cinco tipos ossos longos curtos planos irre gulares e sesamóides Figura 3 refletindo diretamente na função desempenhada Para exemplificar temos o fêmur que é o osso da coxa e pertence à categoria dos ossos longos esta característica atribui a ele a função de suportar o peso e pressão do corpo MARIEB WILHELM MALLATT 2014 MOORE DALLEY AGUR 2014 1 Ossos longos Possui comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades chamadas de epífises e têm suas diáfises como sendo o corpo do osso é formada por tecido ósseo compacto Exemplo de ossos longos fêmur tíbia fíbula úmero radio e ulna 13 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 2 Ossos curtos Possuem comprimento igual à sua largura Exemplos ossos do carpo e tarso 3 Ossos planos São ossos finos e achatados que garantem considerável pro teção Exemplos Ossos do crânio frontal parietal osso esterno e escápula 4 Ossos irregulares São ossos com formas variadas e não se encaixa nas outras classificações como exemplos mandíbula e vértebras 5 Ossos sesamóides Os ossos sesamóides são considerados um tipo especial de osso por se desenvolver em alguns tendões e se encontrar em lugares onde os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros A patela é um exemplo de osso sesamóide e possui a função de proteger os tendões contra o desgaste excessivo FIGURA 3 ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO AS CLASSIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS OSSOS Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 135 14 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 3 SISTEMA ARTICULAR 31 Definição As articulações são definidas como sendo o ponto de contato entre dois ossos entre osso e cartilagem ou entre osso e dente com formas e funções variadas Algumas articulações não possuem movimento outras permitem pequenos movimentos enquanto outras têm mobilidade livre MOORE DALLEY AGUR 2014 32 Classificação As articulações são classificadas estruturalmente de acordo com as características anatômicas e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que as articulações realizam A classificação estrutural das articulações baseiase em dois critérios 1 existência ou ausência de cavidade articular espaço entre os ossos 2 tipo de tecido conjuntivo que une os ossos Portanto de acordo com as caraterísticas estruturais as articulações são classificadas como articulações fibrosas cartilagíneas e sinoviais A classificação funcional é definida com relação ao grau de movimento que as articulações executam Funcionalmente as articulações são classificadas como sinartrose imóvel anfiartrose ligeiramente móvel e diartrose movimentos livres 15 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 321 Classificação Estrutural das Articulações 3211 Articulações fibrosas As articulações são formadas por tecido fibroso tecido conjuntivo denso não modelado nestas articulações as superfícies dos ossos estão quase em contato direto e a maioria das articulações fibrosas são imóveis ou ligeiramente móveis Há três tipos principais de articulações fibrosas Suturas As suturas estão presentes apenas nos ossos do crânio mantendo os ossos firmemente unidos e consideradas funcionalmente como articulações imóveis sinartrose Os tipos de suturas existentes são plana escamosa e denteada Sindesmose A sindesmose é um tipo de articulação fibrosa une os ossos com uma lâmina de tecido fibroso podendo ser um ligamento ou uma membrana fibrosa que une ossos membrana interóssea Gonfose ou também chamada de sindesmose dentoalveolar é uma articu lação fibrosa onde ocorre à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas é um processo semelhante a um pino encaixandose em uma cavidade entre a raiz do dente e o processo alveolar da maxila As sindesmoses e gonfoses são classificadas funcionalmente como anfiartroses por realizar pequenos movimentos MARIEB WILHELM MALLATT 2014 MOORE DALLEY AGUR 2014 3212 Articulações cartilagíneas Nas articulações cartilaginosas os ossos são unidos por cartilagem e pequenos movimentos são possíveis nestas articulações Existem dois tipos de articulações cartilagí neas sínfises e sincondroses Sínfises são articulações fortes ligeiramente móveis unidas por fibrocartilagem Exemplos desta articulação incluem discos intervertebrais presente entre as vértebras e sínfise púbica A estrutura de fibrocartilagem confere resistência à tensão e a compressão agindo como um amortecedor as sínfises são articulações ligeiramente móveis anfiartro ses fornecendo resistência com flexibilidade Sincondroses Os ossos são unidos por cartilagem hialina as articulações do tipo sincondrose dividemse em uniões temporárias e definitivas Como sincondroses tem porárias temos a lâmina epifisial presente nas epífises dos ossos longos durante o desenvolvimento do osso longo e com o passar do tempo a lâmina epifisial se converte em osso 16 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor e as epífises fundemse com a diáfise Como exemplo de sincondrose definitiva temos a articulação esternocostal cartilagem costal que une a primeira costela e o manúbrio do esterno Funcionalmente as sincondroses são classificadas como sinartroses por serem articulações imóveis MARIEB WILHELM MALLATT 2014 3213 Articulações sinoviais As articulações sinoviais são as mais importantes e complexas articulações do corpo e permitem a realização de muitos movimentos sendo considerada funcionalmente diartro se Exemplos de algumas articulações sinoviais articulação do ombro glenoumeral joelho e quadril coxofemoral As articulações sinoviais possuem característica únicas como Cavidade articular É uma característica presente somente nas articulações sinoviais é um espaço potencial que comporta uma pequena quantidade de líquido sinovial Cápsula articular membrana fibrosa dividida em duas camadas a camada externa promove a união dos ossos e a camada interna é chamada membrana sinovial reveste a cápsula articular e tem a importante função de produzir o líquido sinovial Líquido sinovial É um líquido viscoso que preenche o espaço da cavidade articular e atua como lubrificante articular permitindo o deslizamento dos ossos com o mínimo de atrito Cartilagem articular Cobre as extremidades dos ossos e serve para absorver as forças de compressão aplicadas nas articulações protege as extremidades ósseas MARIEB WILHELM MALLATT 2014 MOORE DALLEY AGUR 2014 17 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 4 SISTEMA MUSCULAR 41 Conceitos O sistema muscular é formado por músculos esqueléticos que são estruturas indi vidualizadas que cruzam as articulações e através da sua capacidade de contração são capazes de transmitir movimento esta habilidade é promovida por células específicas de nominadas fibras musculares sendo os músculos capazes de transformar energia química em energia mecânica MOORE DALLEY AGUR 2014 42 Tecido Muscular Existem três tipos de músculos músculo estriado esquelético músculo estriado cardíaco e músculo liso O músculo estriado esquelético é de controle voluntário e está associado ao sistema esquelético movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas por isso recebe o nome de músculos esqueléticos O músculo estriado cardíaco é um músculo de controle involuntário presente apenas nas paredes do coração O músculo liso músculo não estriado é o músculo visceral também de con trole involuntário e reveste a parte interna das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e órgãos ocos ex esôfago estômago e bexiga 43 Funções As funções do tecido muscular são as seguintes 1 Produção dos movimentos corporais O músculo esquelético encontrase conectado ao sistema esquelético produzindo movimentos como andar e correr 18 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 2 Estabilizar as posições corporais A contração contínua dos músculos esque léticos chamadas de tônus muscular contribuem para estabilizar as articulações promo vendo a manutenção das posições corporais no ato de ficar em pé ou sentado 3 Movimento de Substâncias dentro do Corpo As contrações dos músculos lisos nos órgãos do sistema digestório promove a movimentação de alimentos através de movi mentos chamados peristaltismo Os músculos esfincterianos funcionam como válvulas que se abrem relaxando deixa passar a substância e fecham contraindo impede a passagem 4 Produção de Calor A contração do tecido muscular produz calor que é usado na manutenção da temperatura corporal Durante a realização de atividade física as contra ções musculares são intensificadas gerando um excesso de calor e para impedir o aumento da temperatura corporal o reflexo imediato é a sudorese que ocorre para resfriar o corpo MARIEBWILHELM MALLATT 2014 44 Classificação dos músculos Os músculos podem ser classificados de acordo com seu formato relacionado com à disposição das fibras musculares 441 Disposição paralela Músculos planos Suas fibras são dispostas paralelamente Exemplo M sartório Figura 4 é um músculo plano estreito com fibras paralelas FIGURA 4 M SARTÓRIO MÚSCULO PLANO Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 330 19 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Músculos triangulares Tem origem em uma área larga e converge para formar um único tendão assemelhandose a um leque Exemplo M peitoral maior Figura 5 Músculos fusiformes Seu diâmetro da região central ventre do músculo é maior que nas extremidades Exemplo M bíceps braquial Figura 5 FIGURA 5 M PEITORAL MAIOR MÚSCULOS TRIANGULARES E M BÍCEPS BRAQUIAL MÚSCULO FUSIFORME Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 316 Músculos quadrados Apresentar quatro lados iguais sendo o comprimento igual à largura Exemplo M reto do abdome e M glúteo máximo 20 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor FIGURA 6 M RETO DO ABDOME Fonte DRAKE 2011 p 130 FIGURA 7 M GLÚTEO MÁXIMO Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 333 21 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Músculos circulares São músculos que circundam uma determinada região ou abertura do corpo fechandoos quando se contraem Exemplo M orbicular dos olhos fecha as pálpebras 442 Disposição oblíqua Músculos peniformes A disposição das fibras musculares são parecidas com penas E podem ser classificados como semipeniformes peniformes ou multipeniformes Exemplo M extensor longo dos dedos semipeniforme M reto femoral peniforme e M deltóide multipeniforme FIGURA 8 REPRESENTAÇÃO DOS MÚSCULOS PENIFORMES Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 275 SAIBA MAIS A osteoporose osso poroso é uma condição patológica que afeta todo o sistema esque lético acometendo 10 milhões de pessoas por ano nos EUA Ocorre durante o processo de envelhecimento devido a diminuição dos componentes orgânicos e inorgânicos do osso à perda de cálcio do corpo pela urina fezes e suor é maior do que a quantidade absorvido da alimentação fazendo com que a massa óssea fique porosa tornando os ossos frágeis perdendo a elasticidade e sofrendo fraturas espontâneas Por exemplo uma fratura de quadril pode resultar da simples ação de sentarse muito rapidamente Nos EUA a osteoporose causa mais de 15 milhão de fraturas por ano sendo as princi pais fraturas de quadril punhos e vértebras A osteoporose afeta principalmente pessoas idosas e de meiaidade com maior pre valência de mulheres acometidas do que os homens por dois motivos isto se deve a dois fatos 1 os ossos das mulheres são menos compactos que os dos homens e 2 a produção hormônios nas mulheres diminui na menopausa MOORE DALLEY AGUR 2014 22 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor REFLITA Oração ao Cadáver Desconhecido Ao curvarte com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido lembrate que este corpo nasceu do amor de duas almas cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer sem que tivesse uma só prece Seu nome só Deus o sabe mas o destino inexorável deulhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente Dr Karl Rokitansky 1876 médico patologista 23 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa Neste material busquei trazer para você os aspectos gerais da anatomia humana que servirá de base para o estudo dos temas subsequentes fornecendo conhecimento de termos técnicoscientíficos utilizados rotineiramente nos estudos Posterior a esta apresen tação inicial iniciamos os estudos da anatomia macroscópica sistêmica que consiste no estudo detalhado dos sistemas que formam o corpo humano Nesta abordagem definimos e destacamos as funções de três sistemas sistema esquelético articular e muscular Com base na contextualização de cada sistema acredito que tenha ficado claro à você que a for ma didática de estudar a anatomia é através das classificações dos sistemas No caso do sistema esquelético classificamos os ossos de acordo com as características morfológicas que é o aspecto que este osso apresenta Contudo o sistema articular é classificado de duas formas de acordo com a funcionalidade da articulação que diz respeito ao grau de movimento que a mesma executa imóvel ligeiramente móvel ou movimentos livres e a estrutura da articulação qual tecido à compõem E por fim abordamos a classificação dos músculos de acordo com a forma que o músculo se apresenta que depende da disposição das fibras musculares A partir de agora acreditamos que você está preparado para dar continuidade aos estudos dos próximos sistemas anatômicos que servirá de base para a compreensão de outras disciplinas como a fisiologia que estudará de forma detalhada a funcionalidade de cada sistema e finalizamos com as classificações que são formas didáticas de apresenta ção das estruturas anatômicas Até uma próxima oportunidade Muito Obrigado 24 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor LEITURA COMPLEMENTAR Condromatose Sinovial Relato de caso Introdução Condromatose sinovial é uma desordem rara de etiologia desconhecida e se ca racteriza pela presença de múltiplos nódulos cartilaginosos dentro do tecido conjuntivo da membrana das articulações bainhas e bursas A articulação mais acometida é o joelho seguido pelo quadril ombro e mãos com predomínio monoarticular O aparecimento da lesão é mais comum no sexo masculino e em pessoas entre a terceira e quinta décadas de vida O diagnóstico de condromatose sinovial é dado após uma minuciosa história exame físico e exame radiográfico No entanto o diagnóstico definitivo é realizado após exame histológico do tecido sinovial e o tratamento de escolha para os pacientes sintomáticos é cirúrgico Considerase que a presença de múltiplos corpos livres intraarticulares indepen dentemente se de causa degenerativa neuropática osteocondrite dissecante ou outras já é suficiente para caracterizar o quadro podendo em estágio mais tardio apresentar a metaplasia condroide sinovial Caso Paciente masculino 34 anos de idade apresentou dor forte em joelho esquerdo associado à incapacidade funcional sem fator desencadeante aparente Procurou atendi mento médico em dezembro de 2006 quando lhe foram prescritos AINES Após um ano relatou aumento do edema e dor no local Foi encaminhado ao especialista em joelho com suspeita de lesão meniscal Ao exame foram detectados edema intenso da articulação com limitação de movimento dor exacerbada e punção articular negativa como não apresenta va alterações nas radiografias simples foi solicitado exame de ressonância magnética do joelho Ao exame de ressonância magnética evidenciouse volumoso acúmulo de líquido intraarticular associado à acentuada proliferação sinovial sugestivo de sinovite vilonodular pigmentada com meniscos e ligamentos íntegros Paciente foi submetido a artroscopia do joelho esquerdo que evidenciou fragmentos irregulares e esbranquiçados sendo então realizada artrotomia com retirada da lesão e sinovectomia ampla o material foi enviado para exame anatomopatológico o qual evidenciou presença de condromatose sinovial 25 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor Após oito meses de cirurgia o paciente apresentase sem queixas joelho esquerdo com amplitude de 130º sem derrame articular ou sinais inflamatórios A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial originando a formação de corpos livres cartilaginosos no espaço articular de difícil diagnóstico já que 95 dos nódulos quando não calcificados podem passar despercebidos radiologicamente Discussão A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial originando a formação de corpos livres cartilaginosos no espaço articular sem sinais de malignização nem relação direta com traumatismos ou processos inflamatórios Os nódu los podem ser pediculados e liberados no espaço articular em que podem permanecer como corpos livres e aumentar de tamanho Sua origem pode ser primária ou secundária As manifestações clínicas são dor inflamação e limitação funcional monoarticular As articulações mais afetadas são os joelhos 50 quadril e tornozelo A radiologia convencional é muito característica se os corpos livres estão calcifica dos osteocondromatose sendo difícil sua interpretação quando são radiotransparentes condromatose Na ressonância magnética observase hiperplasia sinovial heterogênea e na artroscopia observase um espessamento acentuado dos tecidos que constituem a cavidade articular acompanhados de numerosos nódulos cartilaginosos pequenos e irregulares O diagnóstico diferencial deve ser feito com o condrossarcoma sinovial e a condrometaplasia secundária que ocorre quando pequenos fragmentos de osso ou cartilagem articular se desprendem e ficam na cavidade articular após traumatismos ou doenças degenerativas Em nosso caso a idade localização e a característica monoarticular coincidem com a literatura LASMAR et al 2010 26 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título Gray Anatomia Clínica para EstudantesAutor Richard Richard Drake Editora Guanabara Koogan Sinopse O Grays Anatomia Clínica para Estudantes foca precisamente nas informações que você necessita para estudar Anatomia em um formato fácil de ler e visualmente atraente que facilita o estudo FILMEVÍDEO Título Introdução à Anatomia Ano 2020 Sinopse O vídeo aborda os aspectos introdutórios à anatomia humana destacando o conceito e apresenta a terminologia ana tômica Link do vídeo httpswwwyoutubecomwatchv5c3Ppb7uwc 27 Plano de Estudo Tópico 1 SISTEMA CARDIOVASCULAR Introdução ao Sistema Cardiovascular Composição do Sangue Coração Morfologia externa do coração Morfologia interna do coração Circulação pulmonar e sistêmica Vasos sanguíneos Tópico 2 SISTEMA LINFÁTICO Introdução ao sistema linfático