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Desenho Técnico
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Texto de pré-visualização
DESENHO UNIVERSAL EDIÇÃO ABRIL2022 EAD DIRIGENTES PRESIDÊNCIA Prof Dr Clèmerson Merlin Clève REITORIA Prof Me Alessandro Kinal DIRETORIA ACADÊMICA EAD Profa Me Daniela Ferreira Correa DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL Profa Me Márcia Maria Coelho DIRETORIA EXECUTIVA Profa Esp Silmara Marchioretto COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD Prof Me João Marcos Roncari Mari COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓSGRADUAÇÃO EAD Prof Me Marcus Vinícius Roncari Mari AUTOR Profa Ma Ana Paula Bender COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD Esp Janaína de Sá Lorusso PROJETO GRÁFICO Esp Janaína de Sá Lorusso Esp Cinthia Durigan DIAGRAMAÇÃO Renata Arins REVISÃO Esp Ísis C DAngelis Esp Idamara Lobo Dias PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Esp Dante Candal Estúdio NEAD Núcleo de Educação a Distância UniBrasil ORGANIZAÇÃO NEAD Núcleo de Educação a Distância UniBrasil IMAGENS Shutterstock FICHA TÉCNICA EAD SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL UNIDADE 01 INTRODUÇÃO AO DESENHO UNIVERSAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 6 INTRODUÇÃO 7 1 DESENHO UNIVERSAL 7 11 Histórico e Evolução8 12 Conceito de Desenho Universal 10 2 PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES 11 21 Uso equiparável 12 22 Uso flexível 12 23 Fácil de entender 12 24 Informação perceptível 13 25 Tolerância ao erro 13 26 Esforço mínimo 14 27 Dimensionamento de espaços para acesso e uso de todos os usuá rios 14 3 ERGONOMIA 15 31 Antropometria 16 32 Biomecânica 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 UNIDADE 02 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS E ES PAÇOS DE TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 23 INTRODUÇÃO 24 1 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS 24 11 Entradas 27 12 Cozinhas 29 13 Lavanderias 32 14 Banheiros 33 15 Dormitórios 35 2 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE TRABALHO 37 SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 21 Adequação dos postos de trabalho 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40 UNIDADE 03 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ACESSOS E ESPAÇO URBANO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 42 INTRODUÇÃO 43 1 ACESSIBILIDADE 43 11 Princípios antropométricos 44 12 Circulação horizontal 45 13 Circulação vertical 46 14 Circulação externa 51 15 Vagas de estacionamento 54 16 Mobiliário urbano56 CONSIDERAÇÕES FINAIS 58 UNIDADE 04 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE LAZER OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 59 INTRODUÇÃO 60 1 CINEMAS TEATROS E AUDITÓRIOS 60 11 Bilheterias caixas e balcões de atendimento 62 2 PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO RESTAURANTES E BARES 63 21 Mesas tamanho e disposição 63 22 Cadeiras 64 23 Bares 65 3 ESPORTE E TURISMO 66 31 Piscinas 66 32 Dormitórios para hospedagem 67 4 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS 67 41 Vasos sanitários 69 42 Lavatórios 70 SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 43 Box de banheiro 70 44 Vestiário 71 5 ESPAÇOS PÚBLICOS PARA O LAZER ESTUDOS DE CASO 72 51 Parque da Amizade Montevidéu 72 52 Revitalização da antiga área industrial de Seul Coreia do Sul 73 53 Escola para Pessoas com Deficiência Visual Tailândia 74 54 Modernização no Museu JK Brasília 74 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74 REFERÊNCIAS 76 UNIDADE VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3MC4JUm httpsbitly38LR2TW httpsbitly3FbLy1i OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 01 INTRODUÇÃO AO DESENHO UNIVERSAL Nesta Unidade serão apresentados o conceito de Desenho Universal seus princí pios e aplicações com o objetivo de Conhecer o histórico e evolução do pensamento acerca da deficiência física Compreender o conceito de Desenho Universal Compreender os sete princípios relacionado ao Desenho Universal Compreender os conceitos relacionados à ergonomia antropometria e biomecânica UNIDADE 01 7 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Profissionais voltados ao desenho como arquitetos e designers sempre buscaram a melhor interação do corpo humano com o espaço físico que o circunda O homem vitruviano Da Vinci e o modulador de Corbusier representam a busca pelas proporções ideais do corpo humano de forma que os ambientes fossem projetados para atender estas medidas com foco em indivíduos cujas habilidades físicas eram consideradas normais Pessoas com deficiências físicas ou mentais não eram consideradas durante a criação de ambientes construídos e cidades nem mesmo faziam parte do convívio social da comunidade Buscando uma sociedade mais inclusiva leis e normas contra a discriminação foram criadas em favor das minorias de modo a recuperar a dignidade e autonomia de pessoas com deficiências físicas A acessibilidade urbana e a edifícios passou a ser considerada eliminando as barreiras e obstáculos que impediam o acesso e mobilidade com segurança e liberdade Entretanto com o avanço da medicina e redução das taxas de mortalidade a população mun dial envelheceu Este fato trouxe a reflexão de que o corpo humano envelhece fazendo com que as capacidades sensoriais motoras e muitas vezes mentais fiquem reduzidas mesmo em indiví duos considerados normais havendo necessidade de rever o espaço físico para que atenda esta nova condição com autonomia e segurança Portanto indivíduos sem algum tipo de deficiência passam por fases em que o corpo humano demanda uma revisão do ambiente físico como crian ças grávidas pessoas com fraturas momentâneas entre outras Deste modo o Desenho dito Universal deve ser direcionado a todas as pessoas em todas as fases e situações e não somente as pessoas com deficiência embora sejam estas as mais vulnerá veis Para que esta realidade seja possível leis e normas a respeito do desenho de cidades edifi cações e produtos devem incorporar este conceito visando uma sociedade onde todos possam ter as mesmas condições de igualdade e oportunidade Embora as leis tenham evoluído no final do século XX e início do XXI rumo a uma sociedade mais conectada e inclusiva muito precisa ser feito para que de fato as cidades edificações e produtos sejam efetivamente acessíveis a todos Ainda há inúmeros empecilhos para que as pessoas pos suam acesso livre ao espaço urbano e ao interior de edifícios o que compromete sua dignidade e capacidade de viver em sociedade Deste modo o conhecimento sobre o tema é de extrema relevância na formação de profissionais de desenho e da construção civil 1 DESENHO UNIVERSAL O debate a respeito do desenho universal se iniciou pela adaptação de produtos e ambientes para pessoas com algum tipo de deficiência cuja habilidade de locomoção visão audição e capa cidade cognitiva encontravase comprometida De modo a garantir o direito à cidadania e plena liberdade para estes indivíduos foram criadas leis e normas para remoção de barreiras físicas que limitavam a total autonomia UNIDADE 01 8 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL No tocante à arquitetura e ao planejamento urbano foram iniciados estudos a respeito de ergonomia e acessibilidade Áreas de circulação em vias públicas deveriam ser adaptadas para remoção de obstáculos como desníveis bancos placas de publicidade e comunicar de forma clara o trajeto mais seguro a ser percorrido Em ambientes internos os espaços de circulação sofreram alterações para permitir a passagem de cadeiras de rodas e um tipo específico de mobiliário foi criado para que a independência no uso dos ambientes pudesse ocorrer de forma plena Entretanto a evolução da medicina e redução das taxas de natalidade tornaram a população mun dial predominantemente idosa A diminuição da mobilidade e da cognição em decorrência da idade chamou atenção para uma nova reflexão acerca do debate sobre acessibilidade já que todos em al gum momento precisariam de cidades edifícios e produtos adaptados Mesmo pessoas sem defici ência alguma poderiam ser beneficiadas por estas alterações como pessoas com carrinhos de bebê ou malas crianças pequenas pessoas de baixa ou alta estatura pessoas obesas e mulheres grávidas Deste modo foi proposto o conceito de Desenho Universal no qual o foco são todos os indiví duos e não apenas um grupo sendo que a deficiência é apenas uma das várias características que um indivíduo pode apresentar A aplicação de estratégias visando o desenho universal parte da premissa de que produtos e ambientes construídos devem ser flexíveis e acessíveis para garantir a facilidade de uso para todos os indivíduos priorizando a segurança 11 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO Na Antiguidade Clássica Grécia e Roma as habilidades físicas eram importantes para as guerras travadas na conquista de novos territórios Indivíduos com deficiências físicas eram desconside rados do convívio social Conforme Cambiachi 2011 crianças nascidas em com algum tipo de deficiência eram vistas como incapazes e deixadas à morte em ambiente hostil Na Idade Média era comum o asilamento destas pessoas em instituições religiosas e mais tarde em instituições de caridade sendo isoladas e sem participação na sociedade Este hábito começou a mudar a partir do fim da Segunda Guerra Mundial quando muitos soldados retorna ram para as famílias com membros comprometidos ou mesmo mutilados Considerados heróis de guerra eram membros valorizados e ativos da sociedade não sendo afastados do convívio familiar por sua condição física Em países escandinavos a partir de 1950 foram aplicadas normas com o objetivo de facilitar o deslocamento permitindo que qualquer pessoa independente de idade sexo incapacidade e percepção pudesse vier de forma confortável Na Inglaterra Estados Unidos e Suécia a partir de 1960 começaram a surgir especificações so bre a acessibilidade de edifícios para pessoas com deficiência Em 1968 a organização Reabilitação Internacional propôs um concurso para desenho de um símbolo universal de identificação de pessoas com deficiência A ganhadora do concurso foi a di namarquesa Susanne Koefoed e o símbolo proposto Figura 1 é ainda utilizado para comunicar acessibilidade internacionalmente UNIDADE 01 9 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 1 Forma B de comunicação de acessibilidade Fonte NBR 90502015 A partir de 1970 a ONU intensificou o debate acerca da acessibilidade e ergonomia com a pro mulgação da Declaração dos Direitos das Pesso as Deficientes conceituando a pessoa deficiente como qualquer pessoa que em decorrência de uma deficiência congênita ou não em sua capaci dade física ou mental estivesse impossibilitada de cumprir sem ajuda total ou parcial as exigências de uma vida individual e social normais CAMBIA CHI 2011 p 24 Nesta ocasião foi proposto o desenho livre de barreiras aplicado ao planejamento de cidades e edifícios Um ambiente sem barreiras permite o livre deslocamento com segurança dignidade e independência de forma que todas as pessoas inclusive as que possuem algum tipo de deficiência física ou mental possam circular pelo meio urbano e no interior das edificações Em 1980 ocorreu o marco histórico da acessibilidade nos Estados Unidos quando ocorreu a criação do Americans with Disabilities Act ADA sendo que neste documento foram estabele cidas leis que proibiam a discriminação de pessoas com algum tipo de incapacidade e promovia o acesso aos edifícios ambientes de trabalho e transporte público No Brasil a primeira norma técnica sobre o assunto foi promulgada em 1985 a NBR 9050 Des de então a norma passou por quatro revisões em 1994 2004 2015 e 2020 A primeira versão da norma apresentava o título de Adequação das edificações e do mobiliário à pessoa deficiente e portanto o foco não estava na concepção e sim na adequação da antiga estrutura para dar suporte à mobilidade A primeira revisão feita em 1994 acrescenta o termo acessibilidade e incorpora o ambiente urbano Entretanto somente na terceira versão da norma apresenta em sua formulação os conceitos de Desenho universal debatidos na década de 80 na maioria dos países A última ver são de 2020 se apresenta mais completa e detalhada O conceito de deficiência ainda é um assunto em constante evolução Os últimos debates acer ca do assunto reforçam a influência do ambiente construído sobre a pessoa dita deficiente pois se o espaço é capaz de promover conforto independência e segurança a deficiência passa a não ser um fator limitante à liberdade individual Além disso as barreiras físicas existentes influenciam também as pessoas ditas normais porém que se encontram com limitações como grávidas O símbolo internacional de acessibili dade não é o único símbolo que deve ser reconhecido Diversos símbolos são utilizados na comunicação para facilitar a acessibilidade e inclusão Para conhecer outros símbolos acesse httpsbitly3pyvq3d Acesso em 15 fev 2022 SAIBA MAIS UNIDADE 01 10 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL obesos pessoas com fraturas temporárias e idosos Assim refletindo sobre a temática percebese que o desenho não deve ser direcionado a um determinado grupo e sim pensado de forma abran gente a todos os usuários 12 CONCEITO DE DESENHO UNIVERSAL O termo Desenho Universal foi utilizado pela primeira vez em 1987 por um grupo de arquitetos na Carolina do Norte EUA mais especificamente Ron Mace arquiteto e usuário de cadeira de rodas O objetivo foi a criação de estratégias para o desenho de ambientes e produtos visando a maior usabilidade pela maior quantidade de pessoas possível ou seja não direcionar o desenho somente para a pessoas com deficiência mas a todas as pessoas A ideia representa uma quebra do paradigma do desenho baseado nas proporções de um ser humano dito normal já que gran de parte da população não se enquadra nestas condições mesmo não apresentando deficiências Ao longo da vida o ser humano passa por adaptações em seu corpo Quando criança apresenta dificuldades de alcance a objetos e acesso sua segurança fica comprometi da pois a criança não foi pensada como usuária Um exem plo é que ao tentar acessar um determinado objeto ao alto em um mobiliário inadequado para sua altura pode haver quedas pondo em risco a segurança conforme Figura 2 Ao chegar na forma adulta limitações físicas como baixa ou alta estatura peso ou gravidez podem reduzir as possi bilidades de acesso a um determinado produto ou limitar a mobilidade Um exemplo disso são as portas de acesso a edificações pois o padrão mais utilizado são as de 080 m de largura e 210 m de altura Um indivíduo mais alto entretanto podese sentir desconfortável ao ter que se abaixar para passar por estas dimensões A redução de mobilidade também pode ocorrer em pes soas carregando carrinhos de bebê ou de supermercado além de malas ou seja não se trata apenas em pessoas de cadeiras de rodas Ao chegar na idade mais avançada os idosos também podem ter sua mobilidade visão e audição afetados bem como sua capacidade cognitiva Desta forma o Desenho Universal não tem como foco somente pessoas com deficiência mas todos os indivíduos em todas as idades tamanhos e habilidades Todos devem utilizar produtos e espaços de forma independente e intui tiva sem que haja necessidade de adaptação ou que envolva soluções tecnológicas com altos recursos financeiros investidos para tal Este conceito consequentemente tem se tornado parte importante da arquitetura planeja mento urbano e desenho industrial sendo a chave para inclusão social Por meio de uma socieda Figura 2 Criança tentando acessar gaveta ao alto Figura 3 Uso das barras de segurança por idosa em lavatório sanitário UNIDADE 01 11 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL de mais conectada e inclusiva devese remover as barreiras físicas que ainda impedem as pessoas ao acesso livre do espaço urbano edifícios e mobiliário de modo a não comprometer sua dignida de e capacidade de viver em sociedade 2 PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES As principais premissas que regem o Desenho Universal são que produtos e ambientes devem ser concebidos com o intuito de promover Suporte deve colaborar na função para a qual foi concebido Como exemplo podese citar uma luminária adicional sobre uma bancada de trabalho a qual pode ser acesa quando for necessária uma maior precisão visual Adaptabilidade deve servir a maioria dos indivíduos não importando suas necessidades e características pessoais como idade altura e habilidades motoras Por exemplo uma cadei ra de escritório que possui regulagem de altura podendo ser utilizada em ambientes comer ciais e residências adaptandose a altura do indivíduo Acessibilidade remoção das barreiras físicas que possam impedir ou atrapalhar a mobilida de de todos os indivíduos Por exemplo a remoção do meiofio de uma rua para permitir a passagem de um indivíduo em cadeira de rodas É importante perceber que a questão de acessibilidade muitas vezes é entendida como sinônimo do Desenho Universal porém re presenta somente uma parte da temática sendo este muito mais abrangente Um exemplo de acessibilidade pensada dentro do Desenho Universal é a largura das portas Portas mais largas podem ser benéficas não só para pessoas em cadeiras de rodas mas para construto res e empreiteiros que passam com máquinas mobília e objetos maiores dentro das edifi cações bem como pode facilitar o acesso de pessoas obesas e de macas em emergências Deste modo percebese que é pensado para todos os indivíduos e não somente para um determinado grupo Segurança deve proteger as pessoas de riscos à saúde e bemestar podendo ser corretiva ou preventiva Como exemplo de segurança preventiva podese citar um alarme de incêndio que além de sonoro produza um efeito de luz de modo a atender pessoas com deficiência visual e auditiva Como exemplo de segurança corretiva podese citar a pintura de um desnível no piso com cor intensa o qual pode impedir a queda de pessoas pela identificação do contraste Estas quatro premissas foram criadas com o intuito de estimular o ensino do conceito e gerar subsídios para a avaliação de ambientes e produtos O refinamento destas premissas levou a ela boração dos sete princípios que regem o Desenho Universal os quais são Uso equiparável Uso flexível Fácil de entender UNIDADE 01 12 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Informação perceptível Tolerância ao erro Esforço mínimo Dimensionamento de espaços para acesso e uso de todos os usuários A seguir serão detalhados estes princípios bem como serão dados exemplos de aplicação de cada um 21 USO EQUIPARÁVEL Com objetivo de ser útil para pessoas com diversas habi lidades ou seja deve Prover as mesmas condições de uso para todas as pes soas idêntica quando possível equivalente quando não Evitar segregação e estigma de todos os usuários Tornar a privacidade e segurança disponíveis Tornar o desenho atraente A Figura 4 ilustra uma edificação ausente de rampas de acesso Ao não possuir o desenho com princípio igualitário acaba segregando e discriminando pessoas com habilidade motora reduzida ou em cadeiras de rodas 22 USO FLEXÍVEL Acomodar uma gama de preferências individuais e ha bilidades ou seja deve prover múltiplas formas de fazer a mesma coisa Prover opções de métodos de uso Possibilitar o acesso e uso a destros e canhotos Facilitar a precisão Prover adaptabilidade ao uso A Figura 5 contém imagem de produto direcionado tanto para usuários destros quanto canhotos 23 FÁCIL DE ENTENDER Ser simples intuitivo fácil de compreender independente da experiência conhecimento lin guagem capacidade de concentração Figura 4 Pessoa em cadeira de rodas sem acesso à edificação Figura 5 Mouse Ambidestro UNIDADE 01 13 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Ser consistente com as expectativas e intuição do usuário Acomodar uma série de habilidades linguísticas e de leitura Disponibilizar as informações facilmente perceptíveis em ordem de importância A Figura 6 ilustra a informação de acesso a um banheiro de deficientes podendo ser usado tanto por homens quanto por mulheres deficientes Figura 6 Símbolos universais de identificação em banheiro por ordem hierárquica 24 INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL Comunicar a informação efetivamente ao usuário indepen dentemente das condições do ambiente ou as habilidades sen soriais do usuário Maximizar a clareza da informação essencial Usar diferentes modos para apresentação da informação símbolos informação sonora tátil com redundância Disponibilizar contraste adequado Promover o uso de diferentes tecnologias ou dispositi vos que possam ser usados por pessoas com limitações sensoriais A Figura 7 ilustra uma exposição em museu com obras de arte em relevo A linguagem em braile também se enquadra neste princípio 25 TOLERÂNCIA AO ERRO Minimizar perigos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais ou seja tornar difícil para o usuário cometer erros e se cometer o erro não deve resultar em danos à pes soa e ao produto Indicar avisos sobre possíveis erros e perigos Fornecer recurso à prova de falhas Desestimular a ação inconsciente de ações que requerem atenção Fonte Museu Nacional do Prado MadriDivulgação Figura 7 Quadro com relevo para entendimento por deficientes visuais UNIDADE 01 14 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Um exemplo de aplicação são os sensores de para abertura de portas de elevadores a porta não fecha enquanto os dispositivos detectarem a presença de um obstáculo A Figura 8 ilustra uma área de banho com barras de apoio e banco de forma a minimizar o risco de quedas já que a pessoa pode segurarse nas barras ou sentar 26 ESFORÇO MÍNIMO Deve ser usado com eficiência e conforto e o mínimo de fadiga Permitir que o usuário mantenha postura natural Usar pouco esforço na operação Minimizar ações repetitivas Minimizar os esforços físicos que não puderem ser evitados Exemplos da aplicação deste princípio são maçanetas de alavanca para abertura de portas e as portas automáticas para acesso às edificações 27 DIMENSIONAMENTO DE ESPAÇOS PARA ACESSO E USO DE TODOS OS USUÁRIOS Deve prover dimensão e espaço apropriados para aproximação alcance manipulação e uso independentemente do tamanho pos tura e mobilidade corporais Possibilitar alcance visual a pessoas sentadas ou em pé Alcance de componentes de forma confortável Acomodar variações de tamanho de mãos e pegada Adequar espaços e suas dimensões acesso de elementos ne cessários a atividade cotidiana A Figura 9 exemplifica a aplicação deste princípio no dimensio namento de sanitários para pessoas com deficiência Figura 8 Área de banho com barras de apoio e banco Fonte ABNT NBR 90502020 Figura 9 Dimensões para alcance ao lavatório A arquiteta Silvana Cambiaghi é mestre em acessibilidade e produziu diversos livros e também um curso online sobre o assunto Assista a um deles através do link a seguir tentando compreender de que forma os princípios de Desenho Universal podem contribuir para a acessibilidade no meio urbano Disponível em httpsbitly3IRejBn Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO UNIDADE 01 15 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 3 ERGONOMIA Muitos dos princípios de Desenho Universal dependem da interação entre o corpo humano e o ambiente que o circunda e com os objetos utilizados no desempenho das atividades Um degrau de escada desproporcional ao passo ou aos pés humanos por exemplo pode acarretar quedas e acidentes ou ainda pode demandar maior esforço físico Desta forma o atendimento aos prin cípios de Desenho Universal deve levar em conta os aspectos ergonômicos do ambiente e ferra mentas de trabalho A ciência responsável pelo estudo destas interações denominase Ergonomia A palavra ergonomia provém da junção de ergon trabalho e nomos normas sendo o traba lho qualquer atividade desempenhada pelo ser humano A relação entre homemmáquina começou a ser discutida durante a Revolução Industrial no sec XVIII por meio das pesquisas de Taylor O modo e tempo de execução de cada atividade era observado e a partir disso melhorado e padronizado O intuito era obter a maior eficiência possí vel ignorando possíveis danos aos trabalhadores Em paralelo foram iniciados estudos científicos multidisciplinares com engenheiros fisiologistas e psicólogos os quais relacionaram a baixa pro dutividade as condições de trabalho e a relação entre indivíduos e não à má vontade dos traba lhadores como no método Taylorista Esta linha de pesquisa evolui ao longo das gran des guerras mundiais quando muitos problemas relacionados ao manuseio de máquinas e equipa mentos foram solucionados no setor militar Após a Segunda Guerra Mundial a mesma lógica passou a ser aplicada ao uso cotidiano Percebeuse que as ca racterísticas físicas e cognitivas do ser humano não eram contempladas no desenho dos produtos o que facilmente induzia ao erro Diversos estudos surgiram sobre o assunto culminando no surgimento da Ergo nomia como ciência em 1949 Ao contrário do mode lo Taylorista defendia que a produtividade máxima é alcançada quando o indivíduo sente conforto na exe cução das atividades O modelo de linhas de produção foi substituído por grupos autônomos Nes te sistema o grupo é responsável pela completa montagem ou produção de um produto cabendo a cada um dos trabalhadores definir sua própria tarefa e intercalar as funções Assim movimentos repetitivos e monótonos são evitados e a produtividade é maior A Figura 10 ilustra as diferenças entre as duas formas de trabalho O objetivo da ergonomia é o estudo do sistema produtivo a fim de reduzir as consequências negativas sobre a saúde das pessoas Assim as características físicas dos indivíduos são observadas e o espaço físico e as ferramentas utilizadas são projetadas para que não haja esforço excessivo e que a repetição de tarefas não cause situações de estresse acidentes e doenças ocupacionais promovendo satisfação e eficiência como consequência Fonte Ida 2005 Figura 10 Diferença entre o sistema de linha de produção e grupos autônomos UNIDADE 01 16 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A Ergonomia se divide em três áreas de especialização Ergonomia física trata do estudo da anatomia humana antropometria fisiologia e biomecânica Ergonomia Cognitiva processos mentais como percepção memória e raciocínio Ergonomia Organizacional otimização dos sistemas sociotécnicos Para a aplicação dos princípios de Desenho Universal em projetos de ambientes construídos e objetos será focada a Ergonomia física a qual contêm informações importantes para o correto dimensionamento 31 ANTROPOMETRIA A antropometria deriva do grego anthropos homem e metria medidas é a ciência derivada da antropologia responsável pelo estudo do corpo humano e as dimensões de suas partes Sua principal aplicação é fornecer dados quanto à altura peso medidas de dedos dos pés e das mãos para que a partir destas sejam estabelecidos os projetos de produtos e ambientes O corpo humano passou a ser utilizado como unidade de medida a partir do sec XX com a di fusão dos estudos sobre ergonomia e pela necessidade do mercado em criar produtos capazes de atender a maioria das pessoas A busca por melhores condições de trabalho e a preocupação com a saúde laboral também demandou as dimensões de alcance e do corpo em movimento Deste modo a antropometria fornece dados sobre as dimensões estruturais ou estáticas com o corpo humano em repouso e dimensões dinâmicas com o corpo em movimento 311 DIMENSÕES ESTÁTICAS As dimensões estruturais não são idênticas para todos os seres humanos Em função disso po dem ser utilizadas médias globais ou medidas mais específicas direcionadas a um grupo depen dendo da aplicação Se um produto é criado com foco em mulheres asiáticas idosas por exemplo deve ser levado em conta o sexo idade e a etnia do público predominante Existem diferenças antropométricas entre sexos sendo que homens tendem a apresentar om bros mais largos e quadris estreitos e estatura em geral maior que as mulheres A Figura 12 ilustra as diferenças entre as dimensões para os sexos sendo consideradas as medidas antropométricas mais utilizadas Será que o trabalho realizado por você em seu computador está adaptado as dimensões de seu corpo Assista ao vídeo e reflita sobre sua própria condição de trabalho e estudos Caso não seja adequada poderá trazer inúmeros problemas de saúde a médio e longo prazo Assista ao vídeo em httpsbitly3sNqGJ4 Acesso em 15 fev 2022 REFLITA UNIDADE 01 17 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 12 Medidas antropométricas gerais para homens e mulheres Fonte Ida 2005 Tabela 1 Dimensões antropométricas de adultos norteamericanos MEDIDAS CM MULHERES HOMENS 5 50 95 D P 5 50 95 D P 1 CORPO EM PÉ 11 Estatura corpo ereto 12 Altura dos olhos em pé 13 Altura dos ombros em pé 14 Altura do cotovelo em pé 15 Altura do centro da mão em pé 18 Profundidade do tórax 15278 14152 12409 9263 7279 2086 16294 15161 13336 9979 7903 2394 17373 16213 14320 10740 8551 2778 636 625 579 448 386 211 16469 15282 13416 9952 7779 2096 17558 16339 14425 10725 8465 2432 18665 17429 15456 11528 9152 2804 668 657 620 481 415 215 2 CORPO SENTADO 21 Altura da cabeça sentado a partir do assento 22 Altura dos olhos sentado a partir do assento 23 Altura dos ombros sentado acima do assento 24 Altura do cotovelo acima do assento 26 Comprimento nádega joelho sentado 29 Comprimento nádegapoplítea sentado 211 Altura das coxas acima do assento 213 Largura dos quadris sentado 7953 6846 5091 1757 5421 4400 1404 3425 8520 7387 5555 2205 5889 4817 1589 3845 9102 7943 6036 2644 6398 5277 1802 4322 349 332 286 268 296 266 121 272 8545 7350 5485 1841 5690 4581 1486 3287 9139 7920 5978 2306 6164 5004 1681 3668 9719 8480 6463 2737 6674 5455 1899 4116 356 342 296 296 299 266 126 252 3 CABEÇA 32 Largura da cabeça 34 Distância entre olhos 35 Circunferência da cabeça 1366 566 5225 1444 623 5462 1527 685 5705 049 036 146 1431 588 5427 1517 647 5677 1608 710 5935 054 037 154 UNIDADE 01 18 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL MEDIDAS CM MULHERES HOMENS 5 50 95 D P 5 50 95 D P 4 MÃOS 41 Comprimento da mão 44 Largura da palma 45 Circunferência da palma 1650 734 1725 1805 794 1862 1969 856 2003 097 038 085 1787 836 1985 1938 904 2138 2106 976 2303 098 042 097 5 PÉS 51 Comprimento do pé 52 Largura do pé 2244 816 2444 897 2646 978 122 049 2488 923 2697 1006 2920 1095 131 053 7 PESO Kg 392 6201 848 138 577 7849 993 126 Fonte Kroemer et al 1994 apud IDA 2005 Diferenças étnicas produzem diferentes relações de proporção e dimensões como altura peso comprimento dos membros en tre outros Isso significa que um produto ou uma ferramenta con fortável para a maioria de brancos norteamericanos não será confor tável para a maioria de japoneses por exemplo A Figura 13 ilustra algumas destas dimensões para brancos e negros americanos bra sileiros e japoneses As condições de mobilidade dos indivíduos também podem acarretar no uso de ferramen tas de suporte como andadores cãesguia bengalas entre outros Nestes casos o espaço disponível deve se adequar para que as tare fas possam ser feitas com seguran ça e conforto Para identificar quais dimensões serão utilizadas no desenvolvimento do projeto devem ser observados os seguintes critérios de aplicação das medidas antropométricas Os projetos são dimensionados para a média da população Para produtos de uso coletivo são usadas as medidas médias tendo em mente que nem todos ficarão confortáveis Como referência podem ser usadas tabelas Figura 13 Proporções corporais para diversas etnias Fonte Wachowicz 2013 Figura 14 Medidas antropométricas para pessoas com mobilidade reduzida Fonte Adaptado de NBR 90502015 UNIDADE 01 19 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Os projetos são dimensionados para um dos extremos da população Neste caso emprega se o percentil de 5 ou 95 No caso da medida altura por exemplo o produto seria direcio nado as pessoas mais altas ou mais baixas da população Os projetos são dimensionados para uma faixa da população É o caso de vestuário e calça dos onde há uma faixa com variação para atender diferentes tamanhos O projeto apresenta dimensão flexível Como exemplo temse as cadeiras com altura ajustá vel de forma a atender pessoas com alturas variadas O projeto é adaptado ao indivíduo Neste caso as medidas antropométricas devem ser le vadas em conta para um produto mais personalizado Como exemplo podese se citar uma roupa feita sob medida ou uma estação de trabalho personalizada para a dimensões de um determinado indivíduo De um modo geral devese analisar a situação e escolher o critério que melhor se aplica con siderando os custos para implantação Sempre que for possível medidas antropométricas podem ser realizadas para estabelecer a média para um determinado públicoalvo Em relação ao projeto de ambientes esta tarefa pode ser complicada já que dificilmente haverá um público preesta