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Química Analítica 2

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Concebido como um livrotexto Química analítica teoria e prática essenciais aborda de forma objetiva sem perder profundidade o conteúdo programático oferecido em disciplinas da área de química analítica em diferentes cursos e instituições do país O projeto nasceu com o intuito de fornecer um material didático que contemplasse as duas grandes áreas da química analítica a análise clássica subdividida em qualitativa e quantitativa e a análise instrumental A ordenação dos conteúdos segue a tendência geral observada nos diferentes planos de ensino de química analítica São apresentados os subsídios teóricos e práticos necessários ao direcionamento das aulas da disciplina Tratase de leitura altamente recomendável para alunos de cursos presenciais semipresenciais ou EaD em nível técnico nível tecnólogo ou graduação em áreas como ou correlatas com agronomia engenharias farmácia física geologia e química ACS Química para um Futuro Sustentável 8ed ATKINS JONES Princípios de Química 5ed BARROS NETO SCARMINIO BRUNS Como Fazer Experimentos 4ed CAREY FA Química Orgânica 7ed Volumes 1 e 2 CHANG R FísicoQuímica para as Ciências Químicas e Biológicas 3ed Volumes 1 e 2 Química Geral Conceitos Essenciais 4ed CHANG GOLDSBY Química 11ed COSTA P e cols Ácidos e Bases em Química Orgânica DIAS SLP e cols Análise Qualitativa em Escala Semimicro GARCIA LUCAS BINATTI Química Orgânica HIGSON S Química Analítica JUARISTI STEFANI Introdução à Estereoquímica e à Análise Conformacional OLIVEIRA GM Simetria de Moléculas e Cristais Fundamentos da Espectroscopia Vibracional PAVIA DL e cols Química Orgânica Experimental 2ed ROSA GAUTO GONÇALVES Química Analítica SHRIVER ATKINS Química Inorgânica 4ed VOLLHARDT SCHORE Química Orgânica Estrutura e Função 6ed Catalogação na publicação Poliana Sanchez de Araujo CRB 102094 Q6 Química analítica teoria e prática essenciais recurso eletrônico Silvio Luis Pereira Dias et al Porto Alegre Bookman 2016 Editado como livro impresso em 2016 ISBN 9788582603918 1 Química analítica I Dias Silvio Luis Pereira CDU 543 Silvio Luis Pereira Dias Doutor em Ciências pela Unicamp professor do Departamento de Química Inorgânica da UFRGS Júlio César Pacheco Vaghetti Doutor em Química pela UFRGS químico da Central Analítica do Instituto de Química da UFRGS Éder Cláudio Lima Doutor em Química pela UFSCar professor do Departamento de Química Inorgânica da UFRGS Jorge de Lima Brasil Doutor em Química pela UFRGS professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul IFRS Campus Alvorada Flávio André Pavan Doutor em Química pela UFRGS professor da Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA SilvioDiasIniciaisEletronicoindd ii SilvioDiasIniciaisEletronicoindd ii 09052016 140038 09052016 140038 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 331 Cromatografia líquida de alta eficiência CLAE Uma técnica cromatográfica adquire relevância no meio analítico quando consegue fazer análises que outras técnicas também cromatográficas são incapazes de rea lizar Deste modo a técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE também conhecida pela sigla em inglês HPLC HighPerformance Liquid Chroma tography apesar de não ter caráter universal é a que possui a maior capacidade de analisar diferentes tipos de analitos IMPORTANTE A técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE apesar de não ter caráter universal é a que possui a maior capacidade de analisar diferentes tipos de analitos A cromatografia líquida de alta eficiência possui vasta aplicação em diversos setores de análise como nas áreas alimentícia forense e ambiental bem como na química orgânica química de polímeros e química farmacêutica O fato de as amos tras utilizadas nesta técnica estarem na forma líquida facilita o emprego da CLAE para a determinação cromatográfica de solutos não voláteis possuidores de certa polaridade de alto peso molecular ou termolábeis Em termos práticos podemos dizer que a CLAE é uma técnica complementar à cromatografia gasosa As técnicas cromatográficas possuem caráter complementar entre si quando os analitos que uma técnica pode analisar são os que outra técnica não consegue investigar Assim podemos dizer que a CLAE é uma técnica aplicada a analitos que não podem ser analisados por cromatografia gasosa por exemplo as substâncias termolábeis IMPORTANTE As amostras termolábeis não são passíveis de serem analisadas por exemplo por cromatografia gasosa pois são degradadas durante o aquecimento ocorrido para a volatilização e sua introdu ção no sistema gasoso desta técnica A CLAE pode ser entendida como uma otimização da cromatografia líquida preparativa A cromatografia preparativa utiliza colunas recheadas com partículas de diâmetros na ordem de 100 m e fluxo de fase móvel proporcionado pela ação da gravidade A CLAE por sua vez utiliza colunas preenchidas com partículas entre 3 e 10m de diâmetro e fluxos líquidos em pressões de até 200 bar fornecidos por bombas específicas A justificativa para a utilização do fluido pressurizado é o fato de o eluente ter de vencer a barreira de partículas com pequeno diâmetro que causa uma forte queda de pressão ao longo da coluna cromatográfica Se a fase móvel não fosse pressurizada o fluxo de líquido seria interrompido por esse impedimento da compactação das partículas Na CLAE a utilização de pequenas partículas reduz a altura do prato teórico resolução pois diminui o fator A da equação de Van Deemter visto que elimina os canais preferenciais que alargam o pico cromatográfico SilvioDias19indd 331 SilvioDias19indd 331 29022016 160252 29022016 160252 332 Química analítica teoria e prática essenciais Além de pequenas partículas a CLAE emprega finos filmes de fase estacio nária depositados sobre esses materiais que reduzem o efeito de difusão estagnan te ocorrido normalmente quando são utilizados filmes mais espessos O emprego desses finos filmes reduz o termo C da equação de Van Deemter proporcionando pequenas alturas de pratos teóricos ou seja boas resoluções NA HISTÓRIA O desenvolvimento da tecnologia que constitui a cromatografia líquida de alta eficiência data da década de 1970 quando os cientistas Horvath e Lipsky criaram o primeiro aparelho cromatográfico utilizando altas pressões e pequenas partículas Hoje as pressões de operação estão acima de 103 Mpa 1000 atm O emprego dessas elevadas pressões em técnicas cromatográficas é conhecido como cromatografia líquida de ultraaltapressão CHRISTIAN DASGUPTA SCHUG 2014 A CLAE utiliza elevadas pressões até 200 atm de uma fase móvel líquida que percola uma coluna preenchida comumente com partículas de pequeno diâmetro que suportam uma fase estacionária Durante sua passagem pelo sistema cromatográfico os analitos apresentam diferentes velocidades de deslocamento As diferentes veloci dades de migração de cada analito no sistema cromatográfico proporcionam as separa ções necessárias para a realização das determinações analíticas COLLINS BRAGA BONATO 2006 ROUESSAC F ROUESSAC A 2007 SKOOG et al 2006 Em outras palavras os analitos são separados por essa técnica cromatográfica devido aos diferentes níveis de interação que eles possuem com a fase estacionária contida no interior da coluna cromatográfica Essas interações são proporcionadas por diversos tipos de processos de retenção analítica como partição adsorção troca iônica exclusão separação por afinidade e separação por conformação quiral Essas interações são brevemente descritas a seguir Interações por partição O princípio da partição se fundamenta na existência de uma divisão da quantidade de massa de um soluto inicialmente dissolvido em água quando ele entra em contato com certo volume de solvente orgânico Na CLAE um dos líquidos é a fase móvel que pode ser um solvente ou uma mistura de diferentes solventes O outro solvente é denominado fase estacionária devido ao fato de ser um líquido fisicamente suportado sobre a superfície de pe quenas esferas que ficam fixas dentro da coluna cromatográfica daí o termo fase estacionária mesmo sendo um líquido CURIOSIDADE Hoje não está mais em voga a utilização de líquidos suportados fisicamente a partículas sólidas porque com certa frequência eles são removidos pela passagem da fase móvel que percola o sistema cromatográfico Essa perda do líquido suportado é denominada sangria da coluna O pro blema de sangramento de colunas tem sido resolvido pela criação de fases estacionárias mais resistentes Estas fases são produzidas por meio de reações químicas que ancoram estruturas à SilvioDias19indd 332 SilvioDias19indd 332 29022016 160252 29022016 160252 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 333 superfície das partículas Essas estruturas são agrupamentos químicos ligados covalentemente aos sólidos suportes conferindo a este tipo de material a estabilidade necessária para suportar o fluxo da fase móvel sem a ocorrência de perda de massa da fase estacionária sangria Mais adiante neste capítulo são descritas as principais modificações que podem ser executadas por reações químicas para formar fases estacionárias Por existirem fases líquidas que podem ser quimicamente ancoradas à super fície das partículas da fase estacionária os processos de partição também englobam esses eventos Nesses processos cada soluto possui diferentes níveis de solubiliza ção em relação às fases móvel e estacionária ou seja ora os solutos estão dissolvidos na fase móvel ora estão ligados solubilizados à fase estacionária Quando os so lutos estão dissolvidos na fase móvel eles se deslocam pelo sistema cromatográfico conforme visto anteriormente neste capítulo Assim os solutos mais solúveis