Vasos linfáticos Tecido e Órgãos Linfáticos Tópico 3 SISTEMA RESPIRATÓRIO Introdução ao Sistema Respiratório Órgãos do Sistema Respiratório Objetivos da Aprendizagem Conceituar o sistema cardiovascular e conhecer os elementos que compõem este sis temas sangue coração e vasos sanguíneos Identificar a morfologia externa e interna do coração Compreender a circulação pulmonar e sistêmica Conceituar o sistema linfático Definir os vasos linfáticos tecidos e órgãos linfáticos Conceituar o sistema respiratório e identificar seus órgãos Ampliar o conhecimento sobre os departamentos hoteleiros UNIDADE II Sistemas Cardiovascular Linfático e Respiratório Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes 28 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 28 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório INTRODUÇÃO Nesta unidade vocês aprenderão sobre o sistema cardiovascular linfático e res piratório O sistema circulatório compreende o estudo de dois sistemas o sistema cardio vascular e o linfático Iniciaremos falando sobre o sistema cardiovascular que é formado pelo coração e vasos sanguíneos que trabalham em conjunto com o objetivo de manter o sangue circulando no nosso corpo A circulação sanguínea é promovida pela ação do bom beamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as artérias estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos que irrigam os tecidos corporais transportado pelo sangue oxigênio e nutrientes e também promove o transporte de dióxido de carbono CO2 e resíduos celulares que se difundem dos tecidos para a corrente sanguínea Além do oxigênio fica a cargo do sistema cardiovascular a realização do transporte de outras substâncias como hormônios até seus órgãosalvo bem como de células de defesa do corpo para locais específicos de combate à infecção Com relação ao sistema linfático ele também é considerado parte do sistema circulatório sendo composto por vasos linfáticos órgão linfáticos e um líquido que flui através dos vasos linfáticos Este líquido é proveniente da drenagem do líquido intersticial líquido que banha as células que ao adentram os vasos linfáticos recebe o nome de linfa A linfa percorre o trajeto por vasos linfáticos passando por linfonodos que são estruturas que abrigam células que destroem agentes estranhos patogênicos presentes na linfa promovendo seu retorno ao sangue Finalizaremos estudando sobre as estruturas anatômicas do sistema respiratório e a função primordial deste sistema que consiste em realizar a troca de gases oxigênio e dió xido de carbono com o ar atmosférico garantindo a concentração de oxigênio no sangue necessária para as realização das reações metabólicas celulares bem como promover a eliminação de gases residuais resultantes dessas reações que são representadas pelo gás carbônico 29 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 29 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 1 SISTEMA CARDIOVASCULAR 11 Introdução ao Sistema Cardiovascular O sistema cardiovascular é composto pelo sangue coração e vasos sanguíneos e apresenta as seguintes funções Transporte O sangue é responsável pelo transporte de várias substâncias como hormônios e inclui a captação do oxigênio pelos pulmões e nutrientes provenientes do sistema digestório até células do corpo que os utilizam para a produção de energia O sangue também realiza o transporte de metabólitos que são resíduos produzidos pelas células como o dióxido de carbono CO2 que é transportado até os órgãos responsáveis pela sua eliminação Regulação O sistema cardiovascular atua no controle da temperatura corporal através da regulação da quantidade de sangue direcionada para a superfície do corpo Para exemplificar pensem em um indivíduo ao realizar atividade física a temperatura corporal aumenta o sangue é desviado para os vasos cutâneos vasos da pele mais superficiais o indivíduo fica vermelho rubor a maior quantidade de sangue na superfície corporal gera o resfriamento do através da perda de calor para o ambiente Em casos em que há diminuição da temperatura ambiente o sangue é desviado para vasos mais profundos diminuindo a quantidade de sangue na superfície e nas extremidades do corpo acarretando na diminuição da perda de temperatura para o ambiente mantendo o corpo aquecido 30 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 30 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório Proteção A proteção ocorre através do transporte sanguíneo das células de defesa chamadas de glóbulos branco leucócitos que atuam combatendo infecções Outro mecanismo de proteção acontece através da coagulação sanguínea evitando a perda de san gue a coagulação é o processo de transformação do sangue líquido em um coágulo sólido ajudando a interromper o processo de sangramento TORTORA DERRICKSON 2016 12 Composição do Sangue O sangue corresponde a aproximadamente 8 da massa corporal seu volume em homens adultos é de 5 a 6 litros e de 4 a 5 litros nas mulheres esta diferença de volume entre homens e mulheres é decorrente das diferenças de tamanho corporal O sangue é composto por células elemento figurado envoltas por matriz extracelu lar líquida chamada de plasma sanguíneo que mantêm as células suspensas e substâncias dissolvidas hormônios este sangue recebe o nome de sangue total Quando uma amostra de sangue é centrifugada em tubo de vidro é obtido a separação das células que por serem mais densas se depositam no fundo do tubo enquanto o plasma que é menos denso fica em uma camada na parte superior MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 Elementos figurados do sangue Corresponde a cerca de 45 do sangue e incluem três componentes principais que são as hemácias leucócitos e plaquetas 1 As hemácias ou também chamadas de eritrócitos transportam oxigênio dos pulmões para as células corporais e dióxido de carbono das células do corpo para os pulmões 2 Os leucócitos são células do sistema de defesa e atua na proteção do corpo contra patógenos invasores ex vírus e bactérias 3 As plaquetas o último tipo de elemento figurado são fragmentos celulares que promovem a coagulação do sangue nos casos de dano dos vasos sanguíneos impedindo o sangramento excessivo Figura 1 Plasma sanguíneo É a matriz extracelular aquosa de cor palha que contém substâncias dissolvidas soluto O plasma é composto por 915 de água e 85 de so lutos cuja maioria são proteínas que por serem encontradas no plasma são chamadas de proteínas plasmáticas e incluem as albuminas globulinas e fibrinogênio Além de proteí nas os outros solutos no plasma são eletrólitos nutrientes substâncias reguladoras como enzimas e hormônios gases e resíduos metabólicos como ureia ácido úrico creatinina amônia e bilirrubina Figura 1 31 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 31 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório FIGURA 1 MOSTRA A COMPOSIÇÃO DO PLASMA SANGUÍNEO E OS NÚMEROS DOS VÁRIOS TIPOS DE ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE 13 Coração O coração é um órgão muscular oco um pouco maior do que uma mão fechada e considerado o maior órgão do mediastino região localizada entre os dois pulmões cuja função é de bombear o sangue através do sistema cardiovascular A contração cardíaca é chamada de sístole e o relaxamento do coração é chamado de diástole O coração tem forma de cone localizase no tórax com seu ápice voltado para o lado esquerdo do corpo posterior ao osso esterno e as cartilagens costais e apoiado sobre o diafragma Figura 2 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 MOORE DALLEY AGUR 2014 131 Revestimento do coração O coração é revestido por uma membrana externa que protege o coração e mantém sua posição no mediastino embora permita a realização de movimentação de contrações rápidas e vigorosas Figura 2 O pericárdio consiste em duas partes principais pericárdio fibroso e pericárdio seroso Figura 3 32 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 32 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório FIGURA 2 MOSTRA A LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO RECOBERTO PELO PERICÁRDIO O pericárdio fibroso é superficial é um tecido conjuntivo irregular denso resistente e não elástico assemelhase a um saco repousa sobre o diafragma e se prende a ele Contudo o pericárdio seroso é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma dupla camada parietal e visceral envolvendo o coração A camada parietal é a mais externa do pericárdio seroso enquanto a camada visceral é mais interna do pericárdio seroso também chamada epicárdio adere fortemente à superfície do coração Entre as camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço chamado de cavidade do pericárdio esta cavidade é preenchida por um líquido seroso lubrificante denominado líquido pericárdico cuja função é reduzir o atrito entre as camadas do pericárdio seroso conforme o coração se move Figura 3 TORTORA DERRICKSON 2016 132 Camadas da parede do coração A parede do coração é formada por três camadas Figura 3 o epicárdio camada externa o miocárdio camada intermediária e o endocárdio camada interna Epicárdio Camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso O epicárdio é contínuo a partir da base do coração com o revestimento interno do pericár dio denominado camada visceral do pericárdio seroso Miocárdio É a camada média e a mais espessa do coração composto por mús culo estriado cardíaco que permite a contração rápida e vigorosa do coração impulsionando o sangue que as do coração em direção aos vasos sanguíneos Endocárdio É a camada interna do coração uma fina camada de tecido compos to por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração TORTORA DERRICKSON 2016 33 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 33 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório FIGURA 3 A IMAGEM MOSTRA AS MEMBRANAS DE REVESTIMENTO DO CORAÇÃO PERICÁRDIO FIBROSO E SEROSO E A COMPOSIÇÃO DA PAREDE DO CORAÇÃO OBSERVE DE ACORDO COM OS NÚMEROS NA IMAGEM 1 PERICÁRDIO FIBROSO 2 PERICÁRDIO PARIETAL 3 PERICÁRDIO VISCERAL EPICÁRDIO 4 MIOCÁRDIO E 5 ENDOCÁRDIO 14 Morfologia externa do coração O coração apresenta quatro faces 1 Face Esternocostal Anterior Formada pelo ventrículo direito 2 Face Diafragmática Inferior Formada principalmente pelo ventrículo esquer do e parcialmente pelo ventrículo direito 3 Face pulmonar direita formada pelo átrio direito e 4 Face Pulmonar Esquerda Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo As quatro margens do coração são Margem superior base do coração formada pelos átrios e aurículas direita e esquerda local em que emergem a parte ascendente da aorta tronco pulmonar e recebe as veias pulmonares direita e esquerda e as veias cavas superiores e inferiores nas extremidades superior e inferior de sua porção do átrio direito Margem inferior ápice formada principalmente pelo ventrículo direito e pe quena parte pelo ventrículo esquerdo Margem direita formada pelo átrio direito e ventrículo direito Margem esquerda formada pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela aurícula do átrio esquerdo MOORE DALLEY AGUR 2014 34 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 34 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 15 Morfologia interna do coração O lado direito do coração coração direito recebe sangue pouco oxigenado veno so através da veia cava superior e inferior e o bombeia através do tronco e das artérias pul monares para ser oxigenado nos pulmões O lado esquerdo do coração coração esquerdo recebe sangue oxigenado arterial vindo dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta de onde é distribuído para o corpo MOORE DALLEY AGUR 2014 O coração possui quatro câmaras dois átrios e dois ventrículos Os átrios são as duas câmaras superiores que recebem sangue e os ventrículos são duas câmaras inferio res que bombeiam o sangue para fora do coração Figura 4 Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada em forma de saco chamada aurícula semelhante à orelha de cão que aumenta a capacidade do átrio para conter maior volume de sangue Na superfície do coração existem vários sulcos que contêm vasos sanguíneos coronarianos e uma quantidade variável de gordura cada sulco marca a fronteira externa entre duas câmaras do coração O sulco coronário circunda a maior parte do coração e marca a fronteira externa entre os átrios acima e os ventrículos abaixo Enquanto o sulco interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal do coração que marca a fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo Este sulco continua em torno da face posterior do coração como o sulco interventricular posterior que marca a fronteira externa entre os ventrículos na face posterior do coração Figura 4 MOORE DALLEY AGUR 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 4 PRIMEIRA IMAGEM OBSERVA AS QUATRO CÂMARAS SEGUNDA IMAGEM MOSTRA AS AURÍCULAS DOS ÁTRIOS DIREITO E ESQUERDO E OS SULCOS CORONÁ RIO E INTERVENTRICULAR 151 Átrio Direito AD O átrio direito recebe sangue venoso de duas grandes veias veia cava superior e veia cava inferior A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do 35 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 35 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório corpo enquanto a veia cava inferior recebe sangue do abdômen e membros inferiores O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide formada por três válvulas Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma parede fina chamada septo interatrial que possui uma depressão oval chamada de fossa oval que representa um vestígio do forame oval presente no feto O átrio direito apresenta uma expansão denominada aurícula direita que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio Figura 5 TORTORA DERRICKSON 2016 152 Ventrículo Direito VD O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração Recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para a artéria tronco pulmonar que direciona o sangue para a circulação pulmonar A parede interna do VD apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas cárneas No óstio atrioventricular di reito existe um a presença de uma válvula atrioventricular tricúspide que impede o sangue de retornar do ventrículo para o átrio direito A valva é presa por filamentos denominados cordas tendíneas que se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas de músculos papilares A válvula do tronco pulmonar também é constituída por pequenas lâminas dis postas em concha denominadas válvulas semilunares Figura 5 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 153 Átrio Esquerdo AE O átrio esquerdo é uma cavidade com paredes finas e lisas que recebe o sangue já oxigenado através de quatro veias pulmonares O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide mitral que tem apenas duas cúspides O átrio esquerdo também apresenta uma expansão chamada aurícula esquerda revestida por músculos pectíneos Figura 5 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 154 Ventrículo Esquerdo VE O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração O VE bombeia o sangue em direção a artéria Aorta que possui válvula semilunares valva aórtica o impulsionando a percorrer a circulação sistêmica As características são semelhantes ao VE contém trabéculas cárneas músculos papilares cordas tendíneas e uma válvula atrioventricular formada apenas por duas lâminas denominadas cúspides mitral localizada na abertura atrioventricular esquer da Contudo parte do sangue flui para as artérias coronárias que se ramificam a partir da aorta ascendente levando sangue para a parede cardíaca irrigando o músculo cardíaco o 36 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 36 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta descendente aorta torácica e aorta abdominal Ramos arteriais do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo Figura 5 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 FIGURA 5 CORTE FRONTAL DO CORAÇÃO MOSTRANDO A MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 592 16 Circulação pulmonar e sistêmica O coração é uma bomba muscular que impulsiona o sangue a percorrer os vasos sanguíneos Todavia existe uma diferença entre o sangue que percorre as artérias cha mado de sangue arterial do sangue venoso sangue que percorre as veias a diferença consiste no teor de oxigênio no sangue O sangue venoso é um sangue pobre em oxigênio que precisa ser oxigenado para fornecer aos tecidos este elemento gasoso que é vital para a sobrevivência dos tecidos e para compreensão este processo é necessário entender que a circulação sanguínea ocorre a nível pulmonar e sistêmico Figura 6 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 MOORE DALLEY AGUR 2014 Circulação Pulmonar O átrio direito é a câmera que recebe o sangue com baixo teor de oxigênio proveniente dos tecidos que chega ao o átrio direito através da veia cava superior e inferior Depois o sangue se desloca para o ventrículo direito do coração sendo bombeado para os pulmões onde irá captar oxigênio O2 e dispersar o dióxido de carbono CO2 Figura 6 37 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 37 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório Circulação Sistêmica O sangue oxigenado retorna dos pulmões para o átrio esquerdo posteriormente ocupa o ventrículo esquerdo que bombeia o sangue em direção a artéria Aorta por todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para os tecidos do corpo Figura 6 FIGURA 6 CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA O LADO DIREITO DO CORAÇÃO BOMBEIA O SANGUE POBRE EM O2 E COM ALTO TEOR DE CO2 PARA OS PULMÕES ONDE O SANGUE RECEBE O2 E DEIXA O CO2 PARA SER DISPENSADO CARACTERI ZANDO A CIRCULAÇÃO PULMONAR O LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO RECEBE O SANGUE VINDO DOS PULMÕES E O BOMBEIA PARA TODOS OS TECIDOS DO CORPO VIA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 586 17 Vasos sanguíneos Os vasos sanguíneos formam uma rede de tubos em que o sangue circula em direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração e são divididos em artérias veias e capilares 38 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 38 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório As artérias são os vasos sanguíneos que partem do coração e vão se ramificando em menor calibre até atingirem os capilares que irrigam os tecidos do corpo Enquanto as veias são os vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo o sangue da periferia do corpo para