belecido Assim devese considerar as possibilidades de ajuste de mobiliário e layout para que o usuário seja capaz de realizar suas tarefas com o maior conforto possível 312 DIMENSÕES DINÂMICAS O conhecimento das medidas dinâmicas é importante para o dimensionamento de ambientes e produtos pois fornece dados sobre o alcance sem que haja esforço físico excessivo tanto para as superfícies horizontais quanto verticais Mesmo uma tarefa simples de ser realizada se for repeti da continuamente pode trazer riscos à saúde de quem a executa como se esticar para guarda de produtos em um armário alto por exemplo Devese ter atenção ao máximo alcance representado pela Figura 15 Figura 15 Alcance na posição horizontal Fonte Ida 2005 UNIDADE 01 20 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Estas medidas são ainda mais significativas para produtos destinados a pessoas em cadeiras de rodas já que todas as atividades serão realizadas na postura sentada reduzindo consideravelmen te o alcance A Figura 16 mostra as dimensões de alcance neste caso Figura 16 Alcance na posição horizontal Fonte Ida 2005 Fonte NBR 90502015 32 BIOMECÂNICA A biomecânica estuda as relações entre o corpo humano com seu posto de trabalho analisando diferentes posturas e aplicação de forças de forma a preservar a saúde física da pessoa que executa os movimentos É parte importante do estudo da ergonomia pois por meio dela é possível identifi car situações que gerem desconforto ou mesmo doenças relacionadas às tarefas exercidas É por tanto um importante conhecimento para que os princípios de Desenho Universal sejam atendidos O trabalho pode ser classifica do em três diferentes situações em repouso estático e dinâmico Quando há esforço físico ocorre maior irrigação sanguínea levan do oxigênio para o músculo e dele retirando os subprodutos do me tabolismo Quando há contração muscular ocorre um estrangu lamento dos vasos e redução do oxigênio levando rapidamente à fadiga É o que ocorre no trabalho estático O indivíduo está parado fazendo o esforço como segurar uma caixa pesada Muito tempo nesta situação pode levar a cãibras e a longo prazo pode lesionar a coluna Pela Figura 17 percebese que em repouso e no dinâmico a demanda e suprimento de oxigênio se equivalem o que não ocorre durante o esforço estático o qual deve ser evitado Figura 17 Tipos de Trabalho e relação entre demanda e suprimento UNIDADE 01 21 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Traumas musculares podem ocorrer devido à incompatibilidade das condições físicas de uma pessoa e o esforço produzido Podem ocorrer de duas formas Por impacto colisões ou quedas por exemplo Por esforço excessivo quando há tarefas que demandam muita força ou ainda movimentos repetitivos como o de digitar Nestes casos devem ser realizadas pausas para a preservação da saúde Outro foco da biomecânica é a observação da postura com a qual o indivíduo desempenha uma atividade A postura é o estudo do posicionamento de cabeça tronco e membros no espaço A má postura pode produzir consequências danosas à saúde em três situações Trabalhos estáticos que envolvam a postura parada muito tempo Trabalhos que exigem muita força Trabalhos com postura desfavorável Neste último caso a falta de adaptação do ambiente de trabalho às características físicas do trabalhador podem ser a causa que o obriga a permanecer em posturas que não são confortáveis como a representada na Figura 18 Figura 18 Alteração de postura em função da falta de adequação da bancada Fonte Ida 2005 Percebese pela figura anterior que ao incluir o recuo na parte debaixo da bancada foi possí vel manter a posição ereta mais indicada para evitar lesões na coluna De modo geral o desenho ergonômico deve partir das seguintes premissas Conservação em posições neutras Manter peso próximo ao corpo Evitar curvarse para frente Permitir alternância de posturas UNIDADE 01 22 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Abreviar esforço muscular contínuo Prever pausas curtas CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitos profissionais atuantes no mercado de trabalho limitam o conceito do Desenho Universal a acessibilidade acreditando que este deve ser empregado ao planejamento de espaços voltados exclusivamente a pessoas com deficiência motora ou sensorial É importante que se entenda a abrangência do tema e da aplicação de seus princípios Indivíduos com baixa estatura canhotos obesos por exemplo não são pessoas com deficiência entretanto apresentam necessidades es peciais quanto ao uso do espaço e de produtos Neste aspecto devese reforçar que o Desenho só é considerado Universal se for direcionado a todos já que não há um padrão que defina o ser humano ideal Conforme visto pela antropometria o corpo humano apresenta diversas variações determinadas pela idade sexo ou etnia Estas dimensões devem ser levadas em conta para o di mensionamento de bens de consumo sejam produtos ou espaços físicos de modo a atender os princípios de Desenho Universal Aprofundar o conhecimento sobre o conceito e os princípios que regem o Desenho Universal são fundamentais para profissionais das áreas de construção civil planejamento urbano e design Por meio do uso das estratégias propostas é possível a criação de espaços livres de obstáculos que impedem a total mobilidade edificações e espaços de trabalho acessíveis que permitam au tonomia dos indivíduos em todas suas fases e produtos que possam ser utilizados com segurança e conforto por todos Deste modo muito precisa ainda ser feito para que esta sociedade mais inclusiva e que respeita a individualidade de cada ser humano possa ser construída ANOTAÇÕES VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3F6Okoe httpsbitly3LE4hou httpsbitly39qGnhX UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 02 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊN CIAS E ESPAÇOS DE TRABALHO Nesta Unidade serão apresentadas as aplicações dos princípios de Desenho Univer sal com o objetivo de Conhecer as aplicações dos princípios no desenho de residências e locais de trabalho Aplicar o conhecimento adquirido em ergonomia e antropometria para o di mensionamento de ambientes residenciais e de trabalho UNIDADE 02 24 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Conforme estudado na Unidade 1 a ergonomia é o estudo da adaptação do ambiente de traba lho as características físicas do ser humano Estudo sobre as medidas do corpo humano antropo metria suas posturas e movimentos biomecânica fornecem informações relevantes para que a ergonomia possa ser aplicada Esta ciência deve ser utilizada para o atendimento aos princípios de Desenho Universal como esforço mínimo e correto dimensionamento Deste modo todas as pes soas podem ter acesso a ambientes e equipamentos funcionais e confortáveis de serem usados tanto em ambientes residenciais quanto voltados ao trabalho remunerado A ergonomia auxilia na promoção da saúde das pessoas já que a configuração do espaço irá impedir que grandes esforços físicos e postura erradas sejam usados nas atividades cotidianas reduzindo o risco de lesões musculares esqueléticas e a preservação das articulações Ambientes residenciais devem apresentar espaços de circulação coerentes com as tarefas a serem desempenhadas As cozinhas recebem atenção especial pois são espaços destinados não só ao preparo das refeições como também são espaços onde as pessoas interagem e socializam Além disso como o mobiliário é em geral fixo ou seja não possui muita flexibilidade se houver erros de projeto a correção é difícil e custosa Estes ambientes juntamente com as lavanderias devem ser dimensionados para o usuário predominante levando em conta a posição neutra do corpo o alcance garantido com esforço físico mínimo Assim as pessoas podem usar o espaço em pé ou então sentadas como usuários de cadeiras de rodas O espaço destinado à sala e aos quartos possui mobiliário flexível que em geral é facilmente ajustável Neles devem ser consideradas áreas de circulação coerentes com o usuário Caso este faça uso da cadeira de rodas ou tenha mobilidade reduzida esta circulação deverá ser maior Em relação aos espaços destinados ao trabalho são realizados estudos ergonômicos para ade quação aos aspectos físicos Para isso incialmente é feita a observação do trabalhador em sua fun ção e são extraídas informações importantes como postura presença de movimentos repetitivos poluição sonora visual e auditiva entre outras características Após é feito o leiaute e dimensio namento dos postos de trabalho de modo a preservar a saúde do trabalhador e a aplicação dos princípios de Desenho Universal 1 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS Ambientes residenciais precisam ser desenhados para assegurar segurança saúde conforto e sobretudo independência quando são direcionadas para pessoas idosas eou com deficiência O emprego dos conhecimentos sobre ergonomia e antropometria aplicado ao projeto destes am bientes é fundamental para garantir a adaptação das dimensões ao corpo humano independente mente de suas condições físicas e cognitivas UNIDADE 02 25 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A norma técnica NBR 155752013 determina o desempenho mínimo para edificações residen ciais é dividida em seis partes sendo sistemas estruturais piso vedações internas e externas cobertura sistemas hidrossanitários Para cada um são determinados requisitos que assegurem segurança habitabilidade e sustentabilidade A funcionalidade dos ambientes e acessibilidade es tão compreendidos dentro do item habitabilidade sendo os critérios apresentados pela Tabela 1 Tabela 1 Requisitos para atendimento à funcionalidade e acessibilidade FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE Altura mínima de pédireito Disponibilidade mínima de espaços para uso e adaptação Adequação para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida Possibilidade de ampliação da unidade habitacional Fonte Adaptado de NBR 155752013 A norma disponibiliza tabelas com as dimensões mínimas para mobiliário e espaços de circula ção conforme Tabela 2 Tabela 2 Exemplo de dimensões mínimas para os cômodos de residências AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Sala de Estar Sofá 3 lugares 170 070 Deixar 50 cm em frente para circular Largura mínima de 240 m deixar 1 lugar para cada membro em função dos espaços de leitos Estante TV 080 050 Sala de Jantar Mesa redonda 6 lugares D120 Circulação de livre de 75 cm a partir da borda da mesa Largura mínima da sala de estarjantar e da sala de jantar isolada deve ser de 240 m Mínimo 1 mesa para 4 pessoas Mesa retangu lar 6 lugares 150 080 Fonte Adaptado de NBR 155752013 É importante destacar que fica a critério do projetista a melhor distribuição destes equipa mentos no leiaute de cada cômodo Caso a unidade habitacional seja destinada a pessoas com deficiência conforme NBR 155752013 os espaços destinados à circulação devem ser maiores de modo que a cadeira de rodas possa ser manobrada e que nenhum mobiliário ou item construtivo se torne um obstáculo Quando a residência é direcionada a pessoas com deficiência física geralmente ocorrem 2 si tuações distintas No primeiro caso a casa é adaptada para receber um parente com deficiência temporária ou então uma pessoa idosa As ações são tomadas emergencialmente sem muita pesquisa sobre o assunto de modo a rapidamente transformar o ambiente em um espaço mais seguro e que promova pelo menos em parte a autonomia do indivíduo UNIDADE 02 26 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL É necessária uma reforma do espaço existente onde comumente são feitas as seguintes modi ficações Instalação de rampas improvisadas Alteração das maçanetas de porta e torneiras para o modelo de alavanca Instalação de interruptores de teclas largas Uso de iluminação extra nos locais necessários Instalação de chuveiros com desviadores manuais Uso de cabideiros ajustáveis No segundo caso a casa é concebida dentro dos princípios de desenho universal com o foco em atender as necessidades futuras dos usuários Neste caso não há gastos adicionais pois os dispo sitivos já estarão posicionados corretamente para garantir a acessibilidade em todas as situações independentemente da idade habilidade física e metal Na tentativa de direcionar o projeto de edificações novas ou a adaptação de existentes para os princípios do Desenho Universal foram criados métodos de avaliação com critérios específicos que não beneficiam apenas pessoas idosas e com deficiência mas sim a todas as pessoas De forma resumida alguns destes critérios foram organizados na Tabela 3 e os benefícios da adoção destas características foram listados Tabela 3 Critérios de Desenho Universal aplicado a residências ELEMENTOS PRINCIPAIS DETALHES CARACTERÍSTICAS BENEFÍCIOS Entrada Degraus e rampas Sem degraus Rampas com inclinação máx de 5 Fácil de se mover Seguro quando molhado Fácil manutenção Altura Espaço min de 150x150 m em frente à porta interna e externa Campainha e interruptor à altura de fácil alcance Permite que todos os resi dentes vejam quem está à porta antes de abrila Circulação Nós espaço para giro quando há mu dança de direção Presente nas circulações inter nas e verticais Espaço mínimo de 080x120 m Melhora a circulação Fácil acesso para pessoas em cadeira de rodas Banheiros Espaço de transfe rência Prover espaço livre Box sem desníveis Facilita a independência e segurança Barras de segurança Prover barras de segurança Fácil de se agarrar e mover Metais sanitários Alavanca de acionamento simples monocomando Fácil de abrir Dimensões Mínimo 100x180 m com porta de 080 m Acessível UNIDADE 02 27 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL ELEMENTOS PRINCIPAIS DETALHES CARACTERÍSTICAS BENEFÍCIOS Cozinha Espaço Espaço min de 080x120 m entre a parede e bancada Fácil de usar por crianças pessoas idosas Altura Espaço livre para o joelho embaixo das mesas e pia Altura correta de alcance para armários altos Altura máx de dispositivos de 160 m Deve permitir que a pessoa trabalhe sentada Dispositivos e controles Altura Altura máx de 120 m Acessíveis para crianças e pessoas em cadeira de rodas Tipo De fácil toque ou por coman dos de voz Por controle remoto Fácil de alcançar com as mãos ocupadas Janelas Altura Peitoril máx de 090 m para que a vista seja acessível Permita a vista de pessoas sentadas Fácil de abrir e trancar Portas Largura Sem obstáculos deve abrir 90 graus ou mais se possível Fácil de abrir Fácil de alcançar com as mãos ocupadas Maçanetas Maçaneta externa programá vel ex biométrica Travas que dispensam segurar ou torcer Altura máxima de 120 m Bandeira lateral Bandeira lateral translúcida ou painel translúcido na porta Deve permitir a visualização do outro lado da porta Fonte Adaptado de The Center for Universal Design College of Design 2000 Sempre que possível devem ser seguidos estes critérios para que não seja necessário adaptar as edificações existentes já que este processo é mais custoso e gera desperdícios 11 ENTRADAS Em relação à entrada das edificações podem ser pontuadas as seguintes dificuldades ilustradas pela Figura 1 UNIDADE 02 28 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 1 Dificuldades mais comuns na entrada de residências Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 Sugerese que não haja degraus para acessar a edificação Entretanto isso é difícil pois a resi dência precisa estar em um nível mais elevado para evitar que a água de chuva entre para dentro da edificação Neste caso devese adotar rampas de acesso e abrigos cobertos Em frente à porta de acesso é necessário haver uma área de no mínimo 150x150 m em nível Isso facilita o acesso de pessoas em cadeiras de rodas mas também pessoas com carrinhos de bebê ou carregando outros itens Sugerese também a instalação de prateleiras próximas à porta de entrada de modo que seja possível o apoio de pacotes e encomendas enquanto aguarda As portas devem ser largas suficiente para passagem o que também ajuda na entrada de mobí lia Em relação à maçaneta esta deve ser do tipo alavanca para permitir o esforço mínimo na aber tura Fechaduras também devem ser de fácil manuseio preferencialmente as de modelo biomé trico ou magnético Sistemas avançados como interfones por vídeo campainhas o tipo wireless também podem ser uma boa opção Para pessoas com deficiência auditiva existem campainhas que emitem sinais de luz quando tocadas UNIDADE 02 29 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Dispositivos de acionamento como campainhas olho mágico devem estar ao alcance de pes soas sentadas ou de baixa estatura É importante notar que pessoas idosas perdem grande parte de sua capacidade visual Deste modo o número predial deve apresentar bom contraste e tama nho apropriado para que fique visível e pelo mesmo motivo a entrada deve estar bem iluminada e sobretudo a maçaneta de abertura A circulação ao passar para o interior de uma residência pode ser vertical como escadas e elevadores ou horizontal Em relação à circulação na horizontal é preciso que se tenha fácil acesso aos cômodos livres de obstáculos e com nós sempre que houver mudança de direção no trajeto Para residências este espaço deve ser de no mínimo 80 cm de largura Como exemplo podese imaginar um corredor extenso onde de um lado estão as portas de acesso aos cômodos Devese ter espaço hábil para girar e acessar a porta deste cômodo sem barreiras Em relação à circulação vertical quando a edificação possui dois ou mais pavimentos é comum o uso de plataformas e elevadores que se adaptam às escadas 12 COZINHAS A cozinha é o espaço da casa não só utilizado para cozinhar e para limpeza mas tradicional mente é um local de reunião e socialização onde vários integrantes da família participam Deste modo deve ser planejada para que todos os membros possam usufruir independente de condição física e cognitiva Um dos fatores mais importantes para o dimensionamento é a compreensão da postura dos usuários predominantes em pé ou sentados para que haja conforto e funcionalidade na execução das tarefas 121 POSICIONAMENTO DE MÓVEIS E EQUIPAMENTOS A posição da bancada da pia e dos eletrodomésticos como fogão e geladeira são fundamentais para o fluxo funcional das atividades Muitos autores consideram que o traçado de um triângulo imaginário formado pela pia fogão e geladeira seja a melhor distribuição conforme figura 2 Figura 2 Disposição para pia fogão e geladeira em cozinhas Modelo em U Modelo em U com ilha Modelo Paralelo com ilha Modelo Linear Modelo Paralelo Modelo em L UNIDADE 02 30 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Outros sugerem que fogão e pia devem ficar próximos enquanto geladeira e armários podem ficar mais livres Imaginando o fluxo das atividades exercidas podese separar a coordenação em centros de trabalho com as seguintes características recomendadas sendo que móveis e equipa mentos com funções semelhantes devem ficar próximos Recepção e armazenamento deve estar situada próximo à entrada de serviço e apresentar espaço para apoio de compras Cocção espaço formado pelo fogão e fornos sendo que a geladeira não deve estar encostada no fogão Servir espaço destinado à montagem dos pratos podendo ser uma bancada ou passapratos Limpeza espaço para limpeza de utensílios contendo pia e demais eletrodomésticos 122 DIMENSIONAMENTO Em relação ao dimensionamento mínimo a NBR 155752013 determina medidas de referência para equipamentos e espaços de circulação conforme Tabela 4 Tabela 4 Dimensões mínimas para cozinhas AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Cozinha Pia 120 050 Deixar 85 cm em frente à pia fogão e geladeira Largura mínima de 150 m sendo mínimo pia geladeira e fogão Fogão 055 060 Geladeira 070 070 Armário sob pia Espaço obrigatório para móvel Apoio refeições Espaço opcional Fonte Adaptado de NBR 155752013 Sempre que possível a pia deve pos suir a mesma profundidade do fogão com mínimo de 60 cm sendo que os armários altos devem possuir profundi dade menor até 40 cm e suspensos de 40 a 60 cm para que quem estiver na frente da bancada não bata a cabeça no armário alto A Figura 3 ilustra as di mensões mínimas para armários altos A profundidade de bancadas des tinadas a refeições pode ser menor Figura 3 Dimensões mínimas para armários altos em cozinhas UNIDADE 02 31 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL que 60 cm já que possui o intuito de apoiar a louça Neste caso podem ser adotadas profundidade de no mínimo 40 cm tomando cuidado para que o espaço para as pernas de pessoas sentadas em cadeiras e bancadas seja garantido Para pessoas que utilizam este ambiente em pé devem ser considerados os seguintes critérios A faixa ideal de altura para trabalhos manuais varia de 65 a 150 cm acima do nível do piso sendo a altura ideal da bancada de 88 a 93 cm O alcance máximo é de 12 vezes a altura da pessoa ou seja se o indivíduo mede 160 m irá alcançar até 192 cm de altura Deste modo o projeto para cozinhas funcionais deve considerar a estatura do usuário predomi nante para o correto dimensionamento da bancada e armários permitindo o maior campo visual possível e circulação adequada Cabe ressaltar que os equipamentos em cozinhas variam muito de dimensão de acordo com os modelos Assim para um bom projeto é necessário que o usuário escolha quais eletrodomésticos serão usados para uma melhor adequação 123 CRITÉRIOS PARA USO POR PESSOAS SENTADAS Para pessoas que utilizam o ambiente sentadas a Figura 4 ilustra alguns critérios a serem ado tados para facilitar a funcionalidade da cozinha Figura 4 Pontos a serem observados para uso de cozinhas por pessoas sentadas Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 UNIDADE 02 32 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Para que se tenha acessibilidade de pessoas sentadas neste am biente é preciso que as torneiras funcionem no modelo de alavan ca para garantir esforço mínimo A pia deve apresentar o sifão bem recuado rente à parede para permitir que pessoas sentadas pos sam encostar de frente para a bancada porém deve ser previsto um painel que isole o sifão das pernas por segurança O gabinete abaixo pode apresentar rodízios para ser removido com facilidade e sem esforço quando necessário O alcance a fornos e fogões merece atenção especial pois pode haver acidentes graves caso não haja o alcance correto ou mesmo a visualização dos itens que estão em preparo Caso o fogão seja do modelo de piso ou de encaixe deve ser previsto espaço ao lado para que possa haver a aproximar máxima para manuseio do forno porém é interessante de o fogão seja do tipo mesa conforme ilus trado na Figura 5 Nesta opção a pessoa consegue se aproximar do fogão e acessar inclusive visualmente os itens que estão sendo cozinhados Os espaços para armazenamento de produtos e utensílios também deve ficar de fácil acesso em altura confortável 13 LAVANDERIAS Em relação ao ambiente de lavanderia a NBR 155752013 estipula as dimensões mínimas para equipamentos conforme Tabela 5 Neste ambiente é exigido somente o tanque e a máquina de lavar que geralmente estão posicionados lado a lado no ambiente Tabela 5 Dimensões mínimas para lavanderias AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Lavanderia Tanque 052 053 Deixar 50cm em frente ao tanque e máquina de lavar Mínimo de 1 tan que e 1 máquina Máquina de lavar roupas 060 065 Fonte Adaptado de NBR 155752013 Em relação à altura o tanque ou a bancada de trabalho segue as mesmas orientações para a cozinha Para pessoas sentadas ou em cadeiras de rodas as dificuldades mais encontradas estão representadas pela Figura 6 Figura 5 Exemplo de cozinha acessível a PCR UNIDADE 02 33 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 6 Barreiras encontradas em lavanderia Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 A atenção especial neste ambiente deve ser na altura e no alcance dos itens e aos equipamen tos Sugerese a instalação de tanques mais baixos para acesso de pessoas sentadas Isso vale para tampos onde haverá manuseio de roupas e ferro de passar considerando que deve haver espaço livre embaixo deste para a aproximação de cadeiras de rodas Espaços para armazenamento de itens podem ser feitos em mobiliário flexível com rodízios por exemplo Podese colocar as má quinas de lavar e seca mais elevadas e embaixo delas aumentar o armazenamento de modo que fique de fácil alcance 14 BANHEIROS Para os ambientes de banheiro a NBR 155752013 indica as dimensões mínima relacionadas na Tabela 6 UNIDADE 02 34 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Tabela 6 Dimensões mínimas para banheiros AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Banheiro Lavatório 039 029 Deixar 40 cm em frente ao lavatório e vaso sanitário Mínimo de 110 m exceto no box Deve haver no mínimo 1 lavatório vaso e chuveiro Lavatório com bancada 080 055 Vaso sanitário com caixa acoplada 060 070 Vaso sanitário 060 060 Box quadrado 080 080 Box retangular 070 090 Fonte Adaptado de NBR 155752013 Além destes também podem ser inseridos banheiras e bidês embora estes tendem a ser subs tituídos por duchas higiênicas posicionadas ao lado dos vasos sanitários já que ocupam menos espaço que os bidês tradicionais A disposição dos equipamen tos em banheiros geralmente ocorre em linha reta sendo a porta de entrada em frente do lavatório Uma alternativa é colo car o box de canto Para pessoas sentadas ou em cadeiras de rodas as barreiras mais comuns encontramse na Figura 7 É comum que o piso dos ba nheiros esteja rebaixado em re lação ao restante da edificação para que a água não passe um ambiente para outro em caso de vazamentos por exemplo Entretanto este desnível atrapalha a circulação de pessoas idosas ou com dificuldades de locomoção É preciso que não exista diferen ças de nível dentro do ambiente Figura 7 Barreiras encontradas em banheiros Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 UNIDADE 02 35 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL O acabamento das superfícies também é importante Revestimentos brilhantes refletem a luz podendo causar efeitos visuais que dificultam a precisão e a percepção do ambiente e de deus ele mentos Além disso podem facilitar quedas pois ficam ainda mais escorregadios quando úmidos se comparados a superfícies opacas A altura dos dispositivos precisa propiciar o fácil alcance e manuseio sendo necessário que a pessoa sentada possa encostar no tam po para acessar os misturadores de água O vaso sanitário necessita de um espaço para transposição da pessoa que está sentada para o equipamento e dali deve ser possível o al cance para lixos portapapel No espaço de banho também devem ser previstas alturas confortáveis preferencialmente que possam ser flexíveis Neste sentido os desviadores manuais de chuveiro são interessantes por propiciarem esta opção Este espaço merece atenção especial por ser muito escorregadio portan to barras de apoio devem ser instaladas para garantir a segurança 15 DORMITÓRIOS Para ambientes de dormitório a NBR 155752013 prevê o dimensionamento mínimo conforme Tabela 7 fazendo distinção entre o quarto principal que será ocupado pelo casal secundário para 2 pessoas solteiras e terciário se houver Tabela 7 Dimensões mínimas para dormitórios AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Dormitório principal Cama 140 190 Deixar 50 cm entre o mobiliário e as paredes Mínimo de 1 cama 1 mesa de cabeceira e 1 guardaroupas Mesa de cabeceira 050 050 Guardaroupas 160 050 Dormitório secundário Cama 080 190 Circulação mínima entre camas de 60 cm demais 50 cm Mínimo de 2 camas 1 mesa de cabeceira e 1 guardaroupas Mesa de cabeceira 050 050 Guardaroupas 150 050 Bancada estudos 080 060 Fonte Adaptado de NBR 155752013 O posicionamento do mobiliário em um quarto pode variar bastante dependendo da posição das esquadrias porta de entrada etc É importante cuidar para que a cama não dificulte o acesso Durante a pandemia da COVID19 muitas pes soas passaram a trabalhar em casa fazendo o Home office em locais improvisados sem mui to conforto Assista ao vídeo disponível em httpsbitly3MvFPXf e veja se seu posto atual de trabalho ou estudo remoto pode tra zer danos a sua saúde a longo prazo Acesso em 25 fev 2022 VÍDEO UNIDADE 02 36 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL às janelas ou que o mobiliário impeça a abertura das portas do guardaroupa Ao lado das camas o espaço será destinado não apenas para circulação como tam bém para atividade de troca de roupa de cama ou manuseio do próprio colchão Deste modo a medida mínima conside rada pela norma técnica de 50 cm em quartos de casal e de 60 cm em quartos secundários não é suficiente para o de senvolvimento desta função com confor to Conforme observase pela Figura 8 o espaço mínimo necessário da cama até a parede deveria ser de pelo menos 90 cm Para quartos destinados à PCR é importante prever espaços de circulação maiores de forma que as manobras com a cadeira sejam possíveis A Figura 9 ilustra uma planta de dimensões ideais para um quarto direcionado ao usuário em cadeira de rodas A circulação na entrada deve permitir o giro de 360º da cadeira com diâmetro de 150 m livre Figura 9 Planta dormitório para PCR Figura 8 Espaço destinado a trabalho nas laterais da cama Fonte Pedro et al 2011 apud SOUZA 2018 Fonte Sbarra 2020 É importante salientar que a norma técnica de desempenho em residências a NBR 155752013 exige que pelo menos uma unidade habitacional seja destinada a pessoas em cadeira de rodas UNIDADE 02 37 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 2 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE TRABALHO Conforme visto na Unidade 1 a Ergonomia é a ciência que visa a adaptação do trabalho as ca racterísticas físicas do corpo humano Mesmo que a interpretação de trabalho esteja relaciona da a qualquer atividade desempenhada é dada maior atenção ao trabalho remunerado exercido pelo homem em função do tempo gasto nesta função Deste modo estudos em biomecânica e antropometria são úteis para estabelecer melhores condições de trabalho seja pela melhoria dos equipamentos utilizados como no próprio ambiente onde é realizado Existem determinadas posturas consideradas adequadas ao exercício das tarefas e outras ina dequadas as quais podem provocar danos à saúde caso sejam repetidas por longos períodos A Tabela 8 relaciona algumas atividades ao risco de dores em determinados grupos musculares Tabela 8 Localização das dores no corpo provocadas por posturas inadequadas POSTURA INADEQUADA RISCO DE DORES Em pé Pés e pernas Sentado sem encosto Músculos extensores do dorso Assento muito alto Parte inferior da perna joelhos e pés Assento muito baixo Dorso e pescoço Braços esticados Ombros e braços Pega inadequada em ferramentas Antebraço Punhos em posições não neutras Punhos Rotação do corpo Coluna vertebral Ângulo inadequado do assentoencosto Músculos dorsais Superfícies de trabalho muito baixasmuito altas Coluna vertebral Fonte Ida 2005 A posição em pé ou sentada com dorso inclinado é uma das posturas inadequadas mais co muns Ao estar em pé com o corpo inclinado para frente ocorre o deslocamento do centro de Será que a casa onde você mora tem condições de abrigar uma pessoa com deficiência ou mesmo idosa Possui espaços de circulação adequados e o mobiliário pode ser acessado com conforto Reflita sobre o que foi exposto e faça uma lista do que poderia mudar para que sua casa possa seguir alguns dos princípios de Desenho Universal REFLITA UNIDADE 02 38 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL gravidade para a frente Para forçar o corpo a manter o equilíbrio é exigida uma força adicional dos músculos em torno das articulações nos quadris joelhos e tornozelos Estudos sugerem que estas posturas devem ter duração máxima de 1 a 5 minutos até o apare cimento de dores localizadas A inclinação da cabeça para frente ocorre quando há necessidade de melhorar a visão sobre determinado objeto ou quando há necessidade de montagens e inspeções de itens pequenos Geralmente esta necessidade ocorre quando O assento está muito alto A mesa está muito baixa O assento está longe da área de trabalho Há necessidades específicas como uso de microscópios Pessoas com deficiência visual como miopia Este movimento causa rapidamente a fadiga dos músculos do pescoço e ombros os quais têm que compensar o peso da cabeça As dores começam a ocorrer quando a inclinação da cabeça com uma linha vertical é maior que 30 conforme Figura 10 A inclinação do plano horizontal de trabalho facilita a postura reduzindo a inclinação da cabeça conforme mostra a Figura 11 Fonte Ida 2005 21 ADEQUAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO Para evitar posições posturais inadequadas devem ser adequados os postos de trabalho às ca racterísticas físicas dos trabalhadores Porém esta tarefa nem sempre é fácil dada à variabilidade das dimensões antropométricas conforme visto na Unidade 1 Assim devem ser usados métodos para tal finalidade Um dos métodos é a AET Análise Ergonômica do Trabalho que apresenta as seguintes etapas Análise da