na fase móvel deixam a coluna cromatográfica primeiro enquanto os solutos menos solúveis nestas fases são os últimos a sair desse sistema Com base nestas diferenças de solubilização os analitos são separados ao longo do percurso pelo sistema croma tográfico até alcançarem o detector do equipamento para serem analisados de forma qualitativa e quantitativa Interações por adsorção A adsorção é um processo físico governado por modelos que influenciam o compor tamento cromatográfico dos analitos durante uma análise Esses modelos descrevem as diversas formas de adsorção revelando informações importantes referentes à for ma como a adsorção ocorre Entre as informações fornecidas está o tipo de estrutura formada durante a adsorção se ela é em monocamada múltiplas camadas camadas incompletas ou completas Nos processos de adsorção outro parâmetro importante é o fator de capacidade Esse fator determina o valor máximo de analito que pode ficar adsorvido na fase estacionária durante o processo cromatográfico ou extratório IMPORTANTE A capacidade de reter um analito é conhecida como fator de capacidade e é expressa pela massa de analito em miligramas que fica retida em um grama adsorvato fase estacionária conside rando um estado de equilíbrio Um exemplo de modelo de isoterma de adsorção é o de Langmuir Nele uni dades de soluto são adsorvidas na superfície do sólido em uma monocamada na qual cada soluto adsorvido não interfere na adsorção ocorrida no sítio vizinho Na CLAE quando a adsorção ocorre esta é seguida imediatamente pela des sorção do analito Os processos de adsorção seguidos de dessorção ocorrem inúme ras vezes durante a corrida cromatográfica Cada vez que o analito se encontra na fase móvel ele é carregado pelo fluxo líquido um pouco mais até deixar a coluna e entrar no detector ocorrendo assim durante esse percurso na coluna a separação dos compostos e a determinação analítica SilvioDias19indd 333 SilvioDias19indd 333 29022016 160252 29022016 160252 334 Química analítica teoria e prática essenciais Interações por troca iônica Na cromatografia iônica a fase estacionária possui uma superfície repleta de cargas possuidoras de sinais contrários aos sinais dos íons que percolam o sistema cromato gráfico Essas cargas contrárias fazem com que os íons dos solutos sejam adsorvidos sobre a superfície da fase estacionária A migração dos íons de soluto pelo sistema cromatográfico ocorre devido à substituição dessas espécies quando adsorvidas por outros compostos iônicos de mesma carga porém de maior força de interação com a fase estacionária que estão presentes na fase móvel Nesta técnica analítica a fase móvel normalmente é constituída por soluções tampão que modificam os equilíbrios iônicos ocorridos o que facilita a movimenta ção dos íons dos solutos pela coluna cromatográfica Nos sítios disponíveis na fase estacionária os íons investigados são retidos e liberados constantemente com diferentes níveis de interação variando de soluto para soluto bem como entre a carga e força elétrica dos íons da fase móvel Estes proces sos de associação iônica e troca iônica ocorrem repetidas vezes até que os analitos deixem a coluna cromatográfica isolados entre si Assim os analitos estão prontos para serem determinados pelo sistema detector do equipamento Nesses sistemas a redução do pH ou seja o aumento da quantidade de H eleva a velocidade de eluição dos cátions pertencentes à amostra Interações por exclusão Neste tipo de cromatografia a fase estacionária possui poros com dimensões especí ficas para reter determinados solutos em relação a outros presentes na amostra Esta técnica separa os analitos conforme o seu tamanho sendo então denominada cro matografia por filtração por gel ou permeação por gel A fase móvel utilizada nesta técnica pode ser aquosa ou orgânica As fases estacionárias para a cromatografia de exclusão são constituídas por partículas com diâmetros na ordem de 10 m Essas partículas possuem uma estrutura porosa a qual promove o processo de separação entre os analitos Nesta estrutura as moléculas que são muito maiores que os poros da estrutura passam pelo sistema de forma mais rápida sendo as primeiras a serem determinadas no detector DICA Quanto menor for a dimensão das moléculas mais tempo elas ficam retidas nos poros e com isso ocorre a separação entre os analitos Interações por conformação quiral As interações por conformação quiral são importantes porque separam substâncias enantiômeras ou estereoisômeras ou seja substâncias que são imagens especulares não sobreponíveis umas das outras A separação de enantiômeros em uma mistura é um processo difícil porque essas substâncias são quimicamente iguais Os analitos quirais são separados pela interação deles com uma estrutura receptora presente na SilvioDias19indd 334 SilvioDias19indd 334 29022016 160252 29022016 160252 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 335 fase estacionária No processo de separação ocorre a atuação de um agente de re solução quiral que tem a capacidade de interagir com somente um dos compostos enantiômeros Esta substância pode estar presente na fase móvel ou ancorada na fase estacionária Assim a separação ocorre porque um dos analitos quirais reage de forma diferente com o isômero ancorado na fase estacionária enquanto o outro enantiômero não interage saindo da coluna mais facilmente As separações neste tipo de cromatografia ocorrem pela existência de ligações de hidrogênio interações entre dipolos ou interações envolvendo elétrons presentes em ligações duplas e sítios carentes de elétrons entre analito e fase estacionária Também existem neste tipo de cromatografia as interações baseadas em cavidades quirais que somente aceitam um dos compostos enantiômeros Procedimento para análise A execução de uma análise cromatográfica utilizando CLAE deve ser precedida da desgaseificação da fase móvel Essa operação é realizada porque as fases móveis normalmente contêm gases como N2 O2 e CO2 dissolvidos em seus meios Esses gases dissolvidos nos líquidos atrapalham a análise cromatográfica quando abando nam as fases líquidas levando bolhas para dentro da bomba da coluna ou mesmo no detector Quando liberados para a forma gasosa dentro da bomba especifica mente no seu cabeçote estes gases causam uma queda de pressão que interrompe o fluxo de líquido podendo ainda danificar o sistema A presença de gases dissolvidos na fase móvel atrapalha a determinação quando o gás dissolvido age como se fosse o próprio analito Esse tipo de problema acontece em detectores espectrofotométricos quando existe oxigênio dissolvido no solvente utilizado como fase móvel Por absorver radiação na região do ultraviole ta entre 200 e 250 nm o oxigênio compete com os analitos que também absorvem radiação nesta região espectral atrapalhando o sinal resultante Devido a esses pro blemas sempre é necessário retirar os gases dissolvidos nas fases móveis A desgaseificação do solvente é realizada condicionando o eluente em um ba nho de ultrassom por um determinado período de tempo no qual os gases dissolvidos neste líquido são liberados devido à ação das ondas de ultrassom Para auxiliar esse processo pode ser feito de forma concomitante ou individual o borbulhamento de hélio gasoso ou a formação de vácuo sobre a superfície líquida A passagem de bo lhas de outros gases inertes pelo solvente eluente de sistemas em CLAE também é conhecida pelo termo em inglês sparking Fases estacionárias As polaridades das fases estacionárias empregadas quando relacionadas aos tipos de fases móveis utilizadas classificam a CLAE em duas espécies de análises cromato grafia em fase normal e cromatografia em fase reversa Na cromatografia em fase normal é utilizada uma fase estacionária altamente polar como trietileno glicol ou água e uma fase móvel relativamente não polar como o hexano Este tipo de conformação proporciona que o analito menos polar seja o primeiro a ser eluído Um problema da utilização de fases normais é que as fases móveis empregadas devem ser isentas de água Caso a fase móvel contenha SilvioDias19indd 335 SilvioDias19indd 335 29022016 160252 29022016 160252 336 Química analítica teoria e prática essenciais água esta será facilmente retida nessas fases estacionárias removendo assim sua capacidade separativa Por sua vez as fases reversas são constituídas por um composto não polar apolar como fase estacionária como um octil e octadecil siloxano e por solventes polares como água acetronitrila e metanol como fase móvel Nesse tipo de arranjo cromatográfico os analitos menos polares deixam a coluna por último nas corridas analíticas Em termos de materiais utilizados para a produção de fases estacionárias a sílica gel é um dos mais empregados por apresentar excelentes características como CIENFUEGOS VAISTSMAN 2000 CIOLA 1998 grande área superficial que pode alcançar valores iguais ou superiores a 800 m 2 por grama de material boa capacidade de adsorção devido à sua polaridade Os grupos químicos presentes na sílica responsáveis pela adsorção são os siloxanos SiOSi e silanóis SiOH Desses dois grupos os silanóis são os mais importantes pois são responsáveis por características como polaridade formação de liga ções de hidrogênio e capacidade de induzir a formação de dipolos em alguns tipos de analitos capacidade da sílica em ser modificada gerando novas estruturas capazes de separar diferentes tipos de analitos Esta propriedade é muito importante por que permite que seja adicionada à sua superfície uma grande variedade de gru pos funcionais que modificam suas características de adsorção As modifica ções na sílica são baseadas na reação do hidrogênio do grupo silanol SiOH ou mesmo na substituição do grupo hidroxila OH IMPORTANTE A sílica é