o coração Já os capilares sanguíneos são vasos de menor calibre muito finos responsáveis por chegar efetivamente até as células do corpo para realizar as trocas de gases nutrientes e resíduos Esta passagem de sangue através do coração e dos vasos sanguíneos é chamada de circulação sanguínea 39 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 39 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 2 SISTEMA LINFÁTICO 21 Introdução ao sistema linfático O sistema linfático é composto por uma rede de vasos linfáticos que transportam um líquido chamado linfa e diversas estruturas e órgãos linfáticos baço linfonodos e timo O sistema linfático apresenta três funções principais Drenagem do excesso de líquido intersticial O líquido intersticial é o líquido que banha as células do corpo esta função é responsável pela conexão entre o sistema linfático e o sistema circulatório cardiovascular O sistema linfático devolve o excesso de líquido para o sistema vascular sanguíneo através da drenagem do líquido intersticial realizado pelos vasos linfáticos e o transporta para a corrente sanguínea devolvendo ao sangue Desempenhar respostas imunes O sistema imune protege o organismo contra agentes causadores de doenças atuando no combate à infecções conferindo imunidade às doenças Transportar lipídios oriundos da dieta Os vasos linfáticos transportam lipí dios e vitaminas lipossolúveis A D E e K absorvidas pelo sistema digestório TORTORA DERRICKSON 2016 40 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 40 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 22 Vasos linfáticos Os vasos linfáticos coletam o excesso de líquido intersticial em volta dos capilares sanguíneos e o devolve para a corrente sanguínea A partir do momento que o líquido intersticial é coletado e adentra os vasos linfáticos ele passa a ser chamado de linfa e flui pelos linfonodos Os vasos linfáticos são encontrados no tecido subcutâneo acompanhando as veias no entanto os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias Os vasos linfáticos iniciamse com os capilares linfáticos que são vasos menores localizados nos espaços entre as células recebendo a linfa e se unem para formar vasos linfáticos maiores Contudo a linfa é drenada dos vasos linfáticos para os troncos linfáticos que se unem formando os ductos linfáticos que direciona a linfa para o coração Figura 7 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 7 REDE DE VASOS LINFÁTICOS 41 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 41 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 221 Capilares Linfáticos Os capilares linfáticos situamse próximos aos capilares sanguíneos e são vasos altamente permeáveis esta característica favorece sua função de ser responsável por co letar o excesso de líquido intersticial a partir do momento que o líquido intersticial drenado entra nos capilares linfáticos ele recebe o nome de linfa Devido à alta permeabilidade dos capilares eles conseguem absorver moléculas grandes como proteínas e lipídios Existem capilares linfáticos localizados nas vilosidades intestinais que possuem a função exclusiva de absorver a gordura digerida pelo intestino consequentemente a linfa drenada se torna leitosa Essa linfa gordurosa por sua vez recebe o nome de quilo e como toda linfa é transportada para a corrente sanguínea MARIEB WILHELM MALLATT 2014 222 Troncos Linfáticos A linfa é transportada dos capilares linfáticos para os vasos linfáticos que chegam aos linfonodos Ao sair dos linfonodos os vasos linfáticos unem formando troncos linfáticos responsáveis por drenar a linfa de uma região específica do corpo Os principais troncos linfáticos são Troncos lombares drenam a linfa dos membros inferiores pelve rins glândulas suprarrenais e da parede abdominal Tronco intestinal drena a linfa do estômago intestinos pâncreas baço e parte do fígado Troncos broncomediastinais drenam a linfa da parede torácica pulmão e coração Troncos subclávios drenam os membros superiores Troncos jugulares drenam a cabeça e o pescoço 223 Ductos Linfáticos A linfa é drenada dos troncos linfáticos para dois vasos linfáticos maiores chama dos ducto torácico e ducto linfático direito que drenam a linfa para o sangue venoso O ducto torácico começa com uma dilatação chamada cisterna do quilo que recebe a linfa dos troncos lombar direito esquerdo e do tronco intestinal No pescoço o ducto torácico também recebe a linfa dos troncos jugular esquerdo subclávio esquerdo e bronco mediastinal esquerdo Desta maneira o ducto torácico é responsável por receber a linfa do lado esquerdo da cabeça do pescoço do tórax do membro superior esquerdo e de todo o corpo abaixo das costelas e proporciona a drenagem da linfa para o sangue Todavia o ducto linfático direito recebe a linfa do lado superior direito do corpo através dos troncos jugular direito subclávio direito e broncomediastinal direito drenando a linfa para o sangue venoso desembocando na veias do pescoço jugular interna direita e subclávia direita 42 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 42 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório FIGURA 8 MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DOS VASOS LINFÁTICOS ÁREA VERDE DO COR PO É DRENADA PELO DUCTO LINFÁTICO DIREITO ÁREA ROSA DO CORPO É DRENADA PELO DUCTO TORÁCICO Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 655 23 Tecido e Órgãos Linfáticos Classificamos em dois grupos de acordo com suas funções em os órgãos linfáticos primários e secundários Os órgãos linfáticos primários são a medula óssea dá origem a linfócitos B maduros e a células T e o timo Já os órgãos e tecidos linfáticos secundários são os locais em que ocorre a maior parte das respostas imunes e incluem os linfonodos o baço e os nódulos linfáticos folículos A seguir abordaremos os conceitos gerais sobre os principais órgãos linfáticos 43 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 43 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 231 Timo O timo é um órgão linfático primário bilobado possui dois lobos e localizase entre o esterno e a aorta região do mediastino envolto por tecido conjuntivo que mantém os dois lobos unidos Figura 9 Cada lobo do timo é formado por um córtex externo de colo ração escura e uma medula central de coloração mais clara Na região do córtex contém uma grande quantidade de linfócitos T que migram da medula óssea para o córtex do timo onde se proliferam e começam a maturar Posteriormente os linfócitos T que saem do timo pelo sangue para colonizar os linfonodos baço e outros tecidos linfáticos TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 9 ILUSTRAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DO TIMO ENTRE OS PULMÕES MEDIASTINO 232 Linfonodos Os linfonodos possuem forma de feijão e estão espalhados pelo corpo ao longo dos vasos linfáticos e são responsáveis por remover os patógenos da linfa Os linfonodos medem aproximadamente de 1 a 25 mm de comprimento são cobertos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso e se dividem em dois compartimentos Os linfonodos são encon trados em agrupamentos em locais superficiais ou mais profundos os superficiais estão na região cervical axilar e inguinal enquanto os linfonodos profundos encontramse no tórax abdome e pelve 44 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 44 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório No interior dos linfonodos é observado uma rede de vasos aferentes e eferentes Figura 10 Os vasos aferentes adentram aos linfonodos pela cápsula fibrosa trazendo a linfa enquanto os vasos eferentes saem dos linfonodos por uma região chamada hilo A linfa infiltra através dos seios linfáticos que estão distribuídos no interior do linfonodos formando uma rede entrecruzada de fibras reticulares que é local de armazenamento de macrófagos células destruidoras de agentes estranhos O trajeto que a linfa percorre passando por vários linfonodos é essencial para tornála livre de patógenos para ser despejada no sistema sanguíneo MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 10 LINFONODO E SEUS VASOS LINFÁTICOS AFERENTES E EFERENTES 233 Baço O baço é uma estrutura oval maior massa de tecido linfático do corpo tendo apro ximadamente 12 cm de comprimento Sua face superior é lisa e convexa que permite o encaixe perfeito à face côncava do diafragma Localizase entre o estômago e o diafragma região do hipocôndrio esquerdo Figura 11 Assim como os linfonodos o baço também possui um hilo por onde chegam a artéria esplênica a veia esplênica e os vasos linfáticos eferentes No interior do baço ob servase o parênquima do baço composto por dois tipos diferentes de tecido chamados de polpa branca e polpa vermelha Figura 12 A polpa branca é composta por tecido linfático linfócitos e macrófagos organizados ao redor da artéria esplênica que na polpa branca recebe o nome de artérias centrais Já a polpa vermelha é composta por veias cheias de sangue e por diversas células como eritrócitos macrófagos linfócitos plasmócitos e granulócitos 45 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 45 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório O baço desempenha as seguintes funções 1 remover de células sanguíneas e plaquetas envelhecidas ou defeituosas 2 armazenar o suprimento de plaquetas do or ganismo 3 produzir células sanguíneas hematopoese durante a vida fetal 4 funções imunológicas exercidas pelos linfócitos B e T e macrófagos destruindo agentes patogênicos FIGURA 11 LOCALIZAÇÃO DO BAÇO EM DESTAQUE DE ROSA NA IMAGEM FIGURA 12 IMAGEM DA ESQUERDA BAÇO FORMATO DE FEIJÃO VISTA ANTERIOR IMAGEM DA DIREITA CORTE FRONTAL OBSERVASE A POLPA VERMELHA E POLPA BRANCA AO CENTRO 46 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 46 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 3 SISTEMA RESPIRATÓRIO 31 Introdução ao Sistema Respiratório As células do corpo humano utilizam oxigênio O2 para realizar reações meta bólicas e produção de ATP que são essenciais para sua sobrevivência Em contrapartida estas reações produzem metabólitos como o dióxido de carbono CO2 que precisam ser eliminados do organismo pois o acúmulo de CO2 promove a acidez do pH sanguíneo sendo tóxico para as células É competência do sistema respiratório realizar as seguintes funções 1 Promover a troca gasosa promovendo a captação do O2 do meio externo para dentro do organismo e eliminar o CO2 do meio interno para o meio atmosférico 2 Regular o pH sanguíneo através da eliminação do CO2 impedindo a acidifica ção do pH que é letal para as células 3 Promover a filtragem do ar inspirado e produzir sons laringe O sistema respiratório é constituído pelo nariz faringe laringe traqueia brônquios e pelos pulmões Figura 13 Classificamos o sistema respiratório de acordo com sua es trutura ou função Estruturalmente o aparelho respiratório é formado por duas partes 1 O sistema respiratório superior que inclui o nariz a cavidade nasal a faringe e laringe 2 O sistema respiratório inferior inclui a laringe a traquéia os brônquios e os pulmões Funcionalmente dividimos o sistema respiratório em duas partes denominadas de 1 Região condutora do ar cuja função é filtrar aquecer e umedecer o ar e conduzilo para os pulmões É composto por várias estruturas tubulares e incluem o nariz a cavidade na sal a faringe a laringe a traqueia os brônquios os bronquíolos e os bronquíolos terminais cuja função é filtrar aquecer e umedecer o ar e conduzilo para os pulmões 47 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 47 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 2 A zona respiratória é formada por estruturas anatômicas onde ocorrem as tro cas gasosas Estes incluem os bronquíolos respiratórios os ductos alveolares os sacos alveolares e os alvéolos por executar a troca de gases entre o ar e o sangue MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 13 SISTEMA RESPIRATÓRIO 32 Órgãos do Sistema Respiratório 321 Nariz O nariz é o primeiro órgão do sistema respiratório caracterizado por uma parte exter na visível no centro da face e uma parte interna intracraniana chamada de cavidade nasal O nariz externo é constituído por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele é revestida por túnica mucosa e permite a entrada do ar no trato respiratório através de duas aberturas chamadas narinas localizadas na face inferior do nariz e flui para a cavidade nasal Os pêlos do interior das narinas filtram partículas grandes de poeira evitando sua inalação A cavidade nasal é a escavação encontrada no interior do nariz e dividida pelo septo nasal em dois compartimentos direito e esquerdo A cavidade nasal se funde ao nariz permitindo a comunicação com a faringe por meio de duas aberturas chamadas de cóanos É na cavidade nasal que acontece a filtragem do ar retendo partículas menores umedecido e aquecido do ar Na parede lateral da cavidade nasal encontramse as conchas nasais que são divididas em superior média e inferior TORTORA DERRICKSON 2016 48 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 48 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 322 Faringe A faringe é um tubo com início na região do coáno e une as cavidades nasal e oral respectivamente com a laringe e o esôfago por isso consideramos que a faringe seja um órgão que pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao sistema digestório pois ela per mite a passagem de ar e alimento Contudo dividimos a faringe em três regiões anatômicas nasofaringe orofaringe e laringofaringe Figura 14 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 14 DIVISÃO DA FARINGE PARTE NASAL ORAL E LARÍNGEA Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 676 Parte nasal da faringe nasofaringe Localizase posteriormente a cavidade nasal inferior ao osso esfenóide e superior ao palato mole Esta região da faringe por estar acima do nível de entrada do alimento serve apenas como via de passagem de ar Parte Oral da faringe orofaringe A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e permite tanto a passagem de ar quanto de alimento Parte laríngea laringofaringe Conectase com o esôfago canal do alimento e pos teriormente com a laringe passagem de ar Assim como a orofaringe a laringofaringe é um tubo condutor de ar e também de alimentos sendo portando órgãos do sistema respiratório e digestório MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 49 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 49 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 323 Laringe A laringe é um órgão curto que permite a conexão entre a laringofaringe e a traqueia localizase na linha média do pescoço anterior ao esôfago e às vértebras cervicais C IV a C VI E apresenta três funções Tubo condutor de o ar durante a respiração Estrutura fonadora produtora de som Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias como a traqueia A laringe é formada por esqueleto cartilaginoso composta por cartilagem tireóidea cricóidea aritenóide e epiglótica Figura 15 A cartilagem tireóide é a maior cartilagem da laringe e forma a parede anterior e lateral da laringe nos homens ela é maior do que nas mulheres devido à influência dos hormônios masculinos na fase da puberdade permitindo a observação do Pomo de Adão formado pela proeminência laríngea da cartilagem tireói dea Figura 15 A epiglote é formada por cartilagem elástica em forma de folha e se fixa no osso hióide e na cartilagem tireoide A epiglote é uma espécie de porta permitindo apenas a passagem de ar pela laringe em direção aos pulmões Durante a deglutição ato de engolir a faringe e a laringe se movem para cima A elevação da laringe promove o fechamento da epiglote que se move para baixo fechando a glote e desviando líquidos e alimentos para o esôfago mantendo fora da laringe e vias respiratórias A glote abriga as pregas vocais que são as principais estruturas envolvidas na produção da voz MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 15 IMAGEM A MOSTRA PROEMINÊNCIA LARÍNGEA NO PESCOÇO MASCULI NO B CARTILAGENS LARÍNGEAS EPIGLOTE TIREÓIDEA CRICÓIDEA Fonte MARIEB WILHELM MALLATT 2014 p 679 50 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 50 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 324 Traqueia A traqueia é um tubo flexível condutor de ar de aproximadamente 10 a 125cm de comprimento Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe pe netra no tórax e se divide em brônquios principais direito e esquerdo A estrutura da traqueia é constituída por aproximadamente 20 anéis cartilagíneos em formato de C pois não se fecha na parte de trás O fato desses anéis serem incompletos é importante para permitir a expansão do esôfago durante a passagem do bolo alimentar em deglutição Figura 16 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 16 ESTRUTURA DA TRAQUEIA HUMANA 325 Brônquios A traqueia termina na região da bifurcação que dá origem aos brônquios principais direito e esquerdo que entram nos pulmões através de uma região chamada HILO pulmo nar O brônquio principal direito adentra o lobo pulmonar direito e um brônquio principal esquerdo vai para o pulmão esquerdo Figura 17 Ao atingirem os pulmões os brônquios principais se ramificam em brônquios de menor calibre que são os brônquios lobares estes por sua vez se dividem em tubos cada vez menores denominados brônquios segmentares que então se dividem em bronquíolos Os bronquíolos continuam a se ramificar em tubos ainda menores chamados de bronquíolos terminais e dão origem a minúsculos túbulos denominados ductos alveolares que terminam em estruturas microscópicas chamados al véolos Os alvéolos são sáculos de ar que se assemelham à cachos de uva cuja a função 51 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 51 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório é realizar a troca entre os gases oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolopulmonar Figura 18 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 17 TRAQUEIA DANDO ORIGEM AOS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS DIREITO E ES QUERDO ADENTRANDO OS PULMÕES E SE RAMIFICANDO DANDO ORIGEM A ÁRVORE BRÔNQUICA FIGURA 18 ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS ALVEOLARES RESPONSÁVEIS PELA TROCA GASOSA QUE SE ASSEMELHAM À CACHOS DE UVA 52 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 52 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 326 Pulmões Os pulmões possuem formato cônico e são órgãos essenciais para a respiração Localizamse no interior do tórax e são separados um do outro pelo