tarefa Figura 10 Relação entre a inclinação da cabeça e as dores musculares Figura 11 Posturas com tampo reto e inclinado UNIDADE 02 39 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Arranjo físico do posto de trabalho Dimensionamento 211 ANÁLISE DA TAREFA A análise da tarefa é dividida entre três etapas Descrição das atividades identificação do trabalhador sua função condições de execução das tarefas ambientais operacionais e organizacionais Descrição das ações nesta etapa são identificados informações e controles ou seja as ações realizadas pelo trabalhador na execução como soldar montar etc Revisão crítica relaciona as ações com possíveis problemas posturais ou força excessiva que possam danificar as condições de saúde O objetivo final deste levantamento visa evitar Fadigas físicas visuais e mentais Dores no corpo Desconforto visual Outros aspectos críticos como doenças 212 ARRANJO FÍSICO DO POSTO DE TRABALHO Nesta etapa é definido o leiaute do posto de trabalho ou seja posicionamento dos dispositivos de informação e controle Para isso podem ser adotados diversos critérios entre eles Importância deixar o elemento demais destaque no centro do posto de trabalho Frequência de uso os elementos mais utilizados devem ficar de fácil alcance e manipulação Agrupamento funcional deixar elementos com maior intensidade de fluxo próximos entre si Sequência de uso quando houver um ordenamento operacional a mesma lógica deverá ocorrer fisicamente 213 DIMENSIONAMENTO DO POSTO DE TRABALHO O correto dimensionamento é uma das principais etapas no planejamento pois erros podem ocasionar diversos problemas à saúde dos trabalhadores já que a tendência é que ocupem por muitos anos o mesmo posto de trabalho Em muitos casos possíveis adaptações podem ser reali zadas posteriormente como a adoção de suportes e calços para aumentem ou reduzir as alturas Porém na maior parte dos casos se forem necessárias adaptações para correção de erros serão gerados custos adicionais De forma geral devem ser consideradas as seguintes dimensões Altura da superfície de trabalho UNIDADE 02 40 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Alcances normais e máximos das mãos Espaços para acomodar pernas e realizar movimenta ções laterais do corpo Dimensionamento das folgas Aproximação e ângulo visual Como muitas dessas dimensões variam conforme a es tatura do trabalhador mecanismo de adaptação deve ser considerados sempre que possível como o ajuste nas al turas de cadeiras mesas monitores e suportes ajustáveis para os pés e braços conforme Figura 12 Fonte Ida 2005 Figura 12 Ajustes individuais possíveis nos postos de trabalho CONSIDERAÇÕES FINAIS Bons projetos devem incluir os princípios de Desenho Universal No ambiente de trabalho as pectos ergonômicos devem ser avaliados para que as pessoas possam exercer suas funções de forma confortável e saudável Medidas antropométricas e a biomecânica garantem a adaptação dos postos de trabalho às características individuais de cada trabalhador As análises devem incluir o estudo da postura e detecção de movimentos repetitivos que possam causar danos nas articu lações e doenças mais graves a longo prazo Estas condições favorecem para que os princípios de esforço mínimo e dimensionamento corretos sejam atendidos Entretanto a ergonomia e antropometria não devem ser utilizadas somente em projetos ins titucionais mas também no ambiente doméstico já que nele são desenvolvidas atividades que exigem esforços físicos como cozinhar limpar passar roupas entre outros O correto dimensiona mento dos móveis e acessórios é decisivo para qualificar os ambientes de forma que eles se tor nem inclusivos para o maior número de pessoas Deste modo a ergonomia se alinha ao conceito de Desenho Universal por prover informações importantes para o alinhamento aos princípios Embora as normas técnicas sejam rígidas em relação à aplicação de ergonomia e Desenho Uni versal aos espaços públicos e corporativos são mais brandas quando se trata de residências Os mínimos exigidos pela norma de desempenho não são suficientes para que os espaços tenham uma boa circulação sendo que o critério de acessibilidade só é atendido em unidades específicas para este fim A NER17 é a norma brasileira que trata de critérios ergonômicos voltados a postos de trabalho Estabelece requisitos quanto ao dimensionamento de espaços e mobiliário visando à saúde dos trabalhadores SAIBA MAIS UNIDADE 02 41 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As pessoas passam a maior parte do tempo nas residências Pensando deste modo estes es paços também precisam de alterações sobretudo os que tem como usuários pessoas idosas eou deficientes As entradas das edificações bem como espaços de circulação e cômodos precisam estar livres de barreiras e com fácil alcance para que a liberdade e independência possa ocorrer ANOTAÇÕES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3KzOgyv httpsbitly3OTIQle httpsbitly3s6CyoR UNIDADE 03 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ACESSOS E ESPAÇO URBANO Nesta Unidade serão apresentadas aplicações de Desenho Universal aos espaços de circulação e acessos com objetivo de Conhecer os princípios antropométricos aplicados ao Desenho Universal Compreender e aplicar o dimensionamento de acessos universais por meio de escadas e rampas Compreender as exigências das normas técnicas para a circulação externa e mobiliário em espaços públicos urbanos UNIDADE 03 43 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Um dos princípios de Desenho Universal é garantir a inclusão social oferendo oportunidades iguais a todas as pessoas Para permitir a integração de pessoas com deficiência e idosas para o convívio social é fundamental que os ambientes sejam adaptados e acessíveis Quando se trata do deslocamento de pessoas a pé a acessibilidade está relacionada a capaci dade se atingir um determinado destino ou lugar Quanto maior a facilidade com que este deslo camento ocorre maior será a mobilidade Seguindo os demais princípios de Desenho Universal os trajetos percorridos devem ocorrer livres de obstáculos bemsinalizados e que gerem o menor esforço físico possível Entretanto na escala urbana diversos obstáculos podem ser encontrados como placas e postes mal localizados ausência de rebaixamento nas calçadas rampas com inclinação excessiva e passeios com revestimento deteriorado Para corrigir esta situação rotas acessíveis devem ser projetadas Nor mas técnicas devem ser utilizadas como guias para nortear corretamente o dimensionamento e ele mentos exigidos de modo que permitam a circulação com segurança e autonomia para todas as pes soas Da mesma forma o mesmo deve ocorrer tanto no acesso a edificações quanto no seu interior Nesta Unidade serão apresentados os principais critérios para que a circulação externa e inter na possa ser criada seguindo os princípios do Desenho Universal 1 ACESSIBILIDADE Muitas vezes o conceito de Desenho Universal é confundido com o termo acessibilidade Con forme visto na Unidade anterior esta corresponde apenas a uma parte dos princípios da ampla temática do Desenho Universal embora seja de fundamental importância para garantir os direitos de pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência física A NBR 90502020 conceitua acessibili dade como possibilidade e condição de alcance percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de espaços mobiliários e edificações estendendo o conceito para trans portes comunicação e tecnologia Deste modo devem ser projetados em espaços públicos e privados trajetos desobstruídos con tínuos e sinalizados conectando ambientes internos e externos Estes trajetos são denominados de rotas acessíveis e incorporam o desenho de Circulações horizontais como corredores Circulações verticais como rampas e escadas Pisos acabamentos Estacionamentos Circulação externa formada por calçadas e faixas de passagem de pedestres UNIDADE 03 44 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As dimensões para estas rotas dependem do uso predominante de uma edificação e do fluxo de pessoas Uma residência por exemplo pode apresentar circulação mais estreita que o acesso a uma instituição como uma universidade ou edifício público No último caso a quantidade e diversidade de pessoas será muito maior podendo por ali circularem pessoas idosas crianças pessoas com deficiência física ou mental Neste caso deve haver um cuidado para que todas as opções sejam avaliadas e o caso que resulte na maior dimensão seja adotado Quando a edificação se dirige a um público específico é mais fácil determinar o espaço para o públicoalvo Um lar de longa permanência de idosos por exemplo será desenhado em pessoas com mobilidade reduzi da Assim é possível atender aos princípios do Desenho Universal considerando o acesso de todos os indivíduos com segurança e independência Para que seja possível projetar espaços urbanos e edificações com acessibilidade é fundamen tal conhecer as proporções do corpo humano considerando os equipamentos de apoio à mobilida de Para isso serão utilizados os critérios estabelecidos na norma técnica brasileira sobre o tema a NBR 9050 cuja última atualização ocorreu no ano de 2020 11 PRINCÍPIOS ANTROPOMÉTRICOS A antropometria é a ciência derivada da antropologia física ou biológica que estuda as medidas do corpo humano ou ainda das medidas físicas do corpo e suas partes Em relação a rotas aces síveis esta fornece informações relevantes a respeito do espaço ocupado por pessoas em pé ou sentadas de modo a embasar as decisões de projetos sob a ótica da acessibilidade A Figura 1 ilustra de forma resumida as dimensões ocupadas por pessoas em pé com equipa mentos e em cadeira de rodas Figura 1 Resumo das dimensões de pessoas em pé e em cadeira de rodas UNIDADE 03 45 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Fonte NBR 90502020 Para cadeira de rodas é considerado um módulo de 080 por 120 m de largura Para a realiza ção de manobras com a cadeira de rodas sem deslocamento ou seja somente para mudança de sentido do trajeto são consideradas as seguintes áreas Área de 120x120 m para rotação de 90º Área de 150x120 m para rotação de 180º Círculo de 150 m de diâmetro para rotação de 360º 12 CIRCULAÇÃO HORIZONTAL A circulação horizontal deve ser totalmente livre de obstáculos e não pode haver desníveis em degrau Porém até 5 mm são tolerados e se apresentarem de 5 a 20 mm devem possuir inclinação de 50 Se o desnível no sentido longitudinal for maior que 5 a circulação é considerada rampa Deve ser prevista área de descanso fora da área de circulação nas seguintes condições A cada 50 m para corredores com desnível longitudinal de até 3 A cada 30 m para desníveis de 3 a 5 Para desníveis transversais são admitidos 2 em locais internos e 3 em ambientes externos Em relação às larguras dos corredores é preciso analisar o fluxo de pessoas A NBR 90502020 define as seguintes dimensões mínimas 090 m para extensão até 4 metros 120 m para extensão até 10 m e 150 m para extensão maior que 10 m 150 m para corredores de uso público Para locais onde há grande fluxo de pessoas deve estar garantido o tráfego para 25 pedestres por minuto em ambas as direções UNIDADE 03 46 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Caso haja mudança de sentido ou giro da cadeira de rodas é preciso seguir as áreas de mano bra citadas no item 11 Em rotas acessíveis os pisos devem ser íntegros e antiderrapantes mesmo molhados Em pisos já existentes e que não possuem esta propriedade tolerase a instalação de faixas antiderrapantes 13 CIRCULAÇÃO VERTICAL A circulação vertical ocorre para conectar espaços em desnível dentro ou fora de uma edifi cação As formas mais comuns de circulação funcionam por meio de escadas e rampas as quais devem ser por norma obrigatoriamente acessíveis embora para residências unifamiliares desti nadas a uma família apenas seja opcional Para a rota ser considerada acessível pelo menos 2 for mas de circulação vertical devem existir por exemplo escadas e elevadores ou escadas e rampas 131 RAMPAS Rampas representam uma possibilidade para transição suave entre os níveis de uma edificação facilitando a mobilidade para pessoas com deficiência idosos e pessoas com carrinhos de bebê e malas Devese ter em mente que quanto maior for a inclinação da rampa maior será o esforço físico ou dificuldade para subila Deste modo são impostos limites para a inclinação destes ele mentos construtivos para que o princípio do esforço mínimo de Desenho Universal seja atendido A NBR 90502020 considera rampa toda circulação com inclinação maior ou igual a 5 A inclina ção de uma determinada superfícies é dada pela equação 1 Sendo i a inclinação da rampa h a altura do desnível e c o comprimento da rampa A Figura 2 ilustra uma rampa em corte longitudinal Por exemplo se o comprimento c tiver dimensão de 100 cm ou 1 metro e a altura h igual a 5 cm então a inclinação será de 5 Em relação ao dimensionamento as rampas devem ter largura de 150 m admitindo o mínimo de 120 m A quantidade de patamares é influenciada pela inclinação conforme Tabela 1 Tabela 1 Relação entre a altura do desnível e a inclinação de rampas DESNÍVEL MÁXIMO DE CADA SEGMENTO DE RAMPA H M INCLINAÇÃO ADMISSÍVEL EM CADA SEGMENTO DE RAMPA NÚMERO MÁXIMO DE SEGMENTOS DE RAMPA 150 m 5 Sem limite 100 m de 5 a 625 Sem limite 080 m de 625 a 833 15 Fonte NBR 90502020 1 𝑖 ℎ 𝑐 𝑥 100 Figura 2 Elementos de dimensionamento da inclinação de uma rampa Fonte A autora UNIDADE 03 47 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Pela tabela anterior percebese que quanto maior o desnível a ser vencido pela rampa menor deve ser a inclinação para evitar esforço excessivo Entre os segmentos de rampa deve haver pata mares em nível que permitam que a pessoa descanse Exemplo de exercício resolvido Problema Em um ambiente há um desnível entre pavimentos de 60 cm Determine o compri mento da rampa e sua inclinação Solução Como o desnível é inferior a 080 m podese usar a inclinação máxima de 833 em bora possam ser usados valores de 625 a 833 Assim i 833 h060 m ou 60 cm e pretendese encontrar o comprimento da rampa c Aplicando a equação 1 Haverá uma rampa de 720 m aproximadamente Caso haja necessidade de mudança de sen tido deve haver um patamar para que a manobra possa ser feita em nível Assim o resultado da solução em planta seria o representado na Figura 3 com 2 segmentos de rampa medindo 360 m com largura de 120 m cada e um patamar em nível Figura 3 Resultado possível para o exercício resolvido em planta 1 𝑖 ℎ 𝑐 𝑥100 833 60 𝑥 100 𝑐 833𝑐 6000 𝑐 72028𝑐𝑚 Percebese pelo exemplo dado que as rampas podem ocupar bastante espaço pois devem ser suaves para garantir o esforço mínimo Dependendo do desnível as rampas podem apresentar vários trechos exigindo grande espaço para esta disposição conforme Figura 4 Em muitos casos quando a edificação existente necessita de adaptação e o espaço não é suficiente para instalação de rampas outros mecanismos podem ser utilizados como as plataformas elevatórias próximas a escadas de acesso Entretanto ao aplicar os princípios de Desenho Universal para o acesso a edi ficações devese ter em mente que o investimento precisa ser o menor possível Estas questões devem ser ponderadas no projeto para que a melhor solução seja escolhida REFLITA Fonte A autora UNIDADE 03 48 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 4 Vários trechos de rampa para acesso a edificação 132 ESCADAS Escadas são compostas pelos seguintes ele mentos construtivos Degrau formado pelo espelho e piso Patamares que dividem a escada em lances Guardacorpo formado pelo corrimão e balaústre A Figura 5 representa os elementos Não são permitidos degraus vazados já que os dispositivos para mobilidade podem se prender ocasionando quedas Em relação ao dimensionamento a escada deve apresentar um patamar a cada 320 m de desnível vertical ou sempre que for necessária mudança de direção A largura mínima deve ser de 120 m e se houver patamar este deve ter a mesma dimensão do restante da escada Pisos devem possuir entre 28 a 32 cm e espelhos de 16 a 18 cm Há uma proporção ideal entre as dimensões de piso e espelho para proporcionar conforto e pouco esforço ao subir ou descer considerando as medidas de passada dos indivíduos ao realizar esta atividade Esta relação foi proposta por Blon del conforme equação 2 Figura 5 Elementos que constituem uma escada Fonte Montenegro 2001 Sendo p a dimensão do piso e e a dimensão do espelho Para realizar o cálculo dos demais itens Montenegro 2001 sugere as seguintes etapas Identificação da altura h ou seja distância de piso a piso que se deseja conectar Identificação da forma da escada linear em L em U para compreender a posição dos pata mares se houver mudança de direção Identificação da quantidade de espelhos pela equação 3 2 063𝑚 𝑝 2𝑒 065𝑚 UNIDADE 03 49 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Sendo n a quantidade de espelhos h a altura de piso a piso e dimensão do espelho Tendo a medida do espelho e aplicase a equação 2 para descobrir a medida do piso p Devese ter em mente que em rotas acessíveis devem privilegiadas as rampas 3 𝑛 ℎ 𝑒 Exemplo de exercício resolvido Problema Em um ambiente há um desnível entre pavimentos de 280 cm de piso a piso Deter mine o número de espelhos a dimensão do espelho e do piso Solução Iniciase pelo cálculo da quantidade de espelhos usando a equação 3 sendo que a dimensão do espelho varia de 16 a 18 cm Aqui foi escolhido o valor médio de 17 para a dimensão do espelho Para reforçar o cálculo de escadas seguras e acessíveis acesse o link do vídeo e resolva o exercí cio proposto Disponível em httpsbitly3hR21gu Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO Escolhendo o valor de espelho de 17 cm o número de espelhos será de 1647 ou seja haveria 16 espelhos de 17 cm e mais um de aproximadamente 8 cm Entretanto não é aceitável que um dos espelhos seja menor que os demais É preciso portanto que o número de espelhos assuma um valor inteiro ou 16 ou 17 espelhos Refazendo o cálculo usando novamente a equação 3 agora para encontrar a dimensão e 𝑛 280 17𝑐𝑚 𝑛 1647 Isso significa que com 16 espelhos a dimensão de cada espelho seria de 175 cm e com 17 es pelhos cada espelho teria dimensão de 1647 cm Deste modo o valor escolhido é de 175 cm A partir deste valor é calculado o piso pela equação 1 16 280 𝑒 𝑒 280 16 𝑒 175 𝑐𝑚 17 280 𝑒 𝑒 280 17 𝑒 1647𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 63 𝑐𝑚 𝑝 63 35 𝑐𝑚 𝑝 28 𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 64 𝑐𝑚 𝑝 64 35 𝑐𝑚 𝑝 29 𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 65 𝑐𝑚 𝑝 65 35 𝑐𝑚 𝑝 30 𝑐𝑚 O valor de piso portanto pode ser 28 29 ou 30 cm pois os três valores ficam compreendidos no intervalo proposto pela fórmula de Blondel O resultado das dimensões é que para vencer um UNIDADE 03 50 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL desnível de 280 cm seriam necessários 16 espelhos de 175 cm cada com pisos de 28 cm Foi escolhido o menor valor de piso para ocupar menos espaço A partir destas dimensões agora é preciso encontrar a melhor forma para a escada linear em L em U dependendo das condições projetuais A Figura 6 mostra a solução para uma escada em L e em U sendo necessário haver patamares nas mudanças de direção Figura 6 Resultados possíveis para o exercício escada em L esquerda ou U direita em planta Fonte A autora É importante destacar que as escadas em edifícios também devem atender às normas quanto a saídas de emergência de modo a garantir a segurança sendo que em residências unifamiliares não há esta exigência Em escadas enclausuradas deve ser prevista área de 080 x 120 m que corresponde ao módulo de referência como forma de parar a cadeira de rodas até o resgate Esta área não pode atrapalhar a circulação de pessoas em caso de pânico e emergência e deve estar sinalizada corretamente para permitir o entendimento por todas as pessoas 133 CORRIMÃO E GUARDACORPO Os corrimãos devem estar em duas alturas a 70 cm e 92 cm contados do piso dos degraus ou da rampa acompanhando a inclinação Devem também passar 30 cm além do término da escada ou da rampa Devem apresentar formato curvo com diâmetro de 3 cm a 45 cm e distar 4 cm da parede Figura 7 Corte transversal de uma rampa acessível Fonte NBR 90502020 UNIDADE 03 51 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL O guardacorpo deve existir além do corrimão podendo ser uma parede e irá funcionar como proteção contra quedas No caso de rampas deve haver guias de balizamento com 5 cm de altura O espaçamento entre os balaústres não pode ser maior que 11 cm e a altura total deve maior ou igual a 110 m 134 SINALIZAÇÃO A sinalização tátil em escadas e rampas é importante para o reconhecimento de obstáculos para pessoas com deficiência visual A instalação do piso tátil de alerta deve ser prevista no início e fim de escadas e rampas e ser de cor contrastante com o piso original sendo que na maioria das vezes é usado o amarelo ou material fotoluminescente Para pessoas com visão reduzida devem ser colocadas faixas em cada degrau de forma a facilitar o entendimento do desnível e evitar acidentes com pelo menos 7 cm de comprimento e 3 cm de largura É recomendável que esta faixa se prolongue por todo degrau podendo incorporar materiais antiderrapantes A Figura 8 ilustra a instalação de piso tátil de alerta e das faixas de segurança 14 CIRCULAÇÃO EXTERNA A calçada de vias públicas apresenta papel fundamental para a mobilidade urbana e para a sustentabilidade das cidades Garantir rotas acessíveis nestes espaços pode promover o convívio social estimular o comércio e a prática de atividades físicas e sobretudo garante a segurança dos pedestres e a inclusão social de pessoas com deficiência e idosos As calçadas externas podem ser divididas em três tipos Faixa de serviço acomodam iluminação pública canteiros e mobiliário como bancos e lixei ras Para esta faixa é recomendada uma largura mínima de 70 cm Faixa livre ou de passeio faixa que serve para o deslocamento dos pedestres Deve ser con tínua entre lotes apresentar inclinação máxima de 3 largura mínima de 120 m e livre de obstáculos até altura de 210 m Faixa de acesso serve para acesso da rua às edificações sendo variável dependendo do espaço que se tem disponível As normas técnicas brasileiras NBR 90772001 que trata sobre saídas de emergência e a NBR 147182001 a respeito de guardacorpo tratam com mais detalhe do desenho do guardacorpo SAIBA MAIS Figura 8 Sinalização de escadas UNIDADE 03 52 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As faixas de serviço e de acesso podem apresentar rampas para o acesso de veículos para a edificação entretanto a faixa de passeio não pode ser influenciada com degraus e desníveis que impeçam a livre circulação 141 TRAVESSIA DE PEDESTRES O maior obstáculo em circulações externas é garantir a segurança de pessoas com mobilidade reduzida ou deficientes visuais em relação à circulação de veículos Os passeios sempre estarão em um nível mais elevado do que a rua Deste modo sempre haverá o meiofio como obstáculo inevitável a rota acessível Estes desníveis podem ser corrigidos por duas estratégias básicas ou a calçada deve possuir um rebaixo com rampas menores que 833 ou deve haver um trecho eleva do em relação à rua para garantir a travessia segura e contínua Assim a NBR 90502020 permite que a travessia de pedestres possa ocorrer de três maneiras Pelo rebaixamento da calçada Pela redução na travessia Por travessias elevadas O rebaixamento da calçada é constituído por uma rampa frontal e abas laterais com inclinação preferencialmente igual ou menor que 5 sendo admitido 833 conforme figura 9 O passeio deve ser mantido com 120 m no mínimo Quando não há espaço suficiente para o passeio de 120 m e o rebaixamento da calçada pode ser utilizada a opção da Figura 10 Fonte Prefeitura Municipal de Petrópolis 2019 Na redução da travessia é recomendado o alargamento da calçada em um dos lados da rua ou nos dois o que permite mais facilidade de manobra e mobilidade Para conectar os dois lados é usada uma travessia elevada em relação ao nível da rua e no mesmo nível dos passeios A Figura 11 ilustra esta solução Figura 9 Travessia pelo rebaixamento da calçada Figura 10 Travessia pelo rebaixamento da calçada opção B UNIDADE 03 53 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 11 Redução da travessia pelo alargamento da calçada Fonte Prefeitura Municipal de Petrópolis 2019 A travessia elevada também pode ser realizada sem o alargamento da calçada 142 PISO TÁTIL A instalação de pisos táteis é prevista pela norma técnica NBR 165372016 A sinalização tátil é constituída por dois tipos principais Sinalização de alerta utilizada para informar ris cos por exemplo uma rampa ou escada iminen te Alerta que o deficiente deve parar e identificar o obstáculo antes de continuar o trajeto O piso tátil é composto por relevos em formato circular A cor deve sempre contrastar com o piso existen te de modo a facilitar o reconhecimento por pes soas com visão reduzida A Figura 12 representa o padrão para piso tátil de alerta Sinalização direcional utilizado para indicar um trajeto livre de obstáculos e seguro O padrão é composto por barras conforme Figura 13 Figura 13 Relevo do piso tátil direcional em planta e corte transversal Figura 12 Relevo do piso tátil de alerta em planta e corte transversal Fonte NBR 165372016 De forma geral o piso de alerta deve ser usado sempre que houver mudança de sentido em relação à rota ou quando houver obstáculos a serem contornados ou que obriguem o pedestre a parar Tomando como exemplo as figuras anteriores o piso de alerta indica o início de uma rampa escada ou travessia em circulação de veículos Fonte NBR 165372016 UNIDADE 03 54 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 143 TIPOS DE REVESTIMENTOS EM CALÇADAS EXTERNAS Tal como os pisos em circulações internas os pisos das calça das precisam ser antiderrapantes e contínuos Em área externa esta condição muitas vezes não é atendida conforme exemplo ilustrado na Figura 14 A má qualidade do revestimento aliado ao tráfego intenso de pedestres ao relevo da região e à própria vegetação deterioram as condições do piso Além destas dificuldades a manutenção das calçadas representa um alto custo para as cidades É comum ocorrem acidentes e quedas devido à dificuldade de tráfego Por este motivo os revestimentos aplicados devem ser cuidadosa mente pensados para garantir a calçada ideal às rotas acessíveis Diversos materiais podem ser utilizados no revestimento de calçadas Dentre os mais utilizados podem ser citados Concreto moldado no local neste caso o concreto é misturado e assentado Possui grande durabilidade baixo custo e fácil manutenção Bloco intertravado paver são peças de concreto assentadas sobre camada de areia Pos suem grande durabilidade porém podem se soltar facilmente se a areia da base não for bem compactada Petitpavé pedra natural de aspecto irregular e lisa quando úmida Pode favorecer quedas quando mal assentada Outras pedras naturais com formato mais regular e antiderrapante podem ser usadas como a Miracema e o granito sem polimento Entretanto possuem valor mais alto Pisos drenantes pisos que permitem a infiltração da água Pavers e concretos permeáveis se constituem uma boa solução pois permitem que a água de chuva infiltre no solo evitan do enchentes 15 VAGAS DE ESTACIONAMENTO Devem ser previstas 2 do total de vagas para deficientes físicos e 5 do total de vagas para idosos Estas devem apresentar as seguintes características Apresentar conexão com rota acessível até a edificação Quando a conexão não for direta deixar área de circulação de pelo menos 120 m que pode ser compartilhada por duas vagas Não possuir trajeto até a edificação superior a 50 m Evitar a circulação de veículos entre vagas O CONTRAN Conselho Nacional de trânsito regulamenta a sinalização das vagas de estacio namento horizontais e verticais para vagas de deficientes e para vagas de idosos A partir destas Figura 14 Má qualidade das calçadas em meio urbano UNIDADE 03 55 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL normas podese ter as seguintes situações quando as vagas são paralelas ao meiofio perpendi culares e oblíquas A Figura 15 contêm a representação de vaga paralela ao meiofio Figura 15 Vaga paralela ao meiofio Fonte CETSP 2016 A faixa de passagem pode ser compartilhada por 2 vagas Quando a vaga estiver próxima a esquinas deve haver distância de 5 m contados da vaga até a esquina Para vagas paralelas em relação ao meiofio a vaga deve ter largura mínima de 250 m Quando houver 2 paralelas estas podem compartilhar a área de passagem de 120 m conforme Figura 16 Figura 16 Vagas paralelas ao meiofio Fonte CETSP 2016 Para vagas oblíquas em relação ao meiofio deve ser prevista vaga com largura de 33 m Quan do houver 2 vagas obliquas paralelas esta dimensão pode ser de 220 m para a segunda vaga conforme Figura 17 UNIDADE 03 56 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 17 Vagas oblíquas ao meiofio Fonte NBR 165372016 Fonte CETSP 2016 16 MOBILIÁRIO URBANO Além de ser espaço destinado à circulação de pessoas nas calçadas também são instalados equi pamentos que cumprem funções utilitárias como postes de sinalização semáforos caixas de inspe ção de água esgoto elétrica entre outros elementos Além destes alguns equipamentos servem para promover o bemestar dos pedestres como arborização iluminação pública bancos e lixeiras Independentemente de sua função devem seguir determinados critérios para que não se tor nem obstáculos em meio as rotas acessíveis impedindo a circulação com autonomia e comprome tendo a segurança Deste modo a NBR 90502020 prevê as seguintes condições Assegurar dimensões apropriadas para aproximação alcance e manipulação Não apresentar cantos vivos arestas ou saliências perfurocortantes Estar localizado junto a uma rota acessível porém fora da circulação de pedestres Estar sinalizado corretamente De modo geral mobiliários instalados suspensos do piso com alturas entre 60 cm a 210 m são consi derados perigosos para pessoas com deficiência visu al Deste modo devem ser sinalizados com piso tátil de alerta conforme Figura 18 Marquises toldos e letreiros devem ficar a uma al tura superior a 210 m 161 SEMÁFOROS O semáforo deve apresentar dispositivo para acio namento manual para possibilitar a interrupção do tráfego para travessia segura Este deve estar à altura entre 080 m a 120 m de modo que pessoas sentadas Figura 18 Piso tátil de alerta em mobiliário urbano suspenso UNIDADE 03 57 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL também possam alcançar Além disso devem estar sincronizados com sinais visuais e sonoros que permitam a interpretação por pessoas com deficiência visual eou auditiva 162 BEBEDOUROS Bebedouros do tipo bica devem ser instalados com no mínimo duas alturas A mais baixa deve ser de 090 m do piso acabado e com espaço livre abaixo de 073 m permitindo assim a aproxima ção com cadeira de rodas A mais alta pode variar de 100 a 110 m conforme Figura 19 163 LIXEIRAS Devem estar localizados fora da área de circulação e que per mitam aproximação e alcance para pessoas em cadeiras de rodas 164 PAISAGISMO As áreas de plantio e manejo da vegetação não podem criar desníveis que prejudiquem a cir culação na área de passeio A vegetação selecionada não pode conter espinhos ser venenosa ou ainda possuir raízes que prejudiquem a pavimentação Ao projetar áreas arborizadas das calçadas devem ser levadas em consideração as espécies usadas e sua compatibilização com os postes de luz de forma que a vegetação não atrapalhe a iluminação do passeio 165 ASSENTOS PÚBLICOS Bancos de uso público devem seguir os seguintes critérios Possuir largura de assento individual de 45 a 50 cm Profundidade entre 40 e 45 cm Ângulo do encosto em relação ao assento de 100º a 110º 166 PROTETORES DE CALÇADA Os protetores de calçada servem para impedir que os carros invadam o passeio podendo afetar pedestres e as edificações Entretanto se constituem uma barreira importante que impede a livre circulação em rotas acessíveis Deste modo é importante evitálas e caso não haja esta possibilida de devem possuir de 75 a 80 cm de altura serem tubulares evitando cantos vivos e distribuídos a cada 120 m para permitir circulação entre eles Figura 19 Bebedouro acessível Fonte Montenegro et al 2009 UNIDADE 03 58 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL CONSIDERAÇÕES FINAIS A temática da acessibilidade está intimamente ligada ao conceito de desenho universal sendo parte essencial para garantir os princípios O direito da livre circulação é garantido pela constitui ção a todos os cidadãos sem exceção Assim a mobilidade tanto em ambientes internos quanto externos deve ser assegurada para a promoção do bemestar e da inclusão social Projetar rotas acessíveis é dever dos profissionais das áreas de arquitetura e design Estes de vem estar cientes das normas técnicas vigentes para que aos poucos os espaços públicos e priva dos sejam melhorados a fim de permitir