muito usada como fase estacionária por apresentar grande área superficial e alta capa cidade de adsorção e de modificação A sílica permite que se constituam fases apolares quando modificada com cadeias carbônicas lineares de 2 4 8 18 átomos de carbono e grupos fenólicos As fases apolares compostas por 2 4 e 8 átomos de carbono são indicadas para a separação de solutos que apresentem polaridade variando entre média e forte como peptídeos proteínas esteroides e fármacos polares Fases estacionárias de 18 átomos de carbono e grupos fenólicos são indicadas para solutos de baixa polaridade como glicerídeos ésteres vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos As fases polares são obtidas pela modificação da sílica com grupos ciano CN amino ésteres fenóis grupos sulfônicos alquilamônio e carboxilas Essas fases são empregadas para analisar compostos que apresentam ligações duplas como aromáti cos poli e mononucleados peptídeos e proteínas Destes grupos funcionais modifica dores da sílica um dos mais versáteis é o grupo amino que funciona para separar tanto compostos polares como pesticidas e ésteres quanto compostos não polares SilvioDias19indd 336 SilvioDias19indd 336 29022016 160252 29022016 160252 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 337 Fases móveis A fase móvel em um sistema cromatográfico por ser facilmente modificada é um dos principais parâmetros a serem alterados para realizar análises com boa reso lução Os solventes utilizados em CLAE devem CIENFUEGOS VAISTSMAN 2000 CIOLA 1998 COLLINS BRAGA BONATO 2006 SKOOG et al 2006 ter baixa viscosidade para facilitar a permeação do solvente pela fase esta cionária ter elevada capacidade de solubilizar solutos bons solventes são capazes de dissolver todos os solutos presentes na amostra bem como aqueles que ficam retidos na fase estacionária durante a corrida cromatográfica ser inertes à fase estacionária os solventes não podem interagir com a fase estacionária seja solubilizandoa ou mesmo reagindo com ela ser puros os solventes precisam ser isentos de contaminações pois estas po dem ficar retidas na fase estacionária contaminandoa e retirando sua capaci dade de separar compostos ser compatíveis com os detectores alguns solventes possuem as mesmas ca racterísticas procuradas pelos detectores nos analitos que eluem pelo sistema cromatográfico O alto grau de pureza exigido pelos solventes empregados em CLAE torna seu custo elevado Após serem utilizados nas corridas cromatográficas esses solventes não podem ser reutilizados pois normalmente estão contaminados com os analitos contidos nas amostras injetadas Nas fases reversas os solventes mais utilizados são água metanol e acetoni trila A água deve possuir elevada pureza obtida por ultrafiltração Comercialmente um sistema de filtros que fornece essa qualidade de água é o MilliQ O metanol normalmente é misturado na água para modificar a polaridade dela A acetonitrila menos polar que o metanol deve ser armazenado em frascos escuros sem contato com a atmosfera pois é altamente higroscópico Cromatógrafo em CLAE Um sistema de cromatografia líquida de alta eficiência consiste em um ou mais reservatórios para a fase móvel uma bomba ou mais para a propulsão da fase móvel e amostra injetor coluna de separação forno do equipamento detector e um computador para coletar e interpretar os dados da análise A Figura 1910 apresenta as partes que compõem um sistema de análise uti lizando cromatografia líquida de alta eficiência Essas partes e seu funcionamento durante a análise são descritas a seguir SilvioDias19indd 337 SilvioDias19indd 337 29022016 160252 29022016 160252 338 Química analítica teoria e prática essenciais Bomba cromatográfica As bombas utilizadas em CLAE utilizam pistões para fazer a propulsão da fase mó vel O sistema mecânico é constituído por dois pistões que se movem de maneira alternada Nesse mecanismo um sistema de amortecimento é utilizado para que não se forme um escoamento pulsionado Na Figura 1911 há um esquema ilustrando a estrutura desse tipo de bomba Na bomba apresentada na Figura 1911 cada pistão possui válvulas que permi tem o deslocamento da fase móvel somente no sentido da esquerda para a direita ou seja essas válvulas impedem que a fase móvel retorne aos reservatórios originais pelo movimento dos pistões Esse sentido único da fase móvel faz com que os analitos sem pre percorram o sistema cromatográfico em direção ao detector desse equipamento As elevadas pressões de até 20 megapascal 197 atm e condições em pH bai xo passíveis de serem utilizadas em CLAE podem causar efeitos corrosivos às par tes da bomba que entram em contato com os eluentes Assim os pistões os selos de pressões e os corpos dos cilindros são construídos com materiais resistentes à corrosão como safira ágata ou teflon Quando somente uma bomba é utilizada ela pode proporcionar a admissão de mais de um componente de fase móvel pela utilização de uma câmera de mis tura Nas entradas desse compartimento estão dispostas válvulas que controlam a introdução de cada componente da fase móvel solventes tampões Por meio desse controle da abertura das válvulas é permitida a modificação dos fluxos de cada componente da fase móvel de modo a ser possível criar gradientes de concentrações durante as análises cromatográficas de CLAE Esse tipo de composição variável de fase móvel também é conhecido como fase móvel não isocrática As bombas utilizadas em CLAE fornecem vazões estáveis na faixa de 01 a 10 mlmin aos fluidos utilizados Essas vazões praticamente livres de pulsações podem ser ajustadas para fluxos que se modificam com o passar do tempo O sistema de amortecimento que ameniza as pulsações consiste em uma câme ra dividida em dois compartimentos separados por uma membrana elástica Em um Bomba Detector Eluentes Descarte Injetor Coluna Computador Forno FIGURA 1910 Estrutura básica de um cromatógrafo de CLAE SilvioDias19indd 338 SilvioDias19indd 338 29022016 160252 29022016 160252 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 339 dos compartimentos flui a fase móvel com fluxo inicial em pulso provocado pelo movimento do pistão No outro compartimento está um líquido compressível que absorve o pulso provindo do movimento do cilindro fazendo com que a fase móvel deixe o amortecedor com fluxo considerado constante sem pulsações Normalmen te o líquido confinado no amortecedor é o heptano As vazões utilizadas pelas bombas em CLAE são ajustadas conforme as dimen sões da coluna cromatográfica por exemplo estas podem variar entre 05 a 20 mL min para uma coluna de diâmetro interno de 46 mm Porém existem vazões na ordem de alguns microlitros por minuto para colunas capilares com diâmetro inferior a 1 mm Após a fase móvel passar pela bomba esta é direcionada para entrar no injetor do equipamento Neste local a fase móvel encontra a amostra e a carrega pelo resto do sistema cromatográfico Injetor Uma análise via CLAE começa no momento em que a amostra é inserida no apare lho cromatográfico através de um injetor O dispositivo de introdução de amostra é constituído por uma alça de amostragem reservatório de amostra e uma válvula que modifica o percurso do líquido conforme a sua orientação A introdução da amostra no injetor ocorre por meio de uma seringa contendo um volume de amostra superior ao volume da alça de amostragem A Figura 1912 ilustra os dois momentos caracte rísticos da injeção da amostra em um sistema de CLAE Fase móvel Sistema de amortecimento por diafragma Fase móvel indo para o injetor Válvulas de sentido único Válvula de sentido único Pistão sendo descomprimido Pistão sendo comprimido Pistão Válvula de sentido único FIGURA 1911 Esquema mostrando uma bomba de CLAE composta por dois pistões SilvioDias19indd 339 SilvioDias19indd 339 29022016 160252 29022016 160252 340 Química analítica teoria e prática essenciais Microsseringa Vindo da bomba Indo para coluna Carregamento de amostra Injeção de amostra Excedente de amostra indo para o descarte Alça de amostragem FIGURA 1912 Esquema mostrando os momentos de uma injeção de amostra na CLAE No primeiro momento à esquerda a amostra é introduzida na alça de amostra gem e todo o excedente de amostra é lançado como descarte No segundo momento à direita da Figura 1912 a amostra entra através de uma rotação da válvula no fluxo constante de fase móvel que então transporta os solutos pelo sistema cromatográfico A alça de amostragem também é conhecida pelo termo em inglês loop Depois de ser injetada no sistema analítico a amostra é transportada pelo flu xo de fase móvel para a coluna na qual ocorre a separação dos solutos com base nas diferenças das velocidades de migração de cada composto nesta parte do equipamen to Após deixarem a coluna os compostos entram em contato com os sistemas detec tivos para a realização da sua identificação e quantificação Os detectores emprega dos em CLAE medem normalmente a quantidade mássica dos analitos conforme as propriedades físicas extensivas que esses compostos apresentam DEFINIÇÃO Propriedade extensiva é aquela que depende da quantidade de analito presente isto é quanto maior for a quantidade de analito maior será essa propriedade extensiva Um exemplo de propriedade extensiva é a absorção de radiação ultravioleta por um analito pois quanto maior a quantidade da substância de interesse no detector maior será a sua absor ção de radiação Um procedimento prático que preserva o sistema cromatográfico contra con taminações é filtrar a amostra sempre antes de fazer sua injeção no aparelho Essa SilvioDias19indd 340 SilvioDias19indd 340 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 341 filtração elimina sólidos suspensos na amostra ao passála por um filtro poroso pos suindo diâmetro de poro