coração Os pulmões direito e esquerdo apresentam diferenças morfológicas entre si O pulmão direito é mais largo é um pouco mais curto e possui três lobos superior médio e inferior que são sepa rados pelas fissuras oblíqua e horizontal Enquanto o pulmão esquerdo e um pouco menor do que o direito e possui a incisura cardíaca local de encaixe do coração além disso o pulmão esquerdo é dividido em lobo superior e lobo inferior através da fissura oblíqua Figura 19 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 19 PULMÃO DIREITO E ESQUERDO Cada pulmão tem um ápice extremidade superior arredondada e uma base que fica apoiado sobre o diafragma O pulmão apresenta três faces a Face Costal face lateral é a face relativamente lisa e convexa voltada para a superfície interna da cavidade torácica b Face Diafragmática face inferior é a face côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática c Face Mediastinal face medial é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração E encontrase a região denominada hilo pulmonar através da qual vasos sanguíneos brônquios vasos linfáticos e nervos entram e saem do pulmão MOO RE DALLEY AGUR 2014 53 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 53 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório 327 Pleura Cada pulmão é envolvido por uma membrana serosa de dupla camada que protege cada pulmão A pleura possui duas membranas contínuas pleura visceral e a pleura parietal A Pleura Visceral reveste os próprios pulmões aderindose intimamente à superfície pulmo nar torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia permitindo o livre movimento sobre a pleura parietal Enquanto a pleura parietal reveste as cavidades pulmonares aderindose à parede torácica ao mediastino e ao diafragma É mais espessa do que a pleura visceral e durante cirurgias e dissecção de cadáver pode ser separada das superfícies que reveste Entre as pleuras visceral e parietal encontrase um pequeno espaço chamado ca vidade pleural que contém pequena quantidade de líquido lubrificante esse líquido reduz o atrito entre as túnicas permitindo o fácil deslizamento das pleuras durante a respiração MOORE DALLEY AGUR 2014 SAIBA MAIS As valvas cardíacas impedem a ocorrência do refluxo do sangue volte para o compar timento do qual o sangue está saindo então as valvas fecham a passagem após a saída do sangue Contudo caso ocorra o refluxo de sangue do ventrículo para os átrios caracteriza uma condição denominada prolapso da valva Durante a sístole que é a contração do músculo cardíaco temos a sístole atrial que im pulsiona o sangue para os ventrículos Assim as valvas atrioventriculares estão abertas para a passagem de sangue enquanto a valva pulmonar e a aórtica estão fechadas Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares abertas à passagem de sangue Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco é quando os ventrículos se enchem de sangue neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas TORTORA DERRICKSON 2016 REFLITA O sangue é o rio da vida dentro de nós transportando quase tudo o que precisa ser transportado de um lugar para o outro no corpo TORTORA DERRICKSON 2016 54 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 54 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa Nesta unidade abordamos o estudo de três sistemas o sistema cardiovascular linfático e respiratório que funcionam em cooperação e realizam funções vitais para manter o equilíbrio do organismo O sistema cardiovascular é constituído pelo sangue coração e vasos sanguíneos consideramos o sistema cardiovascular como sendo um sistema circulatório fechado onde o sangue flui pelos vasos sanguíneos até chegar aos tecidos do corpo e este processo caracteriza a circulação sanguínea O sangue transporta nutrientes e oxigênio que é essencial para a manutenção da vida celular bem como transportam resíduos tóxicos para as células que precisam ser eliminadas do organismo No entanto para que o sangue percorra seu trajeto ele precisa ser impulsionado por uma bomba con trátil propulsora que impulsiona o sangue em direção aos vasos sanguíneos e esta bomba vital é o coração Desta forma foi apresentado à vocês a morfologia externa e interna do coração permitindo a compreensão do processo da circulação sanguínea Na sequência abordamos o sistema linfático que também atua como sistema circulatório com a diferença que neste sistema o líquido que está em circulação pelos vasos linfáticos é a linfa O sistema linfático é composto por vasos linfáticos órgãos linfáticos e linfa este sistema está relacionado com a realização de funções que protegem o organismo contra a invasão de agentes patogênicos pois estes agentes estranhos são transportados pela linfa até os órgãos linfáticos que contêm células fagocitárias e linfócitos que os destroem Finalizamos o estudo desta unidade conhecendo o sistema respiratório os órgãos que os compõem e a sua função que consiste no ato da respiração A respiração é uma necessidade urgente pois as células no corpo exigem um suprimento contínuo de oxigênio O2 para produzir a energia que precisam para desempenhar suas funções vitais Contudo ao utilizar o O2 às células produzem dióxido de carbono CO2 que é um metabólito tóxico que precisa ser eliminado do organismo Com base neste entendimento fica nítido que a principal função do sistema respiratório é a realização da troca de gases promovendo o abastecimento do corpo com O2 e descartando o CO2 Até uma próxima oportunidade Muito Obrigada 55 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 55 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório LEITURA COMPLEMENTAR O sistema linfático é constituído por vasos linfáticos que transportam a linfa tecido linfático e órgãos linfáticos que estão envolvidos na luta do corpo contra a doença Os órgãos linfáticos e o sistema imune atendem bem as pessoas até a velhice quando sua eficiência é afetada sua capacidade para combater a infecção diminui Essa diminuição na função parece ser proveniente de uma diminuição na produção e capacidade de resposta das células T e B Abordaremos algumas condições patológicas que afetam o sistema linfático A esplenomegalia é caracterizada pelo aumento do baço resultante de doenças que afetam o sangue como por exemplo mononucleose malária leucemia entre outras Seu diagnóstico clínico baseiase na observação do aumento do baço percebido através da palpação do abdome Linfadenopatia é a doença dos linfonodos definida por alterações nas característi cas do linfonodo como resultado da invasão de sua estrutura por células inflamatórias ou neoplásicas Diversas condições estão associadas com a ocorrência da linfadenopatia seu diagnóstico baseiase no exame físico e anamnese como roteiro diagnóstico para solicitar exames complementares É uma condição associada com linfoma tumor do tecido linfático de característica benigna ou maligna No câncer linfático o linfonodosentinela é o primeiro linfonodo que recebe a linfa drenada de uma área do corpo suspeita de ter um tumor Quando examinado quanto a presença de células cancerosas esse linfonodo fornece a melhor indicação da ocorrência ou não de metástase através dos vasos linfáticos Tonsilite As tonsilas são intumescências da mucosa que reveste a faringe composta por tecido linfático atua combatendo a invasão do organismo por agentes patogênicos que adentram pela via respiratória ar inalado e oral alimentos Existem quatro grupos de tonsilas 1 Tonsilas palatinas localizase na parede lateral da faringe posterior à boca e ao palato céudaboca São as maiores tonsilas as que normalmente são infectadas e precisam ser removidas com frequência durante a infância em um procedimento cirúrgico chamado tonsilectomia 2 Tonsila lingual situa se na superfície posterior da língua 3 Tonsila faríngea conhecida por adenoides localizase no teto faríngeo 4 Tonsila tubária situase posteriormente ao óstio faríngeo da tuba auditiva A tonsilite é a congestão das tonsilas causadas por bactérias infectantes que adentram a via oral levando a inflamação das tonsilas que ficam vermelhas e inchadas au mentam de tamanho MARIEB WILHELM MALLATT 2014 DIDIER NETO KISO 2013 56 UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 56 UNIDADE II Sistema Cardiovascular Linfático e Respiratório MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título Gray Anatomia Clínica para Estudantes Autor Richard Richard Drake Editora Guanabara Koogan Sinopse O Gray s Anatomia Clínica para Estudantes foca precisamente nas informações que você necessita para estudar Anatomia em um formato fácil de ler e visualmente atraente que facilita o estudo FILMEVÍDEO Título SISTEMA CARDIOVASCULAR Anatomia e Fisiologia Prof Emerson Inácio Ano 2021 Sinopse O sistema cardiovascular também conhecido como sistema circulatório realiza o transporte de substância no nosso corpo Esse sistema é subdividido em sistema sanguíneo e siste ma linfático Neste vídeo você aprenderá sobre a organização do sistema cardiovascular anatomia do coração e vasos sanguíneos e a fisiologia da circulação sanguínea Link do vídeo httpswwwyoutubecomresultssearchquery sistemacardiovascularanatomia 57 Plano de Estudo Tópico 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL SNC Introdução ao Sistema Nervoso Central SNC Divisão do Sistema nervoso Sistema Nervoso Central Tecido Nervoso Tipos de Neurônios Classificação dos neurônios Encéfalo Tronco Encefálico Cerebelo DiencéfaloTálamo Hipotálamo Epitálamo Telencéfalo Lobos Cerebrais Medula Espinal Meninges Tópico 2 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO SNP Introdução ao sistema nervoso periférico SNP Nervos Cranianos Nervos espinais Objetivos da Aprendizagem Conceituar o sistema nervoso central e periférico Identificar a divisão do sistema nervoso Identificar o tecido nervoso os tipos de neurônios e a classificação dos neurônios Identificar os componentes do sistema nervoso central e periférico UNIDADE III Sistema Nervoso Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes 58 UNIDADE III Sistema Nervoso INTRODUÇÃO Nesta unidade vocês irão aprender sobre o sistema nervoso que é extremamente fascinante e atua de forma complexa sendo responsável por nossas percepções compor tamentos memórias e controle dos movimentos voluntários e involuntários exercidos pelo corpo humano O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central que é aquele localizado dentro do esqueleto axial cavidade craniana e canal vertebral que compreende o encéfalo e a medula espinal respectivamente e o sistema nervoso periférico localizado no esqueleto apendicular é formado pelos nervos e gânglios O sistema nervoso se relaciona com organismo e com o meio ambiente através da comunicação estabelecida pelas conexões sensitivas e motoras A conexão neuronal sensitiva aferente é responsável por captar o estímulo por exemplo dor e calor externo e o transmite para sistema nervoso central que processa a informação e produz uma resposta que é conduzida pela via eferente neurônios motores até o órgão efetor que pode ser os músculos estriados esqueléticos onde a resposta será a contração muscular 59 UNIDADE III Sistema Nervoso 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 11 Introdução ao Sistema Nervoso Central SNC O sistema nervoso controla toda comunicação do corpo pensamento ações emoções e memórias As células nervosas neurônios se comunicam através de sinais elétricos chamados impulsos nervosos produzindo uma resposta imediata Destacamse três funções básicas do sistema nervoso que atuam conjuntamente MARIEB WILHELM MALLATT 2014 1 Função Sensitiva É controlada por neurônios sensitivos aferentes respon sáveis por perceber os estímulos internos do corpo ou externo e conduzir os impulsos do órgão receptor por exemplo tato dor ou sensores térmicos na pele em direção ao SNC 2 Função Integradora Após a chegada do estímulo ao SNC a informação sensitiva é analisada processada e interpretada para que uma ação seja de sencadeada na sequência 3 Função Motora É a resposta aos estímulos iniciando ações como contrações musculares ou secreções glandulares Esta função é caracterizada pela atua ção de neurônios motores eferentes que saem do SNC levando a resposta aos órgãos efetores TORTORA 2016 60 UNIDADE III Sistema Nervoso 12 Divisão do Sistema Nervoso Dividimos o sistema nervoso em duas partes anatômicas o sistema nervoso cen tral SNC e o sistema nervoso periférico SNP O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e pela medula espinal Figura 1 que ocupam o crânio e o canal vertebral respectivamente O SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso que recebe sinais sensitivos aferentes e os interpreta Enquanto o SNP é a parte do sistema nervoso localizado fora do SNC formado pelos nervos que se estendem do cérebro nervos cranianos e da medula espinal nervos espinais Os nervos periféricos formam uma linha de comunicação que liga todas as regiões do corpo ao sistema nervoso central No SNP também estão incluídos os gânglios que são áreas onde os corpos celulares dos neurônios ficam agrupados FIGURA 1 IMAGEM MOSTRA UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CEN TRAL SNC QUE COMPREENDE O CÉREBRO E A MEDULA ESPINHAL 61 UNIDADE III Sistema Nervoso 121 Sistema Nervoso Central O encéfalo e a medula espinal são formados por duas substâncias a cinzenta e a branca A substância cinzenta localizada na parte interna é composta por corpos celulares dos neurônios Todavia a substância branca é formada por axônios e neuroglia Nos cortes transversais da medula espinal observase a substância cinzenta com formato parecido com da letra H ou de borboleta cravado em uma matriz de substância branca Os braços do H são os cornos portanto existem cornos cinzentos posteriores dorsais e anteriores ventrais direito e esquerdo Figura 2 FIGURA 2 ILUSTRAÇÃO CORTE TRANSVERSAL NA MEDULA ESPINAL MOSTRANDO AS SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA CENTRO EM FORMA DA LETRA H 13 Tecido Nervoso O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células que são os neurônios e a neuróglia ou também chamada de células gliais Ambas são células estruturalmente diferentes de acordo com sua localização no SNC ou no SNP e divergem nas funções Os neurônios são as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que atin gem grandes comprimentos especializada para a comunicação rápida por apresentarem excitabilidade elétrica que é a capacidade de responder a um estímulo e convertêlo em um potencial de ação impulso nervoso que é um sinal elétrico que se propaga pela membrana do neurônio As células da neuroglia são células menores que ocupam os espaços entre os neu rônios com a função de fornecer suporte nutrição e proteção aos neurônios e continua se dividindo durante toda a vida do indivíduo e difere dos neurônios por não propagar potenciais de ação Existem 6 tipos de células da neuroglia sendo 2 encontradas apenas no SNP célu las de Schwann e células satélites e 4 pertencentes ao SNC e são elas Figura 3 Astrócitos Estas células possuem formato de estrela muitos prolongamentos e são as maiores e mais numerosas células da neuróglia Os prolongamentos dos astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos neurônios e com a piamáter fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal Os 62 UNIDADE III Sistema Nervoso astrócitos promove o suporte para os neurônios Produzem de substâncias que mantêm a característica de permeabilidade seletiva exclusiva das células endo teliais dos capilares Mantém o ambiente adequado para a geração de impulsos nervosos São condutores para a passagem de nutrientes e outras substâncias entre os capilares sanguíneos e os neurônios Além de influenciar na formação de sinapses neuronais que estão relacionadas com aprendizado e memória Oligodendrócitos São células parecidas com os astrócitos porém menores e com menos prolongamentos Todavia é competência dos prolongamentos dos oligodendrócitos a formação e manutenção da bainha de mielina encontrada ao redor dos axônios do SNC Microglia As menores células da neuróglia com projeções finas que dão ori gem a numerosas ramificações Possui função fagocitárias removendo restos celulares microrganismos e tecido nervoso danificado Células Ependimárias Apresentam formato cúbico em uma camada única com microvilosidades e cílios Localizase revestindo o canal central da medula espinal sua função é produzir monitorar e auxiliar na circulação do líquido cerebroespinhal líquor e formar a barreira hematoencefálica TORTORA DERRICKSON 2014 FIGURA 3 DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS DA GLIA ASTRÓCITOS CÉLULAS NA COR LARANJA FIXO AO NEURÔNIO E AO CAPILAR SANGUÍNEO PROMOVENDO A NUTRIÇÃO E SUPORTE PARA O NEURÔNIO OLIGODENDRÓCITOS CÉLULAS NA COR AZUL FORMANDO A BAINHA DE MIELINA NO AXÔNIO NEURONAL MICRÓGLIA CÉLULA DA GLIA NA COR VERDE TEM FUNÇÃO FAGOCITÁRIAS 63 UNIDADE III Sistema Nervoso 131 Tipos de Neurônios As estruturas que compõem os neurônios são corpo celular axônio e dendritos que são prolongamentos que conduzem os impulsos que entram e saem do corpo celular O axônio neuronal é revestido uma camada de lipídios e substâncias proteicas chamada bainha de mielina a mielina proporciona um aumento da velocidade na condução do impul so nervoso Figura 4 A comunicação entre os neurônios é chamada de sinapses e ocorre por meio de neurotransmissores que são substâncias químicas liberadas por um neurônio e atuam esti mulando ou inibindo outro neurônio permitindo a continuidade ou interrupção à transmissão de impulsos Os neurônios possuem características estruturais e funcionais diferentes que determinam sua classificação FIGURA 4 ILUSTRAÇÃO DE UM NEURÔNIOS E SEUS COM COMPONENTES AXÔNIO BAINHA DE MIELINA DENDRITOS CORPO CELULAR NÚCLEO 132 Classificação dos neurônios 1321 Classificação Estrutural Classifica os neurônios de acordo com o número de extensões que se projetam a partir do corpo celular Figura 5 Neurônios multipolares possuem vários dendritos e um axônio Figura 5 São os tipos mais comuns de neurônios no sistema nervoso SNC e SNP Neurônios bipolares apresentam um dendrito principal e um axônio e o corpo celular é centralizado Figura 5 Neurônios unipolares têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um prolongamento contínuo que emerge do corpo celular Figura 5 Estes neurô 64 UNIDADE III Sistema Nervoso nios também são chamados de neurônios pseudounipolares atuam conduzindo impulsos do órgão receptor tato dor ou sensores térmicos na pele por