a acessibilidade para todos ANOTAÇÕES VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3LEwvQ0 httpsbitly3s7Y5gD httpsbitly3s8JBx3 UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 04 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE LAZER Esta Unidade tem como objetivos Conhecer a importância do lazer para todos os indivíduos Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de auditórios cinemas teatros Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de espaços de esportes e turismo Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de banheiros e sanitários Conhecer projetos de referência no tema Desenho Universal UNIDADE 04 60 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO As cidades se caracterizam por concentrar grande quantidade de pessoas e a diversidade cultu ral Assim são palcos para a vida social e as trocas de costumes e tradições entre as pessoas Nela se estabelecem as relações humanas desde a esfera familiar até laços de amizade e o sentimento de coletividade e solidariedade Os espaços de encontro propiciam a interação entre pessoas e estas com os espaços e equipamentos urbanos nos momentos de lazer O lazer é uma das funções sociais que as cidades devem garantir aos cidadãos As atividades desempenhadas neste tempo livre fora dos horários de trabalho são fundamentais para a garantir saúde física e emocional As atividades escolhidas devem proporcionar satisfação seja pela prática de esportes contato com a natureza em parques e praças ou meramente contemplativa Atividades culturais como es petáculos teatros cinemas e experiências gastronômicas ocupam o tempo ocioso promovendo a ampliação do conhecimento individual e riqueza de estímulos Além destas atividades turísticas também são uma opção de lazer Entretanto o direito ao lazer deve ser garantido a toda população independentemente de suas condições de saúde ou mobilidade Uma grande parcela da sociedade como pessoas em cadeiras de rodas deficientes idosos e obesos necessitam de espaços acessíveis para poderem transitar pela cidade e para o acesso aos espaços de lazer sem que se sintam marginalizados A indepen dência na realização das atividades de deslocamento e acesso a estes equipamentos é crucial para que os indivíduos se sintam confortáveis e seguros para vivenciarem estas experiências Deste modo espaços de lazer acessíveis promovem o sentimento de superação a promoção da autoestima e a socialização com os demais membros da sociedade Cabe aos profissionais de arquitetura urbanismo e design a inclusão destes grupos durante o desenvolvimento de projetos de espaços públicos e privados destinados ao lazer Nesta Unidade serão vistos critérios definidos pelas normas técnicas que devem ser observados para garantir que os princípios de Desenho Universal sejam postos em prática nestes ambientes 1 CINEMAS TEATROS E AUDITÓRIOS Espaços de exposição cultural como cinemas teatros e auditórios precisam ser acessíveis a to dos Para isso estes ambientes de seguir os seguintes critérios Devem estar ligados a uma rota acessível e saídas de emergência Estar providas com as mesmas condições de conforto das demais áreas Devem estar reservadas do público em geral e em piso plano Apresentar assento ao lado para acompanhantes UNIDADE 04 61 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Disponibilizar dispositivos de tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual e auditiva Possuir assentos para pessoas em cadeiras de rodas PCR pessoas com deficiência visual PDV pessoas com mobilidade reduzida PMR e pessoas obesas No Brasil o Decreto nº 52962004 estabelece a proporção de lugares na plateia conforme Tabela 1 Tabela 1 Proporção de assentos ASSENTOS LIVRES CAPACIDADE ATÉ 1000 LUGARES CAPACIDADE ACIMA DE 1000 LUGARES Assentos para cadeirantes PCR 2 dos lugares disponíveis 20 espaços mais 1 do que exceder 1000 Assentos para pessoas com deficiência vi sual eou auditiva ou mobilidade reduzida PDV ou PMR 2 dos lugares disponíveis 20 espaços mais 1 do que exceder 1000 Assentos para obesos PO 50 dos lugares para cadei rantes deficiência ou mobi lidade reduzida 50 dos lugares para cadei rantes deficiência ou mobi lidade reduzida Fonte Decreto nº 52962004 A posição dos assentos irá variar conforme o ângu lo de visão disponível para pessoas em cadeiras de ro das pois estas não estarão sentadas nos mesmos as sentos do restante do públi co Deve ser prevista altura de 115 m do piso acabado até a linha do horizonte e a partir dela o ângulo de 30º livre de obstáculos até a tela de projeção ou palco conforme Figura 1 Em teatros a altura do palco deve estar abaixo de 115 m para que se possa ter plena visão do espetá culo Os assentos para PMR e PO devem estar junto aos corredores sendo que poltronas com apoio para o braço devem ser do tipo Fonte NBR 90502020 Figura 1 Elevação lateral do cone visual para PCR UNIDADE 04 62 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL basculante ou removível Estes assentos especiais devem estar distribuídos na plateia A circulação entre as fileiras deve ser de no mínimo 60 cm O espaço destinado à PCR pode ocupar parte desta passa gem mas desde que nesta fileira não haja assentos para PMR e PO A posição da cadeira deve estar a 30 cm do assento ao lado conforme Figura 2 Assentos para pessoas obesas devem apresentar dimensões de no mínimo 75 cm e profundidade variando de 47 a 51 cm Junto às cadeiras reservadas a PMR devese prever espaço de 70 cm de comprimento por 40 cm de largura para o cãoguia As poltronas devem possuir identificação em braile O espaço destinado ao público deve estar conectado aos ca marins por uma rota acessível sendo que pelo menos um cama rim deve apresentar condições de acessibilidade 11 BILHETERIAS CAIXAS E BALCÕES DE ATENDIMENTO O mobiliário destinado ao atendimento de clientes deve seguir os seguintes critérios Permitir a aproximação frontal e sinalização adequada A face do atendente deve star bem iluminada para que a interpretação labial seja possível Telas e grades entre o público e o atendente devem ser evitadas pois pessoas com redução na capacidade auditiva podem ter dificuldades Caso isso não seja possível por motivos de segurança devem ser usados amplificadores de voz Quando o número de postos for maior que 6 unidades um deles deve ser acessível ao aten dente em cadeiras de rodas possibilitando espaço para aproximação e giro de 180º Apresentar dimensões conforme Figura 3 Figura 3 Dimensões mesa acessível atendimento e alimentação Fonte NBR 90502020 Fonte NBR 90502020 Figura 2 Posição do assento PCR UNIDADE 04 63 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 2 PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO RESTAURANTES E BARES Para que estes ambientes sejam confortáveis a todos devem ser seguidos critérios quanto ao tamanho das mesas e cadeiras e áreas de circulação Devem ser destinadas a PCR 5 do total de mesas sendo estas ligadas a rotas e a sanitários acessíveis além de estar distribuídas no espaço para que haja opção de escolha Estas mesas devem possuir as mesmas características da Figura 3 devendo haver profundidade mínima livre de 50 cm sobre a superfície da mesa 21 MESAS TAMANHO E DISPOSIÇÃO A forma como os alimentos são servidos pode influenciar no tamanho das mesas Para refeições mais rápidas servidas em buffets ou em praças de alimentação as mesas podem ser menores su ficientes para comportar as bandejas que transportam a refeição Em restaurantes onde a comida é servida a la carte ou rodízio as mesas são maiores para comportar pratos talheres para todos os momentos da refeição e copos para vários tipos de bebida Além disso devem propiciar mais conforto já que o tempo desprendido será maior lembrando que o ato de comer também é consi derado uma atividade de lazer Segundo Panero e Zelnik 1998 as dimensões ideais para uma mesa para duas pessoas é de no mínimo 762 cm e máximo 10160 cm por 762 cm O espaço considerado confortável para a ca deira é de 457 a 61 cm É importante que a estrutura da mesa não reduza o espaço para a perna A Figura 4 mostra a configuração de mesa considerada ótima para 2 pessoas Figura 4 Dimensões ótimas para uma mesa de 2 lugares Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 Para mesas com mais lugares basta aplicar as mesmas dimensões multiplicando os valores pelo número de pessoas Quanto à disposição das mesas é necessário que haja um espaço adjacente à mesa para ser viço pois quando houver garçons este irão parar ao lado da mesa para servir e retirar a louça Além deste deve haver mais um espaço para circulação de pessoas sem que estas esbarrem nos garçons Neste caso as dimensões ótimas são de aproximadamente 457 cm para o serviço e B 457 61 cm C 762 cm K 193 2235 cm L 1016 cm M 203 cm I 406 cm Profundidade ótima UNIDADE 04 64 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 762 cm para circulação das demais pessoas totalizando aproximadamente 120 cm contados da mesa até uma parede ou até outra mesa Quando não há serviço de garçom este espaço irá servir à circulação de pessoas sendo suficiente para que não haja contato físico entre as pessoas que estão sentadas e a que está se deslocando por trás das cadeiras Quando há serviço de garçom as dimensões ótimas estão representadas pela Figura 5 Figura 5 Espaço entre mesas para circulação Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 Em praças de alimentação as bandejas pratos copos temperos etc devem estar dentro da faixa de alcance manual Superfícies para colocação das bandejas devem estar entre 75 e 85 cm do piso garantida circulação de 90 cm 22 CADEIRAS As dimensões apropriadas para altura das cadeiras são deter minadas não somente pelas proporções do corpo humano mas também por fatores como conforto e estilo Cadeiras para longas refeições devem propiciar mais conforto em relação ao encosto e materiais se comparadas a cadeiras em locais de fastfood De modo geral Ching 2019 propõe as dimensões representadas pela Figura 6 Já Panero e Zelnik 1998 propõem que as dimensões ideais sejam as presentadas pela Figura 7 na qual também é possível verificar que o espaço destinado à PCR é maior Fonte Ching 2019 Figura 6 Dimensões ideais para uma cadeira de uso comum D 193 2235 cm E 203 cm F 1016 cm G 457 61 cm H 762 cm Corredor de serviço UNIDADE 04 65 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 7 Medidas para assento e dimensões ótimas para PCR Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 23 BARES Em bares são servidas bebidas e aperitivos As mesas portanto não têm necessidade de com portar jogos de louça sendo em geral menores se compradas as mesas usadas em restaurantes Nestes ambientes também é comum o uso de bancadas mais altas onde são oferecidas as bebi das Nestes espaços deve haver a circulação para os clientes e internamente ao bar há circulação de serviço A Figura 8 ilustra as dimensões ótimas para alturas e circulações tanto nas áreas de serviço quanto na zona destinada aos clientes Figura 8 Dimensões ótimas para circulação e altura em bares Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 D 762 cm G 457 61 cm H Max 787 cm I 762 cm J Min 737 cm Variável Liberação de cadeira de rodas B 457 61 cm D 762 cm F 61 762 cm G 762 914 cm H 711 965 cm I 254 3251 cm J 1067 1143 cm M 178 229 cm N 152 229 cm O 559 66 cm P 1524 175 cm Q 914 1067 cm Parte superior do balcão Banco Espaço atividade cliente Espaço de serviço Apoio para os pés UNIDADE 04 66 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Nestes locais também devem ser previstos lugares para PCR em mesas sendo estas ligadas a rotas e sanitários acessíveis 3 ESPORTE E TURISMO De forma geral espaços destinados à prática de atividades físicas devem estar comunicados a rotas e sanitários acessíveis É feita exceção a quadras com revestimento em grama pois o tráfego de PCR seria dificultado nestes locais 31 PISCINAS A NBR 90502020 dá enfoque especial ao acesso q piscinas pois são locais de alto risco para pes soas com mobilidade reduzida já que podem ser escorregadios em função da proximidade à água Assim é recomendado que o acesso seja realizado de 3 formas por meio da transferência da cadeira de rodas a bancos adjacentes às piscinas escadas ou rampas A Figura 9 representa as dimensões e características de acesso por meio de banco Figura 9 Dimensões para transferência para bancos de piscinas Muitos restaurantes têm proposto escuridão total para simular a experiência na deficiência visual As refeições em geral são servidas por garçons cegos A justificativa é que sem a visão as pessoas apresentam mudanças de comportamento pois devem confiar nos outros sentidos tato olfato gustação e audição Assista a reportagem em httpsbitly3pN2qF8 Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 67 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Pela figura anterior percebese que deve haver espaço para aproximação da cadeira e barras laterais para facilitar a transferência O revestimento do banco deve ser antiderrapante e estar no nível da água Quando o acesso for por rampa a inclinação pode ser de no máximo 833 e ter corrimão nos dois lados a 070 m do piso Caso seja por meio de escadas estas devem ser submersas conforme Figura 10 Figura 10 Dimensões para acesso por meio de escadas a piscinas Fonte NBR 90502020 32 DORMITÓRIOS PARA HOSPEDAGEM Em hotéis motéis e pousadas devem ser disponibilizados quar tos acessíveis sendo que a quanti dade de quartos depende de legis lação local específica Estes devem estar distribuídos pela edificação para que seja possível a escolha por parte do cliente O trajeto até estes ambientes deve ser feito por meio de rotas acessíveis discuti dos na Unidade anterior A Figura 11 representa um quarto acessível sendo exigidas as dimensões mínimas de circulação adjacente as camas e um banheiro acessível 4 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS É importante diferenciar a nomenclatura de banheiro e sanitário sendo que o primeiro contém chuveiros e o segundo não Figura 11 Planta mobiliada com dimensões mínimas de circulação Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 68 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Para que um sanitário ou banheiro seja considerado acessível precisa estar de acordo com a NBR 90502020 em relação aos seguintes fatores Quantidade mínima de sanitários e localização Posição e dimensão das peças sanitárias Acessórios de apoio Características de piso e desníveis Para cálculo da quantidade mínima de sanitários deve ser seguida a Tabela 2 Tabela 2 Número mínimo de sanitários acessíveis USO DA EDIFICAÇÃO SITUAÇÃO NÚMERO MÍNIMO DE SANITÁRIOS COM ENTRADA INDEPENDENTE Públicos A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento Existente Um por pavimento Coletivo A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento A ser reformado 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento acessível Existente Uma instalação sanitária onde houver sanitários Privado de uso coletivo A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento A ser reformado 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por bloco Existente No mínimo 1 Fonte NBR 90502020 Estes sanitários devem estar localizados próximos a rotas acessíveis sendo que as pessoas não devem percorrer trajetos maiores que 50 m para chegar até eles Além disso a entrada precisa ser independente para que permita o acesso com pessoas de sexo diferente para auxílio Dentro do ambiente a posição das peças deve permitir a manobra de pessoas com deficiência de forma que a aproximação para o lavatório e a transferência para o vaso sanitário possa ser feita sem esforço físico excessivo ou obstáculos A Figura 12 ilustra as formas de transferência possíveis frontal lateral e diagonal Figura 12 Tipos de transferência para vasos sanitários Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 69 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL De forma geral deve haver espaço interno com diâmetro de 150 cm para que a manobra da cadeira possa ser realizada a 360º sendo admitida a sobreposição de 10 cm sobre o vaso e 30 cm sobre o la vatório conforme Figura 13 Ralos e outros dispositivos devem estar fora da área de manobra A porta de entrada deve abrir para fora com puxador fixado na parte interna da porta 41 VASOS SANITÁRIOS Os vasos sanitários não podem ter abertura frontal e devem estar à altura entre 43 a 46 cm para adultos o que pode ser obtido pela instalação de degraus abaixo do vaso sanitário A posição das barras de apoio próximas ao vaso depende da sua posição dentro do am biente O vaso pode estar próximo à parede ou não e ainda possuir ou não a caixa acoplada A Figura 14 representa as possíveis posições do vaso e das barras de apoio Figura 14 Posição das barras quando não há parede lateral Fonte NBR 90502020 Figura 13 Sanitário com dimensões mínimas Fonte NBR 90502020 Legenda COTAS ADULTO INFANTIL A 075 060 B 040 025 C 046 036 D 030 015 UNIDADE 04 70 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A descarga pode ser do tipo válvula ou na caixa acoplada ao vaso podendo ainda ser do tipo alavanca ou por dispositivos eletrônicos A papeleira deve estar instalada a uma altura de 100 cm 42 LAVATÓRIOS Os lavatórios devem permitir aproximação de cadeira de rodas de até 30 cm protegendo as pernas do sifão e engates da torneira As torneiras ou misturadores de água devem ser do tipo alavanca de modo que o esforço mínimo seja feito para abertura As barras de apoio dos lavatórios podem ser horizontais e verticais dependendo da posição em relação as paredes do ambiente A Figura 15 representa a posição em planta e elevação das barras em relação ao lavatório Figura 15 Posição das barras em relação ao lavatório Fonte NBR 90502020 As barras de apoio quando fixadas na parede devem estar espaçadas 4 cm para permitir que a mão se encaixe entre o vão da parede e a barra Além disso o espaçamento máximo até a torneira deve ser de 50 cm no máximo para garantir o alcance Os espelhos em frente ao lavatório devem ser posicionados de forma reta vertical a uma altura mínima de 50 cm na parte inferior até pelo menos 180 cm de altura em relação ao piso A altura ideal para acessórios como papeleiras porta toalhas entre outros devem estar posicionados em uma faixa de alcance de 80 a 120 cm do piso 43 BOX DE BANHEIRO O box dos banheiros para pessoas com mobilidade reduzida requer atenção por ser escorre gadia em função da umidade Deste modo o piso deve ser antiderrapante e não devem ser feitos desníveis entre esta área e o restante do banheiro Para escoamento da água do chuveiro é ne cessário um desnível de pelo menos 2 Nesta região é preciso que haja um banco de apoio e que o chuveiro deve ser flexível seja por barra ou desviador manual para que possa ser regulado de acordo com a estatura para facilitar o alcance A Figura 16 ilustra a posição do banco chuveiro e da barra de apoio a Vista superior barras horizontais b Vista superior barras verticais c Vista lateral barras horizontais d Vista lateral barras verticais UNIDADE 04 71 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 16 Posição das barras em relação ao lavatório Fonte NBR 90502020 É importante ter em mente que as transferências de pessoas em cadeiras de rodas para camas cadeiras e vaso exigem grande esforço físico e podem ser arriscados provocando quedas e aci dentes Entretanto são fundamentais para que a pessoa possa ser independente A autonomia para poder desempenhar as atividades cotidianas sem precisar de auxílio garante qualidade de vida para pessoas com mobilidade reduzida Em sanitários as barras de apoio próximas a vasos lavatórios e chuveiros servem de apoio para que os movimentos sejam feitos com segurança REFLITA 44 VESTIÁRIO As cabines de vestiário individuais devem prever área de transferência para bancos podendo ser externas as áreas de manobra para cadeira de rodas com porta abrindo para fora Para acesso ao banco deve haver 2 barras de apoio com espelho disposto conforme Figura 17 Figura 17 Posição das barras em cabines de vestiário UNIDADE 04 72 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Fonte NBR 90502020 Os bancos devem possuir encosto podendo ser a própria parede profundidade mínima de 45 cm e largura mínima de 70 cm a altura de 46 cm do piso Embaixo do assento deve haver altura de 30 cm recuada para permitir manobras Os armários devem ser posicionados a uma altura de 40 cm a 120 cm sendo que a projeção de abertura não pode interferir a área de circulação 5 ESPAÇOS PÚBLICOS PARA O LAZER ESTUDOS DE CASO Nesta seção serão apresentados exemplos de projetos de revitalização para espaços públicos de lazer envolvendo princípios de Desenho Universal e sustentabilidade Grande parte dos centros ur banos possuem parques públicos inclusivos contendo quadras acessíveis trilhas em meio a áreas de preservação acesso a praias playgrounds e centros de recreação 51 PARQUE DA AMIZADE MONTEVIDÉU O Parque da Amizade está localizado ao lado do Planetário sendo o primeiro parque do Uruguai a se tornar totalmente acessível O projeto foi criado pela revitalização do Parque Villa Dolores fazendo parte do compromisso do governo com o tema e tornouse um espaço inclusivo para crianças e jovens independentemente das suas capacidades físicas ou cognitivas A ideia era evitar que as restrições normativas referentes ao assunto refletissem em um design menos atraente A Projetos de qualidade direcionados a pessoas com deficiência auditiva necessitam de cuidados especiais com acústica materiais e iluminação Para compreender um pouco mais sobre o assun to leia o artigo PIÑEIRO Antonia Arquitetura para pessoas com deficiência auditiva 6 dicas de projeto ArchDaily Brasil 31 Mar 2020 Trad Souza Eduardo ISSN 07198906 Disponível em httpsbitly35ZCGhI Acesso em 15 fev 2022 LEITURA UNIDADE 04 73 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL estratégia de projeto foi a criação de um plano ho rizontal sobre a topografia natural servindo como proteção física visual e sonora entre os usuários e o tráfego de veículos A Figura 18 mostra a platafor ma em relação ao restante da área A área entre o parque e as ruas foi concebida como um jardim de plantas diversas que fornecem cor e aroma à prática de brincadeiras Para se tornar inclusivo o parque possui superfícies que propor cionam experiências táteis sonoras e aromáticas 52 REVITALIZAÇÃO DA ANTIGA ÁREA INDUSTRIAL DE SEUL COREIA DO SUL Através da implantação da recémcriada linha ferroviária de Seul foi possível a revitalização no centro da capital de toda essa antiga área industrial conectando assim duas de suas mais im portantes áreas residenciais Com seu plano diretor desenvolvido pelo UNStudio por convite da Hyundai Development Company a acessibilidade e conexão entre os bairros vizinhos foi introdu zindo utilizando recursos urbanísticos permitindo definir novos eixos de circulação e articulação no centro de Seul através de novas pontes e passarelas Outra ferramenta utilizada para melhorar o bemestar de seus moradores foi utilizar parques coberturas verdes e um paisagismo intrusivo como elemento fundamental da reurbanização criando uma oportunidade para os usuários de introduzir no seu cotidiano programas ao ar livre onde a flexibilidade e adaptabilidade gera uma conexão com a cidade A ideia de estabelecer diferentes iniciativas que fomentam o bemestar e a saúde chamada paisagem produtiva faz parte do plano diretor chamado Project H1 juntamente atuando no desenvolvimento comercial que estará alinhado com desenvolvimento dos espaços públicos pró ximos e acessíveis A Figura 19 ilustra uma imagem do Plano Diretor criado e a Figura 20 uma ima gem interna do centro esportivo acessível Fonte ArchDaily Brasil 2015 Figura 18 Parque da Amizade Montevidéu Fonte Cutieru 2021 Figura 19 Imagem do Plano Diretor para Revitalização da antiga área industrial de Seul Figura 20 Imagem interna do centro esportivo acessível UNIDADE 04 74 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 53 ESCOLA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL TAILÂNDIA Localizada na cidade de Pattaya Tailândia foi criado o jardim de infância para crianças com deficiência visual em 2018 No interior da sala forma inseridos painéis vazados para encaixe de formas com diferentes cores textu ras e padrões O aluno progride na medida em que passa a reconhecer por toque as formas mais básicas em seguida dimensiona as relações textura e peso para formas mais complexas como animais Além do aprendizado de Braille as crianças são ensinadas a re conhecer os danos potenciais da vida diária Em cola boração com um especialista em odores as cápsulas perfumadas são projetadas para ensinar os alunos sobre o cheiro de danos potenciais como fogo fuma ça vazamento de gás entre outros O especialista em som fez gravações de vários ambientes para estimular a percepção dos alunos a ruídos A ilumi nação foi projetada para exercitar e estimular a visibilidade em crianças com baixa visão O piso é embutido com letras tácteis em braile tailandês inglês e números para a introdução básica do braile A Figura 21 ilustra o interior da sala com diferentes texturas 54 MODERNIZAÇÃO NO MUSEU JK BRASÍLIA O Memorial JK é um museu localizado em Brasília com projeto assinado por Oscar Niemeyer em home nagem a Juscelino Kubitschek O intuito principal foi o de proporcionar acessibilidade aos expositores por meio do uso de maquetes táteis e painéis de vidro com a projeção de vídeos munidos de legendas entre outros novos expositores conforme Figura 22 A principal preocupação do projeto foi a de receber o público com conforto segurança e acessibilidade CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades desempenhadas nos momentos de lazer são fundamentais para garantir os direi tos de cidadania Para que haja momentos de lazer é necessário estar desimpedido de quaisquer obrigações sociais sejam ela de cunho familiar religiosas e sociais O indivíduo deve escolher qual Fonte ArchDaily 2019 Figura 21 Interior da sala de aula para crianças com deficiência visual Figura 22 Frequentadora do museu utilizando os expositores táteis Fonte ArchDaily Brasil 2016 UNIDADE 04 75 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL atividade deseja desempenhar no seu tempo livre é uma decisão individual Estas devem pro porcionar momentos de prazer satisfação e relaxamento de modo que haja uma interrupção no trabalho e obrigações Atividades ligadas ao lazer podem ser culturais esportivas turísticas ou simplesmente contemplativas Ambientes como parques públicos teatros cinemas praças sejam públicas ou privadas de vem apresentar medidas para que o acesso seja garantido a todos independente de limitações de mobilidade cognição ou deficiências físicas Nos ambientes de uso coletivo privado percebese que há maior facilidade na exigência quanto ao cumprimento das normas já que muitas vezes o espaço fica impedido de ser explorado econo micamente caso não ofereça acessibilidade em seus serviços Porém os ambientes de uso público nos quais a administração pública local toma conta em geral não possuem fiscalização e apresen tam condições precárias de desenho universal A falta de rotas acessíveis nas cidades impede o pleno acesso de todos os indivíduos com segu rança e conforto Sem uma conexão acessível a parques e praças e demais espaços de lazer públi cos e privados os deslocamentos ficam difíceis e acabam por reduzir o interesse de pessoas em ca deira de rodas deficientes e idosos a frequentarem estes locais Deste modo a qualidade de vida fica comprometida já que o convívio social e a prática de atividades físicas se tornam limitadas É importante que os profissionais das áreas de arquitetura urbanismo e design estejam cons cientes destes aspectos e que no futuro as cidades possam realmente propiciar espaços de lazer públicos e privados acessíveis a todos para uma sociedade mais inclusiva e sustentável ANOTAÇÕES 76 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL REFERÊNCIAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 155751 Edificações Habitacionais De sempenho Requisitos Gerais Rio de Janeiro ABNT 2013 NBR 9050 Acessibilidade a edificações mobiliário espaços e equipamentos urba nos Válida a partir de 11102015 Brasília ABNT 2015 NBR 16537 Acessibilidade Sinalização tátil no piso Diretrizes para elaboração de projetos e instalação Rio de Janeiro ABNT 2016 NBR 9050 Acessibilidade e edificações mobiliário espaços e equipamentos ur banos 4 ed Rio de Janeiro ABNT 2020 ARCHDAILY BRASIL Parque da AmizadeMarcelo Roux Gastón Cuña Parque de la Amistad Arch Daily Brasil 20 Jul 2015 Disponível em httpswwwarchdailycombrbr770159parqueda amizademarcelorouxplusgastoncuna Acesso 7 Mar 2022 ISSN 07198906 Modernização e Acessibilidade do Museu JKCité Arquitetura ArchDaily Brasil 12 Nov 2016 Disponível em httpswwwarchdailycombrbr798669modernizacaoeacessibilida dedomuseujkcitearquitetura Acesso 7 Mar 2022 ISSN 07198906 ARCHDAILY Classroom Makeover For The BlindCreative Crews ArchDaily 28 Set 2019 Disponí vel em httpswwwarchdailycom918942classroommakeoverfortheblindcreativecrews Acesso em 7 Mar 2022 ISSN 07198884 BATISTA Claudia R et al Design para acessibilidade e inclusão Editora Blucher 2017 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788580393040 BRASIL Decreto nº 5296 de 2 de dezembro de 2004 Regulamenta as Leis nos 10048 de 8 de novembro de 2000 que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica e 10098 de 19 de dezembro de 2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras pro vidências Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato200420062004decreto d5296htm Acesso em 25 fev 2022 Agência Nacional De Transportes Terrestres Cartilha de Acessibilidade Ministério dos Transportes 2009 Disponível em httpinclusaocoppeteccoppeufrjbrdocumentosacessi bilidadeanttpdf Acesso em 15 fev 2022 CAMBIAGHI Silvana Desenho Universal métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas 2º ed São Paulo Editora Senac 2011 CETSP Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo Manual de Sinalização Urbana Regu lamentação de Estacionamento e Parada Novembro de 2016 Disponível em httpwwwcetsp combrmedia392055msuvol10parte5deficientefisicorev05pdf Acesso em 25 jan 2022 CHING Francis D K e BINGGELI Corky Arquitetura de Interiores Ilustrada Grupo A 2019 Reti rado de httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788582605165 77 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL COLLEGE OF DESIGN The Center for Universal Design NC State University 2000 Disponível em httpsprojectsncsueduncsudesigncudindexhtm Acesso em 25 fev 2022 CUTIERU Andreea UNStudio apresenta plano diretor para reurbanização de antiga área industrial em Seul UN Studio Reveals Design of 10Minute Neighbourhood for Seoul ArchDaily Brasil 09 Nov 2021 Trad Libardoni Vinicius Disponível em httpswwwarchdailycombrbr971229 unstudioapresentaplanodiretorparareurbanizacaodeantigaareaindustrialemseul Acesso em 7 Mar 2022 ISSN 07198906 GARCIAS Carlos Mello e BERNARDI Jorge Luiz As Funções Sociais da Cidade Revista Direitos Fundamentais e Democracia vol 4 2008 MONTENEGRO Gildo A Desenho arquitetônico Editora Blucher 2001 Disponível em https integradaminhabibliotecacombrbooks9788521214878 MONTENEGRO Nadja GS Dutra SANTIAGO Zilsa Maria P Santiago SOUSA Valdenice Costa Guia de Acessibilidade Espaço Público e Edificações Fortaleza SEINFRACE 2009 Disponível em httpwwwsolucoesparacidadescombrwpcontentuploads201002012020GUIA DEACESSIBILIDADECEARApdf Acesso em 22 fev 2022 NATIONAL ASSOCIATION OF HOME BUILDERS RESEARCH CENTER Residential Remodeling and Universal Design Making Homes More Comfortable and Acessible US Department of Housing and Urban Development1996 NEUFERT Ernst Arte de projetar em arquitetura 18 ed Ren e atual Editora Gustavo Gili 2013 NULL Roberta Universal Design Principals and Methods Boca Raton Taylor and Francis Group 2014 IDA Itiro Ergonomia Projeto e Produção Editora Blucher 2005 Disponível em httpsintegra daminhabibliotecacombrbooks9788521215271 PANERO Julius ZELNIK Martin Las Dimensiones Humanas em los Espacios Interiores México Ediciones Gustavo Gili 1984 PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Manual de Calçada Acessível PetrópolisRJ 2019 Dis ponível em httpswwwpetropolisrjgovbrpmpphocadownloaddestaques2019agosto manualdecalcadaacessivelpetropolispdf Acesso em 15 fev 2022 PREISER Wolfgang SMITH Korydon Universal Design Handbook 2 ed Nova Iorque McGranHill 2011 SBARRA Marcelo Dormitório acessível área de circulação mínima NBR 90502020 Marcelo Sbarra São Paulo 02 set 2020 Disponível em httpsmarcelosbarracom20200912dormito rioacessivelareadecirculacaominimanbr90502020 Acesso em 25 de fev 2022 SHAHROM Siti K ZAINOL Rosilawati Universal design in housing for people with disabilities a review Journal of Design and Built Environment vol 15 nº1 2015 Disponível em httpmjs umedumyindexphpjdbearticleview53513136 Acesso em 15 fev 2022 SOUZA Dulce América D et al Ergonomia do ambiente construído Grupo A 2019 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595029675 WACHOWICZ MC Ergonomia Curitiba IFPR 2013