variando de 05 a 5 m Além de filtrar a amostra outra opção que preserva o sistema cromatográfico é utilizar colunas de sacrifício posicio nadas antes da coluna principal Coluna de sacrifício précoluna ou coluna de guarda Seja qual for a fase estacionária utilizada polar ou não polar ela deve ser preser vada contra contaminações ocorridas durante uma análise cromatográfica Assim essas colunas podem ser protegidas pela adoção de uma coluna de proteção também conhecida como précoluna coluna de sacrifício ou coluna de guarda A coluna de guarda possui comprimento entre 04 e 1 cm sendo sempre colocada à frente da co luna principal em relação ao fluxo de fase móvel A coluna de guarda é constituída pelo mesmo tipo de recheio que preenche a coluna principal porém com partículas de maior diâmetro para impedir a perda de carga do líquido da fase móvel quando da sua passagem por ela A coluna protetora possui a função de filtrar a solução que flui pelo sistema retirando as impurezas do fluxo líquido Outra função importante da coluna de segurança é evitar o desgaste da coluna principal pela saturação da fase móvel com a substância que compõe a fase esta cionária A liberação e presença da substância da fase estacionária na fase móvel influencia o equilíbrio de dissolução ocorrido na coluna principal fazendo com que ela não seja diluída pelo líquido eluente que flui constantemente Colunas cromatográficas As colunas utilizadas nesta técnica são tubos produzidos em aço inoxidável para conter as fases móvel e estacionária em elevadas pressões Esses tubos apresentam comprimentos que variam entre 3 e 30 cm e diâmetros internos que oscilam entre 1 e 5 mm No entanto existem colunas capilares com diâmetros inferiores a 1 mm O preenchimento das colunas tubulares utilizadas em CLAE é realizado com partículas esféricas de no máximo 10 m de diâmetro As partículas sólidas são contidas dentro das colunas por discos de vidro sinterizado poroso dispostos nas extremidades da coluna Esses discos auxiliam na compactação da fase estacionária dentro da coluna e evitam o arraste de partículas devido ao fluxo líquido de fase móvel As partículas utilizadas no preenchimento das colunas podem ser constituídas por diversos materiais com sua escolha sendo realizada com base nos tipos de so lutos a serem analisados Os materiais mais utilizados em fases estacionárias são alguns polímeros porosos resinas trocadoras iônicas alumina sílica gel in natura e sílica modificada A utilização de pequenas partículas na fase estacionária para o preenchimento das colunas resulta em análises cromatográficas com resoluções entre 40000 e 60000 pratos teóricos por metro de coluna A CLAE ainda pode utilizar microco lunas de até 8 cm de comprimento possuindo diâmetros internos próximos a 1 mm Essas microcolunas são preenchidas por partículas com diâmetro na ordem de 4 m e apresentam como vantagem resoluções que alcançam 100000 pratos teóricos por metro linear de coluna SilvioDias19indd 341 SilvioDias19indd 341 29022016 160253 29022016 160253 342 Química analítica teoria e prática essenciais Nem todas as colunas tubulares de CLAE são preenchidas com partículas de pequeno diâmetro há também um preenchimento chamado monolítico constituído por um único composto formado por um bloco único de matéria de grande porosida de pelo qual é possível imprimir grandes velocidades de fluxo de fase móvel sem a diminuição do número de pratos teóricos da coluna O recheio monolítico é disposto dentro da coluna por um processo de moldagem podendo ser constituído por mate riais orgânicos e inorgânicos A produção de materiais orgânicos para utilização em colunas monolíticas baseiase na copolimerização de um monômero monofuncional com monômeros bifuncionais ou até trifuncionais mais raro A elevada porosidade que caracteri za os sistemas monolíticos é proporcionada pela presença de solventes porogêni cos solventes que evaporam e deixam espaços vazios durante a sua produção Um exemplo de fases estacionárias monolíticas são as formadas pela copolimerização de monômeros de estireno e divinilbenzeno Por possuir caráter hidrofóbico este tipo de recheio pode ser empregado diretamente em colunas utilizadas em fase reversa Outra opção muito usada para criar monolitos são as misturas de monômeros de butil metacrilato e dimetacrilato de etileno BMAEDMA ou metacrilato de gli cidilo e dimetacrilato de etileno As colunas em CLAE são dispostas dentro de fornos que controlam a sua temperatura para proporcionar melhores separações O controle da temperatura in fluencia a forma como os solutos eluem pela coluna cromatográfica A Figura 1913 apresenta como o controle da temperatura da coluna permite uma melhor separação resolução entre os compostos que dela eluem Na Figura 1913 é possível constatar que o aumento da temperatura acelera os processos interativos de partição ou adsorção fazendo os analitos deixarem a T3 T2 T1 Tempo min Sinal FIGURA 1913 Efeito da temperatura do forno do cromatógrafo sobre o posicionamento dos picos em um cromatograma genérico onde T1 T2 e T3 representam as temperaturas do forno em diferentes níveis nos quais T1 T2 T3 SilvioDias19indd 342 SilvioDias19indd 342 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 343 coluna mais rapidamente A liberação antecipada dos analitos tende a provocar a aproximação dos picos podendo gerar sua sobreposição conforme apresentado no cromatograma obtido na temperatura T3 desta figura De uma forma geral o aumento da temperatura do forno da coluna pode gerar análises mais rápidas mas alguns aspectos devem ser considerados Observe os limites de temperatura a serem utilizados com colunas de sílica 120C e sílica modificada quimicamente 80C Esses limites devem ser respeitados pois a solubilidade da sílica nas fases móveis tende a aumentar com a elevação da temperatura do sistema O aumento da temperatura de uma coluna cromatográfica possibilita a eleva ção da pressão de vapor dos solventes utilizados e com isso facilita a forma ção de bolhas gasosas desses líquidos dentro do sistema Essas bolhas produ zem picos fantasmas nos cromatogramas isto é picos que não são relativos a nenhum componente da amostra Tenha um sistema de controle de temperatura que proporcione uma distribui ção da temperatura de forma bem homogênea a fim de que as análises sejam reprodutivas Detectores Desde o início do desenvolvimento da CLAE diferentes detectores têm sido criados para atender aos diversos tipos de analitos determinados por essa técnica O detector é junto com a coluna cromatográfica um dos principais componentes desse sistema analítico De nada adianta possuir sistemas cromatográficos com elevados números de pratos teóricos ou seja com alta resolução se os compostos separados por esses sistemas não são detectados de forma apropriada por detectores sensíveis aos solutos separados Os detectores empregados em CLAE trabalham continuamente durante uma corrida cromatográfica pois avaliam os analitos dissolvidos no fluxo líquido da fase móvel que passa ininterruptamente por esses sistemas analíticos Esses detectores possuem o custo mais elevado dentro de um sistema cromatográfico devido às suas características como arquitetura inerte a ataques químicos robustez sensibilidade e tecnologia envolvida A análise cromatográfica sempre busca obter cromatogramas com boas reso luções comprovadas a partir das larguras estreitas dos picos que aparecem nesses gráficos Assim picos estreitos resultam do deslocamento em bloco de todas as mo léculas de um determinado analito que percorreram o sistema cromatográfico conti das em um pequeno volume de eluente sem dispersão DICA Picos estreitos resultam do deslocamento em bloco de todas as moléculas de um determinado analito que percorreram o sistema cromatográfico contidas em um pequeno volume de eluente sem dispersão SilvioDias19indd 343 SilvioDias19indd 343 29022016 160253 29022016 160253 344 Química analítica teoria e prática essenciais Um bom sistema detectivo deve ser rápido para perceber a passagem desse pe queno volume de analito presente no fluxo de fase móvel Logo ser rápido significa perceber a quantidade de analito que passa a cada instante e repassar essa informa ção ao sistema de aquisição de dados Um detector é sensível a um componente da amostra quando ele consegue realizar várias medidas da concentração de um soluto presente na amostra em um curto espaço de tempo Normalmente esse espaço de tempo é o utilizado pelo analito para atravessar a célula de detecção do equipamento Na prática para que um pico seja confiável é recomendável que sejam obtidas no mínimo 20 leituras de intensidade do sinal analítico para a formação desse pico ou seja se um pico leva 1 segundo para ser formado seriam necessárias 20 toma das de intensidades nesse intervalo de tempo isto é uma a cada 50 milissegundos Com essa quantidade de medidas esse pico assume representatividade em relação à massa de analito presente na amostra CHRISTIAN DASGUPTA SCHUG 2014 A Figura 1914 apresenta a formação de um pico cromatográfico com 20 aquisições de sinais analíticos DICA Para um pico confiável é recomendável obter no mínimo 20 leituras de intensidade do sinal analítico para a formação desse pico Uma análise cromatográfica pode durar mais de uma hora e nesse tempo os detectores devem apresentar linhas de base estáveis e sem ruídos De uma forma geral um bom detector deve Possuir um pequeno volume morto que compreende o volume das tubulações envolvidas no percurso da fase móvel desde o momento em que o eluente en tra no detector até o local no qual ocorre a medida da análise Esses pequenos volumes mortos auxiliam na diminuição dos alargamentos dos picos cromato gráficos por dispersão do analito Tempo min Intensidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 20 FIGURA 1914 Gráfico mostrando o número de aquisições de dados de intensidade que devem formar um pico cromatográfico SilvioDias19indd 344 SilvioDias19indd 344 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 345 Fornecer uma resposta que seja proporcional ao fluxo de massa instantânea de analito que está passando por esse aparelho sendo que essa proporcionalida de deve ainda ser linear às faixas de concentrações dos analitos presentes na amostra Proporcionar sinais intensos e de mesma magnitude em relação à massa de todos os analitos investigados na amostra isto é a intensidade da resposta do detector deve modificar o menos possível de soluto para soluto pois isso pode interferir nas determinações quantitativas desses elementos Possuir baixa inércia à detecção do analito Inércia pode ser entendida como a demora ocorrida entre a passagem do analito e sua percepção pelo sistema detectivo isto é o detector deve possuir tempos de resposta mais rápidos Proporcionar sinais que sejam estáveis ao longo do tempo sem apresentar ruí dos na linha de base dos cromatogramas seja por interferências ocorridas devi do a instabilidades elétricas por modificação da composição de fases móveis por pequenas variações na temperatura do sistema ou por pequenas oscilações no fluxo da fase móvel Quando um analista escolhe um sistema cromatográfico para utilizar em uma determinada aplicação além de eleger as fases móvel e estacionária mais apropria das ele deve ter em mente qual tipo de detector proporcionará melhores resultados a esse sistema analítico Nesse momento o analista pode estabelecer critérios que sempre estão relacionados ao tipo de amostra utilizada Os parâmetros de escolha de um detector podem estar relacionados a uma série de propriedades que classificam esses instrumentos em categorias conforme algumas propriedades apresentadas Quanto à diversidade de tipos de analitos determinados os detectores uni versal ou gerais são detectores utilizados para diversos tipos de analitos Como exemplo podemos citar os detectores de espectrometria de massa e os detecto res de índice de refração IR Os detectores específicos ou seletivos são sen síveis a somente uma classe ou um tipo de analito Podem ser utilizados em amostras complexas pois são preparados para detectar somente certos tipos de analitos Um exemplo de aparelho desta categoria são os detectores eletroquí micos capazes de determinar somente substâncias possuidoras de carga elétrica Quanto à destruição ou não da amostra os detectores não destrutivos não degradam os analitos durante a ação de determinação qualitativa e quan titativa o analito passa pelo sistema detector fornece a informação analítica e ao sair do sistema ainda se encontra na sua forma intacta Como esses detectores não destroem a amostra eles podem ser utilizados em arranjos de dois ou mais aparelhos dispostos em série Nesses sistemas também cha mados de híbridos os solutos passam pelo conjunto de detectores medindo propriedades diferentes que muitas vezes são complementares O resulta do dessa composição é uma análise mais detalhada da amostra conseguindo mensurar analitos mesmo que não sejam efetivamente percebidos em algum dos detectores utilizados Ou seja um analito pode ser invisível a um detector e detectável em outro que utiliza um princípio físicoquímico diferente para identificação e quantificação SilvioDias19indd 345 SilvioDias19indd 345 29022016 160253 29022016 160253 346 Química analítica teoria e prática essenciais Dentre os detectores não destrutivos mais utilizados estão os espectrofotomé tricos de absorção de radiação na região do ultravioleta e visível e os detectores de índice de refração Os detectores destrutivos modificam quimicamente os analitos durante o processo de sua determinação analítica Nesses equipamentos os solutos são modificados para serem detectados Um exemplo desse tipo de detector é o espectrômetro de massa Os detectores destrutivos também podem ser utilizados dispostos em série bas tando que estejam posicionados por último nos sistemas de análise Assim os solutos podem ser identificados primeiro em detectores não destrutivos e posteriormente em detectores destrutivos Um exemplo dessa configuração seria os analitos passarem primeiro por um detector espectrofotométrico de absorção de radiação na região do ultravioleta e em seguida serem analisados em um espectrômetro de massa Existe uma gama de detectores para utilização em cromatografia líquida de alta eficiência mas os detectores de absorção de radiação na região do ultravioleta e visível e os detectores que medem o índice de refração dos analitos são os preferidos Detector de absorbância na região do ultravioleta e no visível O detector espectrofotométrico funciona sempre que analitos presentes na fase mó vel absorvam radiação nas regiões espectrais utilizadas Estas regiões vão desde o ultravioleta até o infravermelho Esses detectores possuem certo caráter universal pois são muitos os compostos que possuem em suas estruturas as características que provocam a absorção de radiação nesta região Dentre as características apresentadas por inúmeros analitos que proporcionam a absorção de radiação está a presença de elétrons pertencentes a ligações pi e elétrons desemparelhados ligações duplas conjugadas CCCC iodo enxofre bromo na estrutura química dos analitos grupos funcionais orgânicos como grupo carbonila CO grupo nitro NO2 e íons inorgânicos como NO2 NO3 I Br Os detectores que utilizam a absorção de radiação na região do ultravioleta e visível conforme sua arquitetura e tecnologia empregada são subdivididos em três configurações os detectores fotométricos os espectrofotométricos e os de rede de diodos A seguir estes detectores são descritos em termos de suas características de funcionamento e estrutura Detectores fotométricos Nesses equipamentos são utilizadas somente radiações com comprimentos de onda específicos tal como no emprego de lâmpadas de mercúrio que liberam radiações com comprimentos de onda em 254 e 280 nm As radiações geradas pelas fontes desses instrumentos podem ser absorvidas por muitos grupos funcionais orgânicos quando estes passam pelo interior de uma célula de fluxo A célula de fluxo é o local em que ocorre a absorção de radiação pelo analito que está diluído na fase móvel Esta absorção de radiação por parte do analito está associada com a sua massa pela relação conhecida como lei de LambertBeer SilvioDias19indd 346 SilvioDias19indd 346 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 347 A Figura 1915 apresenta uma célula de medida de absorbância de luz pelo fluxo de fase móvel mais analito Esta célula tem formato em Z e possui um volu me interno de no máximo 10 l Esse pequeno volume é utilizado para evitar que ocorra o espalhamento do analito no interior da célula impedindo assim o alarga mento dos picos cromatográficos Essas células também apresentam duas janelas de quartzo uma em cada extremidade do dispositivo de fluxo As janelas empregadas são de quartzo porque este material não absorve radiação na região do ultravioleta A radiação que passa por essa célula de leitura é gerada em uma fonte que pode ser uma lâmpada de mercúrio zinco cádmio deutério ou xenônio As fontes são classificadas conforme o tipo de radiação fornecida em dois tipos Fontes de linhas espectrais são fontes que fornecem somente radiações com comprimentos de onda específicos para a absorção de radiação Como exemplo estão as lâmpadas de mercúrio que fornecem radiação nos de 254 280 e 365 nm e as lâmpadas de zinco que liberam radiações em de 229 e 326 nm Fontes contínuas as fontes contínuas liberam radiação em um intervalo de comprimentos de onda como no caso das fontes de deutério que fornecem radiação de 190 a 360 nm Após a radiação ser produzida pela fonte essa ruma em direção à célula de lei tura passando antes por um filtro que separa exatamente o comprimento de onda λ planejado para a determinação A Figura 1916 mostra o caminho da radiação dentro do detector fotométrico Esse percurso compreende 1 A geração da radiação em uma fonte de luz UVVis Esta fonte pode criar radia ções contínuas ou em linhas espectrais 2 Após ser gerada a radiação atravessa um filtro que seleciona o comprimento de onda da luz que irá incidir na célula de fluxo Radiação UV vinda da fonte I0 Radiação UV que não foi absorvida I Fase móvel mais analito vindo da coluna Fase móvel mais analito indo para o frasco de rejeito Janela de Quartzo Janela de Quartzo FIGURA 1915 Esquema de uma célula de fluxo utilizada em fotômetros de ultravioleta SilvioDias19indd 347 SilvioDias19indd 347 29022016 160253 29022016 160253 348 Química analítica teoria e prática essenciais Fase móvel mais analito vindo da coluna Fase móvel mais analito indo para o frasco de rejeito FONTE FILTRO SENSOR DE RADIAÇÃO FIGURA 1916 Esquema mostrando caminho óptico de uma radiação dentro de um detector fotométrico 3 Na célula de fluxo ocorre a absorção de energia pelo analito solubilizado na fase móvel Ao deixar a célula de fluxo a radiação não absorvida incide sobre o sensor do equipamento 4 No sensor os fótons da radiação são transformados em sinais elétricos que são convertidos em picos cromatográficos Alguns fotômetros ainda apresentam a possibilidade de emprego de um con junto de filtros que podem ser facilmente trocados Desta forma a radiação inci dente na amostra é escolhida conforme o filtro utilizado Esses conjuntos de filtros somente podem ser utilizados se forem empregadas fontes que forneçam radiações em intervalos contínuos de comprimentos de onda como no caso das lâmpadas de deutério e xenônio Detectores espectrofotométricos Nesses detectores um monocromador é