exem plo em direção ao corpo celular e um prolongamento central que vai do corpo celular até o SNC Os corpos celulares dos neurônios pseudounipolares estão situados fora do SNC nos gânglios sensitivos dos nervos espinais e cranianos fazendo parte do SNP FIGURA 5 TIPOS DE NEURÔNIOS UNIPOLAR QUE ORIGINA O PSEUDOUNIPOLAR BIPOLAR E MULTIPOLAR 1322 Classificação Funcional Diz respeito à direção para qual o impulso nervoso potencial de ação é transmitido no SNC Neurônios sensitivos ou aferentes Contêm receptores sensitivos em suas extre midades distais dendritos e quando um estímulo apropriado ativa um receptor sensitivo ele gera um potencial de ação que percorre seu axônio sendo trans portado para o SNC por nervos cranianos e espinais A maioria dos neurônios sensitivos é classificado estruturalmente como unipolares Neurônios motores ou eferentes São responsáveis por transportar os potenciais de ação para fora do SNC em direção a órgãos efetores músculos e glândulas localizados na periferia do corpo SNP por meio de nervos cranianos e espinais Os neurônios motores estruturalmente são do tipo multipolares Neurônios de associação ou interneurônios Localizase no SNC entre os neu rônios motores e sensitivos são responsáveis por processar as informações provenientes dos neurônios sensitivos e então produzir uma resposta motora através da ativação dos neurônios motores sendo que a maior parte dos inter neurônios são multipolares 65 UNIDADE III Sistema Nervoso 14 Encéfalo O encéfalo é o centro de controle das sensações da inteligência das emoções do comportamento e da memória Contudo o encéfalo possui diferentes regiões com funções especializadas sendo classificado em 4 partes que serão abordadas detalhadamente nos tópicos seguintes tronco encefálico bulbo ponte e mesencéfalo cerebelo diencéfalo e telencéfalo Figura 6 FIGURA 6 CORTE SAGITAL DO ENCÉFALO CÉREBRO ÁREA CINZA COM OS GIROS E SULCOS CEREBELO ÁREA ROXA EM FORMATO DE COUVEFLOR E TRONCO ENCE FÁLICO LOCALIZADO NA FRENTE DO CEREBELO 141 Tronco Encefálico O tronco encefálico situase entre o diencéfalo conectandose à medula espinal Figura 7 As funções do tronco encefálico são 1 É uma via de passagem que recebe e envia informações motoras e sensitivas para o cérebro 2 Recebe ou emite fibras nervosas que formam os nervos cranianos sendo que dos 12 pares de nervos cranianos 10 estão conectados a ele 3 Produz comportamentos rigidamente programados e automáticos necessários para a sobrevivência 4 Integra os reflexos auditivos e visuais 5 O tronco encefálico apresenta três regiões o bulbo a ponte e o mesencéfalo estas três estruturas juntas correspondem a 25 da massa encefálica MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2014 66 UNIDADE III Sistema Nervoso FIGURA 7 VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO 1411 Bulbo O bulbo tem forma de um cone é a parte mais caudal do tronco encefálico e sua extremidade menor conectase com a medula espinhal no entanto não tem uma região demarcando o local de separação entre medula e bulbo por isso considerase o limite correspondente ao nível do forame magno do osso occipital O bulbo apresenta duas cristas longitudinais chamadas pirâmides Figura 8 forma da por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula espinal as fibras nervosas cruzam obliquamente o plano mediano formando a decussação das pirâmides que é responsável por fazer com que o hemisfério cerebral direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral esquerdo controle o lado direito Isso fica evidente em casos de lesão encefálica à direita onde o corpo será acometido em toda sua metade esquerda O bulbo abriga o centro de controle de órgãos e funções importantes como o centro respiratório regulando o ritmo respiratório o centro vasomotor e o centro do vômito O fato do bulbo conter a presença dos centros respiratórios e vasomotor as lesões nesta estrutura encefálica são extremamente perigosas o que explica a gravidade de fratura na base do crânio MARIEB WILHELM MALLATT 2014 67 UNIDADE III Sistema Nervoso FIGURA 8 VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO O BULBO ESTÁ EM DESTAQUE COLORIDO DE VERDE 1412 Ponte A ponte está localizada entre o bulbo e o mesencéfalo e anterior ao cerebelo juntamente com o bulbo auxilia no controle da respiração A ponte é dividida em duas estruturas principais uma região ventral e dorsal A região ventral da ponte é um local de transmissão sináptica composta substância cinzenta conhecidos como núcleos pontinhos que possuem substância branca entrando e saindo deles e conectando o córtex de um hemisfério cerebral com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral Figura 9 Por apresentar um complexo circuito de transmissão nervosa a ponte assume um papel essen cial na coordenação e otimização da atividade motora voluntária A região dorsal contém tratos ascendentes e descendentes e núcleos de nervos cranianos que chegam ou saem desta região Nervos trigêmeos NC V Recebem impulsos sensitivos da cabeça e da face e enviam impulsos motores responsáveis pela mastigação Nervos abducentes NC VI Transmite impulsos motores gerados em núcleos pontinos que controlam certos movimentos oculares Nervos faciais NC VII Os núcleos da ponte recebem impulsos sensitivos gus tativos e geram impulsos motores que regulam a secreção de saliva e lágrimas e a contração de músculos da mímica facial 68 UNIDADE III Sistema Nervoso Nervos vestibulococleares NC VIII Recebem impulsos sensitivos e enviam impulsos nervosos para o aparelho vestibular relacionados com o equilíbrio TORTORA DERRICKSON 2014 1413 Mesencéfalo O Mesencéfalo conectase diretamente ao cérebro se estendendo da ponte ao diencéfalo É atravessado por um estreito canal o aqueduto do mesencéfalo conecta o terceiro ventrículo com o quarto ventrículo Posterior ao aqueduto localizase o teto do mesencéfalo que contém quatro projeções arredondadas As duas projeções superiores são conhecidas como colículos superiores e são responsáveis por reflexos que controlam os movimentos da cabeça do tronco e dos olhos em resposta a estímulos visuais como os movimentos oculares de perseguição de objetos em movimento Enquanto isso as duas projeções inferiores colículos inferiores transmitem impulsos dos receptores auditivos da orelha interna para o encéfalo e também são responsáveis pelo reflexo de susto Figura 10 Anteriormente o mesencéfalo apresenta dois pedúnculos cerebrais que unem o tronco encefálico ao cérebro estes pedúnculos cerebrais apresenta feixes pareados de axônios neuronais que conduzem impulsos nervosos de áreas motoras do córtex cerebral para a medula espinal o bulbo e a ponte Dois pares de nervos cranianos localizamse na estrutura mesencefálica e são eles Nervos oculomotores são responsáveis pelo controle dos movimentos do bulbo do olho Nervos trocleares IV através dos nervos trocleares é possível o controlar certos movimentos oculares TORTORA DERRICKSON 2014 69 UNIDADE III Sistema Nervoso FIGURA 10 VISTA LATERAL DO TRONCO ENCEFÁLICO EM ROXO OBSERVASE O ME SENCÉFALO E ACIMA EM VERDE COLÍCULOS SUPERIORES E INFERIORES FORMATO DE BOLINHAS 15 Cerebelo O cerebelo Figura 11 é a segunda maior estrutura encefálica só fica atrás do telencéfalo cérebro situase dorsalmente ao bulbo e à ponte formando o teto do IV ventrículo O cerebelo repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e separase do lobo occipital por uma prega da duramáter e ligase à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior Possui função exclusivamente motora mantendo o equilíbrio e coordenação MARIEB WILHELM MALLATT 2014 FIGURA 11 CORTE SAGITAL DO CEREBELO FORMATO DE COUVEFLOR E 4 VENTRÍCULOS ESPAÇO TRIANGULAR ANTERIOR AO CEREBELO 70 UNIDADE III Sistema Nervoso 16 Diencéfalo O diencéfalo Figura 12 e o telencéfalo formam o que é conhecido como cérebro que corresponde a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80 da cavidade craniana A estrutura do diencéfalo só é vista na porção mais inferior interna do cérebro Caracterizase por estar envolto pelos hemisférios cerebrais e compreendem as seguintes partes tálamo hipotálamo e epitálamo que estão relacionadas com o III ventrículo que é uma cavidade ímpar no diencéfalo que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares FIGURA 12 O DIENCÉFALO LOCALIZASE INTERNAMENTE ENVOLTO PELOS HEMIS FÉRIOS CEREBRAIS E NA IMAGEM PODE SER OBSERVADO TODA REGIÃO DIENCEFÁ LICA REPRESENTADO NA COR ROSA 161 Tálamo O tálamo Figura 13 mede cerca de 3 cm de comprimento e corresponde 80 do diencéfalo formado por duas massas ovais de substância cinzenta organizadas em nú cleos com tratos de substância branca no seu interior As metades do tálamo hemisférios cerebrais direito e esquerdo são ligadas por uma ponte de substância cinzenta chamada de aderência intertalâmica O tálamo atua como uma estação retransmissora dos impulsos sensitivos da medu la espinal e do tronco encefálico Também contribui para a transmissão de informações do cerebelo e dos núcleos da base para a área motora do córtex cerebral Além de transmitir impulsos nervosos entre diferentes áreas do telencéfalo cérebro e auxilia na manutenção da consciência TORTORA DERRICKSON 2014 71 UNIDADE III Sistema Nervoso FIGURA 13 A IMAGEM REPRESENTA EM LARANJA O TÁLAMO MAIOR ESTRUTURA DIENCEFÁLICA 162 Hipotálamo O hipotálamo é uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente ao tálamo Ele é composto por quatro regiões principais região mamilar região tuberal região supraóptica e região préóptica A respeito das funções do hipotálamo podemos destacar Controle do sistema nervoso autônomo contração de músculos e secreções glandulares Regulação da temperatura corporal Regulação do comportamento emocional Regulação do sono e da vigília Regulação da ingestão de alimentos Regulação da ingestão de água Regulação da diurese Regulação do sistema endócrino Geração e regulação de ritmos circadianos MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2014 163 Epitálamo O epitálamo pequena região superior e posterior ao tálamo forma parte do teto do terceiro ventrículo e é composta pela glândula pineal que confere ao epitálamo função endócrina A glândula pineal possui tamanho aproximado de uma ervilha e faz parte do sistema endócrino pois sob a influência do hipotálamo a glândula pineal é responsável pela secreção do hormônio melatonina que controla o ciclo sonovigília que sinaliza ao corpo a hora de se preparar para a fase noturna MARIEB WILHELM MALLATT 2014 TORTORA DERRICKSON 2014 72 UNIDADE III Sistema Nervoso 17 Telencéfalo O telencéfalo é o que conhecemos por cérebro constituído por dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo que são separados pela fissura longitudinal do cérebro cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais denominada corpo caloso que permite promove a união entre os dois hemisférios Figura 14 O córtex cerebral é constituído por substância cinzenta que forma a face externa do telencéfalo Durante o desenvolvimento embrionário a substância cinzenta do córtex se desenvolve mais rápido que a substância branca e se dobra sobre si mesmo formando pregas conhecidas como giros os dois giros mais importantes são os giros précentral e póscentral As fendas mais profundas entre os giros são chamadas de fissuras as mais superficiais de sulcos que permitem um considerável aumento do volume cerebral TOR TORA DERRICKSON 2014 FIGURA 14 VISTA SUPERIOR DO CÓRTEX CEREBRAL E HEMISFÉRIOS CEREBRAIS PODEMOS OBSERVAR NA IMAGEM A FISSURA LONGITUDINAL SULCOS E GIROS CEREBRAIS 171 Lobos Cerebrais Os hemisférios cerebrais são subdivididos em lobos que são nomeados de acordo com os ossos que os recobrem lobos frontal parietal temporal e occipital Figura 15 O sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal O sulco cerebral lateral separa o lobo frontal do lobo temporal O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital Uma quinta porção do telencéfalo a ínsula não pode ser vista superficialmente porque se encontra dentro do sulco cerebral lateral profundamente aos lobos parietal frontal e temporal 73 UNIDADE III Sistema Nervoso FIGURA 15 VISTA LATERAL DO CÉREBRO HUMANO ILUSTRAÇÃO MOSTRA LOBO FRONTAL AZUL LOBO PARIETAL VERDE LOBO TEMPORAL LARANJA E LOBO OCCIPITAL ROSA 18 Medula Espinal A medula espinal é uma massa de tecido nervoso em formato cilíndrico que esten dese do bulbo até a margem superior da segunda vértebra lombar e fica abrigada dentro do canal vertebral Ela contém substância cinzenta localizada por dentro da branca e apre senta a forma de uma borboleta ou de um H Figura 16 Nos adultos a medula espinal varia entre 42 a 45 cm de comprimento MARTINI TIMMONS TALLITSH 2009 A medula espinal é uma via para transmissão de informação ao encéfalo ou a partir dele e também integra e processa informações São observadas na medula espinal duas intumescências a intumescência cervical que se estende da quarta vértebra cervical C IV até a primeira vértebra torácica TI Os nervos dos membros superiores são provenientes desta região E a intumescência lombar da nona até a décima segunda vértebra torácica T XII que originam os nervos dos membros inferiores FIGURA 16 A ILUSTRAÇÃO MOSTRA A MEDULA ESPINAL ACOMODADA DENTRO DO CANAL VERTEBRAL FORMADO PELAS VÉRTEBRAS 74 UNIDADE III Sistema Nervoso 19 Meninges Os tecidos nervosos são extremamente delicados o que lhe confere necessidade de proteção do contato com ossos que pode causar danos mecânicos absorvendo impactos As meninges são membranas fibrosas que recobrem o SNC encéfalo e medula espinal e possuem três camadas duramater aracnoidemater e piamater Duramater É a mais resistente e espessa lâmina meníngea Envolve toda a me dula e encéfalo como se fosse uma luva sendo a camada externa que fica em contato com os ossos do crânio e vértebras Aracnóidemáter É a lâmina intermediária localizada entre a duramáter e a piamá ter e está separada da lâmina da piamáter pelo espaço subaracnóideo que é preenchido pelo líquido cefalorraquidiano líquor Este espaço é facilmente acessado entre as vértebras lombares L III e L IV sendo utilizado para administração de anestésicos e na coleta de líquor para exame diagnóstico O líquido cerebrospinal envolve e banha o SNC o líquor é produzido pelo plexo coróide que localizase no interior dos ventrículos Suas funções incluem evitar o contato entre as estruturas nervosas permite a sustentação do encéfalo mantendo o mesmo suspenso na cavidade do crânio flutuando no líquido cerebrospinal e promover o transporte de nutrientes Piamáter É a membrana meníngea mais delicada e interna fixada diretamente ao tecido nervoso MARTINI TIMMONS TALLITSH 2009 75 UNIDADE III Sistema Nervoso 2 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO SNP 21 Introdução ao sistema nervoso periférico SNP O sistema nervoso periférico SNP é composto por nervos espinais parte da medula espinal e nervos cranianos originamse no encéfalo Os nervos são feixes de axônios de neurônios que apresentam função motora leva a informação do SNC para o órgão efetor produzindo uma resposta ou dos dendritos que são fibras sensitivas capta o estímulo e leva para ser processado pelo SNC Divisão do SNP de acordo com as funções das fibras nervosas sensitivas e motoras Figura 17 FIGURA 17 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DIVISÃO DO SNP AS ENTRADAS SENSITIVAS E MOTORAS DO SNP SÃO SUBDIVIDIDAS EM SOMÁTICAS INERVAÇÃO DO TUBO EXTERNO OU VISCERAIS INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS VISCERAIS A PARTE MOTORA DO SNP É DIVIDIDA EM PARTE SOMÁTICA E NA PARTE AUTÔNOMA DO SIS TEMA NERVOSO SNA QUE É SUBDIVIDIDO EM SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA Fonte TORTORA DERRICKSON 2016 76 UNIDADE III Sistema Nervoso O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensitivos e motores Os neurônios sensitivos captam o estímulo via receptores termorreceptores localizados na pele sensíveis ao tato calor e dor e transmitem esse estímulo gerado na forma de impulso nervoso para processamento no SNC chegando primeiro na medula espinal e posterior mente no encéfalo Contudo a via motora são compostas por neurônios que parte do SNC inervando os músculos esqueléticos e como resposta ao estímulo promove a contração da musculatura produzindo movimentos de reflexos involuntários e voluntários este proces so é denominado arco reflexo Figura 18 MARIEB WILHELM MALLATT 2014 FIGURA 18 ILUSTRAÇÃO DO ARCO REFLEXO 22 Nervos Cranianos Os nervos cranianos se originam no encéfalo e são doze pares no total Cada nervo craniano tem sua nomenclatura própria de acordo com a distribuição ou a função dos nervos mas também recebe uma numeração número romano que indicam a ordem na qual os nervos se originam no encéfalo Figura 19 FIGURA 19 DOZE PARES DE NERVOS CRANIANOS 77 UNIDADE III Sistema Nervoso Os nervos cranianos olfatório I óptico II e vestibulococlear VIII contém axônios de neurônios sensitivos E estão associados aos sentidos especiais do olfato da visão e da audição respectivamente Entretanto cinco nervos cranianos oculomotor III troclear IV abducente VI acessório XI e hipoglosso XII são classificados como nervos motores pois contêm apenas axônios de neurônios motores que saem do tronco encefálico Os quatro nervos cranianos restantes trigêmeo V facial VII glossofaríngeo IX e vago X são nervos mistos pois contém axônios de neurônios sensitivos adentrando no encéfalo e neurônios motores saindo do encéfalo TORTORA DERRICKSON 2016 23 Nervos espinais A superfície da medula apresenta sulcos que fazem conexão com pequenos fila mentos nervosos que se unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais Os nervos espinais são vias de comunicação entre a medula espinal e regiões específicas do corpo Cada par de nervos espinais surge de um segmento espinal respon sável por conferir a nomeação dos nervos espinais de acordo com o segmento nos quais estão localizados Existem 31 pares de nervos espinais sendo distribuídos da seguinte forma 8 cervicais C1C8 12 torácicos T1T12 5 lombares L1L5 5 sacrais S1S5 e 1 coccígeo Co1 Os nervos espinais se ramificam a partir da medula espinal e se projetam lateral mente saindo do canal vertebral através dos forames intervertebrais Contudo os nervos das regiões lombar sacral e coccígea não saem da coluna vertebral as raízes destes nervos espinais ficam semelhantes a uma cauda de um cavalo atribuindo o nome às raízes destes nervos de cauda equina TORTORA DERRICKSON 2016 78 UNIDADE III Sistema Nervoso SAIBA MAIS A meningite é uma condição patolgica causada pela