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DESENHO UNIVERSAL EDIÇÃO ABRIL2022 EAD DIRIGENTES PRESIDÊNCIA Prof Dr Clèmerson Merlin Clève REITORIA Prof Me Alessandro Kinal DIRETORIA ACADÊMICA EAD Profa Me Daniela Ferreira Correa DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL Profa Me Márcia Maria Coelho DIRETORIA EXECUTIVA Profa Esp Silmara Marchioretto COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD Prof Me João Marcos Roncari Mari COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓSGRADUAÇÃO EAD Prof Me Marcus Vinícius Roncari Mari AUTOR Profa Ma Ana Paula Bender COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD Esp Janaína de Sá Lorusso PROJETO GRÁFICO Esp Janaína de Sá Lorusso Esp Cinthia Durigan DIAGRAMAÇÃO Renata Arins REVISÃO Esp Ísis C DAngelis Esp Idamara Lobo Dias PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Esp Dante Candal Estúdio NEAD Núcleo de Educação a Distância UniBrasil ORGANIZAÇÃO NEAD Núcleo de Educação a Distância UniBrasil IMAGENS Shutterstock FICHA TÉCNICA EAD SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL UNIDADE 01 INTRODUÇÃO AO DESENHO UNIVERSAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 6 INTRODUÇÃO 7 1 DESENHO UNIVERSAL 7 11 Histórico e Evolução8 12 Conceito de Desenho Universal 10 2 PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES 11 21 Uso equiparável 12 22 Uso flexível 12 23 Fácil de entender 12 24 Informação perceptível 13 25 Tolerância ao erro 13 26 Esforço mínimo 14 27 Dimensionamento de espaços para acesso e uso de todos os usuá rios 14 3 ERGONOMIA 15 31 Antropometria 16 32 Biomecânica 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 UNIDADE 02 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS E ES PAÇOS DE TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 23 INTRODUÇÃO 24 1 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS 24 11 Entradas 27 12 Cozinhas 29 13 Lavanderias 32 14 Banheiros 33 15 Dormitórios 35 2 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE TRABALHO 37 SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 21 Adequação dos postos de trabalho 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40 UNIDADE 03 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ACESSOS E ESPAÇO URBANO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 42 INTRODUÇÃO 43 1 ACESSIBILIDADE 43 11 Princípios antropométricos 44 12 Circulação horizontal 45 13 Circulação vertical 46 14 Circulação externa 51 15 Vagas de estacionamento 54 16 Mobiliário urbano56 CONSIDERAÇÕES FINAIS 58 UNIDADE 04 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE LAZER OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 59 INTRODUÇÃO 60 1 CINEMAS TEATROS E AUDITÓRIOS 60 11 Bilheterias caixas e balcões de atendimento 62 2 PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO RESTAURANTES E BARES 63 21 Mesas tamanho e disposição 63 22 Cadeiras 64 23 Bares 65 3 ESPORTE E TURISMO 66 31 Piscinas 66 32 Dormitórios para hospedagem 67 4 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS 67 41 Vasos sanitários 69 42 Lavatórios 70 SUMÁRIO UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 43 Box de banheiro 70 44 Vestiário 71 5 ESPAÇOS PÚBLICOS PARA O LAZER ESTUDOS DE CASO 72 51 Parque da Amizade Montevidéu 72 52 Revitalização da antiga área industrial de Seul Coreia do Sul 73 53 Escola para Pessoas com Deficiência Visual Tailândia 74 54 Modernização no Museu JK Brasília 74 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74 REFERÊNCIAS 76 UNIDADE VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3MC4JUm httpsbitly38LR2TW httpsbitly3FbLy1i OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 01 INTRODUÇÃO AO DESENHO UNIVERSAL Nesta Unidade serão apresentados o conceito de Desenho Universal seus princí pios e aplicações com o objetivo de Conhecer o histórico e evolução do pensamento acerca da deficiência física Compreender o conceito de Desenho Universal Compreender os sete princípios relacionado ao Desenho Universal Compreender os conceitos relacionados à ergonomia antropometria e biomecânica UNIDADE 01 7 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Profissionais voltados ao desenho como arquitetos e designers sempre buscaram a melhor interação do corpo humano com o espaço físico que o circunda O homem vitruviano Da Vinci e o modulador de Corbusier representam a busca pelas proporções ideais do corpo humano de forma que os ambientes fossem projetados para atender estas medidas com foco em indivíduos cujas habilidades físicas eram consideradas normais Pessoas com deficiências físicas ou mentais não eram consideradas durante a criação de ambientes construídos e cidades nem mesmo faziam parte do convívio social da comunidade Buscando uma sociedade mais inclusiva leis e normas contra a discriminação foram criadas em favor das minorias de modo a recuperar a dignidade e autonomia de pessoas com deficiências físicas A acessibilidade urbana e a edifícios passou a ser considerada eliminando as barreiras e obstáculos que impediam o acesso e mobilidade com segurança e liberdade Entretanto com o avanço da medicina e redução das taxas de mortalidade a população mun dial envelheceu Este fato trouxe a reflexão de que o corpo humano envelhece fazendo com que as capacidades sensoriais motoras e muitas vezes mentais fiquem reduzidas mesmo em indiví duos considerados normais havendo necessidade de rever o espaço físico para que atenda esta nova condição com autonomia e segurança Portanto indivíduos sem algum tipo de deficiência passam por fases em que o corpo humano demanda uma revisão do ambiente físico como crian ças grávidas pessoas com fraturas momentâneas entre outras Deste modo o Desenho dito Universal deve ser direcionado a todas as pessoas em todas as fases e situações e não somente as pessoas com deficiência embora sejam estas as mais vulnerá veis Para que esta realidade seja possível leis e normas a respeito do desenho de cidades edifi cações e produtos devem incorporar este conceito visando uma sociedade onde todos possam ter as mesmas condições de igualdade e oportunidade Embora as leis tenham evoluído no final do século XX e início do XXI rumo a uma sociedade mais conectada e inclusiva muito precisa ser feito para que de fato as cidades edificações e produtos sejam efetivamente acessíveis a todos Ainda há inúmeros empecilhos para que as pessoas pos suam acesso livre ao espaço urbano e ao interior de edifícios o que compromete sua dignidade e capacidade de viver em sociedade Deste modo o conhecimento sobre o tema é de extrema relevância na formação de profissionais de desenho e da construção civil 1 DESENHO UNIVERSAL O debate a respeito do desenho universal se iniciou pela adaptação de produtos e ambientes para pessoas com algum tipo de deficiência cuja habilidade de locomoção visão audição e capa cidade cognitiva encontravase comprometida De modo a garantir o direito à cidadania e plena liberdade para estes indivíduos foram criadas leis e normas para remoção de barreiras físicas que limitavam a total autonomia UNIDADE 01 8 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL No tocante à arquitetura e ao planejamento urbano foram iniciados estudos a respeito de ergonomia e acessibilidade Áreas de circulação em vias públicas deveriam ser adaptadas para remoção de obstáculos como desníveis bancos placas de publicidade e comunicar de forma clara o trajeto mais seguro a ser percorrido Em ambientes internos os espaços de circulação sofreram alterações para permitir a passagem de cadeiras de rodas e um tipo específico de mobiliário foi criado para que a independência no uso dos ambientes pudesse ocorrer de forma plena Entretanto a evolução da medicina e redução das taxas de natalidade tornaram a população mun dial predominantemente idosa A diminuição da mobilidade e da cognição em decorrência da idade chamou atenção para uma nova reflexão acerca do debate sobre acessibilidade já que todos em al gum momento precisariam de cidades edifícios e produtos adaptados Mesmo pessoas sem defici ência alguma poderiam ser beneficiadas por estas alterações como pessoas com carrinhos de bebê ou malas crianças pequenas pessoas de baixa ou alta estatura pessoas obesas e mulheres grávidas Deste modo foi proposto o conceito de Desenho Universal no qual o foco são todos os indiví duos e não apenas um grupo sendo que a deficiência é apenas uma das várias características que um indivíduo pode apresentar A aplicação de estratégias visando o desenho universal parte da premissa de que produtos e ambientes construídos devem ser flexíveis e acessíveis para garantir a facilidade de uso para todos os indivíduos priorizando a segurança 11 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO Na Antiguidade Clássica Grécia e Roma as habilidades físicas eram importantes para as guerras travadas na conquista de novos territórios Indivíduos com deficiências físicas eram desconside rados do convívio social Conforme Cambiachi 2011 crianças nascidas em com algum tipo de deficiência eram vistas como incapazes e deixadas à morte em ambiente hostil Na Idade Média era comum o asilamento destas pessoas em instituições religiosas e mais tarde em instituições de caridade sendo isoladas e sem participação na sociedade Este hábito começou a mudar a partir do fim da Segunda Guerra Mundial quando muitos soldados retorna ram para as famílias com membros comprometidos ou mesmo mutilados Considerados heróis de guerra eram membros valorizados e ativos da sociedade não sendo afastados do convívio familiar por sua condição física Em países escandinavos a partir de 1950 foram aplicadas normas com o objetivo de facilitar o deslocamento permitindo que qualquer pessoa independente de idade sexo incapacidade e percepção pudesse vier de forma confortável Na Inglaterra Estados Unidos e Suécia a partir de 1960 começaram a surgir especificações so bre a acessibilidade de edifícios para pessoas com deficiência Em 1968 a organização Reabilitação Internacional propôs um concurso para desenho de um símbolo universal de identificação de pessoas com deficiência A ganhadora do concurso foi a di namarquesa Susanne Koefoed e o símbolo proposto Figura 1 é ainda utilizado para comunicar acessibilidade internacionalmente UNIDADE 01 9 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 1 Forma B de comunicação de acessibilidade Fonte NBR 90502015 A partir de 1970 a ONU intensificou o debate acerca da acessibilidade e ergonomia com a pro mulgação da Declaração dos Direitos das Pesso as Deficientes conceituando a pessoa deficiente como qualquer pessoa que em decorrência de uma deficiência congênita ou não em sua capaci dade física ou mental estivesse impossibilitada de cumprir sem ajuda total ou parcial as exigências de uma vida individual e social normais CAMBIA CHI 2011 p 24 Nesta ocasião foi proposto o desenho livre de barreiras aplicado ao planejamento de cidades e edifícios Um ambiente sem barreiras permite o livre deslocamento com segurança dignidade e independência de forma que todas as pessoas inclusive as que possuem algum tipo de deficiência física ou mental possam circular pelo meio urbano e no interior das edificações Em 1980 ocorreu o marco histórico da acessibilidade nos Estados Unidos quando ocorreu a criação do Americans with Disabilities Act ADA sendo que neste documento foram estabele cidas leis que proibiam a discriminação de pessoas com algum tipo de incapacidade e promovia o acesso aos edifícios ambientes de trabalho e transporte público No Brasil a primeira norma técnica sobre o assunto foi promulgada em 1985 a NBR 9050 Des de então a norma passou por quatro revisões em 1994 2004 2015 e 2020 A primeira versão da norma apresentava o título de Adequação das edificações e do mobiliário à pessoa deficiente e portanto o foco não estava na concepção e sim na adequação da antiga estrutura para dar suporte à mobilidade A primeira revisão feita em 1994 acrescenta o termo acessibilidade e incorpora o ambiente urbano Entretanto somente na terceira versão da norma apresenta em sua formulação os conceitos de Desenho universal debatidos na década de 80 na maioria dos países A última ver são de 2020 se apresenta mais completa e detalhada O conceito de deficiência ainda é um assunto em constante evolução Os últimos debates acer ca do assunto reforçam a influência do ambiente construído sobre a pessoa dita deficiente pois se o espaço é capaz de promover conforto independência e segurança a deficiência passa a não ser um fator limitante à liberdade individual Além disso as barreiras físicas existentes influenciam também as pessoas ditas normais porém que se encontram com limitações como grávidas O símbolo internacional de acessibili dade não é o único símbolo que deve ser reconhecido Diversos símbolos são utilizados na comunicação para facilitar a acessibilidade e inclusão Para conhecer outros símbolos acesse httpsbitly3pyvq3d Acesso em 15 fev 2022 SAIBA MAIS UNIDADE 01 10 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL obesos pessoas com fraturas temporárias e idosos Assim refletindo sobre a temática percebese que o desenho não deve ser direcionado a um determinado grupo e sim pensado de forma abran gente a todos os usuários 12 CONCEITO DE DESENHO UNIVERSAL O termo Desenho Universal foi utilizado pela primeira vez em 1987 por um grupo de arquitetos na Carolina do Norte EUA mais especificamente Ron Mace arquiteto e usuário de cadeira de rodas O objetivo foi a criação de estratégias para o desenho de ambientes e produtos visando a maior usabilidade pela maior quantidade de pessoas possível ou seja não direcionar o desenho somente para a pessoas com deficiência mas a todas as pessoas A ideia representa uma quebra do paradigma do desenho baseado nas proporções de um ser humano dito normal já que gran de parte da população não se enquadra nestas condições mesmo não apresentando deficiências Ao longo da vida o ser humano passa por adaptações em seu corpo Quando criança apresenta dificuldades de alcance a objetos e acesso sua segurança fica comprometi da pois a criança não foi pensada como usuária Um exem plo é que ao tentar acessar um determinado objeto ao alto em um mobiliário inadequado para sua altura pode haver quedas pondo em risco a segurança conforme Figura 2 Ao chegar na forma adulta limitações físicas como baixa ou alta estatura peso ou gravidez podem reduzir as possi bilidades de acesso a um determinado produto ou limitar a mobilidade Um exemplo disso são as portas de acesso a edificações pois o padrão mais utilizado são as de 080 m de largura e 210 m de altura Um indivíduo mais alto entretanto podese sentir desconfortável ao ter que se abaixar para passar por estas dimensões A redução de mobilidade também pode ocorrer em pes soas carregando carrinhos de bebê ou de supermercado além de malas ou seja não se trata apenas em pessoas de cadeiras de rodas Ao chegar na idade mais avançada os idosos também podem ter sua mobilidade visão e audição afetados bem como sua capacidade cognitiva Desta forma o Desenho Universal não tem como foco somente pessoas com deficiência mas todos os indivíduos em todas as idades tamanhos e habilidades Todos devem utilizar produtos e espaços de forma independente e intui tiva sem que haja necessidade de adaptação ou que envolva soluções tecnológicas com altos recursos financeiros investidos para tal Este conceito consequentemente tem se tornado parte importante da arquitetura planeja mento urbano e desenho industrial sendo a chave para inclusão social Por meio de uma socieda Figura 2 Criança tentando acessar gaveta ao alto Figura 3 Uso das barras de segurança por idosa em lavatório sanitário UNIDADE 01 11 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL de mais conectada e inclusiva devese remover as barreiras físicas que ainda impedem as pessoas ao acesso livre do espaço urbano edifícios e mobiliário de modo a não comprometer sua dignida de e capacidade de viver em sociedade 2 PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES As principais premissas que regem o Desenho Universal são que produtos e ambientes devem ser concebidos com o intuito de promover Suporte deve colaborar na função para a qual foi concebido Como exemplo podese citar uma luminária adicional sobre uma bancada de trabalho a qual pode ser acesa quando for necessária uma maior precisão visual Adaptabilidade deve servir a maioria dos indivíduos não importando suas necessidades e características pessoais como idade altura e habilidades motoras Por exemplo uma cadei ra de escritório que possui regulagem de altura podendo ser utilizada em ambientes comer ciais e residências adaptandose a altura do indivíduo Acessibilidade remoção das barreiras físicas que possam impedir ou atrapalhar a mobilida de de todos os indivíduos Por exemplo a remoção do meiofio de uma rua para permitir a passagem de um indivíduo em cadeira de rodas É importante perceber que a questão de acessibilidade muitas vezes é entendida como sinônimo do Desenho Universal porém re presenta somente uma parte da temática sendo este muito mais abrangente Um exemplo de acessibilidade pensada dentro do Desenho Universal é a largura das portas Portas mais largas podem ser benéficas não só para pessoas em cadeiras de rodas mas para construto res e empreiteiros que passam com máquinas mobília e objetos maiores dentro das edifi cações bem como pode facilitar o acesso de pessoas obesas e de macas em emergências Deste modo percebese que é pensado para todos os indivíduos e não somente para um determinado grupo Segurança deve proteger as pessoas de riscos à saúde e bemestar podendo ser corretiva ou preventiva Como exemplo de segurança preventiva podese citar um alarme de incêndio que além de sonoro produza um efeito de luz de modo a atender pessoas com deficiência visual e auditiva Como exemplo de segurança corretiva podese citar a pintura de um desnível no piso com cor intensa o qual pode impedir a queda de pessoas pela identificação do contraste Estas quatro premissas foram criadas com o intuito de estimular o ensino do conceito e gerar subsídios para a avaliação de ambientes e produtos O refinamento destas premissas levou a ela boração dos sete princípios que regem o Desenho Universal os quais são Uso equiparável Uso flexível Fácil de entender UNIDADE 01 12 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Informação perceptível Tolerância ao erro Esforço mínimo Dimensionamento de espaços para acesso e uso de todos os usuários A seguir serão detalhados estes princípios bem como serão dados exemplos de aplicação de cada um 21 USO EQUIPARÁVEL Com objetivo de ser útil para pessoas com diversas habi lidades ou seja deve Prover as mesmas condições de uso para todas as pes soas idêntica quando possível equivalente quando não Evitar segregação e estigma de todos os usuários Tornar a privacidade e segurança disponíveis Tornar o desenho atraente A Figura 4 ilustra uma edificação ausente de rampas de acesso Ao não possuir o desenho com princípio igualitário acaba segregando e discriminando pessoas com habilidade motora reduzida ou em cadeiras de rodas 22 USO FLEXÍVEL Acomodar uma gama de preferências individuais e ha bilidades ou seja deve prover múltiplas formas de fazer a mesma coisa Prover opções de métodos de uso Possibilitar o acesso e uso a destros e canhotos Facilitar a precisão Prover adaptabilidade ao uso A Figura 5 contém imagem de produto direcionado tanto para usuários destros quanto canhotos 23 FÁCIL DE ENTENDER Ser simples intuitivo fácil de compreender independente da experiência conhecimento lin guagem capacidade de concentração Figura 4 Pessoa em cadeira de rodas sem acesso à edificação Figura 5 Mouse Ambidestro UNIDADE 01 13 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Ser consistente com as expectativas e intuição do usuário Acomodar uma série de habilidades linguísticas e de leitura Disponibilizar as informações facilmente perceptíveis em ordem de importância A Figura 6 ilustra a informação de acesso a um banheiro de deficientes podendo ser usado tanto por homens quanto por mulheres deficientes Figura 6 Símbolos universais de identificação em banheiro por ordem hierárquica 24 INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL Comunicar a informação efetivamente ao usuário indepen dentemente das condições do ambiente ou as habilidades sen soriais do usuário Maximizar a clareza da informação essencial Usar diferentes modos para apresentação da informação símbolos informação sonora tátil com redundância Disponibilizar contraste adequado Promover o uso de diferentes tecnologias ou dispositi vos que possam ser usados por pessoas com limitações sensoriais A Figura 7 ilustra uma exposição em museu com obras de arte em relevo A linguagem em braile também se enquadra neste princípio 25 TOLERÂNCIA AO ERRO Minimizar perigos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais ou seja tornar difícil para o usuário cometer erros e se cometer o erro não deve resultar em danos à pes soa e ao produto Indicar avisos sobre possíveis erros e perigos Fornecer recurso à prova de falhas Desestimular a ação inconsciente de ações que requerem atenção Fonte Museu Nacional do Prado MadriDivulgação Figura 7 Quadro com relevo para entendimento por deficientes visuais UNIDADE 01 14 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Um exemplo de aplicação são os sensores de para abertura de portas de elevadores a porta não fecha enquanto os dispositivos detectarem a presença de um obstáculo A Figura 8 ilustra uma área de banho com barras de apoio e banco de forma a minimizar o risco de quedas já que a pessoa pode segurarse nas barras ou sentar 26 ESFORÇO MÍNIMO Deve ser usado com eficiência e conforto e o mínimo de fadiga Permitir que o usuário mantenha postura natural Usar pouco esforço na operação Minimizar ações repetitivas Minimizar os esforços físicos que não puderem ser evitados Exemplos da aplicação deste princípio são maçanetas de alavanca para abertura de portas e as portas automáticas para acesso às edificações 27 DIMENSIONAMENTO DE ESPAÇOS PARA ACESSO E USO DE TODOS OS USUÁRIOS Deve prover dimensão e espaço apropriados para aproximação alcance manipulação e uso independentemente do tamanho pos tura e mobilidade corporais Possibilitar alcance visual a pessoas sentadas ou em pé Alcance de componentes de forma confortável Acomodar variações de tamanho de mãos e pegada Adequar espaços e suas dimensões acesso de elementos ne cessários a atividade cotidiana A Figura 9 exemplifica a aplicação deste princípio no dimensio namento de sanitários para pessoas com deficiência Figura 8 Área de banho com barras de apoio e banco Fonte ABNT NBR 90502020 Figura 9 Dimensões para alcance ao lavatório A arquiteta Silvana Cambiaghi é mestre em acessibilidade e produziu diversos livros e também um curso online sobre o assunto Assista a um deles através do link a seguir tentando compreender de que forma os princípios de Desenho Universal podem contribuir para a acessibilidade no meio urbano Disponível em httpsbitly3IRejBn Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO UNIDADE 01 15 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 3 ERGONOMIA Muitos dos princípios de Desenho Universal dependem da interação entre o corpo humano e o ambiente que o circunda e com os objetos utilizados no desempenho das atividades Um degrau de escada desproporcional ao passo ou aos pés humanos por exemplo pode acarretar quedas e acidentes ou ainda pode demandar maior esforço físico Desta forma o atendimento aos prin cípios de Desenho Universal deve levar em conta os aspectos ergonômicos do ambiente e ferra mentas de trabalho A ciência responsável pelo estudo destas interações denominase Ergonomia A palavra ergonomia provém da junção de ergon trabalho e nomos normas sendo o traba lho qualquer atividade desempenhada pelo ser humano A relação entre homemmáquina começou a ser discutida durante a Revolução Industrial no sec XVIII por meio das pesquisas de Taylor O modo e tempo de execução de cada atividade era observado e a partir disso melhorado e padronizado O intuito era obter a maior eficiência possí vel ignorando possíveis danos aos trabalhadores Em paralelo foram iniciados estudos científicos multidisciplinares com engenheiros fisiologistas e psicólogos os quais relacionaram a baixa pro dutividade as condições de trabalho e a relação entre indivíduos e não à má vontade dos traba lhadores como no método Taylorista Esta linha de pesquisa evolui ao longo das gran des guerras mundiais quando muitos problemas relacionados ao manuseio de máquinas e equipa mentos foram solucionados no setor militar Após a Segunda Guerra Mundial a mesma lógica passou a ser aplicada ao uso cotidiano Percebeuse que as ca racterísticas físicas e cognitivas do ser humano não eram contempladas no desenho dos produtos o que facilmente induzia ao erro Diversos estudos surgiram sobre o assunto culminando no surgimento da Ergo nomia como ciência em 1949 Ao contrário do mode lo Taylorista defendia que a produtividade máxima é alcançada quando o indivíduo sente conforto na exe cução das atividades O modelo de linhas de produção foi substituído por grupos autônomos Nes te sistema o grupo é responsável pela completa montagem ou produção de um produto cabendo a cada um dos trabalhadores definir sua própria tarefa e intercalar as funções Assim movimentos repetitivos e monótonos são evitados e a produtividade é maior A Figura 10 ilustra as diferenças entre as duas formas de trabalho O objetivo da ergonomia é o estudo do sistema produtivo a fim de reduzir as consequências negativas sobre a saúde das pessoas Assim as características físicas dos indivíduos são observadas e o espaço físico e as ferramentas utilizadas são projetadas para que não haja esforço excessivo e que a repetição de tarefas não cause situações de estresse acidentes e doenças ocupacionais promovendo satisfação e eficiência como consequência Fonte Ida 2005 Figura 10 Diferença entre o sistema de linha de produção e grupos autônomos UNIDADE 01 16 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A Ergonomia se divide em três áreas de especialização Ergonomia física trata do estudo da anatomia humana antropometria fisiologia e biomecânica Ergonomia Cognitiva processos mentais como percepção memória e raciocínio Ergonomia Organizacional otimização dos sistemas sociotécnicos Para a aplicação dos princípios de Desenho Universal em projetos de ambientes construídos e objetos será focada a Ergonomia física a qual contêm informações importantes para o correto dimensionamento 31 ANTROPOMETRIA A antropometria deriva do grego anthropos homem e metria medidas é a ciência derivada da antropologia responsável pelo estudo do corpo humano e as dimensões de suas partes Sua principal aplicação é fornecer dados quanto à altura peso medidas de dedos dos pés e das mãos para que a partir destas sejam estabelecidos os projetos de produtos e ambientes O corpo humano passou a ser utilizado como unidade de medida a partir do sec XX com a di fusão dos estudos sobre ergonomia e pela necessidade do mercado em criar produtos capazes de atender a maioria das pessoas A busca por melhores condições de trabalho e a preocupação com a saúde laboral também demandou as dimensões de alcance e do corpo em movimento Deste modo a antropometria fornece dados sobre as dimensões estruturais ou estáticas com o corpo humano em repouso e dimensões dinâmicas com o corpo em movimento 311 DIMENSÕES ESTÁTICAS As dimensões estruturais não são idênticas para todos os seres humanos Em função disso po dem ser utilizadas médias globais ou medidas mais específicas direcionadas a um grupo depen dendo da aplicação Se um produto é criado com foco em mulheres asiáticas idosas por exemplo deve ser levado em conta o sexo idade e a etnia do público predominante Existem diferenças antropométricas entre sexos sendo que homens tendem a apresentar om bros mais largos e quadris estreitos e estatura em geral maior que as mulheres A Figura 12 ilustra as diferenças entre as dimensões para os sexos sendo consideradas as medidas antropométricas mais utilizadas Será que o trabalho realizado por você em seu computador está adaptado as dimensões de seu corpo Assista ao vídeo e reflita sobre sua própria condição de trabalho e estudos Caso não seja adequada poderá trazer inúmeros problemas de saúde a médio e longo prazo Assista ao vídeo em httpsbitly3sNqGJ4 Acesso em 15 fev 2022 REFLITA UNIDADE 01 17 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 12 Medidas antropométricas gerais para homens e mulheres Fonte Ida 2005 Tabela 1 Dimensões antropométricas de adultos norteamericanos MEDIDAS CM MULHERES HOMENS 5 50 95 D P 5 50 95 D P 1 CORPO EM PÉ 11 Estatura corpo ereto 12 Altura dos olhos em pé 13 Altura dos ombros em pé 14 Altura do cotovelo em pé 15 Altura do centro da mão em pé 18 Profundidade do tórax 15278 14152 12409 9263 7279 2086 16294 15161 13336 9979 7903 2394 17373 16213 14320 10740 8551 2778 636 625 579 448 386 211 16469 15282 13416 9952 7779 2096 17558 16339 14425 10725 8465 2432 18665 17429 15456 11528 9152 2804 668 657 620 481 415 215 2 CORPO SENTADO 21 Altura da cabeça sentado a partir do assento 22 Altura dos olhos sentado a partir do assento 23 Altura dos ombros sentado acima do assento 24 Altura do cotovelo acima do assento 26 Comprimento nádega joelho sentado 29 Comprimento nádegapoplítea sentado 211 Altura das coxas acima do assento 213 Largura dos quadris sentado 7953 6846 5091 1757 5421 4400 1404 3425 8520 7387 5555 2205 5889 4817 1589 3845 9102 7943 6036 2644 6398 5277 1802 4322 349 332 286 268 296 266 121 272 8545 7350 5485 1841 5690 4581 1486 3287 9139 7920 5978 2306 6164 5004 1681 3668 9719 8480 6463 2737 6674 5455 1899 4116 356 342 296 296 299 266 126 252 3 CABEÇA 32 Largura da cabeça 34 Distância entre olhos 35 Circunferência da cabeça 1366 566 5225 1444 623 5462 1527 685 5705 049 036 146 1431 588 5427 1517 647 5677 1608 710 5935 054 037 154 UNIDADE 01 18 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL MEDIDAS CM MULHERES HOMENS 5 50 95 D P 5 50 95 D P 4 MÃOS 41 Comprimento da mão 44 Largura da palma 45 Circunferência da palma 1650 734 1725 1805 794 1862 1969 856 2003 097 038 085 1787 836 1985 1938 904 2138 2106 976 2303 098 042 097 5 PÉS 51 Comprimento do pé 52 Largura do pé 2244 816 2444 897 2646 978 122 049 2488 923 2697 1006 2920 1095 131 053 7 PESO Kg 392 6201 848 138 577 7849 993 126 Fonte Kroemer et al 1994 apud IDA 2005 Diferenças étnicas produzem diferentes relações de proporção e dimensões como altura peso comprimento dos membros en tre outros Isso significa que um produto ou uma ferramenta con fortável para a maioria de brancos norteamericanos não será confor tável para a maioria de japoneses por exemplo A Figura 13 ilustra algumas destas dimensões para brancos e negros americanos bra sileiros e japoneses As condições de mobilidade dos indivíduos também podem acarretar no uso de ferramen tas de suporte como andadores cãesguia bengalas entre outros Nestes casos o espaço disponível deve se adequar para que as tare fas possam ser feitas com seguran ça e conforto Para identificar quais dimensões serão utilizadas no desenvolvimento do projeto devem ser observados os seguintes critérios de aplicação das medidas antropométricas Os projetos são dimensionados para a média da população Para produtos de uso coletivo são usadas as medidas médias tendo em mente que nem todos ficarão confortáveis Como referência podem ser usadas tabelas Figura 13 Proporções corporais para diversas etnias Fonte Wachowicz 2013 Figura 14 Medidas antropométricas para pessoas com mobilidade reduzida Fonte Adaptado de NBR 90502015 UNIDADE 01 19 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Os projetos são dimensionados para um dos extremos da população Neste caso emprega se o percentil de 5 ou 95 No caso da medida altura por exemplo o produto seria direcio nado as pessoas mais altas ou mais baixas da população Os projetos são dimensionados para uma faixa da população É o caso de vestuário e calça dos onde há uma faixa com variação para atender diferentes tamanhos O projeto apresenta dimensão flexível Como exemplo temse as cadeiras com altura ajustá vel de forma a atender pessoas com alturas variadas O projeto é adaptado ao indivíduo Neste caso as medidas antropométricas devem ser le vadas em conta para um produto mais personalizado Como exemplo podese se citar uma roupa feita sob medida ou uma estação de trabalho personalizada para a dimensões de um determinado indivíduo De um modo geral devese analisar a situação e escolher o critério que melhor se aplica con siderando os custos para implantação Sempre que for possível medidas antropométricas podem ser realizadas para estabelecer a média para um determinado públicoalvo Em relação ao projeto de ambientes esta tarefa pode ser complicada já que dificilmente haverá um público preesta belecido Assim devese considerar