utilizado no lugar do filtro da Figura 1916 Este monocromador serve para selecionar o comprimento de radiação que incide so bre a célula de fluxo A escolha do comprimento de onda em um detector é realizada pelo ajuste do conjunto óptico prismas e fendas ou redes de difração e fendas até que a radiação desejada seja alcançada Os detectores espectrofotométricos são mais práticos que os fotômetros pois não exigem a retirada e introdução de novos filtros a cada vez que se faz necessária a escolha de outro comprimento de onda Nos fotômetros a utilização de radiação com um comprimento de onda es pecífico pode ser um limitador da utilização desse tipo de detector Isso porque se uma amostra contém mais de um analito pode ocorrer que o comprimento de onda escolhido no equipamento sirva para mensurar um determinado analito e não seja adequado para mensurar outro componente da amostra No primeiro caso o com primento de onda escolhido no equipamento é o mesmo no qual ocorre a máxima absorção de energia pelo analito em questão No segundo caso o comprimento de onda utilizado no detector não coincide com o de máximo de absorção de radiação deste segundo componente SilvioDias19indd 348 SilvioDias19indd 348 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 349 Detectores de arranjos lineares de fotodiodos Este detector também conhecido como DAD do inglês Diode Array Detector é constituído por um sistema no qual a amostra é irradiada por uma fonte contínua de luz Nesse equipamento todas as radiações do espectro de UV entram em con tato com a fase móvel contendo ou não os analitos Após a radiação incidir sobre o analito que está passando pela célula de fluxo ocorre a absorção de parte dessa radiação A radiação remanescente que não é absorvida passa pela célula de fluxo e incide em uma rede de difração que a espalha sobre uma malha de fotodiodos Esses fotodiodos atuam como microdetectores individuais analisando assim a absorção de radiação ocorrida em todos os comprimentos de onda da região de radiação do ultravioleta A Figura 1917 mostra um esquema de como a radiação emergente da célula de fluxo incide sobre uma rede de difração sendo então espalhada e direcionada para um conjunto de diferentes fotodiodos Os fotodiodos percebem a intensidade de cada radiação formando então um único espectro Esse espectro contendo todo o intervalo de radiação da região do ultravioleta é obtido a todo o momento da corrida cromatográfica A grande vantagem do detector de rede de fotodiodos é que ele analisa uma faixa de comprimentos de onda sendo mais amplo e apropriado à existência de mo léculas na amostra que absorvam radiação em diferentes regiões do espectro de UV Ao comparar os detectores de arranjos lineares de fotodiodos com os fotômetros e espectrofotômetros percebemos que devido ao fato desses detectores perceberem radiação de um único comprimento de onda os mesmos são menos apropriados para serem utilizados em amostras constituídas por mistura de componentes Isto porque esse tipo de amostra pode possuir elementos que possuam diferentes comprimentos de onda nos quais ocorrem os máximos de absorção de radiação Essa característica de averiguar simultaneamente a absorção de radiação em todo o espectro de UV realizado pelo sistema de grades de fotodiodos permite a análise de diferentes moléculas presentes em uma mesma amostra Essas moléculas mesmo absorvendo radiação em diferentes regiões do espectro de UV podem ser Fase móvel mais analito vindo da coluna Fase móvel mais analito indo para o frasco de rejeito FONTE Rede de difração Malha de fotodiodos FIGURA 1917 Esquema mostrando o funcionamento de um detector de malha de fotodiodos SilvioDias19indd 349 SilvioDias19indd 349 29022016 160253 29022016 160253 350 Química analítica teoria e prática essenciais Intensidade Tempo min Intensidade nm nm máximo máximo Intensidade A B Espectro de UV do comp A Espectro de UV do comp B FIGURA 1918 Gráfico mostrando que para cada pico cromatográfico existe um espectro de UV identificadas de forma qualitativa por meio de seu espectro e de maneira quantitati va pela área dos seus respectivos picos gerados no cromatograma A Figura 1918 apresenta um cromatograma com picos que representam dois compostos A e B com estruturas e propriedades ópticas diferentes O composto A apresenta um espectro de absorbância de radiação na região do UV totalmente diferente da região do espectro na qual ocorre a absorção de energia do composto B Essa diferenciação só é executada com esse tipo de detector pois ele trabalha incidindo sobre a amostra radiações com todos os comprimentos de onda do espectro de ultravioleta O emprego do detector de malha de fotodiodos permite comparar os espec tros dos analitos obtidos durante a corrida cromatográfica com espectros adquiridos individualmente em espectrofotômetros de absorção de radiação ultravioleta Com essa comparação é possível confirmar a pureza dos compostos que fazem parte da mistura contida na amostra Outra vantagem desse tipo de detector é que a área do sinal gerado no croma tograma sempre levará em conta a região do espectro na qual cada analito absorve radiação e isso aprimora as medidas para a obtenção de dados quantitativos Para exemplificar a vantagem desse detector em relação aos fotômetros e espectrofotôme tros descrevemos a seguinte situação hipotética Em uma análise cromatográfica de CLAE na qual uma amostra é constituída por dois componentes que apresentam concentrações iguais a 10 gl e absorbâncias SilvioDias19indd 350 SilvioDias19indd 350 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 351 de radiação em diferentes regiões do espectro de UV é possível obter dois tipos de respostas em relação aos detectores utilizados Ao utilizar fotômetros ou espectrofotômetros Nesses detectores somente um comprimento de onda será utilizado para a obtenção dos sinais que formam os picos cromatográficos Assim um dos componentes da amostra o que ab sorve no mesmo comprimento de onda utilizado no equipamento terá sua con centração mais bem representada pela área do pico gerado no cromatograma No entanto o outro componente que não absorve na mesma região do utili zado no equipamento apresentará menor absorbância e com isso resultará em uma menor área do pico cromatográfico gerado Assim independentemente de as concentrações desses compostos serem iguais na amostra uma das áreas apresentadas não será proporcional à concentração de analito Ao utilizar detectores de redes de fotodiodos Nesses detectores as áreas dos picos cromatográficos são obtidas com base nas respectivas regiões espectrais de maior absorbância de radiação de cada componente Assim apresentadas nos picos cromatográficos são mais representativas da concentração de cada analito investigado bastando para tal que estes compostos absorvam radiação na região espectral do ultravioleta Entre as características de funcionamento dos detectores espectrofotométricos está o limite de detecção de 1nanograma de analito e a faixa linear de análise que varia em torno de 1000 vezes considerando o menor valor detectado IMPORTANTE Os detectores espectrofotométricos têm limite de detecção de 1 nanograma de analito e faixa linear de análise que varia em torno de 1000 vezes considerando o menor valor detectado Detector de índice de refração O detector de índice de refração IR tem seu funcionamento baseado no fato de que os eluentes utilizados como fases móveis em CLAE modificam seus índices de refração conforme a quantidade de solutos presentes neles O grau de modificação desse índice pode ser então relacionado com a concentração do analito que passa pela célula de detecção Existem diferentes tipos de detectores de índice de refração e todos eles monitoram a diferença entre o índice de refração da fase móvel isenta de analitos com a fase móvel contendo os analitos solubilizados Apesar de seu ca ráter universal este detector possui sensibilidade limitada sendo no mínimo duas ordens de grandeza menos sensíveis do que os detectores espectrofotométricos Os detectores de índice de refração também não podem ser utilizados em sistemas cro matográficos que apresentem pequenas modificações na composição da fase móvel Outra limitação desses detectores é o fato de eles não poderem operar em sistemas que possuam fases móveis com oscilações de temperatura Esse problema decor re porque o IR da fase móvel é alterado pela modificação da temperatura em que ela se encontra assim essas alterações influenciam nos IR e por consequência na SilvioDias19indd 351 SilvioDias19indd 351 29022016 160253 29022016 160253 352 Química analítica teoria e prática essenciais exatidão e precisão dos dados obtidos Logo para evitar oscilações indesejáveis no índice de refração esses detectores possuem sistemas que controlam a temperatura da célula de detecção tornandoa constante ou seja isotérmica Entre as características de funcionamento desses detectores está o fato de eles alcançarem limites de detecção em torno de 1 nanograma de analito e comportarem uma faixa de leitura que varia linearmente em até 1000 vezes IMPORTANTE Os detectores de índice de refração alcançam limites de detecção em torno de 1 nanograma de analito e comportam uma faixa de leitura que varia linearmente em até 1000 vezes Além dos detectores clássicos já mencionados há outros instrumentos de de tecção que podem ser incorporados ao cromatógrafo listados a seguir Detectores eletroquímicos Os detectores eletroquímicos utilizados em cromatografia podem ser classificados em amperométricos ou coulométricos O processo de obtenção da informação analí tica do sinal cromatográfico baseiase na ocorrência de reações químicas de redução ou oxidação dos analitos presentes na fase móvel Estas reações ocorrem