inflamação das meninges provo cada por infecção bacteriana ou viral A infecção pode se espalhar para o tecido nervoso e provocar inflamação no encéfalo chamada de encefalite A meningite é diagnosticada através da obtenção de uma amostra de líquido cerebrospinal LCE coleta do espaço subaracnóideo para detectar a presença do agente patológico bactérias vírus ou fun gos Como a medula espinal adulta termina no nível da vértebra L I ou L II uma agulha pode penetrar com segurança no espaço subaracnóideo abaixo desse local para obter a amostra necessária este procedimento é denominado punção lombar Com o paciente curvado para a frente a agulha é inserida entre as vértebras das vértebras L III e L IV ou entre L IV e L V As punções lombares também são utilizadas para medir a pressão do LCE para administração de antibióticos anestésicos e contraste de raios X MARIEB WILHELM MALLATT 2014 REFLITA Com apenas 2 kg de peso cerca de 3 do peso corporal total o sistema nervoso é um dos menores porém mais complexos sistemas corporais contém bilhões de neurônios e de um número ainda maior de células da neuroglia TORTORA DERRICKSON 2014 79 UNIDADE III Sistema Nervoso CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa Nesta unidade abordamos o estudo do sistema nervoso em sua complexidade é responsável por controlar ações voluntárias e involuntárias O controle das ações voluntárias como correr andar e falar Além de ser fundamental para a percepção do indivíduo com relação às coisas à sua volta Todavia o controle das ações involuntárias se deve ao fato do sistema nervoso atuar sobre outros sistemas do corpo humano como por exemplo o centro respiratório que controla o ritmo respiratório está localizado no bulbo que é uma estrutura do tronco encefálico O sistema nervoso é formado pelo tecido nervoso que é constituído pelas células nervosas chamadas neurônios os neurônios se comunicam entre si através de sinais elétricos chamados impulsos nervosos produzindo uma resposta imediata O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso pe riférico O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo cérebro tronco encefálico e cerebelo e medula espinhal Na sequência abordando detalhadamente as características morfológicas do encéfalo que é o centro de controle das sensações da inteligência das emoções do comportamento e da memória O encéfalo é classificado em 4 partes tronco encefálico bulbo ponte e mesencéfalo cerebelo diencéfalo e telencéfalo sendo que apresentado a vocês as características morfológicas de cada uma destas áreas encefálicas Finalizamos o estudo desta unidade apresentando à vocês o sistema nervoso peri férico que localizase fora do sistema nervoso central sendo constituído por fibras nervosas nervos que tem origem de dois locais distintos sendo Encéfalo base do crânio e medula espinal Desta forma temos 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais respectivamente e são responsáveis por promover a conexão levando estímulos periféricos para o sistema nervoso central que os interpreta e produz uma resposta que é transmitida do sistema nervoso central para outras partes do corpo humano Até uma próxima oportunidade Muito Obrigada 80 UNIDADE III Sistema Nervoso LEITURA COMPLEMENTAR Anualmente 14 milhão de lesões encefálicas traumáticas ou traumatismo crânio encefálico são relatadas nos Estados Unidos decorrentes de quedas 28 acidentes de trânsito 20 lesões esportivas 21 e violência 30 A lesão no tecido neural é provocada por três mecanismos 1 um golpe direto que contundiu o tecido neural 2 forças de cisalhamento que rasgam as fibras neuronais e 3 sangramento e intumescimento que aumentam a pressão intracranial comprimindo o tecido neural Circundado pelo líquido cerebrospinal o encéfalo praticamente flutua dentro do crânio Qualquer força externa que atinja essa estrutura faz que o encéfalo se mova e bata no crânio lesionando o tecido neural Se a força do golpe for suficientemente grande o encéfalo pode atingir o lado oposto do crânio A isso chamamos lesão por contragolpe Como o encéfalo está sendo movimentado vigorosamente na cavidade craniana os axônios longos e projetados alongamse As forças de cisalhamento podem rasgálos resultando em lesão axonal difusa Essas forças afetam axônios bem espalhados e per turbam sua capacidade de enviar informações rompendo os circuitos neuronais Com o tempo as conexões axonais podem crescer novamente e restabelecer os circuitos neurais funcionais No entanto as conexões podem errar o caminho resultando em déficits funcio nais de longo prazo Tanto a lesão por contragolpe quanto a lesão axonal difusa são típicas na síndrome do bebê sacudido e no chicote provocado pela desaceleração rápida típica de acidentes de automóvel O sangramento interno no local do impacto comprime o tecido neural O entumescimento resultante do edema e da captação de água pelo cérebro leva ao aumento da pressão intracraniana que comprime ainda mais o tecido neural provocando mais le sões Muito preocupantes são as lesões que resultam em sangramento dentro dos espaços subdural ou subaracnóideo que é diagnosticado no momento da lesão Imediatamente após um golpe na cabeça a vítima pode estar lúcida e agir normalmente No entanto à medida que o sangue e outros líquidos se acumulam em volta do tecido cerebral podem se desenvolver sinais neurológicos como problemas de equilíbrio problemas de coordenação e déficits sensitivos A maior pressão intracraniana resultante pode afetar as funções do tronco encefálico que controlam a respiração a frequência cardíaca e a pressão arterial potencialmente causando a morte 81 UNIDADE III Sistema Nervoso Desse modo indivíduos com qualquer tipo de lesão na cabeça precisam ser mo nitorados quanto ao desenvolvimento de sinais neurológicos reflexos pupilares anormais desequilíbrio discurso incoerente e comportamento anormal As lesões encefálicas brandas concussões são o tipo mais comum de lesão en cefálica já que provocam mudança temporária no estado mental confusão desorientação e perda de memória Uma breve perda de consciência pode ou não ocorrer Os sintomas de uma lesão encefálica branda incluem cefaléia vertigem náusea fadiga e irritabilidade Uma lesão encefálica moderada é definida pela perda de consciência durante um intervalo de tempo que varia de alguns minutos a algumas horas Esse tipo de lesão provoca con fusão que pode durar dias ou semanas Os déficits neurais resultam em prejuízos físicos cognitivos e comportamentais que podem durar um longo período ou ser permanentes Uma lesão encefálica grave resulta em inconsciência prolongada ou coma durante dias semanas ou meses Cerca de 75 de todas as lesões encefálicas traumáticas são classificadas como brandas incluindo a maioria das lesões encefálicas que ocorrem durante as atividades es portivas No entanto uma lesão branda não é insignificante mas muitas vezes é ignorada ou minimizada sobretudo pelos atletas de competição O tecido neural requer pelo menos duas semanas para se recuperar após uma le são branda Se o encéfalo não tiver tempo para cicatrizar outra lesão pode resultar de outro impacto Um segundo impacto que ocorra antes da cicatrização completa de um impacto inicial pode resultar em um intumescimento tão agudo do encéfalo que chega a ser fatal Essa condição chamase síndrome do segundo impacto Embora nenhum dos impactos seja grave o intumescimento radical provocado pela segunda lesão pode alterar a função do tronco encefálico e o efeito cumulativo das lesões pode ter consequências fatais As lesões encefálicas repetidas se combinam causando déficits neurológicos importantes Pesquisas mostram que os atletas com lesões repetidas na cabeça têm de sempenho pior nos testes de atenção memória organização e resolução de problemas complexos do que os indivíduos que nunca sofreram uma concussão É fundamental evitar o traumatismo craniano Nos esportes que envolvem contato são essenciais o equipamento de proteção da cabeça e as decisões inteligentes tomadas pelos treinadores preparadores físicos e atletas em relação à quando voltar a jogar após uma lesão na cabeça MARIEB WILHELM MALLATT 2014 82 UNIDADE III Sistema Nervoso MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título Anatomia Humana Autor Frederic H Martin Michael J Timmons Robert B Tallitsch Editora Artmed Sinopse A Coleção Martini foi especialmente pensada para proporcionar ao leitor o melhor recurso didático para ensino e aprendizagem da Anatomia Para isso foram reunidos o livrotexto Anatomia humana que se destaca pela riqueza de detalhes visuais e por um texto extremamente didático o Atlas do corpo humano um atlas fotográfico cuja objetividade é seu ponto alto FILMEVÍDEO Título Sistema Nervoso Prof Paulo Jubilut Ano 2019 Link do vídeo httpswwwyoutubecomwatchvprsDDgcJM 83 Plano de Estudo TÓPICO 1 SISTEMA DIGESTÓRIO Introdução ao Sistema Digestório Cavidade oral Dentes Glândulas salivares Língua Faringe Esôfago Estômago Intestino delgado Intestino grosso Órgãos acessórios do sistema digestório Tópico 2 SISTEMA URINÁRIO Rins Ureteres Bexiga Uretra Tópico 3 SISTEMA GENITAL MASCULINO Introdução ao Sistema genital masculino Testículos Bolsa escrotal Ductos do sistema genital masculino Uretra Glândulas sexuais acessórias Pênis Tópico 4 SISTEMA GENITAL FEMININO Órgão do Sistema genital feminino Ovários Tubas uterinas Útero Vagina Pudendo feminino Glândulas mamárias Objetivos da Aprendizagem Conceituar e contextualizar os sistemas digestório urinário e reprodutor masculino e feminino Compreender os principais aspectos anatômicos dos órgãos que constituem cada sistema Estabelecer a importância dos sistemas para a manutenção da vida humana UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital Professora Me Gislaine Cardoso de Souza Fiaes 84 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital INTRODUÇÃO Quantas vezes escutamos durante nossa infância sobre a importância dos ali mentos Ou o quanto é importante a ingestão de água diariamente Todos os sistemas do nosso corpo exercem um papel fundamental para a manutenção da vida O sistema digestório por exemplo é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo assim que nossas células possam absorver os nutrientes até a formação das fezes Já o sistema urinário realiza a filtragem do sangue e como consequência desse processo elimina restos metabólicos através da urina Além disso o sistema reprodutor tem características distintas entre os gêneros mas ambos contribuem na produção dos gametas e permitem assim a reprodução e a continuação da espécie humana Caro estudante nesta unidade vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre os sistemas digestório urinário e reprodutor Sendo o objetivo principal desta unidade é proporcionar a compreensão das funções e os aspectos anatômicos relevantes de cada órgão que os compõem 85 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 1 SISTEMA DIGESTÓRIO 11 Introdução ao Sistema Digestório Nós seres humanos assim como outros animais não somos capazes de produzir nosso próprio alimento como as plantas por exemplo e por isso necessitamos de produtos animais ou vegetais que nos forneça energia para a manutenção dos nossos órgãos e sistemas Desde crianças escutamos na escola e em casa sobre a importância dos alimen tos no nosso diaadia Mas você sabe como e onde acontece a digestão de tudo o que ingerimos Vamos descobrir juntos a seguir Quando ingerimos um alimento ele irá percorrer no nosso sistema digestório e sofrer transformações físicas e químicas para reduzilos em pequenas moléculas e permitir que seus nutrientes como a glicose sejam capazes de atravessar parte das camadas do sistema digestório e a parede dos capilares sanguíneos e linfáticos e posteriormente serem distribuídos para as células do corpo Os restos desse processo são excretados do corpo por meio das fezes O sistema digestório exerce um papel importantíssimo na homeostasia ou seja no processo de equilíbrio ou estabilidade do organismo Isso porque possui funções desde a quebra dos alimentos em moléculas menores como também a absorção de água vitaminas e minerais e a eliminação de resíduos metabólicos do corpo TORTORA DERRICKSON 2016 86 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital Os rgãos que compem o sistema digestrio podem ser observados na figura intro dutria desta unidade sendo eles boca faringe esfago estmago intestino delgado e in testino grosso Também faz parte desse sistema os chamados órgãos digestórios acessórios que compreende os dentes língua glândulas salivares fígado vesícula biliar e pâncreas É importante salientar que a cavidade abdominal que abriga a maioria dos órgãos do sistema digestrio é revestida por uma membrana serosa chamada peritnio que é dividido em peritnio parietal quando está em contato com as paredes abdominal e peritnio visceral reveste as vísceras O espaço entre eles é denominado cavidade peritoneal e possui um líquido seroso lubrificante O peritnio contém grandes pregas que ligam os rgãos uns aos outros e às paredes da cavidade abdominal além de vasos sanguíneos vasos linfáticos e nervos que suprem os rgãos abdominais TORTORA DERRICKSON 2016 12 Cavidade oral A cavidade oral é formada pelas bochechas que terminam nos lábios palato duro parte anterior do céu da boca palato mole parte posterior do céu da boca e língua O palato é uma parede que separa a cavidade oral da cavidade nasal e forma o céu da boca e sua presença permite mastigar e respirar ao mesmo tempo Pendurada na margem livre do palato mole está localizada uma estrutura muscular chamada úvula Durante a degluti ção o palato mole e a úvula são atraídos superiormente fechando a parte nasal da faringe e impedindo que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal TORTORA DERRICKSON 2016 O primeiro órgão do tubo digestório é a boca e a digestão mecânica dos alimen tos que ocorre neste local é chamada de mastigação em que o alimento é manipulado pela língua triturado pelos dentes e misturado com a saliva a fim de deixálo com um pequeno tamanho e permitindoo ser facilmente engolido Essa massa formada recebe o nome de bolo alimentar Já a digestão química envolve a ação de enzimas como a amilase salivar e a lipase lingual 121 Dentes Os dentes cortam os alimentos sólidos em partículas menores para serem deglu tidas Eles estão localizados no espaço ósseo chamado alvéolo dental Tipicamente os dentes possuem trs regies a coroa que é a parte visível acima da gengiva o colo parte intermediária recoberta por gengiva e que consiste na junção entre a coroa e a raiz e a raiz embutidas no soquete e que fixa os dentes aos ossos Internamente os dentes são formados principalmente por dentina que confere forma e rigidez A dentina da coroa é recoberta por esmalte composto principalmente por 87 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital fosfato de cálcio e carbonato de cálcio enquanto que a dentina da raiz é recoberta por cemento que age como um amortecedor de impacto durante a mastigação TORTORA DERRICKSON 2016 Ao longo de nossas vidas apresentamos duas dentições A decídua são os fa mosos dentes de leite ou primários que começam a aparecer por volta dos 6 meses de idade constituindose de 20 dentes 8 incisivos 4 caninos e 8 molares Essa dentição é substituída por volta dos 6 a 12 anos de idade pela dentição dita permanente que se refere aos dentes secundários e totalizam cerca de 32 dentes quando no conjunto completo 8 in cisivos 4 caninos 8 prémolares e 12 molares Os dentes incisivos parte cortante cortam o alimento os caninos borda pontiaguda dividem os alimentos em partes menores quanto que os dentes prémolares e molares possuem coroa mais desenvolvida são adaptados para amassar e triturar os alimentos 122 Glândulas salivares A saliva é produzida pelas glândulas salivares As glândulas salivares maiores são glândulas exócrinas sendo elas as parótidas submandibulares e sublinguais ao passo que as glândulas salivares menores estão presentes no interior das bochechas lábios e mucosa da língua Estimase que por dia seja liberado cerca de 1 a 15 litros de saliva A saliva é composta por água 995 e solutos 05 e sua função é a de amaciar hidratar e dissolver os alimentos limpar a boca e os dentes e iniciar a digestão do amido 123 Língua A língua é um órgão muscular móvel dividida em metades laterais simétricas por um septo mediano A língua participa da mastigação e deglutição ao manobrar os alimentos modelandoo em um bolo alimentar da fala da sucção e detecta sensações de paladar A sua parte fixa é chamada de raiz da língua a parte móvel de corpo da língua e a extremi dade anterior de ápice da língua O frênulo da língua é uma prega na linha média da face inferior da língua e que se insere no assoalho da boca ajudando a limitar o movimento da língua posteriormente A face dorsal superior e a face lateral da língua são recobertas por papilas linguais receptores para gosto Estas são divididas em circunvaladas amargo folheadas azedo filiformes e fungiformes doce e salgado Os músculos extrínsecos movem a língua de um lado para o outro para dentro e para fora a fim de manobrar os alimentos para a mastigação moldandoo e forçandoo para a parte de trás da boca para ser engolido Já os músculos intrínsecos alteram a forma e o tamanho da língua para a fala e deglutição TORTORA DERRICKSON 2016 88 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 13 Faringe Depois de iniciado a digestão na boca e triturado o bolo alimentar segue para a faringe e então por meio de contrações musculares é impulsionado para o esôfago A faringe é composta por músculo esquelético e possui três partes a parte nasal atua apenas na respiração pertencendo exclusivamente ao sistema respiratório enquanto as partes oral e laríngea participam tanto na parte digestiva quanto na parte respiratória O bolo alimentar estimula receptores da parte oral da faringe que enviam impulsos para o centro da deglutição no bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico Os impulsos que retornam fazem com que o palato mole e a úvula se movam para cima para fechar a parte nasal da faringe o que impede que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal Além disso o fechamento da epiglote da laringe impede que o bolo alimentar entre no restante do trato respiratório TORTORA DERRICKSON 2016 14 Esôfago O esôfago é um tubo muscular posicionado posteriormente à traqueia com cerca de 20 a 25 cm de comprimento Ele secreta muco e conduz o bolo alimentar da faringe para o estômago O alimento atravessa