as possibilidades de ajuste de mobiliário e layout para que o usuário seja capaz de realizar suas tarefas com o maior conforto possível 312 DIMENSÕES DINÂMICAS O conhecimento das medidas dinâmicas é importante para o dimensionamento de ambientes e produtos pois fornece dados sobre o alcance sem que haja esforço físico excessivo tanto para as superfícies horizontais quanto verticais Mesmo uma tarefa simples de ser realizada se for repeti da continuamente pode trazer riscos à saúde de quem a executa como se esticar para guarda de produtos em um armário alto por exemplo Devese ter atenção ao máximo alcance representado pela Figura 15 Figura 15 Alcance na posição horizontal Fonte Ida 2005 UNIDADE 01 20 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Estas medidas são ainda mais significativas para produtos destinados a pessoas em cadeiras de rodas já que todas as atividades serão realizadas na postura sentada reduzindo consideravelmen te o alcance A Figura 16 mostra as dimensões de alcance neste caso Figura 16 Alcance na posição horizontal Fonte Ida 2005 Fonte NBR 90502015 32 BIOMECÂNICA A biomecânica estuda as relações entre o corpo humano com seu posto de trabalho analisando diferentes posturas e aplicação de forças de forma a preservar a saúde física da pessoa que executa os movimentos É parte importante do estudo da ergonomia pois por meio dela é possível identifi car situações que gerem desconforto ou mesmo doenças relacionadas às tarefas exercidas É por tanto um importante conhecimento para que os princípios de Desenho Universal sejam atendidos O trabalho pode ser classifica do em três diferentes situações em repouso estático e dinâmico Quando há esforço físico ocorre maior irrigação sanguínea levan do oxigênio para o músculo e dele retirando os subprodutos do me tabolismo Quando há contração muscular ocorre um estrangu lamento dos vasos e redução do oxigênio levando rapidamente à fadiga É o que ocorre no trabalho estático O indivíduo está parado fazendo o esforço como segurar uma caixa pesada Muito tempo nesta situação pode levar a cãibras e a longo prazo pode lesionar a coluna Pela Figura 17 percebese que em repouso e no dinâmico a demanda e suprimento de oxigênio se equivalem o que não ocorre durante o esforço estático o qual deve ser evitado Figura 17 Tipos de Trabalho e relação entre demanda e suprimento UNIDADE 01 21 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Traumas musculares podem ocorrer devido à incompatibilidade das condições físicas de uma pessoa e o esforço produzido Podem ocorrer de duas formas Por impacto colisões ou quedas por exemplo Por esforço excessivo quando há tarefas que demandam muita força ou ainda movimentos repetitivos como o de digitar Nestes casos devem ser realizadas pausas para a preservação da saúde Outro foco da biomecânica é a observação da postura com a qual o indivíduo desempenha uma atividade A postura é o estudo do posicionamento de cabeça tronco e membros no espaço A má postura pode produzir consequências danosas à saúde em três situações Trabalhos estáticos que envolvam a postura parada muito tempo Trabalhos que exigem muita força Trabalhos com postura desfavorável Neste último caso a falta de adaptação do ambiente de trabalho às características físicas do trabalhador podem ser a causa que o obriga a permanecer em posturas que não são confortáveis como a representada na Figura 18 Figura 18 Alteração de postura em função da falta de adequação da bancada Fonte Ida 2005 Percebese pela figura anterior que ao incluir o recuo na parte debaixo da bancada foi possí vel manter a posição ereta mais indicada para evitar lesões na coluna De modo geral o desenho ergonômico deve partir das seguintes premissas Conservação em posições neutras Manter peso próximo ao corpo Evitar curvarse para frente Permitir alternância de posturas UNIDADE 01 22 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Abreviar esforço muscular contínuo Prever pausas curtas CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitos profissionais atuantes no mercado de trabalho limitam o conceito do Desenho Universal a acessibilidade acreditando que este deve ser empregado ao planejamento de espaços voltados exclusivamente a pessoas com deficiência motora ou sensorial É importante que se entenda a abrangência do tema e da aplicação de seus princípios Indivíduos com baixa estatura canhotos obesos por exemplo não são pessoas com deficiência entretanto apresentam necessidades es peciais quanto ao uso do espaço e de produtos Neste aspecto devese reforçar que o Desenho só é considerado Universal se for direcionado a todos já que não há um padrão que defina o ser humano ideal Conforme visto pela antropometria o corpo humano apresenta diversas variações determinadas pela idade sexo ou etnia Estas dimensões devem ser levadas em conta para o di mensionamento de bens de consumo sejam produtos ou espaços físicos de modo a atender os princípios de Desenho Universal Aprofundar o conhecimento sobre o conceito e os princípios que regem o Desenho Universal são fundamentais para profissionais das áreas de construção civil planejamento urbano e design Por meio do uso das estratégias propostas é possível a criação de espaços livres de obstáculos que impedem a total mobilidade edificações e espaços de trabalho acessíveis que permitam au tonomia dos indivíduos em todas suas fases e produtos que possam ser utilizados com segurança e conforto por todos Deste modo muito precisa ainda ser feito para que esta sociedade mais inclusiva e que respeita a individualidade de cada ser humano possa ser construída ANOTAÇÕES VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3F6Okoe httpsbitly3LE4hou httpsbitly39qGnhX UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 02 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊN CIAS E ESPAÇOS DE TRABALHO Nesta Unidade serão apresentadas as aplicações dos princípios de Desenho Univer sal com o objetivo de Conhecer as aplicações dos princípios no desenho de residências e locais de trabalho Aplicar o conhecimento adquirido em ergonomia e antropometria para o di mensionamento de ambientes residenciais e de trabalho UNIDADE 02 24 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Conforme estudado na Unidade 1 a ergonomia é o estudo da adaptação do ambiente de traba lho as características físicas do ser humano Estudo sobre as medidas do corpo humano antropo metria suas posturas e movimentos biomecânica fornecem informações relevantes para que a ergonomia possa ser aplicada Esta ciência deve ser utilizada para o atendimento aos princípios de Desenho Universal como esforço mínimo e correto dimensionamento Deste modo todas as pes soas podem ter acesso a ambientes e equipamentos funcionais e confortáveis de serem usados tanto em ambientes residenciais quanto voltados ao trabalho remunerado A ergonomia auxilia na promoção da saúde das pessoas já que a configuração do espaço irá impedir que grandes esforços físicos e postura erradas sejam usados nas atividades cotidianas reduzindo o risco de lesões musculares esqueléticas e a preservação das articulações Ambientes residenciais devem apresentar espaços de circulação coerentes com as tarefas a serem desempenhadas As cozinhas recebem atenção especial pois são espaços destinados não só ao preparo das refeições como também são espaços onde as pessoas interagem e socializam Além disso como o mobiliário é em geral fixo ou seja não possui muita flexibilidade se houver erros de projeto a correção é difícil e custosa Estes ambientes juntamente com as lavanderias devem ser dimensionados para o usuário predominante levando em conta a posição neutra do corpo o alcance garantido com esforço físico mínimo Assim as pessoas podem usar o espaço em pé ou então sentadas como usuários de cadeiras de rodas O espaço destinado à sala e aos quartos possui mobiliário flexível que em geral é facilmente ajustável Neles devem ser consideradas áreas de circulação coerentes com o usuário Caso este faça uso da cadeira de rodas ou tenha mobilidade reduzida esta circulação deverá ser maior Em relação aos espaços destinados ao trabalho são realizados estudos ergonômicos para ade quação aos aspectos físicos Para isso incialmente é feita a observação do trabalhador em sua fun ção e são extraídas informações importantes como postura presença de movimentos repetitivos poluição sonora visual e auditiva entre outras características Após é feito o leiaute e dimensio namento dos postos de trabalho de modo a preservar a saúde do trabalhador e a aplicação dos princípios de Desenho Universal 1 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A RESIDÊNCIAS Ambientes residenciais precisam ser desenhados para assegurar segurança saúde conforto e sobretudo independência quando são direcionadas para pessoas idosas eou com deficiência O emprego dos conhecimentos sobre ergonomia e antropometria aplicado ao projeto destes am bientes é fundamental para garantir a adaptação das dimensões ao corpo humano independente mente de suas condições físicas e cognitivas UNIDADE 02 25 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A norma técnica NBR 155752013 determina o desempenho mínimo para edificações residen ciais é dividida em seis partes sendo sistemas estruturais piso vedações internas e externas cobertura sistemas hidrossanitários Para cada um são determinados requisitos que assegurem segurança habitabilidade e sustentabilidade A funcionalidade dos ambientes e acessibilidade es tão compreendidos dentro do item habitabilidade sendo os critérios apresentados pela Tabela 1 Tabela 1 Requisitos para atendimento à funcionalidade e acessibilidade FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE Altura mínima de pédireito Disponibilidade mínima de espaços para uso e adaptação Adequação para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida Possibilidade de ampliação da unidade habitacional Fonte Adaptado de NBR 155752013 A norma disponibiliza tabelas com as dimensões mínimas para mobiliário e espaços de circula ção conforme Tabela 2 Tabela 2 Exemplo de dimensões mínimas para os cômodos de residências AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Sala de Estar Sofá 3 lugares 170 070 Deixar 50 cm em frente para circular Largura mínima de 240 m deixar 1 lugar para cada membro em função dos espaços de leitos Estante TV 080 050 Sala de Jantar Mesa redonda 6 lugares D120 Circulação de livre de 75 cm a partir da borda da mesa Largura mínima da sala de estarjantar e da sala de jantar isolada deve ser de 240 m Mínimo 1 mesa para 4 pessoas Mesa retangu lar 6 lugares 150 080 Fonte Adaptado de NBR 155752013 É importante destacar que fica a critério do projetista a melhor distribuição destes equipa mentos no leiaute de cada cômodo Caso a unidade habitacional seja destinada a pessoas com deficiência conforme NBR 155752013 os espaços destinados à circulação devem ser maiores de modo que a cadeira de rodas possa ser manobrada e que nenhum mobiliário ou item construtivo se torne um obstáculo Quando a residência é direcionada a pessoas com deficiência física geralmente ocorrem 2 si tuações distintas No primeiro caso a casa é adaptada para receber um parente com deficiência temporária ou então uma pessoa idosa As ações são tomadas emergencialmente sem muita pesquisa sobre o assunto de modo a rapidamente transformar o ambiente em um espaço mais seguro e que promova pelo menos em parte a autonomia do indivíduo UNIDADE 02 26 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL É necessária uma reforma do espaço existente onde comumente são feitas as seguintes modi ficações Instalação de rampas improvisadas Alteração das maçanetas de porta e torneiras para o modelo de alavanca Instalação de interruptores de teclas largas Uso de iluminação extra nos locais necessários Instalação de chuveiros com desviadores manuais Uso de cabideiros ajustáveis No segundo caso a casa é concebida dentro dos princípios de desenho universal com o foco em atender as necessidades futuras dos usuários Neste caso não há gastos adicionais pois os dispo sitivos já estarão posicionados corretamente para garantir a acessibilidade em todas as situações independentemente da idade habilidade física e metal Na tentativa de direcionar o projeto de edificações novas ou a adaptação de existentes para os princípios do Desenho Universal foram criados métodos de avaliação com critérios específicos que não beneficiam apenas pessoas idosas e com deficiência mas sim a todas as pessoas De forma resumida alguns destes critérios foram organizados na Tabela 3 e os benefícios da adoção destas características foram listados Tabela 3 Critérios de Desenho Universal aplicado a residências ELEMENTOS PRINCIPAIS DETALHES CARACTERÍSTICAS BENEFÍCIOS Entrada Degraus e rampas Sem degraus Rampas com inclinação máx de 5 Fácil de se mover Seguro quando molhado Fácil manutenção Altura Espaço min de 150x150 m em frente à porta interna e externa Campainha e interruptor à altura de fácil alcance Permite que todos os resi dentes vejam quem está à porta antes de abrila Circulação Nós espaço para giro quando há mu dança de direção Presente nas circulações inter nas e verticais Espaço mínimo de 080x120 m Melhora a circulação Fácil acesso para pessoas em cadeira de rodas Banheiros Espaço de transfe rência Prover espaço livre Box sem desníveis Facilita a independência e segurança Barras de segurança Prover barras de segurança Fácil de se agarrar e mover Metais sanitários Alavanca de acionamento simples monocomando Fácil de abrir Dimensões Mínimo 100x180 m com porta de 080 m Acessível UNIDADE 02 27 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL ELEMENTOS PRINCIPAIS DETALHES CARACTERÍSTICAS BENEFÍCIOS Cozinha Espaço Espaço min de 080x120 m entre a parede e bancada Fácil de usar por crianças pessoas idosas Altura Espaço livre para o joelho embaixo das mesas e pia Altura correta de alcance para armários altos Altura máx de dispositivos de 160 m Deve permitir que a pessoa trabalhe sentada Dispositivos e controles Altura Altura máx de 120 m Acessíveis para crianças e pessoas em cadeira de rodas Tipo De fácil toque ou por coman dos de voz Por controle remoto Fácil de alcançar com as mãos ocupadas Janelas Altura Peitoril máx de 090 m para que a vista seja acessível Permita a vista de pessoas sentadas Fácil de abrir e trancar Portas Largura Sem obstáculos deve abrir 90 graus ou mais se possível Fácil de abrir Fácil de alcançar com as mãos ocupadas Maçanetas Maçaneta externa programá vel ex biométrica Travas que dispensam segurar ou torcer Altura máxima de 120 m Bandeira lateral Bandeira lateral translúcida ou painel translúcido na porta Deve permitir a visualização do outro lado da porta Fonte Adaptado de The Center for Universal Design College of Design 2000 Sempre que possível devem ser seguidos estes critérios para que não seja necessário adaptar as edificações existentes já que este processo é mais custoso e gera desperdícios 11 ENTRADAS Em relação à entrada das edificações podem ser pontuadas as seguintes dificuldades ilustradas pela Figura 1 UNIDADE 02 28 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 1 Dificuldades mais comuns na entrada de residências Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 Sugerese que não haja degraus para acessar a edificação Entretanto isso é difícil pois a resi dência precisa estar em um nível mais elevado para evitar que a água de chuva entre para dentro da edificação Neste caso devese adotar rampas de acesso e abrigos cobertos Em frente à porta de acesso é necessário haver uma área de no mínimo 150x150 m em nível Isso facilita o acesso de pessoas em cadeiras de rodas mas também pessoas com carrinhos de bebê ou carregando outros itens Sugerese também a instalação de prateleiras próximas à porta de entrada de modo que seja possível o apoio de pacotes e encomendas enquanto aguarda As portas devem ser largas suficiente para passagem o que também ajuda na entrada de mobí lia Em relação à maçaneta esta deve ser do tipo alavanca para permitir o esforço mínimo na aber tura Fechaduras também devem ser de fácil manuseio preferencialmente as de modelo biomé trico ou magnético Sistemas avançados como interfones por vídeo campainhas o tipo wireless também podem ser uma boa opção Para pessoas com deficiência auditiva existem campainhas que emitem sinais de luz quando tocadas UNIDADE 02 29 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Dispositivos de acionamento como campainhas olho mágico devem estar ao alcance de pes soas sentadas ou de baixa estatura É importante notar que pessoas idosas perdem grande parte de sua capacidade visual Deste modo o número predial deve apresentar bom contraste e tama nho apropriado para que fique visível e pelo mesmo motivo a entrada deve estar bem iluminada e sobretudo a maçaneta de abertura A circulação ao passar para o interior de uma residência pode ser vertical como escadas e elevadores ou horizontal Em relação à circulação na horizontal é preciso que se tenha fácil acesso aos cômodos livres de obstáculos e com nós sempre que houver mudança de direção no trajeto Para residências este espaço deve ser de no mínimo 80 cm de largura Como exemplo podese imaginar um corredor extenso onde de um lado estão as portas de acesso aos cômodos Devese ter espaço hábil para girar e acessar a porta deste cômodo sem barreiras Em relação à circulação vertical quando a edificação possui dois ou mais pavimentos é comum o uso de plataformas e elevadores que se adaptam às escadas 12 COZINHAS A cozinha é o espaço da casa não só utilizado para cozinhar e para limpeza mas tradicional mente é um local de reunião e socialização onde vários integrantes da família participam Deste modo deve ser planejada para que todos os membros possam usufruir independente de condição física e cognitiva Um dos fatores mais importantes para o dimensionamento é a compreensão da postura dos usuários predominantes em pé ou sentados para que haja conforto e funcionalidade na execução das tarefas 121 POSICIONAMENTO DE MÓVEIS E EQUIPAMENTOS A posição da bancada da pia e dos eletrodomésticos como fogão e geladeira são fundamentais para o fluxo funcional das atividades Muitos autores consideram que o traçado de um triângulo imaginário formado pela pia fogão e geladeira seja a melhor distribuição conforme figura 2 Figura 2 Disposição para pia fogão e geladeira em cozinhas Modelo em U Modelo em U com ilha Modelo Paralelo com ilha Modelo Linear Modelo Paralelo Modelo em L UNIDADE 02 30 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Outros sugerem que fogão e pia devem ficar próximos enquanto geladeira e armários podem ficar mais livres Imaginando o fluxo das atividades exercidas podese separar a coordenação em centros de trabalho com as seguintes características recomendadas sendo que móveis e equipa mentos com funções semelhantes devem ficar próximos Recepção e armazenamento deve estar situada próximo à entrada de serviço e apresentar espaço para apoio de compras Cocção espaço formado pelo fogão e fornos sendo que a geladeira não deve estar encostada no fogão Servir espaço destinado à montagem dos pratos podendo ser uma bancada ou passapratos Limpeza espaço para limpeza de utensílios contendo pia e demais eletrodomésticos 122 DIMENSIONAMENTO Em relação ao dimensionamento mínimo a NBR 155752013 determina medidas de referência para equipamentos e espaços de circulação conforme Tabela 4 Tabela 4 Dimensões mínimas para cozinhas AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Cozinha Pia 120 050 Deixar 85 cm em frente à pia fogão e geladeira Largura mínima de 150 m sendo mínimo pia geladeira e fogão Fogão 055 060 Geladeira 070 070 Armário sob pia Espaço obrigatório para móvel Apoio refeições Espaço opcional Fonte Adaptado de NBR 155752013 Sempre que possível a pia deve pos suir a mesma profundidade do fogão com mínimo de 60 cm sendo que os armários altos devem possuir profundi dade menor até 40 cm e suspensos de 40 a 60 cm para que quem estiver na frente da bancada não bata a cabeça no armário alto A Figura 3 ilustra as di mensões mínimas para armários altos A profundidade de bancadas des tinadas a refeições pode ser menor Figura 3 Dimensões mínimas para armários altos em cozinhas UNIDADE 02 31 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL que 60 cm já que possui o intuito de apoiar a louça Neste caso podem ser adotadas profundidade de no mínimo 40 cm tomando cuidado para que o espaço para as pernas de pessoas sentadas em cadeiras e bancadas seja garantido Para pessoas que utilizam este ambiente em pé devem ser considerados os seguintes critérios A faixa ideal de altura para trabalhos manuais varia de 65 a 150 cm acima do nível do piso sendo a altura ideal da bancada de 88 a 93 cm O alcance máximo é de 12 vezes a altura da pessoa ou seja se o indivíduo mede 160 m irá alcançar até 192 cm de altura Deste modo o projeto para cozinhas funcionais deve considerar a estatura do usuário predomi nante para o correto dimensionamento da bancada e armários permitindo o maior campo visual possível e circulação adequada Cabe ressaltar que os equipamentos em cozinhas variam muito de dimensão de acordo com os modelos Assim para um bom projeto é necessário que o usuário escolha quais eletrodomésticos serão usados para uma melhor adequação 123 CRITÉRIOS PARA USO POR PESSOAS SENTADAS Para pessoas que utilizam o ambiente sentadas a Figura 4 ilustra alguns critérios a serem ado tados para facilitar a funcionalidade da cozinha Figura 4 Pontos a serem observados para uso de cozinhas por pessoas sentadas Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 UNIDADE 02 32 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Para que se tenha acessibilidade de pessoas sentadas neste am biente é preciso que as torneiras funcionem no modelo de alavan ca para garantir esforço mínimo A pia deve apresentar o sifão bem recuado rente à parede para permitir que pessoas sentadas pos sam encostar de frente para a bancada porém deve ser previsto um painel que isole o sifão das pernas por segurança O gabinete abaixo pode apresentar rodízios para ser removido com facilidade e sem esforço quando necessário O alcance a fornos e fogões merece atenção especial pois pode haver acidentes graves caso não haja o alcance correto ou mesmo a visualização dos itens que estão em preparo Caso o fogão seja do modelo de piso ou de encaixe deve ser previsto espaço ao lado para que possa haver a aproximar máxima para manuseio do forno porém é interessante de o fogão seja do tipo mesa conforme ilus trado na Figura 5 Nesta opção a pessoa consegue se aproximar do fogão e acessar inclusive visualmente os itens que estão sendo cozinhados Os espaços para armazenamento de produtos e utensílios também deve ficar de fácil acesso em altura confortável 13 LAVANDERIAS Em relação ao ambiente de lavanderia a NBR 155752013 estipula as dimensões mínimas para equipamentos conforme Tabela 5 Neste ambiente é exigido somente o tanque e a máquina de lavar que geralmente estão posicionados lado a lado no ambiente Tabela 5 Dimensões mínimas para lavanderias AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Lavanderia Tanque 052 053 Deixar 50cm em frente ao tanque e máquina de lavar Mínimo de 1 tan que e 1 máquina Máquina de lavar roupas 060 065 Fonte Adaptado de NBR 155752013 Em relação à altura o tanque ou a bancada de trabalho segue as mesmas orientações para a cozinha Para pessoas sentadas ou em cadeiras de rodas as dificuldades mais encontradas estão representadas pela Figura 6 Figura 5 Exemplo de cozinha acessível a PCR UNIDADE 02 33 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 6 Barreiras encontradas em lavanderia Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 A atenção especial neste ambiente deve ser na altura e no alcance dos itens e aos equipamen tos Sugerese a instalação de tanques mais baixos para acesso de pessoas sentadas Isso vale para tampos onde haverá manuseio de roupas e ferro de passar considerando que deve haver espaço livre embaixo deste para a aproximação de cadeiras de rodas Espaços para armazenamento de itens podem ser feitos em mobiliário flexível com rodízios por exemplo Podese colocar as má quinas de lavar e seca mais elevadas e embaixo delas aumentar o armazenamento de modo que fique de fácil alcance 14 BANHEIROS Para os ambientes de banheiro a NBR 155752013 indica as dimensões mínima relacionadas na Tabela 6 UNIDADE 02 34 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Tabela 6 Dimensões mínimas para banheiros AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Banheiro Lavatório 039 029 Deixar 40 cm em frente ao lavatório e vaso sanitário Mínimo de 110 m exceto no box Deve haver no mínimo 1 lavatório vaso e chuveiro Lavatório com bancada 080 055 Vaso sanitário com caixa acoplada 060 070 Vaso sanitário 060 060 Box quadrado 080 080 Box retangular 070 090 Fonte Adaptado de NBR 155752013 Além destes também podem ser inseridos banheiras e bidês embora estes tendem a ser subs tituídos por duchas higiênicas posicionadas ao lado dos vasos sanitários já que ocupam menos espaço que os bidês tradicionais A disposição dos equipamen tos em banheiros geralmente ocorre em linha reta sendo a porta de entrada em frente do lavatório Uma alternativa é colo car o box de canto Para pessoas sentadas ou em cadeiras de rodas as barreiras mais comuns encontramse na Figura 7 É comum que o piso dos ba nheiros esteja rebaixado em re lação ao restante da edificação para que a água não passe um ambiente para outro em caso de vazamentos por exemplo Entretanto este desnível atrapalha a circulação de pessoas idosas ou com dificuldades de locomoção É preciso que não exista diferen ças de nível dentro do ambiente Figura 7 Barreiras encontradas em banheiros Fonte National Association of Home Builders Research Center 1996 UNIDADE 02 35 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL O acabamento das superfícies também é importante Revestimentos brilhantes refletem a luz podendo causar efeitos visuais que dificultam a precisão e a percepção do ambiente e de deus ele mentos Além disso podem facilitar quedas pois ficam ainda mais escorregadios quando úmidos se comparados a superfícies opacas A altura dos dispositivos precisa propiciar o fácil alcance e manuseio sendo necessário que a pessoa sentada possa encostar no tam po para acessar os misturadores de água O vaso sanitário necessita de um espaço para transposição da pessoa que está sentada para o equipamento e dali deve ser possível o al cance para lixos portapapel No espaço de banho também devem ser previstas alturas confortáveis preferencialmente que possam ser flexíveis Neste sentido os desviadores manuais de chuveiro são interessantes por propiciarem esta opção Este espaço merece atenção especial por ser muito escorregadio portan to barras de apoio devem ser instaladas para garantir a segurança 15 DORMITÓRIOS Para ambientes de dormitório a NBR 155752013 prevê o dimensionamento mínimo conforme Tabela 7 fazendo distinção entre o quarto principal que será ocupado pelo casal secundário para 2 pessoas solteiras e terciário se houver Tabela 7 Dimensões mínimas para dormitórios AMBIENTE MOBILIÁRIO CIRCULAÇÃO OBSERVAÇÕES MÓVEL OU EQUIPAMENTO DIMENSÕES M L P Dormitório principal Cama 140 190 Deixar 50 cm entre o mobiliário e as paredes Mínimo de 1 cama 1 mesa de cabeceira e 1 guardaroupas Mesa de cabeceira 050 050 Guardaroupas 160 050 Dormitório secundário Cama 080 190 Circulação mínima entre camas de 60 cm demais 50 cm Mínimo de 2 camas 1 mesa de cabeceira e 1 guardaroupas Mesa de cabeceira 050 050 Guardaroupas 150 050 Bancada estudos 080 060 Fonte Adaptado de NBR 155752013 O posicionamento do mobiliário em um quarto pode variar bastante dependendo da posição das esquadrias porta de entrada etc É importante cuidar para que a cama não dificulte o acesso Durante a pandemia da COVID19 muitas pes soas passaram a trabalhar em casa fazendo o Home office em locais improvisados sem mui to conforto Assista ao vídeo disponível em httpsbitly3MvFPXf e veja se seu posto atual de trabalho ou estudo remoto pode tra zer danos a sua saúde a longo prazo Acesso em 25 fev 2022 VÍDEO UNIDADE 02 36 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL às janelas ou que o mobiliário impeça a abertura das portas do guardaroupa Ao lado das camas o espaço será destinado não apenas para circulação como tam bém para atividade de troca de roupa de cama ou manuseio do próprio colchão Deste modo a medida mínima conside rada pela norma técnica de 50 cm em quartos de casal e de 60 cm em quartos secundários não é suficiente para o de senvolvimento desta função com confor to Conforme observase pela Figura 8 o espaço mínimo necessário da cama até a parede deveria ser de pelo menos 90 cm Para quartos destinados à PCR é importante prever espaços de circulação maiores de forma que as manobras com a cadeira sejam possíveis A Figura 9 ilustra uma planta de dimensões ideais para um quarto direcionado ao usuário em cadeira de rodas A circulação na entrada deve permitir o giro de 360º da cadeira com diâmetro de 150 m livre Figura 9 Planta dormitório para PCR Figura 8 Espaço destinado a trabalho nas laterais da cama Fonte Pedro et al 2011 apud SOUZA 2018 Fonte Sbarra 2020 É importante salientar que a norma técnica de desempenho em residências a NBR 155752013 exige que pelo menos uma unidade habitacional seja destinada a pessoas em cadeira de rodas UNIDADE 02 37 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 2 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE TRABALHO Conforme visto na Unidade 1 a Ergonomia é a ciência que visa a adaptação do trabalho as ca racterísticas físicas do corpo humano Mesmo que a interpretação de trabalho esteja relaciona da a qualquer atividade desempenhada é dada maior atenção ao trabalho remunerado exercido pelo homem em função do tempo gasto nesta função Deste modo estudos em biomecânica e antropometria são úteis para estabelecer melhores condições de trabalho seja pela melhoria dos equipamentos utilizados como no próprio ambiente onde é realizado Existem determinadas posturas consideradas adequadas ao exercício das tarefas e outras ina dequadas as quais podem provocar danos à saúde caso sejam repetidas por longos períodos A Tabela 8 relaciona algumas atividades ao risco de dores em determinados grupos musculares Tabela 8 Localização das dores no corpo provocadas por posturas inadequadas POSTURA INADEQUADA RISCO DE DORES Em pé Pés e pernas Sentado sem encosto Músculos extensores do dorso Assento muito alto Parte inferior da perna joelhos e pés Assento muito baixo Dorso e pescoço Braços esticados Ombros e braços Pega inadequada em ferramentas Antebraço Punhos em posições não neutras Punhos Rotação do corpo Coluna vertebral Ângulo inadequado do assentoencosto Músculos dorsais Superfícies de trabalho muito baixasmuito altas Coluna vertebral Fonte Ida 2005 A posição em pé ou sentada com dorso inclinado é uma das posturas inadequadas mais co muns Ao estar em pé com o corpo inclinado para frente ocorre o deslocamento do centro de Será que a casa onde você mora tem condições de abrigar uma pessoa com deficiência ou mesmo idosa Possui espaços de circulação adequados e o mobiliário pode ser acessado com conforto Reflita sobre o que foi exposto e faça uma lista do que poderia mudar para que sua casa possa seguir alguns dos princípios de Desenho Universal REFLITA UNIDADE 02 38 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL gravidade para a frente Para forçar o corpo a manter o equilíbrio é exigida uma força adicional dos músculos em torno das articulações nos quadris joelhos e tornozelos Estudos sugerem que estas posturas devem ter duração máxima de 1 a 5 minutos até o apare cimento de dores localizadas A inclinação da cabeça para frente ocorre quando há necessidade de melhorar a visão sobre determinado objeto ou quando há necessidade de montagens e inspeções de itens pequenos Geralmente esta necessidade ocorre quando O assento está muito alto A mesa está muito baixa O assento está longe da área de trabalho Há necessidades específicas como uso de microscópios Pessoas com deficiência visual como miopia Este movimento causa rapidamente a fadiga dos músculos do pescoço e ombros os quais têm que compensar o peso da cabeça As dores começam a ocorrer quando a inclinação da cabeça com uma linha vertical é maior que 30 conforme Figura 10 A inclinação do plano horizontal de trabalho facilita a postura reduzindo a inclinação da cabeça conforme mostra a Figura 11 Fonte Ida 2005 21 ADEQUAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO Para evitar posições posturais inadequadas devem ser adequados os postos de trabalho às ca racterísticas físicas dos trabalhadores Porém esta tarefa nem sempre é fácil dada à variabilidade das dimensões antropométricas conforme visto na Unidade 1 Assim devem ser usados métodos para tal finalidade Um dos métodos é a AET Análise Ergonômica do Trabalho que apresenta as seguintes