quando os solutos contidos na fase móvel passam através da célula de detecção Neste compar timento estão posicionados dois eletrodos que proporcionam um potencial elétrico constante responsável pela criação de uma corrente elétrica no momento da reação eletroquímica Ao ser criada essa corrente elétrica é então associada à massa do analito que reagiu no sistema gerando assim o pico cromatográfico Por utilizar po tenciais elétricos constantes essas medidas possuem caráter amperométrico Dentre os analitos que podem ser determinados por esses detectores estão os fenóis as aminas as cetonas e os peróxidos Esses detectores possuem na média uma sensibilidade que pode chegar a 1000 vezes a obtida nos detectores espectros cópicos Estes detectores apresentam limites de determinação na ordem de 100 pico gramas ou seja 100 x 10 12 gramas ou ainda 00000000001 grama IMPORTANTE Os detectores eletroquímicos possuem uma sensibilidade que pode chegar a 1000 vezes a obtida nos detectores espectroscópicos e limites de detecção na ordem de 100 picogramas Detector de condutividade elétrica Os detectores de condutividade elétrica são aplicados para sistemas em que a fase móvel é um solvente não iônico e os solutos dissolvidos são íons A geração do si nal cromatográfico nesse sistema ocorre quando a fase móvel inicialmente neutra apresenta condutividade elétrica devido à passagem dos analitos iônicos por esse sistema detectivo Esse tipo de detector pode ser utilizado em cromatografia iônica SilvioDias19indd 352 SilvioDias19indd 352 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 353 mas devem ser retirados desse sistema os íons pertencentes à fase móvel Para o processo de remoção de íons do solvente da fase móvel normalmente são utilizadas membranas ou colunas supressoras ou seja trocadoras de íons que permutam os íons OH e H por moléculas de água Esses detectores apresentam limites de detecção na ordem 01 nanograma e realizam análises mantendo a linearidade em uma faixa de 5 décadas de valores IMPORTANTE Os detectores de condutividade elétrica possuem limites de detecção na ordem de 01 nanogra ma e linearidade nas análises em uma faixa de 5 décadas de valores Cinco décadas representam que a linearidade dos valores passíveis de serem obtidos pode variar de 1 até 10000 unidades de intensidade Detector evaporativo por espalhamento de luz ELS do inglês Evaporative Light Scattering Este detector pode ser utilizado em amostras nas quais os solutos são bem menos vo láteis do que a fase móvel O processo de formação do sinal cromatográfico consiste em evaporar o solvente até que o soluto presente na amostra passe para a forma física de pequenas partículas sólidas que então dispersarão um feixe de laser incidente O espalhamento da luz do laser incidente ocorre sobre a superfície de um fotodiodo que então registra a intensidade espalhada Nesse tipo de detector quanto maior for a massa de analito presente na fase móvel maior será o espalhamento da luz provo cado e por consequência maior será a área do pico cromatográfico Normalmente esse detector possui limite de detecção na ordem de 5 g trabalhando com uma faixa linear de medidas de 5 décadas IMPORTANTE O detector evaporativo por espalhamento de luz possui limite de detecção na ordem de 5 g trabalhando com uma faixa linear de medidas de 5 décadas Detector de espectrometria de massas Este detector fragmenta as moléculas dos analitos contidas na fase móvel por um processo de ionização gerado por filamentos incandescentes Essa fragmentação ori gina estruturas químicas carregadas eletricamente passíveis de serem medidas em termos da razão entre a massa e a carga elétrica do fragmento gerado O perfil de fragmentações gerado pode então ser comparado com uma biblioteca de espectros para confirmação da estrutura química que está deixando a coluna cromatográfica Com essa comparação é possível afirmar a identidade do composto que está pro duzindo o pico cromatográfico O maior problema dessa técnica é a necessidade de evaporação da fase móvel líquida pois o espectrômetro de massa trabalha com a SilvioDias19indd 353 SilvioDias19indd 353 29022016 160253 29022016 160253 354 Química analítica teoria e prática essenciais admissão de gases e não de líquidos Normalmente esse detector possui limite de detecção menor que 1 picograma trabalhando com uma faixa linear de medidas de 5 décadas IMPORTANTE O detector de espectrometria de massas possui limite de detecção menor que 1 picograma trabalhando com uma faixa linear de medidas de 5 décadas Desenvolvimento do método cromatográfico O sucesso de uma análise cromatográfica baseiase na aplicação de um método adequado para a separação identificação e quantificação dos analitos presentes na amostra Para as melhores condições de separação é necessário selecionar tanto a fase estacionária em termos de constituição quanto a melhor fase móvel capaz de separar os analitos durante a realização da análise DICA Para cada grupo de analitos com polaridades específicas existe um melhor sistema cromato gráfico a ser utilizado Quando não são conhecidas as melhores condições para a realização das análises cromatográficas devese desenvolver o método de análise A escolha das fases móvel e estacionária para ser aplicada em uma análise cromatográfica depende da composição da amostra Quando várias substâncias com diferentes polaridades formam a amostra primeiro é necessário reter por mais tem po algumas dessas substâncias enquanto outras são liberadas Esse procedimento é realizado pela escolha das polaridades certas das fases envolvidas Um exemplo da manipulação das polaridades das fases estacionária e móvel é a separação de uma substância menos polar em relação a um grupo de outros com postos mais polares que formam uma dada amostra Nesse caso é necessário utili zar uma fase estacionária polar que atraia mais as substâncias polares da amostra retendoas por mais tempo na coluna enquanto a substância de interesse menos polar está sendo separada do resto dos componentes da amostra por eluição mais facilitada da coluna Quando os componentes de uma amostra possuem polaridade semelhante uma boa prática na montagem de sistemas cromatográficos em CLAE é o emprego de duas condições 1 A fase estacionária deve possuir certa semelhança em termos de polaridade em relação ao analito 2 A fase móvel deve possuir polaridade diferenciada em relação ao analito e à fase estacionária SilvioDias19indd 354 SilvioDias19indd 354 29022016 160253 29022016 160253 Capitulo 19 Cromatografia e outras separagées quimicas 355 ioe Em termos praticos devese evitar a utilizagao de uma fase mével com polaridade muito seme lhante a polaridade dos analitos porque isso faz com que todos os compostos sejam eluidos ao mesmo tempo do sistema cromatografico nado ocorrendo desta forma as separagées pretendi das Outra informagao importante é que 0 exagero de semelhanga de polaridade entre a fase es taciondria e os analitos nao é interessante pois acarreta longos periodos de tempo para ocorrer a eluigao desses compostos isto 6 as andlises acabam sendo dispendiosas em termos de tempo Em analises cromatograficas utilizando CLAE o conhecimento qualitativo dos niveis de polaridade apresentados tanto por grupos pertencentes as fases estacio narias quanto por constituintes da fase movel é fundamental para projetar um bom sistema de separacao e analise O conhecimento da polaridade relativa entre esses grupos auxilia na programagao de um bom método cromatografico Assim os grupos funcionais organicos apresentam a seguinte ordem de polari dade hidrocarbonetos alifaticos olefinas hidrocarbonetos aromaticos haletos sulfetos éteres compostos nitro ésteres aldeidos cetonas alcoois aminas sulfonas sulfoxidos amidas acidos carboxilicos agua Esta classificagao em termos de polaridade também é observada nos solventes utilizados nas fases moveis Neste caso esses apresentam polaridades crescentes conforme observado na seguinte sequéncia de polaridades hexano e cicloexano propanol tetraidrofurano etanol metanol acetonitrila agua Analises isocraticas e nao isocraticas As analises em CLAE sfo classificadas quanto ao perfil de polaridade da fase méovel em funcgao do tempo como isocraticas e nao isocraticas Nas andalises isoscraticas a proporcao entre os eluentes que compoem a fase movel ao longo da corrida nao é modificada ou seja se a corrida comeca com fase mével composta por 80 de agua e 20 de acetonitrila esta proporao sera mantida constante até o final da andlise As analises isocraticas sao menos eficientes na eluigao de todos os componentes da amostra em relacao as analises nao isocraticas Essa baixa eficiéncia ocorre quando a amostra é constituida de analitos de diferentes polaridades ue As andlises isocraticas sao menos eficientes na eluicao de todos os componentes da amostra em relagao as andlises nao isocraticas A baixa capacidade de eluir analitos com diferentes polaridades do modo iso cratico se deve a constante polaridade apresentada pela fase moével Essa constancia faz com que somente os solutos que possuem polaridades semelhantes a polaridade da fase movel deixem a coluna cromatografica em tempos inferiores enquanto ou tros compostos de polaridade diferente a da fase movel saem da coluna em elevados espacos de tempo o que torna a analise demasiadamente demorada 356 Química analítica teoria e prática essenciais Nas determinações não isocráticas a proporção entre os eluentes da fase mó vel é variada em função de uma programação predeterminada Este procedimento permite otimizar a eluição de solutos com diferentes polaridades presentes em uma amostra de análise cromatográfica Em outras palavras essas modificações na cons tituição da fase móvel permitem a eluição de compostos