o esôfago de forma rápida devido a contração de suas fibras musculares que produz movimentos peristálticos e também pela gravidade embora não dependa necessariamente dela O esôfago possui dois esfíncteres o esfíncter esofágico superior controla a cir culação de alimentos da faringe para o esôfago e o esfíncter esofágico inferior regula o movimento dos alimentos do esôfago para o estômago Quando o esfíncter esofágico inferior não fecha adequadamente após a passagem do alimento para o estômago pode ocorrer o refluxo desse conteúdo o que ocasiona uma condição chamada de doença do refluxo esofágico Além disso uma vez que as paredes do esôfago não estão preparadas para receber solução ácida o ácido clorídrico HCl do conteúdo estomacal pode causar uma irritação na parede esofágica gerando uma sensação de queimação conhecida como azia TORTORA DERRICKSON 2016 15 Estômago Após descer pelo esôfago o bolo alimentar chega no estômago o órgão mais distensível do sistema digestório Ele está localizado entre o esôfago e o intestino delgado e na maioria das pessoas possui formato da letra j voltado para o lado esquerdo do corpo Quando vazio o estômago apresenta grandes rugas denominadas pregas gástricas mas que diminuem ou desaparecem quando o estômago está distendido MOORE DALLEY AGUR 2014 O estômago realiza digestão química e mecânica além da absorção de algumas substâncias como álcool e medicamentos Ele possui quatro partes Vejamos a seguir 89 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital Cárdia a abertura do esôfago ao estômago circundando o óstio cárdico Fundo gástrico porção arredondada superior pode ser dilatado por gás líqui do alimento ou pela combinação destes Corpo gástrico parte central entre o fundo gástrico e o antro pilórico Parte pilórica porção afunilada de saída do estômago em direção ao duode no é formada pelo antro pilórico parte mais larga canal pilórico parte mais estreita e o piloro que se comunica com o duodeno do intestino delgado e que controla a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico No estômago ocorre uma série de ondas de contração chamada peristalse res ponsável pela mistura do alimento mastigado aos sucos gástricos e o esvaziamento do conteúdo gástrico no duodeno MOORE DALLEY AGUR 2014 O suco gástrico é um líquido formado por diversas substâncias que auxiliam na digestão química do alimento como o pepsinogênio que ao entrar em contato com o ácido do estômago se transforma na enzima pepsina importante para a digestão de proteínas O alimento misturado ao suco gástrico resulta em um líquido com consistência de sopa denominado quimo Uma vez que as partículas de alimento no quimo são sufi cientemente pequenas elas podem então passar através do óstio pilórico em direção ao intestino delgado TORTORA DERRICKSON 2016 16 Intestino delgado De todo o canal alimentar é no intestino delgado que acontece a maior parte da digestão e absorção de nutrientes e água ingeridos Por ser um órgão comprido cerca de 4 a 6 m tem grande superfície para a digestão e absorção tendo sua área aumentada ainda mais por pregas circulares vilosidades e microvilosidades No intestino delgado acontece a mistura do quimo com os sucos digestivos por meio de movimentos peristálticos e também o contato dos nutrientes com a mucosa para a absorção Além disso completa a digestão de carboidratos proteínas e lipídios e realiza a digestão de ácidos nucleicos O intestino delgado é formado pelo duodeno jejuno e íleo O duodeno é o primeiro segmento e também o mais curto com aproximadamente 25 cm Como visto anteriormen te a parte pilórica do estômago esvaziase no duodeno Ele possui formato da letra C ao redor da cabeça do pâncreas e é dividido em parte superior parte descendente parte inferior e parte descendente em ordem de direção ao intestino grosso O duodeno recebe a bile e o suco pancreático que é onde ocorre a maior parte da digestão participando também da absorção 90 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital O jejuno é o segmento logo após o duodeno e possui cerca de 1 a 25 m Por fim o íleo é a porção mais longa do intestino delgado com aproximadamente 2 a 35 m e se junta ao intestino grosso em um esfíncter chamado óstio ileal O jejuno e o íleo são fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério MOORE DALLEY AGUR 2014 e são os principais responsáveis pela absorção de aminoácidos glicose ácidos graxos sais minerais e uma pequena quantidade de água 17 Intestino grosso Após a absorção no intestino delgado o resto do alimento segue em direção ao intes tino grosso O intestino grosso mede cerca de 15 m e se estende do íleo ao ânus encerrando assim o canal alimentar Este órgão possui bactérias que convertem proteínas em aminoácidos e produzem algumas vitaminas B e vitamina K Também absorve água e eletrólitos e é respon sável pela formação e expulsão das fezes TORTORA DERRICKSON 2016 O intestino grosso é dividido nos seguintes segmentos Ceco possui aproximadamente 6 cm e está localizado inferiormente ao óstio ileal já descrito anteriormente Anexado ao ceco está o apêndice vermiforme Colo está fundido à extremidade aberta do ceco e é dividido em ascendente transverso descendente e sigmóide Os movimentos peristálticos em massa empurram o material fecal do colo sigmóide para o reto Reto está localizado logo após o colo e possui aproximadamente 15 cm A porção final do reto é chamado de canal anal Sua abertura para o exterior é chamada ânus e possui o músculo esfíncter interno do ânus involuntário e pelo esfíncter externo do ânus voluntário que normalmente mantêm o ânus fechado exceto durante a eliminação das fezes As fezes são compostas por água sais inorgânicos células epiteliais da túnica mucosa do canal alimentar bactérias e produtos da decomposição bacteriana materiais digeridos e não absorvidos e partes não digeríveis de alimentos e sua eliminação se dá por meio da defecação TORTORA DERRICKSON 2016 Agora que já conhecemos o papel exercido pelo intestino delgado e o intestino grosso vejamos na Figura 1 a anatomia dos dois órgãos 91 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital FIGURA 1 ANATOMIA DO INTESTINO DELGADO E DO INTESTINO GROSSO AS REGIÕES DO INTESTINO DELGADO SÃO O DUODENO O JEJUNO E O ÍLEO E DO INTESTINO GROSSO SÃO CECO COLO RETO E CANAL ANAL 18 Órgãos acessórios do sistema digestório O pâncreas faz partes dos órgãos acessórios assim como o fígado e a vesícula biliar O pâncreas é uma glândula mista com cerca de 12 a 15 cm localizado atrás da curvatura maior do estômago e geralmente está ligado ao duodeno por meio de ductos ducto colédoco e ducto pancreático A porção exócrina do pâncreas é formada pelas ilhotas pancreáticas que secreta o suco pancreático que tampona o suco gástrico ácido no quimo interrompe a ação da pepsina do estômago cria o pH apropriado para a digestão no intestino delgado e participa na digestão de carboidratos proteínas triglicerídeos e ácidos nucleicos A porção endócrina do pâncreas formada pelas células do ácino é responsável pela produção dos hormônios glucagon e insulina TORTORA DERRICKSON 2016 O fígado é uma grande glândula responsável por diversas funções Possui apro ximadamente 14 kg e está localizada abaixo do diafragma Possui o lobo hepático direito 92 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital e o lobo hepático esquerdo e é composto pelos hepatócitos células funcionais do fígado canalículos de bile coletam a bile produzida pelos hepatócitos e sinusóides hepáticos O fígado recebe sangue da artéria hepática sangue arterial e da veia porta sangue venoso Veja a seguir na Figura 2 a anatomia do fígado e a localização da vesícula biliar FIGURA 2 ANATOMIA DO FÍGADO O fígado é responsável pela produção da bile necessária para a emulsificação e a absorção dos lipídios no intestino delgado O fígado possui também função no armazena mento de glicogênio na síntese de compostos orgânicos e na metabolização e excreção de substâncias tóxicas ao organismo No fígado encontrase também a vesícula biliar um pequeno saco medindo cerca de 7 a 10 cm e que tem como função armazenar e concentrar a bile até a liberação para o intestino delgado A bilirrubina é o principal pigmento biliar que é degradado no intestino resultando principalmente em estercobilina que dá a coloração marrom às fezes TORTORA DERRICKSON 2016 93 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 2 SISTEMA URINÁRIO Como já visto acima por meio do sistema digestório o organismo obtém substâncias importantes para o corpo e que foram perdidas ou utilizadas A principal função do sistema urinário é regular o volume e a composição do líquido extracelular Assim o processo de excreção é uma consequência desta regulação e ao longo deste tópico abordaremos os órgãos que constituem este sistema cuja função é imprescindível para manutenção da homeostasia do corpo humano 21 Rins Os rins possuem formato de grão de feijão coloração vermelho parda e aproxima damente 10 a 12 cm de comprimento Eles estão localizados entre os níveis das últimas vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar e desempenham a principal função do sistema urinário sendo responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo e produção da urina A urina formada pelos rins passa pelos ureteres em seguida segue para a bexiga urinária para ser armazenada e por fim pela uretra para ser eliminada pelo corpo Além disso eles ajudam a regular a pressão arterial o pH e os níveis de glicose no sangue e na liberação hormonal de calcitriol e eritropoietina Os rins são revestidos pela cápsula fibrosa e externamente à cápsula fibrosa encontrase a cápsula adiposa ambas com função de proteção e ancoragem do órgão na cavidade abdominal Na região do centro da margem côncava dos rins encontrase 94 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital o hilo renal o qual possui artérias veias e vasos linfáticos que atravessam os rins Todo esse conjunto é chamado pedículo renal Os rins são filtrados pelas artérias renais direita e esquerda que ramifica originando as arteríolas eferentes A artéria renal penetra no seio renal e conduz boa parte do sangue bombeado do coração para ser filtrado no rim Os rins apresentam duas regiões a região vermelha clara superficial chamada córtex renal e a região vermelha escura profunda chamada medula renal a qual consiste em várias estruturas chamadas pirâmides renais O córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o parênquima onde contém os néfrons a unidade funcional do rim e que forma a urina Os néfrons são formados pelo glomérulo renal cápsula glomerular cápsula de Bowman túbulo contorcido proximal túbulo reto alça de Henle e túbulo contorcido distal Depois que a urina é formada nos túbulos pertencentes aos néfrons ela é recebida nos ductos coletores Estes se unem em vários ductos papilares que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides e que drenam a urina para o interior dos cálices renais maiores e menores Ela então flui através da pelve renal e por fim segue pelo ureter até a bexiga urinária TORTORA DERRICKSON 2016 Para facilitar o entendimento observe na figura 3 a estrutura anatômica dos rins e dos néfrons FIGURA 3A CORTE SAGITAL DO RIM MOSTRANDO O SUPRIMENTO SANGUÍNEO CÓRTEX MEDULA PIRÂMIDES E CÁLICE RENAL 95 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital FIGURA 3B ILUSTRAÇÃO ANATÔMICAS DO NÉFRON Para produzir urina os néfrons e os ductos coletores realizam três processos filtração reabsorção e secreção TORTORA DERRICKSON 2016 Filtragem glomerular a água e grande parte dos solutos do plasma sanguíneo são filtrados e passam para a cápsula glomerular Reabsorção tubular conforme o líquido filtrado flui ao longo dos túbulos renais e ductos coletores grande parte da água e dos solutos úteis são reabsorvidos Secreção tubular ao longo do túbulo renal e do ducto coletor substâncias como escórias metabólicas fármacos e excesso de íons são secretados 22 Ureteres Os ureteres estão localizados no hilo renal Eles possuem a função de transporte da urina dos rins para a bexiga urinária por meio de contrações peristálticas das paredes musculares pressão hidrostática e gravidade 23 Bexiga urinária A bexiga urinária é um órgão cuja função é o armazenamento da urina até esta ser eliminada do corpo Nos homens ela está localizada anteriormente ao reto e nas mulhe res anteriormente à vagina e inferior ao útero A capacidade média da bexiga urinária é de aproximadamente 300 a 700 mL 96 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital No seu assoalho temse uma pequena área triangular chamada trígono da bexiga Os dois cantos posteriores desse trígono contêm os dois óstios dos ureteres e a abertura da uretra chamada de óstio interno da uretra TORTORA DERRICKSON 2016 A micção ocorre por meio de uma combinação de contrações musculares involuntárias e voluntárias A musculatura da bexiga faz com que no momento da micção o óstio interno da uretra se abre e os óstios dos ureteres se fechem evitando então que ocorra refluxo de urina da bexiga em direção aos rins 24 Uretra Por fim a uretra é o segmento terminal do sistema urinário e a responsável pela eliminação da urina do corpo Na mulher a uretra realiza apenas a passagem da urina ao passo que nos homens ela também libera o sêmen líquido que contém espermatozoides Nos homens mede aproximadamente 20 cm de comprimento enquanto que nas mulheres cerca de 4 cm Nas mulheres a uretra é mais retilínea e abrese para o exterior por meio do óstio externo da uretra que está localizado entre o clitóris e a abertura vaginal Já a uretra mascu lina é mais sinuosa e é dividida em três partes parte prostática passa através da próstata nela se situa o esfíncter interno da uretra parte membranácea porção que atravessa o músculo transverso profundo do períneo nela se situa o esfíncter externo da uretra e parte esponjosa que atravessa o pênis e termina na glande no óstio externo da uretra TORTORA DERRICKSON 2016 97 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 3 SISTEMA GENITAL MASCULINO 31 Introdução ao Sistema genital masculino A reprodução é indispensável para a continuidade da vida Assim os órgãos ge nitais são adaptados para a produção de gametas facilitar a fertilização e nas mulheres permitir o crescimento do feto Os órgãos do sistema genital masculino incluem os testículos um sistema de ductos composto pelo epidídimo ducto deferente ductos ejaculatórios e uretra glândulas sexuais acessórias glândulas seminais próstata e glândulas bulbouretrais escroto e pênis 32 Testículos Os testículos ou gônadas masculinas são glândulas de formato oval localizadas no escroto medindo cerca de 5 cm de comprimento e 25 cm de diâmetro Quando é atingida a maturidade sexual os testículos são responsáveis pela produção dos espermatozoides e do hormônio masculino testosterona pelas células intersticiais Os testículos são revestidos parcialmente por uma túnica serosa chamada túnica vaginal do testículo Internamente a ela ele é circundado por uma cápsula fibrosa branca a túnica albugínea formando septos que os dividem em 250 a 400 compartimentos internos chamados lóbulos dos testículos Cada um desses lóbulos contém de 1 a 3 túbulos bem en rolados os túbulos seminíferos onde os espermatozoides são produzidos em um processo chamado de espermatogênese Esses túbulos se unem para formar os túbulos seminíferos 98 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital retos que formam a rede testicular e de onde partem os ductos eferentes No epidídimo estes originam o ducto do epidídimo TORTORA DERRICKSON 2016 A irrigação e drenagem dos testículos se dá pelas artérias e veias testiculares Vejamos na figura abaixo Figura 4 as estruturas e canais que compõem os testículos FIGURA 4 ESTRUTURA ANATÔMICA DO TESTÍCULO Fonte DRAKE et al 2011 p 225 33 Bolsa escrotal O escroto é uma estrutura que se encontra pendurada na raiz do pênis e tem a fun ção de suportar os testículos e epidídimos Ele tem a aparência de uma pequena bolsa de pele e está separada em porções por uma divisão chamada rafe do escroto Internamente o septo do escroto se divide em dois sacos em que cada um contém um testículo O septo do escroto é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado músculo dartos que é composto de feixes de fibras de músculo liso e importante para a termorregulação testicular Associado a cada testículo no escroto está o músculo cremaster uma continuação do músculo oblíquo interno do abdome TORTORA DERRICKSON 2016 Por estar localizado externamente ao corpo humano o escroto é capaz de manter a sua temperatura 23 graus abaixo da temperatura corporal normal o que é fundamental para a produção normal dos espermatozóides 99 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 34 Ductos do sistema genital masculino Os ductos são responsáveis pelo transporte e armazenamento além de auxiliarem na maturação dos espermatozóides O epidídimo é um tubo enovelado com cerca de 4 cm de comprimento e está localizado junto aos testículos Funcionalmente é onde ocorre a maturação e armazenamento temporário dos espermatozoides O epidídimo possui ca beça corpo e cauda No interior da cauda o ducto do epidídimo tornase menos enrolado e o seu diâmetro aumenta prolongandose como ducto deferente Este por sua vez tem como função guiar os espermatozóides durante a excitação sexual do epidídimo até o ducto ejaculatório Por fim os ductos ejaculatórios medem cerca de 2 cm de comprimento e ejetam os espermatozóides e secreções das glândulas seminais antes da liberação do sêmen da uretra para o exterior TORTORA DERRICKSON 2016 35 Uretra Nos homens a uretra é um longo canal compartilhado pelos sistemas genital e uri nário servindo de passagem tanto para o sêmen quanto para a urina conforme abordado no tópico 2 desta mesma unidade Tais funções não são realizadas ao mesmo tempo 36 Glândulas sexuais acessórias As glândulas sexuais acessórias incluem as glândulas seminais a próstata e as glândulas bulbouretrais As glândulas seminais são glândulas pares com cerca de 5 cm de comprimento e estão localizadas atrás da bexiga urinária e na frente do reto São elas que secretam o líquido seminal que neutraliza o meio ácido da uretra masculina e do sistema genital feminino contém frutose utilizada para a produção de ATP pelos espermatozoides e contribui para a ativação e nutrição deles A próstata é uma estrutura ímpar com aproximadamente o tamanho de uma bola de golfe formada internamente por 30 a 50 glândulas e externamente envolvida por cápsula