etapas Análise da tarefa Figura 10 Relação entre a inclinação da cabeça e as dores musculares Figura 11 Posturas com tampo reto e inclinado UNIDADE 02 39 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Arranjo físico do posto de trabalho Dimensionamento 211 ANÁLISE DA TAREFA A análise da tarefa é dividida entre três etapas Descrição das atividades identificação do trabalhador sua função condições de execução das tarefas ambientais operacionais e organizacionais Descrição das ações nesta etapa são identificados informações e controles ou seja as ações realizadas pelo trabalhador na execução como soldar montar etc Revisão crítica relaciona as ações com possíveis problemas posturais ou força excessiva que possam danificar as condições de saúde O objetivo final deste levantamento visa evitar Fadigas físicas visuais e mentais Dores no corpo Desconforto visual Outros aspectos críticos como doenças 212 ARRANJO FÍSICO DO POSTO DE TRABALHO Nesta etapa é definido o leiaute do posto de trabalho ou seja posicionamento dos dispositivos de informação e controle Para isso podem ser adotados diversos critérios entre eles Importância deixar o elemento demais destaque no centro do posto de trabalho Frequência de uso os elementos mais utilizados devem ficar de fácil alcance e manipulação Agrupamento funcional deixar elementos com maior intensidade de fluxo próximos entre si Sequência de uso quando houver um ordenamento operacional a mesma lógica deverá ocorrer fisicamente 213 DIMENSIONAMENTO DO POSTO DE TRABALHO O correto dimensionamento é uma das principais etapas no planejamento pois erros podem ocasionar diversos problemas à saúde dos trabalhadores já que a tendência é que ocupem por muitos anos o mesmo posto de trabalho Em muitos casos possíveis adaptações podem ser reali zadas posteriormente como a adoção de suportes e calços para aumentem ou reduzir as alturas Porém na maior parte dos casos se forem necessárias adaptações para correção de erros serão gerados custos adicionais De forma geral devem ser consideradas as seguintes dimensões Altura da superfície de trabalho UNIDADE 02 40 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Alcances normais e máximos das mãos Espaços para acomodar pernas e realizar movimenta ções laterais do corpo Dimensionamento das folgas Aproximação e ângulo visual Como muitas dessas dimensões variam conforme a es tatura do trabalhador mecanismo de adaptação deve ser considerados sempre que possível como o ajuste nas al turas de cadeiras mesas monitores e suportes ajustáveis para os pés e braços conforme Figura 12 Fonte Ida 2005 Figura 12 Ajustes individuais possíveis nos postos de trabalho CONSIDERAÇÕES FINAIS Bons projetos devem incluir os princípios de Desenho Universal No ambiente de trabalho as pectos ergonômicos devem ser avaliados para que as pessoas possam exercer suas funções de forma confortável e saudável Medidas antropométricas e a biomecânica garantem a adaptação dos postos de trabalho às características individuais de cada trabalhador As análises devem incluir o estudo da postura e detecção de movimentos repetitivos que possam causar danos nas articu lações e doenças mais graves a longo prazo Estas condições favorecem para que os princípios de esforço mínimo e dimensionamento corretos sejam atendidos Entretanto a ergonomia e antropometria não devem ser utilizadas somente em projetos ins titucionais mas também no ambiente doméstico já que nele são desenvolvidas atividades que exigem esforços físicos como cozinhar limpar passar roupas entre outros O correto dimensiona mento dos móveis e acessórios é decisivo para qualificar os ambientes de forma que eles se tor nem inclusivos para o maior número de pessoas Deste modo a ergonomia se alinha ao conceito de Desenho Universal por prover informações importantes para o alinhamento aos princípios Embora as normas técnicas sejam rígidas em relação à aplicação de ergonomia e Desenho Uni versal aos espaços públicos e corporativos são mais brandas quando se trata de residências Os mínimos exigidos pela norma de desempenho não são suficientes para que os espaços tenham uma boa circulação sendo que o critério de acessibilidade só é atendido em unidades específicas para este fim A NER17 é a norma brasileira que trata de critérios ergonômicos voltados a postos de trabalho Estabelece requisitos quanto ao dimensionamento de espaços e mobiliário visando à saúde dos trabalhadores SAIBA MAIS UNIDADE 02 41 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As pessoas passam a maior parte do tempo nas residências Pensando deste modo estes es paços também precisam de alterações sobretudo os que tem como usuários pessoas idosas eou deficientes As entradas das edificações bem como espaços de circulação e cômodos precisam estar livres de barreiras e com fácil alcance para que a liberdade e independência possa ocorrer ANOTAÇÕES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3KzOgyv httpsbitly3OTIQle httpsbitly3s6CyoR UNIDADE 03 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ACESSOS E ESPAÇO URBANO Nesta Unidade serão apresentadas aplicações de Desenho Universal aos espaços de circulação e acessos com objetivo de Conhecer os princípios antropométricos aplicados ao Desenho Universal Compreender e aplicar o dimensionamento de acessos universais por meio de escadas e rampas Compreender as exigências das normas técnicas para a circulação externa e mobiliário em espaços públicos urbanos UNIDADE 03 43 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO Um dos princípios de Desenho Universal é garantir a inclusão social oferendo oportunidades iguais a todas as pessoas Para permitir a integração de pessoas com deficiência e idosas para o convívio social é fundamental que os ambientes sejam adaptados e acessíveis Quando se trata do deslocamento de pessoas a pé a acessibilidade está relacionada a capaci dade se atingir um determinado destino ou lugar Quanto maior a facilidade com que este deslo camento ocorre maior será a mobilidade Seguindo os demais princípios de Desenho Universal os trajetos percorridos devem ocorrer livres de obstáculos bemsinalizados e que gerem o menor esforço físico possível Entretanto na escala urbana diversos obstáculos podem ser encontrados como placas e postes mal localizados ausência de rebaixamento nas calçadas rampas com inclinação excessiva e passeios com revestimento deteriorado Para corrigir esta situação rotas acessíveis devem ser projetadas Nor mas técnicas devem ser utilizadas como guias para nortear corretamente o dimensionamento e ele mentos exigidos de modo que permitam a circulação com segurança e autonomia para todas as pes soas Da mesma forma o mesmo deve ocorrer tanto no acesso a edificações quanto no seu interior Nesta Unidade serão apresentados os principais critérios para que a circulação externa e inter na possa ser criada seguindo os princípios do Desenho Universal 1 ACESSIBILIDADE Muitas vezes o conceito de Desenho Universal é confundido com o termo acessibilidade Con forme visto na Unidade anterior esta corresponde apenas a uma parte dos princípios da ampla temática do Desenho Universal embora seja de fundamental importância para garantir os direitos de pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência física A NBR 90502020 conceitua acessibili dade como possibilidade e condição de alcance percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de espaços mobiliários e edificações estendendo o conceito para trans portes comunicação e tecnologia Deste modo devem ser projetados em espaços públicos e privados trajetos desobstruídos con tínuos e sinalizados conectando ambientes internos e externos Estes trajetos são denominados de rotas acessíveis e incorporam o desenho de Circulações horizontais como corredores Circulações verticais como rampas e escadas Pisos acabamentos Estacionamentos Circulação externa formada por calçadas e faixas de passagem de pedestres UNIDADE 03 44 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As dimensões para estas rotas dependem do uso predominante de uma edificação e do fluxo de pessoas Uma residência por exemplo pode apresentar circulação mais estreita que o acesso a uma instituição como uma universidade ou edifício público No último caso a quantidade e diversidade de pessoas será muito maior podendo por ali circularem pessoas idosas crianças pessoas com deficiência física ou mental Neste caso deve haver um cuidado para que todas as opções sejam avaliadas e o caso que resulte na maior dimensão seja adotado Quando a edificação se dirige a um público específico é mais fácil determinar o espaço para o públicoalvo Um lar de longa permanência de idosos por exemplo será desenhado em pessoas com mobilidade reduzi da Assim é possível atender aos princípios do Desenho Universal considerando o acesso de todos os indivíduos com segurança e independência Para que seja possível projetar espaços urbanos e edificações com acessibilidade é fundamen tal conhecer as proporções do corpo humano considerando os equipamentos de apoio à mobilida de Para isso serão utilizados os critérios estabelecidos na norma técnica brasileira sobre o tema a NBR 9050 cuja última atualização ocorreu no ano de 2020 11 PRINCÍPIOS ANTROPOMÉTRICOS A antropometria é a ciência derivada da antropologia física ou biológica que estuda as medidas do corpo humano ou ainda das medidas físicas do corpo e suas partes Em relação a rotas aces síveis esta fornece informações relevantes a respeito do espaço ocupado por pessoas em pé ou sentadas de modo a embasar as decisões de projetos sob a ótica da acessibilidade A Figura 1 ilustra de forma resumida as dimensões ocupadas por pessoas em pé com equipa mentos e em cadeira de rodas Figura 1 Resumo das dimensões de pessoas em pé e em cadeira de rodas UNIDADE 03 45 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Fonte NBR 90502020 Para cadeira de rodas é considerado um módulo de 080 por 120 m de largura Para a realiza ção de manobras com a cadeira de rodas sem deslocamento ou seja somente para mudança de sentido do trajeto são consideradas as seguintes áreas Área de 120x120 m para rotação de 90º Área de 150x120 m para rotação de 180º Círculo de 150 m de diâmetro para rotação de 360º 12 CIRCULAÇÃO HORIZONTAL A circulação horizontal deve ser totalmente livre de obstáculos e não pode haver desníveis em degrau Porém até 5 mm são tolerados e se apresentarem de 5 a 20 mm devem possuir inclinação de 50 Se o desnível no sentido longitudinal for maior que 5 a circulação é considerada rampa Deve ser prevista área de descanso fora da área de circulação nas seguintes condições A cada 50 m para corredores com desnível longitudinal de até 3 A cada 30 m para desníveis de 3 a 5 Para desníveis transversais são admitidos 2 em locais internos e 3 em ambientes externos Em relação às larguras dos corredores é preciso analisar o fluxo de pessoas A NBR 90502020 define as seguintes dimensões mínimas 090 m para extensão até 4 metros 120 m para extensão até 10 m e 150 m para extensão maior que 10 m 150 m para corredores de uso público Para locais onde há grande fluxo de pessoas deve estar garantido o tráfego para 25 pedestres por minuto em ambas as direções UNIDADE 03 46 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Caso haja mudança de sentido ou giro da cadeira de rodas é preciso seguir as áreas de mano bra citadas no item 11 Em rotas acessíveis os pisos devem ser íntegros e antiderrapantes mesmo molhados Em pisos já existentes e que não possuem esta propriedade tolerase a instalação de faixas antiderrapantes 13 CIRCULAÇÃO VERTICAL A circulação vertical ocorre para conectar espaços em desnível dentro ou fora de uma edifi cação As formas mais comuns de circulação funcionam por meio de escadas e rampas as quais devem ser por norma obrigatoriamente acessíveis embora para residências unifamiliares desti nadas a uma família apenas seja opcional Para a rota ser considerada acessível pelo menos 2 for mas de circulação vertical devem existir por exemplo escadas e elevadores ou escadas e rampas 131 RAMPAS Rampas representam uma possibilidade para transição suave entre os níveis de uma edificação facilitando a mobilidade para pessoas com deficiência idosos e pessoas com carrinhos de bebê e malas Devese ter em mente que quanto maior for a inclinação da rampa maior será o esforço físico ou dificuldade para subila Deste modo são impostos limites para a inclinação destes ele mentos construtivos para que o princípio do esforço mínimo de Desenho Universal seja atendido A NBR 90502020 considera rampa toda circulação com inclinação maior ou igual a 5 A inclina ção de uma determinada superfícies é dada pela equação 1 Sendo i a inclinação da rampa h a altura do desnível e c o comprimento da rampa A Figura 2 ilustra uma rampa em corte longitudinal Por exemplo se o comprimento c tiver dimensão de 100 cm ou 1 metro e a altura h igual a 5 cm então a inclinação será de 5 Em relação ao dimensionamento as rampas devem ter largura de 150 m admitindo o mínimo de 120 m A quantidade de patamares é influenciada pela inclinação conforme Tabela 1 Tabela 1 Relação entre a altura do desnível e a inclinação de rampas DESNÍVEL MÁXIMO DE CADA SEGMENTO DE RAMPA H M INCLINAÇÃO ADMISSÍVEL EM CADA SEGMENTO DE RAMPA NÚMERO MÁXIMO DE SEGMENTOS DE RAMPA 150 m 5 Sem limite 100 m de 5 a 625 Sem limite 080 m de 625 a 833 15 Fonte NBR 90502020 1 𝑖 ℎ 𝑐 𝑥 100 Figura 2 Elementos de dimensionamento da inclinação de uma rampa Fonte A autora UNIDADE 03 47 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Pela tabela anterior percebese que quanto maior o desnível a ser vencido pela rampa menor deve ser a inclinação para evitar esforço excessivo Entre os segmentos de rampa deve haver pata mares em nível que permitam que a pessoa descanse Exemplo de exercício resolvido Problema Em um ambiente há um desnível entre pavimentos de 60 cm Determine o compri mento da rampa e sua inclinação Solução Como o desnível é inferior a 080 m podese usar a inclinação máxima de 833 em bora possam ser usados valores de 625 a 833 Assim i 833 h060 m ou 60 cm e pretendese encontrar o comprimento da rampa c Aplicando a equação 1 Haverá uma rampa de 720 m aproximadamente Caso haja necessidade de mudança de sen tido deve haver um patamar para que a manobra possa ser feita em nível Assim o resultado da solução em planta seria o representado na Figura 3 com 2 segmentos de rampa medindo 360 m com largura de 120 m cada e um patamar em nível Figura 3 Resultado possível para o exercício resolvido em planta 1 𝑖 ℎ 𝑐 𝑥100 833 60 𝑥 100 𝑐 833𝑐 6000 𝑐 72028𝑐𝑚 Percebese pelo exemplo dado que as rampas podem ocupar bastante espaço pois devem ser suaves para garantir o esforço mínimo Dependendo do desnível as rampas podem apresentar vários trechos exigindo grande espaço para esta disposição conforme Figura 4 Em muitos casos quando a edificação existente necessita de adaptação e o espaço não é suficiente para instalação de rampas outros mecanismos podem ser utilizados como as plataformas elevatórias próximas a escadas de acesso Entretanto ao aplicar os princípios de Desenho Universal para o acesso a edi ficações devese ter em mente que o investimento precisa ser o menor possível Estas questões devem ser ponderadas no projeto para que a melhor solução seja escolhida REFLITA Fonte A autora UNIDADE 03 48 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 4 Vários trechos de rampa para acesso a edificação 132 ESCADAS Escadas são compostas pelos seguintes ele mentos construtivos Degrau formado pelo espelho e piso Patamares que dividem a escada em lances Guardacorpo formado pelo corrimão e balaústre A Figura 5 representa os elementos Não são permitidos degraus vazados já que os dispositivos para mobilidade podem se prender ocasionando quedas Em relação ao dimensionamento a escada deve apresentar um patamar a cada 320 m de desnível vertical ou sempre que for necessária mudança de direção A largura mínima deve ser de 120 m e se houver patamar este deve ter a mesma dimensão do restante da escada Pisos devem possuir entre 28 a 32 cm e espelhos de 16 a 18 cm Há uma proporção ideal entre as dimensões de piso e espelho para proporcionar conforto e pouco esforço ao subir ou descer considerando as medidas de passada dos indivíduos ao realizar esta atividade Esta relação foi proposta por Blon del conforme equação 2 Figura 5 Elementos que constituem uma escada Fonte Montenegro 2001 Sendo p a dimensão do piso e e a dimensão do espelho Para realizar o cálculo dos demais itens Montenegro 2001 sugere as seguintes etapas Identificação da altura h ou seja distância de piso a piso que se deseja conectar Identificação da forma da escada linear em L em U para compreender a posição dos pata mares se houver mudança de direção Identificação da quantidade de espelhos pela equação 3 2 063𝑚 𝑝 2𝑒 065𝑚 UNIDADE 03 49 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Sendo n a quantidade de espelhos h a altura de piso a piso e dimensão do espelho Tendo a medida do espelho e aplicase a equação 2 para descobrir a medida do piso p Devese ter em mente que em rotas acessíveis devem privilegiadas as rampas 3 𝑛 ℎ 𝑒 Exemplo de exercício resolvido Problema Em um ambiente há um desnível entre pavimentos de 280 cm de piso a piso Deter mine o número de espelhos a dimensão do espelho e do piso Solução Iniciase pelo cálculo da quantidade de espelhos usando a equação 3 sendo que a dimensão do espelho varia de 16 a 18 cm Aqui foi escolhido o valor médio de 17 para a dimensão do espelho Para reforçar o cálculo de escadas seguras e acessíveis acesse o link do vídeo e resolva o exercí cio proposto Disponível em httpsbitly3hR21gu Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO Escolhendo o valor de espelho de 17 cm o número de espelhos será de 1647 ou seja haveria 16 espelhos de 17 cm e mais um de aproximadamente 8 cm Entretanto não é aceitável que um dos espelhos seja menor que os demais É preciso portanto que o número de espelhos assuma um valor inteiro ou 16 ou 17 espelhos Refazendo o cálculo usando novamente a equação 3 agora para encontrar a dimensão e 𝑛 280 17𝑐𝑚 𝑛 1647 Isso significa que com 16 espelhos a dimensão de cada espelho seria de 175 cm e com 17 es pelhos cada espelho teria dimensão de 1647 cm Deste modo o valor escolhido é de 175 cm A partir deste valor é calculado o piso pela equação 1 16 280 𝑒 𝑒 280 16 𝑒 175 𝑐𝑚 17 280 𝑒 𝑒 280 17 𝑒 1647𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 63 𝑐𝑚 𝑝 63 35 𝑐𝑚 𝑝 28 𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 64 𝑐𝑚 𝑝 64 35 𝑐𝑚 𝑝 29 𝑐𝑚 𝑝 2𝑒 65 𝑐𝑚 𝑝 65 35 𝑐𝑚 𝑝 30 𝑐𝑚 O valor de piso portanto pode ser 28 29 ou 30 cm pois os três valores ficam compreendidos no intervalo proposto pela fórmula de Blondel O resultado das dimensões é que para vencer um UNIDADE 03 50 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL desnível de 280 cm seriam necessários 16 espelhos de 175 cm cada com pisos de 28 cm Foi escolhido o menor valor de piso para ocupar menos espaço A partir destas dimensões agora é preciso encontrar a melhor forma para a escada linear em L em U dependendo das condições projetuais A Figura 6 mostra a solução para uma escada em L e em U sendo necessário haver patamares nas mudanças de direção Figura 6 Resultados possíveis para o exercício escada em L esquerda ou U direita em planta Fonte A autora É importante destacar que as escadas em edifícios também devem atender às normas quanto a saídas de emergência de modo a garantir a segurança sendo que em residências unifamiliares não há esta exigência Em escadas enclausuradas deve ser prevista área de 080 x 120 m que corresponde ao módulo de referência como forma de parar a cadeira de rodas até o resgate Esta área não pode atrapalhar a circulação de pessoas em caso de pânico e emergência e deve estar sinalizada corretamente para permitir o entendimento por todas as pessoas 133 CORRIMÃO E GUARDACORPO Os corrimãos devem estar em duas alturas a 70 cm e 92 cm contados do piso dos degraus ou da rampa acompanhando a inclinação Devem também passar 30 cm além do término da escada ou da rampa Devem apresentar formato curvo com diâmetro de 3 cm a 45 cm e distar 4 cm da parede Figura 7 Corte transversal de uma rampa acessível Fonte NBR 90502020 UNIDADE 03 51 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL O guardacorpo deve existir além do corrimão podendo ser uma parede e irá funcionar como proteção contra quedas No caso de rampas deve haver guias de balizamento com 5 cm de altura O espaçamento entre os balaústres não pode ser maior que 11 cm e a altura total deve maior ou igual a 110 m 134 SINALIZAÇÃO A sinalização tátil em escadas e rampas é importante para o reconhecimento de obstáculos para pessoas com deficiência visual A instalação do piso tátil de alerta deve ser prevista no início e fim de escadas e rampas e ser de cor contrastante com o piso original sendo que na maioria das vezes é usado o amarelo ou material fotoluminescente Para pessoas com visão reduzida devem ser colocadas faixas em cada degrau de forma a facilitar o entendimento do desnível e evitar acidentes com pelo menos 7 cm de comprimento e 3 cm de largura É recomendável que esta faixa se prolongue por todo degrau podendo incorporar materiais antiderrapantes A Figura 8 ilustra a instalação de piso tátil de alerta e das faixas de segurança 14 CIRCULAÇÃO EXTERNA A calçada de vias públicas apresenta papel fundamental para a mobilidade urbana e para a sustentabilidade das cidades Garantir rotas acessíveis nestes espaços pode promover o convívio social estimular o comércio e a prática de atividades físicas e sobretudo garante a segurança dos pedestres e a inclusão social de pessoas com deficiência e idosos As calçadas externas podem ser divididas em três tipos Faixa de serviço acomodam iluminação pública canteiros e mobiliário como bancos e lixei ras Para esta faixa é recomendada uma largura mínima de 70 cm Faixa livre ou de passeio faixa que serve para o deslocamento dos pedestres Deve ser con tínua entre lotes apresentar inclinação máxima de 3 largura mínima de 120 m e livre de obstáculos até altura de 210 m Faixa de acesso serve para acesso da rua às edificações sendo variável dependendo do espaço que se tem disponível As normas técnicas brasileiras NBR 90772001 que trata sobre saídas de emergência e a NBR 147182001 a respeito de guardacorpo tratam com mais detalhe do desenho do guardacorpo SAIBA MAIS Figura 8 Sinalização de escadas UNIDADE 03 52 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL As faixas de serviço e de acesso podem apresentar rampas para o acesso de veículos para a edificação entretanto a faixa de passeio não pode ser influenciada com degraus e desníveis que impeçam a livre circulação 141 TRAVESSIA DE PEDESTRES O maior obstáculo em circulações externas é garantir a segurança de pessoas com mobilidade reduzida ou deficientes visuais em relação à circulação de veículos Os passeios sempre estarão em um nível mais elevado do que a rua Deste modo sempre haverá o meiofio como obstáculo inevitável a rota acessível Estes desníveis podem ser corrigidos por duas estratégias básicas ou a calçada deve possuir um rebaixo com rampas menores que 833 ou deve haver um trecho eleva do em relação à rua para garantir a travessia segura e contínua Assim a NBR 90502020 permite que a travessia de pedestres possa ocorrer de três maneiras Pelo rebaixamento da calçada Pela redução na travessia Por travessias elevadas O rebaixamento da calçada é constituído por uma rampa frontal e abas laterais com inclinação preferencialmente igual ou menor que 5 sendo admitido 833 conforme figura 9 O passeio deve ser mantido com 120 m no mínimo Quando não há espaço suficiente para o passeio de 120 m e o rebaixamento da calçada pode ser utilizada a opção da Figura 10 Fonte Prefeitura Municipal de Petrópolis 2019 Na redução da travessia é recomendado o alargamento da calçada em um dos lados da rua ou nos dois o que permite mais facilidade de manobra e mobilidade Para conectar os dois lados é usada uma travessia elevada em relação ao nível da rua e no mesmo nível dos passeios A Figura 11 ilustra esta solução Figura 9 Travessia pelo rebaixamento da calçada Figura 10 Travessia pelo rebaixamento da calçada opção B UNIDADE 03 53 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 11 Redução da travessia pelo alargamento da calçada Fonte Prefeitura Municipal de Petrópolis 2019 A travessia elevada também pode ser realizada sem o alargamento da calçada 142 PISO TÁTIL A instalação de pisos táteis é prevista pela norma técnica NBR 165372016 A sinalização tátil é constituída por dois tipos principais Sinalização de alerta utilizada para informar ris cos por exemplo uma rampa ou escada iminen te Alerta que o deficiente deve parar e identificar o obstáculo antes de continuar o trajeto O piso tátil é composto por relevos em formato circular A cor deve sempre contrastar com o piso existen te de modo a facilitar o reconhecimento por pes soas com visão reduzida A Figura 12 representa o padrão para piso tátil de alerta Sinalização direcional utilizado para indicar um trajeto livre de obstáculos e seguro O padrão é composto por barras conforme Figura 13 Figura 13 Relevo do piso tátil direcional em planta e corte transversal Figura 12 Relevo do piso tátil de alerta em planta e corte transversal Fonte NBR 165372016 De forma geral o piso de alerta deve ser usado sempre que houver mudança de sentido em relação à rota ou quando houver obstáculos a serem contornados ou que obriguem o pedestre a parar Tomando como exemplo as figuras anteriores o piso de alerta indica o início de uma rampa escada ou travessia em circulação de veículos Fonte NBR 165372016 UNIDADE 03 54 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 143 TIPOS DE REVESTIMENTOS EM CALÇADAS EXTERNAS Tal como os pisos em circulações internas os pisos das calça das precisam ser antiderrapantes e contínuos Em área externa esta condição muitas vezes não é atendida conforme exemplo ilustrado na Figura 14 A má qualidade do revestimento aliado ao tráfego intenso de pedestres ao relevo da região e à própria vegetação deterioram as condições do piso Além destas dificuldades a manutenção das calçadas representa um alto custo para as cidades É comum ocorrem acidentes e quedas devido à dificuldade de tráfego Por este motivo os revestimentos aplicados devem ser cuidadosa mente pensados para garantir a calçada ideal às rotas acessíveis Diversos materiais podem ser utilizados no revestimento de calçadas Dentre os mais utilizados podem ser citados Concreto moldado no local neste caso o concreto é misturado e assentado Possui grande durabilidade baixo custo e fácil manutenção Bloco intertravado paver são peças de concreto assentadas sobre camada de areia Pos suem grande durabilidade porém podem se soltar facilmente se a areia da base não for bem compactada Petitpavé pedra natural de aspecto irregular e lisa quando úmida Pode favorecer quedas quando mal assentada Outras pedras naturais com formato mais regular e antiderrapante podem ser usadas como a Miracema e o granito sem polimento Entretanto possuem valor mais alto Pisos drenantes pisos que permitem a infiltração da água Pavers e concretos permeáveis se constituem uma boa solução pois permitem que a água de chuva infiltre no solo evitan do enchentes 15 VAGAS DE ESTACIONAMENTO Devem ser previstas 2 do total de vagas para deficientes físicos e 5 do total de vagas para idosos Estas devem apresentar as seguintes características Apresentar conexão com rota acessível até a edificação Quando a conexão não for direta deixar área de circulação de pelo menos 120 m que pode ser compartilhada por duas vagas Não possuir trajeto até a edificação superior a 50 m Evitar a circulação de veículos entre vagas O CONTRAN Conselho Nacional de trânsito regulamenta a sinalização das vagas de estacio namento horizontais e verticais para vagas de deficientes e para vagas de idosos A partir destas Figura 14 Má qualidade das calçadas em meio urbano UNIDADE 03 55 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL normas podese ter as seguintes situações quando as vagas são paralelas ao meiofio perpendi culares e oblíquas A Figura 15 contêm a representação de vaga paralela ao meiofio Figura 15 Vaga paralela ao meiofio Fonte CETSP 2016 A faixa de passagem pode ser compartilhada por 2 vagas Quando a vaga estiver próxima a esquinas deve haver distância de 5 m contados da vaga até a esquina Para vagas paralelas em relação ao meiofio a vaga deve ter largura mínima de 250 m Quando houver 2 paralelas estas podem compartilhar a área de passagem de 120 m conforme Figura 16 Figura 16 Vagas paralelas ao meiofio Fonte CETSP 2016 Para vagas oblíquas em relação ao meiofio deve ser prevista vaga com largura de 33 m Quan do houver 2 vagas obliquas paralelas esta dimensão pode ser de 220 m para a segunda vaga conforme Figura 17 UNIDADE 03 56 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 17 Vagas oblíquas ao meiofio Fonte NBR 165372016 Fonte CETSP 2016 16 MOBILIÁRIO URBANO Além de ser espaço destinado à circulação de pessoas nas calçadas também são instalados equi pamentos que cumprem funções utilitárias como postes de sinalização semáforos caixas de inspe ção de água esgoto elétrica entre outros elementos Além destes alguns equipamentos servem para promover o bemestar dos pedestres como arborização iluminação pública bancos e lixeiras Independentemente de sua função devem seguir determinados critérios para que não se tor nem obstáculos em meio as rotas acessíveis impedindo a circulação com autonomia e comprome tendo a segurança Deste modo a NBR 90502020 prevê as seguintes condições Assegurar dimensões apropriadas para aproximação alcance e manipulação Não apresentar cantos vivos arestas ou saliências perfurocortantes Estar localizado junto a uma rota acessível porém fora da circulação de pedestres Estar sinalizado corretamente De modo geral mobiliários instalados suspensos do piso com alturas entre 60 cm a 210 m são consi derados perigosos para pessoas com deficiência visu al Deste modo devem ser sinalizados com piso tátil de alerta conforme Figura 18 Marquises toldos e letreiros devem ficar a uma al tura superior a 210 m 161 SEMÁFOROS O semáforo deve apresentar dispositivo para acio namento manual para possibilitar a interrupção do tráfego para travessia segura Este deve estar à altura entre 080 m a 120 m de modo que pessoas sentadas Figura 18 Piso tátil de alerta em mobiliário urbano suspenso UNIDADE 03 57 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL também possam alcançar Além disso devem estar sincronizados com sinais visuais e sonoros que permitam a interpretação por pessoas com deficiência visual eou auditiva 162 BEBEDOUROS Bebedouros do tipo bica devem ser instalados com no mínimo duas alturas A mais baixa deve ser de 090 m do piso acabado e com espaço livre abaixo de 073 m permitindo assim a aproxima ção com cadeira de rodas A mais alta pode variar de 100 a 110 m conforme Figura 19 163 LIXEIRAS Devem estar localizados fora da área de circulação e que per mitam aproximação e alcance para pessoas em cadeiras de rodas 164 PAISAGISMO As áreas de plantio e manejo da vegetação não podem criar desníveis que prejudiquem a cir culação na área de passeio A vegetação selecionada não pode conter espinhos ser venenosa ou ainda possuir raízes que prejudiquem a pavimentação Ao projetar áreas arborizadas das calçadas devem ser levadas em consideração as espécies usadas e sua compatibilização com os postes de luz de forma que a vegetação não atrapalhe a iluminação do passeio 165 ASSENTOS PÚBLICOS Bancos de uso público devem seguir os seguintes critérios Possuir largura de assento individual de 45 a 50 cm Profundidade entre 40 e 45 cm Ângulo do encosto em relação ao assento de 100º a 110º 166 PROTETORES DE CALÇADA Os protetores de calçada servem para impedir que os carros invadam o passeio podendo afetar pedestres e as edificações Entretanto se constituem uma barreira importante que impede a livre circulação em rotas acessíveis Deste modo é importante evitálas e caso não haja esta possibilida de devem possuir de 75 a 80 cm de altura serem tubulares evitando cantos vivos e distribuídos a cada 120 m para permitir circulação entre eles Figura 19 Bebedouro acessível Fonte Montenegro et al 2009 UNIDADE 03 58 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL CONSIDERAÇÕES FINAIS A temática da acessibilidade está intimamente ligada ao conceito de desenho universal sendo parte essencial para garantir os princípios O direito da livre circulação é garantido pela constitui ção a todos os cidadãos sem exceção Assim a mobilidade tanto em ambientes internos quanto externos deve ser assegurada para a promoção do bemestar e da inclusão social Projetar rotas acessíveis é dever dos profissionais das áreas de arquitetura e design Estes de vem estar cientes das normas técnicas vigentes para que aos poucos os espaços públicos e priva dos sejam melhorados a fim de permitir a acessibilidade