fibrosa Está localizada inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da uretra É responsável pela secreção do líquido prostático que também contribui para a motilidade e viabilidade dos espermatozoides O par de glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de ervilhas e estão loca lizadas abaixo da próstata em ambos os lados da uretra Durante a excitação sexual elas secretam um líquido alcalino que não contém espermatozoides e tem a função de neutralizar o pH ácido na uretra Isso serve de proteção aos espermatozóides uma vez que eles perdem a mobilidade quando em meio ácido Também secretam um muco que lubrifica a ponta do pênis e a túnica mucosa da uretra TORTORA DERRICKSON 2016 100 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 37 Pênis O pênis é uma estrutura que contém a uretra e é composto por um corpo uma glande extremidade distal e sua margem é chamada de coroa da glande e uma raiz parte fixa presa ao períneo Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o prepúcio do pênis O corpo do pênis é constituído por três massas cilíndricas de tecido erétil cada uma circundada por tecido fibroso chamado de túnica albugínea As duas massas dorsolaterais são chamadas de corpos cavernosos e a massa média ventral menor chamada de corpo esponjoso TORTORA DERRICKSON 2016 No interior dos corpos cavernosos há numerosas trabéculas formando espaços cavernosos que no momento da ereção se enchem de sangue proveniente das artérias profundas e artéria dorsal do pênis O pênis retorna ao seu estado flácido quando as artérias relaxam e começam a se contrair 101 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 4 SISTEMA GENITAL FEMININO 41 Órgão do Sistema genital feminino Faz parte do sistema genital feminino os ovários gônadas femininas as tubas uterinas o útero a vagina e os órgãos externos que constituem o pudendo feminino 42 Ovários Os ovários são gônadas femininas com formato oval e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa nos quais se desenvolvem os ovócitos gametas ou células germinativas femininas e também responsáveis pela produção dos hormônios progesterona e estrógeno MOORE DALLEY AGUR 2014 As mulheres possuem dois ovários que estão localizados na pelve em depressões denominadas de fossas ováricas e medindo cerca de 3 cm de comprimento cada Eles estão presos ao útero e à cavidade pélvica por meio de ligamentos Cada um é suspenso por uma curta prega peritoneal chamada mesovário O ligamento suspensor do ovário é outra prega peritoneal por onde vasos sanguíneos linfáticos e os nervos ovarianos entram e saem Medialmente ao mesovário o ligamento úteroovárico curto fixa o ovário ao útero TORTORA DERRICKSON 2016 MOORE DALLEY AGUR 2014 Internamente os ovários são revestidos pelo epitélio germinativo e contém a região do córtex onde se encontram os folículos ovarianos primários contendo os ovócitos e o estroma feito de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos A mulher já nasce com todos os ovócitos que serão produzidos durante a sua vida 102 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 43 Tubas uterinas Perto dos ovários estão localizadas as tubas uterinas que se estendem lateralmen te a partir do útero Possuem cerca de 10 cm de comprimento e são as responsáveis pela condução do oócito que é liberado mensalmente durante a vida fértil para o útero As tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes Infundíbulo da tuba uterina é a parte afunilada próxima do ovário e que se abre para a cavidade pélvica região terminal Ela termina em estruturas simi lares a franjas denominadas fímbrias que estão ligadas à extremidade lateral do ovário Do infundíbulo a tuba uterina se insere no ângulo lateral superior do útero Ampola da tuba uterina é a parte mais larga e longa onde geralmente ocorre fecundação Istmo da tuba uterina é a parte curta afilada e de paredes espessas que se une ao útero Parte uterina é a porção curta que atravessa a parede do útero e se abre através do óstio uterino da tuba para a cavidade do útero TORTORA DERRI CKSON 2016 MOORE DALLEY AGUR 2014 44 Útero O útero é um órgão muscular oco ímpar com paredes espessas onde ocorre a implantação de um óvulo fertilizado e o desenvolvimento do feto durante a gestação e parto Para isso o útero possui paredes musculares que se adaptam para o crescimento do feto e também garantem a força para a sua expulsão durante o parto MOORE 2014 Durante os ciclos reprodutivos quando essa implantação não ocorre ele é a fonte do fluxo menstrual O útero está localizado entre a bexiga urinária e o reto e possui tamanho e formato de uma pêra pequena Embora possa variar muito no geral ele possui cerca de 75 cm de comprimento 5 cm de largura e 2 cm de espessura O útero apresenta três regiões distintas fundo do útero corpo do útero e colo do útero O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero um segmento estreitado e medindo cerca de 1 cm de comprimento Já o colo do útero ou cérvix do útero é dividido em uma porção supravaginal localizada entre o istmo e a vagina e uma porção vaginal a qual circunda o óstio do útero Juntos o canal do colo do útero e o lúmen da vagina constituem o canal de parto em que o feto atravessa ao fim da gestação TORTORA DERRICKSON 2016 MOORE DALLEY AGUR 2014 103 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital A parede do corpo do útero é formada por três camadas Perimétrio camada mais externa formada por tecido conjuntivo Miométrio camada intermediária formada por musculatura lisa e que possibi lita as contrações na hora do parto Endométrio camada mais interna formada por tecido epitelial altamente vas cularizado É onde o blastocisto se implanta quando ocorre a fecundação mas caso isso não ocorra essa camada é eliminada durante a menstruação O útero está fixado à cavidade pélvica por meio de algumas estruturas sendo o ligamen to úteroovárico que se fixa ao útero póstero inferiormente à junção útero tubárica o ligamento redondo do útero o qual fixase anteroinferiormente a essa junção e o ligamento largo do útero que também ajuda a manter o útero em posição MOORE DALLEY AGUR 2014 Para melhorar o entendimento veja na figura abaixo Figura 5 cada componente referente ao sistema genital feminino estudado até agora FIGURA 5 ESTRUTURA DO ÚTERO E DOS OVÁRIOS VISTA POSTERIOR Fonte DRAKE et al 2011 p 228 104 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital 45 Vagina A vagina é um tubo músculomembranoso distensível com cerca de 7 a 10 cm de comprimento que se estende do colo do útero até o óstio da vagina comunica a vagina com o meio externo abrindose no vestíbulo da vagina O óstio da vagina pode estar parcialmente cerrado devido à uma membrana fina denominada hímen A vagina está situada entre a bexiga urinária e o reto e recebe o pênis durante a relação sexual além de servir de passagem para o parto e para o líquido menstrual Quatro músculos realizam a sua compressão e atuam como esfíncteres pubovaginal esfíncter ex terno da uretra esfíncter uretrovaginal e bulbo esponjoso MOORE DALLEY AGUR 2014 A mucosa vaginal contém também glândulas produtoras de muco e células que sin tetizam glicogênio e partículas de gordura que são fontes de nutrientes para os lactobacilos encontrados nesta região responsáveis por manter o pH vaginal ácido servindo de proteção contra outros microrganismos 46 Pudendo feminino O termo pudendo feminino referese aos órgãos genitais externos da mulher Fazem parte desse grupo MOORE DALLEY AGUR 2014 Monte do púbis é uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pêlos pubianos localizada anteriormente às aberturas vaginal e uretral Lábios maiores do pudendo são duas pregas de pele recobertas por pelos pu bianos e possuem tecido adiposo glândulas sebáceas e sudoríparas apócrinas Lábios menores do pudendo são as duas pregas menores localizadas me dialmente aos lábios maiores e não possuem pelos e gordura mas possuem glândulas sebáceas e poucas glândulas sudoríparas Clitóris pequena massa cilíndrica formada por dois corpos cavernosos nervos e vasos sanguíneos Está localizado na junção anterior dos lábios menores do pudendo Vestíbulo da vagina região entre os lábios menores No seu interior contém o hímen quando existe o óstio da vagina abertura para o exterior o óstio externo da uretra abertura da uretra para o exterior e as aberturas dos ductos de diversas glândulas Bulbo do vestíbulo par de massas alongadas de tecido erétil que se enchem de sangue durante a excitação sexual estreitando o óstio da vagina 105 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital Por fim o períneo corresponde a área em forma de diamante posicionada medial mente às coxas e às nádegas em ambos os sexos e contém os órgãos genitais externos e o ânus 47 Glândulas mamárias As glândulas mamárias Figura 6 são consideradas parte do tegumento e do siste ma genital feminino Possuem função de sintetizar secretar e ejetar leite para a alimentação do recémnascido Cada mama possui a papila mamária uma projeção pigmentada contendo ductos lactíferos dos quais emergem leite A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo é chamada de aréola e possui aspecto áspero devido à presença de glândulas sebáceas modificadas No interior de cada mama está uma glândula mamária a qual consiste em 15 a 20 lobos possuindo vários compartimentos menores chamados lóbulo que por sua vez contém agrupamentos de glândulas secretoras de leite chamados de alvéolos TORTORA DERRICKSON 2016 FIGURA 6 GLÂNDULAS MAMÁRIAS Fonte TORTORA DERRICKSON 2016 p 1457 Quando está sendo produzido o leite passa dos alvéolos por vários túbulos secun dários e em seguida para os ductos mamários Próximo do mamilo os ductos mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos para onde o leite será drenado para um ducto lactífero e então transportados para o exterior TORTORA DERRICKSON 2016 106 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital SAIBA MAIS O câncer do colo do útero também chamado de câncer cervical é causado pela in fecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano HPV Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina estando atrás apenas do câncer de mama e câncer colorretal A visualização direta do colo do útero e o exame celular e histológico por meio de esfregaços de Papanicolaou auxilia na prevenção dessa doença INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER 2021 REFLITA Cistite é uma infecção eou inflamação da bexiga Em geral é causada pela bactéria Escherichia coli presente no intestino e importante para a digestão No trato urinário porém essa bactéria pode infectar a uretra uretrite a bexiga cistite ou os rins pie lonefrite Outros microorganismos também podem provocar cistite Homens mulheres e crianças estão sujeitos à cistite No entanto ela ocorre mais nas mulheres porque as características anatmicas femininas favorecem sua ocorrncia A uretra da mulher além de muito mais curta que a do homem está mais próxima do ânus Nos homens depois dos 50 anos o crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite MINISTÉRIO DA SADE 2021 107 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final desta unidade pudemos aprofundar nossos conhecimentos acerca dos órgãos que constituem os sistemas digestório urinário e reprodutor masculino e feminino bem como a função desempenhada por cada um Todos os sistemas do corpo humano são importantes para a manutenção da vida O sistema digestório é responsável pelo processamento dos alimentos que consumimos no diaadia e pela absorção de água e nutrientes Já o sistema urinário possui principalmente a função de regular o volume e composição do líquido extracelular e consequentemente eliminar escórias metabólicas por meio da urina Por fim sem o sistema reprodutor não teríamos a perpetuação das espécies animais É nele que são produzidos os gametas ou seja as células reprodutoras e que possui estruturas que também permitem a fecundação e sustento do feto Assim o estudo da anatomia humana é de fundamental importância para possi bilitar aos profissionais o entendimento aprofundado da morfologia localização função e organização dos órgãos e sistemas do corpo humano 108 UNIDADE IV Sistemas Digestório Urinário e Genital MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título Grays atlas de anatomia Autor DRAKE RL VOGL AW MITCHELL AWM TIBBITTS RM RICHARDSON PE Editora Elsevier Sinopse Este livro apresenta imagens didáticas das estruturas anatômicas de cada sistema do corpo humano Além disso de monstra a correlação com imagens clínicas apropriadas e anato mia de superfície permitindo melhor entendimento do profissional em relação às estruturas estudadas FILMEVÍDEO Título Rins o grande filtro do nosso corpo Ano 2019 Sinopse Os rins são os órgãos responsáveis por filtrar as im purezas do nosso corpo Este vídeo mostra quais são os hábitos que você precisa adotar eou abandonar para mantêlos sempre saudáveis e funcionando bem Link do vídeo httpswwwyoutubecomwatchvC6WhwWfRL RA 109 REFERÊNCIAS DANGELO J G FATTINI C A Anatomia Humana Sistêmica e Tegumentar São Paulo Atheneu 3º ed 2007 DRAKE R Gray Anatomia Clínica para Estudantes Rio de Janeiro Guanabara Koogan 3º ed 2015 DRAKE RL VOGL AW MITCHELL AWM TIBBITTS RM RICHARDSON PE Grays atlas de anatomia 1ª ed Rio de Janeiro Elsevier 2011 INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER Brasil Tipos de câncer Brasília Instituto Nacional do Câncer 2010 Disponível em httpswwwincagovbrtiposdecancercancerdocolo doutero Acesso em 03 jul 2021 LASMAR N P VIEIRA R B ROSA J LASMAR R C P SCARPA A C Condromatose Sinovial Relato de caso Revista Brasileira de Ortopedia 2010 455 4902 Disponível em httpscdnpublishergn1linkrboorgbrpdf455condromatosesinovialpdf Acesso em 30 jun 2021 MARIEB E N WILHELM P B MALLATT Anatomia Humana São Paulo Pearson Educa tion do Brasil 2014 MARTINI F H TIMMONS M J TALLITSH R B Anatomia Humana Porto Alegre Artmed 6º ed 2009 MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasil Cistite Brasília Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde 2021 Disponível em httpshttpsbvsmssaudegovbrcistite Acesso em 06082021 MOORE KL DALLEY AF AGUR AMR Anatomia orientada para a clínica 7ª ed Rio de Janeiro Editora Guanabara Koogan 2014 NETO F M F KISO K M Comprometimento dos linfonodos em adultos Arquivos Médicos Hospital Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo 2013 58 79 87 TORTORA GJ DERRICKSON B Princípios de Anatomia e Fisiologia 14ª ed Rio de Janeiro Editora Guanabara Koogan 2016 110 CONCLUSÃO GERAL Prezadoa alunoa Neste material busquei trazer para você de forma resumida e didática os principais conceitos utilizados na disciplina de anatomia humana definição dos sistemas e os órgãos que formam o corpo humano Inicialmente abordamos o conteúdo introdutório da anatomia humana conceituando termos utilizados pelos anatomistas e que são fundamentais para a compreensão da literatura técnicacientífica Seguimos abordando os seis níveis de organização do corpo humano e para facilitar o estudo da anatomia humana neste material nos baseamos no estudo da anatomia sistêmica que é uma das formas didáticas de estudo desta disciplina que caracteriza o estudo na descrição aprofundada das partes que com põem um sistema específico do corpo humano Desta forma apresentei a você três sistemas do corpo humano sistema esquelé tico articular muscular que juntos formam o aparelho locomotor que é responsável pela movimentação do corpo Abordamos as funções básicas destes sistemas e as estruturas anatômicas que os compõem como ossos articulações e músculos Demos sequência aos estudos focando no sistema circulatório que recebe este nome por promover a circulação de um meio líquido sangue ou linfa através de uma rede de tubulações denominadas vasos Caso o líquido transportado seja o sangue fluindo pelos vasos sanguíneos temos o sistema cardiovascular A circulação sanguínea ocorre graças a ação do bombeamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as artérias estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos que irrigam os tecidos corporais transportado pelo sangue oxigênio e nutrientes e também promove o transporte de dióxido de carbono CO2 e resíduos celulares que se difundem dos tecidos para a corrente sanguínea Contudo o outro sistema promove a circulação de um líquido denominado linfa através de tubulações agora chamados vasos linfáticos temos a caracterização do sistema linfático Todavia como apresentado a você que o objetivo da circulação sanguínea é promover aos tecidos o suprimento de nutrientes e oxigênio garantindo assim a manutenção do tecido celular Apresentei a você as estruturas anatô micas do sistema respiratório cuja função primordial é realizar a troca dos gases oxigênio e dióxido de carbono com o ar atmosférico garantindo a concentração de oxigênio no sangue necessária para a realização das reações metabólicas celulares 111 Destacamos também a importância imprescindível do sistema nervoso que é responsável por controlar as ações exercidas por todos os sistemas do corpo humano O sistema nervoso possui a capacidade de estabelecer conexões estabelecidas pelos neurônios promovendo a captação de estímulos processando a informação e produzindo uma variedade de resposta manifesta no órgão efetor Levantamos o papel fundamental para a manutenção da vida exercido pelos siste mas digestório urinário e reprodutor genital masculino e feminino O sistema digestório é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo que nossas células possam absorver os nutrientes Contudo também produz a formação das fezes que são os resíduos de alimento não digerido que precisam ser eliminados do organismos Outro sistema que também promove a excreção de resíduos é o sistema renal responsável pela filtragem do sangue e como consequência desse processo elimina restos metabó licos através da urina Este processo é fundamental para a manutenção do equilíbrio das funções orgânicas O sistema reprodutor possui características distintas entre os gêneros e produzem os gametas permitindo assim a reprodução e a continuação da espécie humana Com base neste conteúdo abordado considero que a partir de agora você está preparado para seguir adiante com os estudos de outras disciplinas que farão de você no futuro um profissional capacitado para desenvolver as mais diversas funções atribuídas aos profissionais da área da saúde Até uma próxima oportunidade Muito obrigado 55 44 3045 9898 Rua Getúlio Vargas 333 Centro CEP 87702200 Paranavaí PR wwwunifatecieedubr