para todos ANOTAÇÕES VÍDEOS DA UNIDADE httpsbitly3LEwvQ0 httpsbitly3s7Y5gD httpsbitly3s8JBx3 UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 04 DESENHO UNIVERSAL APLICADO A ESPAÇOS DE LAZER Esta Unidade tem como objetivos Conhecer a importância do lazer para todos os indivíduos Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de auditórios cinemas teatros Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de espaços de esportes e turismo Compreender e aplicar regras para o dimensionamento de banheiros e sanitários Conhecer projetos de referência no tema Desenho Universal UNIDADE 04 60 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL INTRODUÇÃO As cidades se caracterizam por concentrar grande quantidade de pessoas e a diversidade cultu ral Assim são palcos para a vida social e as trocas de costumes e tradições entre as pessoas Nela se estabelecem as relações humanas desde a esfera familiar até laços de amizade e o sentimento de coletividade e solidariedade Os espaços de encontro propiciam a interação entre pessoas e estas com os espaços e equipamentos urbanos nos momentos de lazer O lazer é uma das funções sociais que as cidades devem garantir aos cidadãos As atividades desempenhadas neste tempo livre fora dos horários de trabalho são fundamentais para a garantir saúde física e emocional As atividades escolhidas devem proporcionar satisfação seja pela prática de esportes contato com a natureza em parques e praças ou meramente contemplativa Atividades culturais como es petáculos teatros cinemas e experiências gastronômicas ocupam o tempo ocioso promovendo a ampliação do conhecimento individual e riqueza de estímulos Além destas atividades turísticas também são uma opção de lazer Entretanto o direito ao lazer deve ser garantido a toda população independentemente de suas condições de saúde ou mobilidade Uma grande parcela da sociedade como pessoas em cadeiras de rodas deficientes idosos e obesos necessitam de espaços acessíveis para poderem transitar pela cidade e para o acesso aos espaços de lazer sem que se sintam marginalizados A indepen dência na realização das atividades de deslocamento e acesso a estes equipamentos é crucial para que os indivíduos se sintam confortáveis e seguros para vivenciarem estas experiências Deste modo espaços de lazer acessíveis promovem o sentimento de superação a promoção da autoestima e a socialização com os demais membros da sociedade Cabe aos profissionais de arquitetura urbanismo e design a inclusão destes grupos durante o desenvolvimento de projetos de espaços públicos e privados destinados ao lazer Nesta Unidade serão vistos critérios definidos pelas normas técnicas que devem ser observados para garantir que os princípios de Desenho Universal sejam postos em prática nestes ambientes 1 CINEMAS TEATROS E AUDITÓRIOS Espaços de exposição cultural como cinemas teatros e auditórios precisam ser acessíveis a to dos Para isso estes ambientes de seguir os seguintes critérios Devem estar ligados a uma rota acessível e saídas de emergência Estar providas com as mesmas condições de conforto das demais áreas Devem estar reservadas do público em geral e em piso plano Apresentar assento ao lado para acompanhantes UNIDADE 04 61 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Disponibilizar dispositivos de tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual e auditiva Possuir assentos para pessoas em cadeiras de rodas PCR pessoas com deficiência visual PDV pessoas com mobilidade reduzida PMR e pessoas obesas No Brasil o Decreto nº 52962004 estabelece a proporção de lugares na plateia conforme Tabela 1 Tabela 1 Proporção de assentos ASSENTOS LIVRES CAPACIDADE ATÉ 1000 LUGARES CAPACIDADE ACIMA DE 1000 LUGARES Assentos para cadeirantes PCR 2 dos lugares disponíveis 20 espaços mais 1 do que exceder 1000 Assentos para pessoas com deficiência vi sual eou auditiva ou mobilidade reduzida PDV ou PMR 2 dos lugares disponíveis 20 espaços mais 1 do que exceder 1000 Assentos para obesos PO 50 dos lugares para cadei rantes deficiência ou mobi lidade reduzida 50 dos lugares para cadei rantes deficiência ou mobi lidade reduzida Fonte Decreto nº 52962004 A posição dos assentos irá variar conforme o ângu lo de visão disponível para pessoas em cadeiras de ro das pois estas não estarão sentadas nos mesmos as sentos do restante do públi co Deve ser prevista altura de 115 m do piso acabado até a linha do horizonte e a partir dela o ângulo de 30º livre de obstáculos até a tela de projeção ou palco conforme Figura 1 Em teatros a altura do palco deve estar abaixo de 115 m para que se possa ter plena visão do espetá culo Os assentos para PMR e PO devem estar junto aos corredores sendo que poltronas com apoio para o braço devem ser do tipo Fonte NBR 90502020 Figura 1 Elevação lateral do cone visual para PCR UNIDADE 04 62 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL basculante ou removível Estes assentos especiais devem estar distribuídos na plateia A circulação entre as fileiras deve ser de no mínimo 60 cm O espaço destinado à PCR pode ocupar parte desta passa gem mas desde que nesta fileira não haja assentos para PMR e PO A posição da cadeira deve estar a 30 cm do assento ao lado conforme Figura 2 Assentos para pessoas obesas devem apresentar dimensões de no mínimo 75 cm e profundidade variando de 47 a 51 cm Junto às cadeiras reservadas a PMR devese prever espaço de 70 cm de comprimento por 40 cm de largura para o cãoguia As poltronas devem possuir identificação em braile O espaço destinado ao público deve estar conectado aos ca marins por uma rota acessível sendo que pelo menos um cama rim deve apresentar condições de acessibilidade 11 BILHETERIAS CAIXAS E BALCÕES DE ATENDIMENTO O mobiliário destinado ao atendimento de clientes deve seguir os seguintes critérios Permitir a aproximação frontal e sinalização adequada A face do atendente deve star bem iluminada para que a interpretação labial seja possível Telas e grades entre o público e o atendente devem ser evitadas pois pessoas com redução na capacidade auditiva podem ter dificuldades Caso isso não seja possível por motivos de segurança devem ser usados amplificadores de voz Quando o número de postos for maior que 6 unidades um deles deve ser acessível ao aten dente em cadeiras de rodas possibilitando espaço para aproximação e giro de 180º Apresentar dimensões conforme Figura 3 Figura 3 Dimensões mesa acessível atendimento e alimentação Fonte NBR 90502020 Fonte NBR 90502020 Figura 2 Posição do assento PCR UNIDADE 04 63 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 2 PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO RESTAURANTES E BARES Para que estes ambientes sejam confortáveis a todos devem ser seguidos critérios quanto ao tamanho das mesas e cadeiras e áreas de circulação Devem ser destinadas a PCR 5 do total de mesas sendo estas ligadas a rotas e a sanitários acessíveis além de estar distribuídas no espaço para que haja opção de escolha Estas mesas devem possuir as mesmas características da Figura 3 devendo haver profundidade mínima livre de 50 cm sobre a superfície da mesa 21 MESAS TAMANHO E DISPOSIÇÃO A forma como os alimentos são servidos pode influenciar no tamanho das mesas Para refeições mais rápidas servidas em buffets ou em praças de alimentação as mesas podem ser menores su ficientes para comportar as bandejas que transportam a refeição Em restaurantes onde a comida é servida a la carte ou rodízio as mesas são maiores para comportar pratos talheres para todos os momentos da refeição e copos para vários tipos de bebida Além disso devem propiciar mais conforto já que o tempo desprendido será maior lembrando que o ato de comer também é consi derado uma atividade de lazer Segundo Panero e Zelnik 1998 as dimensões ideais para uma mesa para duas pessoas é de no mínimo 762 cm e máximo 10160 cm por 762 cm O espaço considerado confortável para a ca deira é de 457 a 61 cm É importante que a estrutura da mesa não reduza o espaço para a perna A Figura 4 mostra a configuração de mesa considerada ótima para 2 pessoas Figura 4 Dimensões ótimas para uma mesa de 2 lugares Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 Para mesas com mais lugares basta aplicar as mesmas dimensões multiplicando os valores pelo número de pessoas Quanto à disposição das mesas é necessário que haja um espaço adjacente à mesa para ser viço pois quando houver garçons este irão parar ao lado da mesa para servir e retirar a louça Além deste deve haver mais um espaço para circulação de pessoas sem que estas esbarrem nos garçons Neste caso as dimensões ótimas são de aproximadamente 457 cm para o serviço e B 457 61 cm C 762 cm K 193 2235 cm L 1016 cm M 203 cm I 406 cm Profundidade ótima UNIDADE 04 64 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 762 cm para circulação das demais pessoas totalizando aproximadamente 120 cm contados da mesa até uma parede ou até outra mesa Quando não há serviço de garçom este espaço irá servir à circulação de pessoas sendo suficiente para que não haja contato físico entre as pessoas que estão sentadas e a que está se deslocando por trás das cadeiras Quando há serviço de garçom as dimensões ótimas estão representadas pela Figura 5 Figura 5 Espaço entre mesas para circulação Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 Em praças de alimentação as bandejas pratos copos temperos etc devem estar dentro da faixa de alcance manual Superfícies para colocação das bandejas devem estar entre 75 e 85 cm do piso garantida circulação de 90 cm 22 CADEIRAS As dimensões apropriadas para altura das cadeiras são deter minadas não somente pelas proporções do corpo humano mas também por fatores como conforto e estilo Cadeiras para longas refeições devem propiciar mais conforto em relação ao encosto e materiais se comparadas a cadeiras em locais de fastfood De modo geral Ching 2019 propõe as dimensões representadas pela Figura 6 Já Panero e Zelnik 1998 propõem que as dimensões ideais sejam as presentadas pela Figura 7 na qual também é possível verificar que o espaço destinado à PCR é maior Fonte Ching 2019 Figura 6 Dimensões ideais para uma cadeira de uso comum D 193 2235 cm E 203 cm F 1016 cm G 457 61 cm H 762 cm Corredor de serviço UNIDADE 04 65 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 7 Medidas para assento e dimensões ótimas para PCR Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 23 BARES Em bares são servidas bebidas e aperitivos As mesas portanto não têm necessidade de com portar jogos de louça sendo em geral menores se compradas as mesas usadas em restaurantes Nestes ambientes também é comum o uso de bancadas mais altas onde são oferecidas as bebi das Nestes espaços deve haver a circulação para os clientes e internamente ao bar há circulação de serviço A Figura 8 ilustra as dimensões ótimas para alturas e circulações tanto nas áreas de serviço quanto na zona destinada aos clientes Figura 8 Dimensões ótimas para circulação e altura em bares Fonte Adaptado de Panero e Zelnik 1998 D 762 cm G 457 61 cm H Max 787 cm I 762 cm J Min 737 cm Variável Liberação de cadeira de rodas B 457 61 cm D 762 cm F 61 762 cm G 762 914 cm H 711 965 cm I 254 3251 cm J 1067 1143 cm M 178 229 cm N 152 229 cm O 559 66 cm P 1524 175 cm Q 914 1067 cm Parte superior do balcão Banco Espaço atividade cliente Espaço de serviço Apoio para os pés UNIDADE 04 66 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Nestes locais também devem ser previstos lugares para PCR em mesas sendo estas ligadas a rotas e sanitários acessíveis 3 ESPORTE E TURISMO De forma geral espaços destinados à prática de atividades físicas devem estar comunicados a rotas e sanitários acessíveis É feita exceção a quadras com revestimento em grama pois o tráfego de PCR seria dificultado nestes locais 31 PISCINAS A NBR 90502020 dá enfoque especial ao acesso q piscinas pois são locais de alto risco para pes soas com mobilidade reduzida já que podem ser escorregadios em função da proximidade à água Assim é recomendado que o acesso seja realizado de 3 formas por meio da transferência da cadeira de rodas a bancos adjacentes às piscinas escadas ou rampas A Figura 9 representa as dimensões e características de acesso por meio de banco Figura 9 Dimensões para transferência para bancos de piscinas Muitos restaurantes têm proposto escuridão total para simular a experiência na deficiência visual As refeições em geral são servidas por garçons cegos A justificativa é que sem a visão as pessoas apresentam mudanças de comportamento pois devem confiar nos outros sentidos tato olfato gustação e audição Assista a reportagem em httpsbitly3pN2qF8 Acesso em 15 fev 2022 VÍDEO Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 67 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Pela figura anterior percebese que deve haver espaço para aproximação da cadeira e barras laterais para facilitar a transferência O revestimento do banco deve ser antiderrapante e estar no nível da água Quando o acesso for por rampa a inclinação pode ser de no máximo 833 e ter corrimão nos dois lados a 070 m do piso Caso seja por meio de escadas estas devem ser submersas conforme Figura 10 Figura 10 Dimensões para acesso por meio de escadas a piscinas Fonte NBR 90502020 32 DORMITÓRIOS PARA HOSPEDAGEM Em hotéis motéis e pousadas devem ser disponibilizados quar tos acessíveis sendo que a quanti dade de quartos depende de legis lação local específica Estes devem estar distribuídos pela edificação para que seja possível a escolha por parte do cliente O trajeto até estes ambientes deve ser feito por meio de rotas acessíveis discuti dos na Unidade anterior A Figura 11 representa um quarto acessível sendo exigidas as dimensões mínimas de circulação adjacente as camas e um banheiro acessível 4 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS É importante diferenciar a nomenclatura de banheiro e sanitário sendo que o primeiro contém chuveiros e o segundo não Figura 11 Planta mobiliada com dimensões mínimas de circulação Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 68 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Para que um sanitário ou banheiro seja considerado acessível precisa estar de acordo com a NBR 90502020 em relação aos seguintes fatores Quantidade mínima de sanitários e localização Posição e dimensão das peças sanitárias Acessórios de apoio Características de piso e desníveis Para cálculo da quantidade mínima de sanitários deve ser seguida a Tabela 2 Tabela 2 Número mínimo de sanitários acessíveis USO DA EDIFICAÇÃO SITUAÇÃO NÚMERO MÍNIMO DE SANITÁRIOS COM ENTRADA INDEPENDENTE Públicos A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento Existente Um por pavimento Coletivo A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento A ser reformado 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento acessível Existente Uma instalação sanitária onde houver sanitários Privado de uso coletivo A ser construído 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por pavimento A ser reformado 5 do total de sanitários com no mínimo 1 por bloco Existente No mínimo 1 Fonte NBR 90502020 Estes sanitários devem estar localizados próximos a rotas acessíveis sendo que as pessoas não devem percorrer trajetos maiores que 50 m para chegar até eles Além disso a entrada precisa ser independente para que permita o acesso com pessoas de sexo diferente para auxílio Dentro do ambiente a posição das peças deve permitir a manobra de pessoas com deficiência de forma que a aproximação para o lavatório e a transferência para o vaso sanitário possa ser feita sem esforço físico excessivo ou obstáculos A Figura 12 ilustra as formas de transferência possíveis frontal lateral e diagonal Figura 12 Tipos de transferência para vasos sanitários Fonte NBR 90502020 UNIDADE 04 69 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL De forma geral deve haver espaço interno com diâmetro de 150 cm para que a manobra da cadeira possa ser realizada a 360º sendo admitida a sobreposição de 10 cm sobre o vaso e 30 cm sobre o la vatório conforme Figura 13 Ralos e outros dispositivos devem estar fora da área de manobra A porta de entrada deve abrir para fora com puxador fixado na parte interna da porta 41 VASOS SANITÁRIOS Os vasos sanitários não podem ter abertura frontal e devem estar à altura entre 43 a 46 cm para adultos o que pode ser obtido pela instalação de degraus abaixo do vaso sanitário A posição das barras de apoio próximas ao vaso depende da sua posição dentro do am biente O vaso pode estar próximo à parede ou não e ainda possuir ou não a caixa acoplada A Figura 14 representa as possíveis posições do vaso e das barras de apoio Figura 14 Posição das barras quando não há parede lateral Fonte NBR 90502020 Figura 13 Sanitário com dimensões mínimas Fonte NBR 90502020 Legenda COTAS ADULTO INFANTIL A 075 060 B 040 025 C 046 036 D 030 015 UNIDADE 04 70 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL A descarga pode ser do tipo válvula ou na caixa acoplada ao vaso podendo ainda ser do tipo alavanca ou por dispositivos eletrônicos A papeleira deve estar instalada a uma altura de 100 cm 42 LAVATÓRIOS Os lavatórios devem permitir aproximação de cadeira de rodas de até 30 cm protegendo as pernas do sifão e engates da torneira As torneiras ou misturadores de água devem ser do tipo alavanca de modo que o esforço mínimo seja feito para abertura As barras de apoio dos lavatórios podem ser horizontais e verticais dependendo da posição em relação as paredes do ambiente A Figura 15 representa a posição em planta e elevação das barras em relação ao lavatório Figura 15 Posição das barras em relação ao lavatório Fonte NBR 90502020 As barras de apoio quando fixadas na parede devem estar espaçadas 4 cm para permitir que a mão se encaixe entre o vão da parede e a barra Além disso o espaçamento máximo até a torneira deve ser de 50 cm no máximo para garantir o alcance Os espelhos em frente ao lavatório devem ser posicionados de forma reta vertical a uma altura mínima de 50 cm na parte inferior até pelo menos 180 cm de altura em relação ao piso A altura ideal para acessórios como papeleiras porta toalhas entre outros devem estar posicionados em uma faixa de alcance de 80 a 120 cm do piso 43 BOX DE BANHEIRO O box dos banheiros para pessoas com mobilidade reduzida requer atenção por ser escorre gadia em função da umidade Deste modo o piso deve ser antiderrapante e não devem ser feitos desníveis entre esta área e o restante do banheiro Para escoamento da água do chuveiro é ne cessário um desnível de pelo menos 2 Nesta região é preciso que haja um banco de apoio e que o chuveiro deve ser flexível seja por barra ou desviador manual para que possa ser regulado de acordo com a estatura para facilitar o alcance A Figura 16 ilustra a posição do banco chuveiro e da barra de apoio a Vista superior barras horizontais b Vista superior barras verticais c Vista lateral barras horizontais d Vista lateral barras verticais UNIDADE 04 71 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Figura 16 Posição das barras em relação ao lavatório Fonte NBR 90502020 É importante ter em mente que as transferências de pessoas em cadeiras de rodas para camas cadeiras e vaso exigem grande esforço físico e podem ser arriscados provocando quedas e aci dentes Entretanto são fundamentais para que a pessoa possa ser independente A autonomia para poder desempenhar as atividades cotidianas sem precisar de auxílio garante qualidade de vida para pessoas com mobilidade reduzida Em sanitários as barras de apoio próximas a vasos lavatórios e chuveiros servem de apoio para que os movimentos sejam feitos com segurança REFLITA 44 VESTIÁRIO As cabines de vestiário individuais devem prever área de transferência para bancos podendo ser externas as áreas de manobra para cadeira de rodas com porta abrindo para fora Para acesso ao banco deve haver 2 barras de apoio com espelho disposto conforme Figura 17 Figura 17 Posição das barras em cabines de vestiário UNIDADE 04 72 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL Fonte NBR 90502020 Os bancos devem possuir encosto podendo ser a própria parede profundidade mínima de 45 cm e largura mínima de 70 cm a altura de 46 cm do piso Embaixo do assento deve haver altura de 30 cm recuada para permitir manobras Os armários devem ser posicionados a uma altura de 40 cm a 120 cm sendo que a projeção de abertura não pode interferir a área de circulação 5 ESPAÇOS PÚBLICOS PARA O LAZER ESTUDOS DE CASO Nesta seção serão apresentados exemplos de projetos de revitalização para espaços públicos de lazer envolvendo princípios de Desenho Universal e sustentabilidade Grande parte dos centros ur banos possuem parques públicos inclusivos contendo quadras acessíveis trilhas em meio a áreas de preservação acesso a praias playgrounds e centros de recreação 51 PARQUE DA AMIZADE MONTEVIDÉU O Parque da Amizade está localizado ao lado do Planetário sendo o primeiro parque do Uruguai a se tornar totalmente acessível O projeto foi criado pela revitalização do Parque Villa Dolores fazendo parte do compromisso do governo com o tema e tornouse um espaço inclusivo para crianças e jovens independentemente das suas capacidades físicas ou cognitivas A ideia era evitar que as restrições normativas referentes ao assunto refletissem em um design menos atraente A Projetos de qualidade direcionados a pessoas com deficiência auditiva necessitam de cuidados especiais com acústica materiais e iluminação Para compreender um pouco mais sobre o assun to leia o artigo PIÑEIRO Antonia Arquitetura para pessoas com deficiência auditiva 6 dicas de projeto ArchDaily Brasil 31 Mar 2020 Trad Souza Eduardo ISSN 07198906 Disponível em httpsbitly35ZCGhI Acesso em 15 fev 2022 LEITURA UNIDADE 04 73 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL estratégia de projeto foi a criação de um plano ho rizontal sobre a topografia natural servindo como proteção física visual e sonora entre os usuários e o tráfego de veículos A Figura 18 mostra a platafor ma em relação ao restante da área A área entre o parque e as ruas foi concebida como um jardim de plantas diversas que fornecem cor e aroma à prática de brincadeiras Para se tornar inclusivo o parque possui superfícies que propor cionam experiências táteis sonoras e aromáticas 52 REVITALIZAÇÃO DA ANTIGA ÁREA INDUSTRIAL DE SEUL COREIA DO SUL Através da implantação da recémcriada linha ferroviária de Seul foi possível a revitalização no centro da capital de toda essa antiga área industrial conectando assim duas de suas mais im portantes áreas residenciais Com seu plano diretor desenvolvido pelo UNStudio por convite da Hyundai Development Company a acessibilidade e conexão entre os bairros vizinhos foi introdu zindo utilizando recursos urbanísticos permitindo definir novos eixos de circulação e articulação no centro de Seul através de novas pontes e passarelas Outra ferramenta utilizada para melhorar o bemestar de seus moradores foi utilizar parques coberturas verdes e um paisagismo intrusivo como elemento fundamental da reurbanização criando uma oportunidade para os usuários de introduzir no seu cotidiano programas ao ar livre onde a flexibilidade e adaptabilidade gera uma conexão com a cidade A ideia de estabelecer diferentes iniciativas que fomentam o bemestar e a saúde chamada paisagem produtiva faz parte do plano diretor chamado Project H1 juntamente atuando no desenvolvimento comercial que estará alinhado com desenvolvimento dos espaços públicos pró ximos e acessíveis A Figura 19 ilustra uma imagem do Plano Diretor criado e a Figura 20 uma ima gem interna do centro esportivo acessível Fonte ArchDaily Brasil 2015 Figura 18 Parque da Amizade Montevidéu Fonte Cutieru 2021 Figura 19 Imagem do Plano Diretor para Revitalização da antiga área industrial de Seul Figura 20 Imagem interna do centro esportivo acessível UNIDADE 04 74 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL 53 ESCOLA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL TAILÂNDIA Localizada na cidade de Pattaya Tailândia foi criado o jardim de infância para crianças com deficiência visual em 2018 No interior da sala forma inseridos painéis vazados para encaixe de formas com diferentes cores textu ras e padrões O aluno progride na medida em que passa a reconhecer por toque as formas mais básicas em seguida dimensiona as relações textura e peso para formas mais complexas como animais Além do aprendizado de Braille as crianças são ensinadas a re conhecer os danos potenciais da vida diária Em cola boração com um especialista em odores as cápsulas perfumadas são projetadas para ensinar os alunos sobre o cheiro de danos potenciais como fogo fuma ça vazamento de gás entre outros O especialista em som fez gravações de vários ambientes para estimular a percepção dos alunos a ruídos A ilumi nação foi projetada para exercitar e estimular a visibilidade em crianças com baixa visão O piso é embutido com letras tácteis em braile tailandês inglês e números para a introdução básica do braile A Figura 21 ilustra o interior da sala com diferentes texturas 54 MODERNIZAÇÃO NO MUSEU JK BRASÍLIA O Memorial JK é um museu localizado em Brasília com projeto assinado por Oscar Niemeyer em home nagem a Juscelino Kubitschek O intuito principal foi o de proporcionar acessibilidade aos expositores por meio do uso de maquetes táteis e painéis de vidro com a projeção de vídeos munidos de legendas entre outros novos expositores conforme Figura 22 A principal preocupação do projeto foi a de receber o público com conforto segurança e acessibilidade CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades desempenhadas nos momentos de lazer são fundamentais para garantir os direi tos de cidadania Para que haja momentos de lazer é necessário estar desimpedido de quaisquer obrigações sociais sejam ela de cunho familiar religiosas e sociais O indivíduo deve escolher qual Fonte ArchDaily 2019 Figura 21 Interior da sala de aula para crianças com deficiência visual Figura 22 Frequentadora do museu utilizando os expositores táteis Fonte ArchDaily Brasil 2016 UNIDADE 04 75 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL atividade deseja desempenhar no seu tempo livre é uma decisão individual Estas devem pro porcionar momentos de prazer satisfação e relaxamento de modo que haja uma interrupção no trabalho e obrigações Atividades ligadas ao lazer podem ser culturais esportivas turísticas ou simplesmente contemplativas Ambientes como parques públicos teatros cinemas praças sejam públicas ou privadas de vem apresentar medidas para que o acesso seja garantido a todos independente de limitações de mobilidade cognição ou deficiências físicas Nos ambientes de uso coletivo privado percebese que há maior facilidade na exigência quanto ao cumprimento das normas já que muitas vezes o espaço fica impedido de ser explorado econo micamente caso não ofereça acessibilidade em seus serviços Porém os ambientes de uso público nos quais a administração pública local toma conta em geral não possuem fiscalização e apresen tam condições precárias de desenho universal A falta de rotas acessíveis nas cidades impede o pleno acesso de todos os indivíduos com segu rança e conforto Sem uma conexão acessível a parques e praças e demais espaços de lazer públi cos e privados os deslocamentos ficam difíceis e acabam por reduzir o interesse de pessoas em ca deira de rodas deficientes e idosos a frequentarem estes locais Deste modo a qualidade de vida fica comprometida já que o convívio social e a prática de atividades físicas se tornam limitadas É importante que os profissionais das áreas de arquitetura urbanismo e design estejam cons cientes destes aspectos e que no futuro as cidades possam realmente propiciar espaços de lazer públicos e privados acessíveis a todos para uma sociedade mais inclusiva e sustentável ANOTAÇÕES 76 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL REFERÊNCIAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 155751 Edificações Habitacionais De sempenho Requisitos Gerais Rio de Janeiro ABNT 2013 NBR 9050 Acessibilidade a edificações mobiliário espaços e equipamentos urba nos Válida a partir de 11102015 Brasília ABNT 2015 NBR 16537 Acessibilidade Sinalização tátil no piso Diretrizes para elaboração de projetos e instalação Rio de Janeiro ABNT 2016 NBR 9050 Acessibilidade e edificações mobiliário espaços e equipamentos ur banos 4 ed Rio de Janeiro ABNT 2020 ARCHDAILY BRASIL Parque da AmizadeMarcelo Roux Gastón Cuña Parque de la Amistad Arch Daily Brasil 20 Jul 2015 Disponível em httpswwwarchdailycombrbr770159parqueda amizademarcelorouxplusgastoncuna Acesso 7 Mar 2022 ISSN 07198906 Modernização e Acessibilidade do Museu JKCité Arquitetura ArchDaily Brasil 12 Nov 2016 Disponível em httpswwwarchdailycombrbr798669modernizacaoeacessibilida dedomuseujkcitearquitetura Acesso 7 Mar 2022 ISSN 07198906 ARCHDAILY Classroom Makeover For The BlindCreative Crews ArchDaily 28 Set 2019 Disponí vel em httpswwwarchdailycom918942classroommakeoverfortheblindcreativecrews Acesso em 7 Mar 2022 ISSN 07198884 BATISTA Claudia R et al Design para acessibilidade e inclusão Editora Blucher 2017 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788580393040 BRASIL Decreto nº 5296 de 2 de dezembro de 2004 Regulamenta as Leis nos 10048 de 8 de novembro de 2000 que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica e 10098 de 19 de dezembro de 2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras pro vidências Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato200420062004decreto d5296htm Acesso em 25 fev 2022 Agência Nacional De Transportes Terrestres Cartilha de Acessibilidade Ministério dos Transportes 2009 Disponível em httpinclusaocoppeteccoppeufrjbrdocumentosacessi bilidadeanttpdf Acesso em 15 fev 2022 CAMBIAGHI Silvana Desenho Universal métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas 2º ed São Paulo Editora Senac 2011 CETSP Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo Manual de Sinalização Urbana Regu lamentação de Estacionamento e Parada Novembro de 2016 Disponível em httpwwwcetsp combrmedia392055msuvol10parte5deficientefisicorev05pdf Acesso em 25 jan 2022 CHING Francis D K e BINGGELI Corky Arquitetura de Interiores Ilustrada Grupo A 2019 Reti rado de httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788582605165 77 UNIBRASIL EAD DESENHO UNIVERSAL COLLEGE OF DESIGN The Center for Universal Design NC State University 2000 Disponível em httpsprojectsncsueduncsudesigncudindexhtm Acesso em 25 fev 2022 CUTIERU Andreea UNStudio apresenta plano diretor para reurbanização de antiga área industrial em Seul UN Studio Reveals Design of 10Minute Neighbourhood for Seoul ArchDaily Brasil 09 Nov 2021 Trad Libardoni Vinicius Disponível em httpswwwarchdailycombrbr971229 unstudioapresentaplanodiretorparareurbanizacaodeantigaareaindustrialemseul Acesso em 7 Mar 2022 ISSN 07198906 GARCIAS Carlos Mello e BERNARDI Jorge Luiz As Funções Sociais da Cidade Revista Direitos Fundamentais e Democracia vol 4 2008 MONTENEGRO Gildo A Desenho arquitetônico Editora Blucher 2001 Disponível em https integradaminhabibliotecacombrbooks9788521214878 MONTENEGRO Nadja GS Dutra SANTIAGO Zilsa Maria P Santiago SOUSA Valdenice Costa Guia de Acessibilidade Espaço Público e Edificações Fortaleza SEINFRACE 2009 Disponível em httpwwwsolucoesparacidadescombrwpcontentuploads201002012020GUIA DEACESSIBILIDADECEARApdf Acesso em 22 fev 2022 NATIONAL ASSOCIATION OF HOME BUILDERS RESEARCH CENTER Residential Remodeling and Universal Design Making Homes More Comfortable and Acessible US Department of Housing and Urban Development1996 NEUFERT Ernst Arte de projetar em arquitetura 18 ed Ren e atual Editora Gustavo Gili 2013 NULL Roberta Universal Design Principals and Methods Boca Raton Taylor and Francis Group 2014 IDA Itiro Ergonomia Projeto e Produção Editora Blucher 2005 Disponível em httpsintegra daminhabibliotecacombrbooks9788521215271 PANERO Julius ZELNIK Martin Las Dimensiones Humanas em los Espacios Interiores México Ediciones Gustavo Gili 1984 PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Manual de Calçada Acessível PetrópolisRJ 2019 Dis ponível em httpswwwpetropolisrjgovbrpmpphocadownloaddestaques2019agosto manualdecalcadaacessivelpetropolispdf Acesso em 15 fev 2022 PREISER Wolfgang SMITH Korydon Universal Design Handbook 2 ed Nova Iorque McGranHill 2011 SBARRA Marcelo Dormitório acessível área de circulação mínima NBR 90502020 Marcelo Sbarra São Paulo 02 set 2020 Disponível em httpsmarcelosbarracom20200912dormito rioacessivelareadecirculacaominimanbr90502020 Acesso em 25 de fev 2022 SHAHROM Siti K ZAINOL Rosilawati Universal design in housing for people with disabilities a review Journal of Design and Built Environment vol 15 nº1 2015 Disponível em httpmjs umedumyindexphpjdbearticleview53513136 Acesso em 15 fev 2022 SOUZA Dulce América D et al Ergonomia do ambiente construído Grupo A 2019 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595029675 WACHOWICZ MC Ergonomia Curitiba IFPR 2013