não semelhantes em termos de polaridade na mesma corrida cromatográfica Em análises com gradiente de fase móvel os solutos que não eluem facil mente no início de uma corrida por não serem atraídos pela fase móvel com a modificação da sua composição tornandoa mais polar por exemplo passam a ser eluídos por essa fase permitindo que a análise se realize em menores espaços de tempo A programação do gradiente de composição da fase móvel é essencial para que ocorra uma boa separação cromatográfica A seguir é apresentado um exemplo de programação que modifica a composição de uma fase móvel ao longo de uma análise No início da corrida cromatográfica a concentração da fase móvel é menos polar pois ela contém menos água em relação ao solvente orgânico utilizado e com isso os solutos menos polares são eluídos pelo sistema cromatográfico Ao longo da corrida cromatográfica aos poucos a concentração do eluente mais polar normalmente a água é aumentada de maneira que a fase móvel seja capaz de eluir as substâncias mais polares inicialmente retidas na fase estacionária Uma desvantagem de modificar a composição da fase móvel ao longo da cor rida cromatográfica é o possível impedimento de utilizar alguns tipos de detectores como os de índice de refração e ultravioleta este último quando a fase móvel absor ve radiação na região do UV O desenvolvimento de um método cromatográfico seja isocrático ou não isos crático pode ser facilitado pela utilização de métodos padrão já estabelecidos na literatura para determinados analitos Nesses métodos tanto a fase móvel como a estacionária e detectores já estão descritos para que o usuário obtenha a informação analítica Na maioria dos casos basta o analista implementar o método em seus apa relhos e realizar as respectivas calibrações com substâncias padrão injetadas no sis tema cromatográfico Quando não for este o caso o analista precisará desenvolver o método cromatográfico e tornase extremamente necessário o conhecimento de algumas propriedades da amostra como polaridade tipo de estrutura química entre outras características para que se jogue com fases móveis fases estacionárias e detectores apropriados Neste caso o desenvolvimento desses métodos é chamado de metodologia O sucesso da realização de uma análise química está condicionado à determinação exata da quantidade de analito presente na amostra Nesse senti do uma condição ideal de análise é aquela na qual somente o analito presente na amostra entra em contato com o sistema de detecção Nesse sistema ideal qualquer outro componente da amostra que não for o analito fica à parte não influenciando na determinação Porém essa condição mencionada não é encontrada na maioria das análises pois normalmente as amostras são complexas sendo constituídas por diversas substâncias que podem interferir no resultado da determinação SilvioDias19indd 356 SilvioDias19indd 356 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 357 Os compostos presentes em uma amostra que não são a substância de inte resse e que influenciam no resultado de uma análise por proporcionarem erros sis temáticos a ela são denominados interferentes Esses agentes podem aumentar ou diminuir os valores dos resultados proporcionados por uma análise química devido à interação deles tanto com o sistema detector quanto com o próprio analito DEFINIÇÃO Interferentes são os compostos presentes em uma amostra que não são a substância de interes se e que influenciam no resultado de uma análise por proporcionarem erros sistemáticos a ela O erro sistemático é um erro que ocorre frequentemente proporcionando sem pre um mesmo perfil de variação no resultado da análise No caso de interferentes que agem no sistema de detecção a ação desses agentes estranhos à análise está baseada no fato de eles mesmos possuírem características físicas e químicas seme lhantes às apresentadas pelo analito ou por produzirem efeitos iguais aos que o ana lito produz sobre o sistema de detecção Ao produzir esses efeitos os interferentes são percebidos pelo detector como se fossem o próprio analito causando um sinal superestimado DEFINIÇÃO Erro sistemático é um erro que ocorre frequentemente proporcionando sempre um mesmo perfil de variação no resultado da análise Um exemplo da interferência provocada por compostos indesejáveis sobre o detector é a causada pela dispersão da luz ocorrida em análises espectrofotométri cas que determinam analitos que absorvem radiação em amostras turvas amostras constituídas de suspensões de sólidos Neste tipo de análise ocorre uma diminuição da intensidade da radiação pelo espalhamento da luz incidente quando ela incide so bre essas partículas Normalmente esse tipo de diminuição da radiação é entendido erroneamente como absorção de radiação pelo analito investigado Já a influência dos interferentes sobre o analito ocorre devido às possíveis in terações químicas eou físicas que esses compostos realizam com a substância a ser analisada podendo diminuir o sinal proporcionado pelo analito Essas interações quando provocadas por reações químicas podem produzir uma atenuação ou seja a diminuição do sinal de resposta por reduzirem a disponibilidade do analito ao sis tema detector Em outras palavras a forma investigada pelo detector já não é mais a mesma pois o analito modificou sua configuração química após reagir com o inter ferente não sendo mais assim percebido pelo instrumento detector Um exemplo da atenuação de um sinal analítico por formação de uma estrutura nova envolvendo o analito e interferentes é a produção de compostos estáveis gera dos quando íons metálicos entram em contato com substâncias orgânicas presentes nas amostras Esses compostos formados são mais estáveis do que os complexos SilvioDias19indd 357 SilvioDias19indd 357 29022016 160253 29022016 160253 358 Química analítica teoria e prática essenciais formados entre íons metálicos e agentes cromóforos Assim estes analitos acabam não se ligando a agentes cromóforos utilizados nas determinações analíticas e por esta razão não são percebidos em sistemas de análise de espectroscopia molecular Nesse sentido para eliminar ou diminuir os interferentes de uma amostra são aplicadas as chamadas separações analíticas Estas separações possuem a função de disponibilizar o analito na íntegra para a realização da determinação analítica A separação analítica não é um evento espontâneo pois necessita de energia para sua realização sendo sempre acompanhada pela diminuição da entropia do sis tema Quanto mais complexa for a amostra mais energia será necessária para que ocorra a separação do analito do restante da matriz da amostra A entropia é uma propriedade do sistema que mede o seu estado de organização ou seja quanto maior é a entropia de um sistema menor é o seu estado de organização DEFINIÇÃO A entropia é uma propriedade do sistema que mede o seu estado de organização quanto maior for a entropia de um sistema menor será o seu estado de organização A Figura 1919 apresenta simbolicamente três tipos de separações analíticas Cada separação da figura representa uma situação provável de ocorrer no cotidiano dos laboratórios sendo a seguir descritas Na separação em A o analito é totalmente separado do restante da matriz da amostra Nesta separação devese ter o cuidado de que não fique algum resto do composto de interesse na matriz amostral inicialmente tratada Na separação em B todos os componentes da matriz da amostra são separa dos podendo ser investigada tanto a concentração do analito quanto as concen trações dos outros constituintes da amostra Na separação em C o analito e outro componente da amostra são retirados da matriz do material de partida Normalmente o composto que acompanha o analito é o próprio solvente no qual ele estava dissolvido O composto que acompanha o analito em C ainda pode ser outro material possuidor de carac terísticas físicas e químicas muito semelhantes às do analito sendo esta a causa da impossibilidade de separação deste do composto de interesse Para separar um analito de uma matriz complexa é necessário utilizar métodos de separação que se baseiam nas características do analito como volatilidade solu bilidade carga tamanho da molécula forma estrutural e polaridade Normalmente os métodos de separação analítica utilizam a passagem física do analito de uma fase para outra fase durante a aplicação de técnicas como a destilação a extração a troca iônica e as técnicas cromatográficas Há também métodos de separação que se baseiam na transformação física do analito Nesses métodos um soluto que está na forma líquida pode ser separado ao passar para o estado sólido seja por mudança de fase seja por reação química Um exemplo desse tipo de separação são as precipita ções analíticas A Tabela 191 apresenta uma lista com alguns métodos de separação SilvioDias19indd 358 SilvioDias19indd 358 29022016 160253 29022016 160253 Capítulo 19 Cromatografia e outras separações químicas 359 Amostra Se é o analito e são possíveis interferentes na análise de Possíveis separações A A B C FIGURA 1919 Esquema apresentando três tipos de separações analíticas Em A a separação do analito é total em B ocorre a separação de todos os componentes da amostra e em C acontece a separação parcial dos componentes da amostra TABELA 191 Métodos de separação e seus princípios Método de separação Princípio utilizado Destilação Temperaturas de ebulição diferentes dos compostos presentes na amostra Precipitação e filtração Solubilidades diferentes dos compostos presentes na amostra Extração Solubilidades diferentes do analito em dois líquidos imiscíveis Troca iônica Interação dos componentes da amostra com uma resina de troca iônica ocorrendo de forma diferente Cromatografia Velocidade de movimentação de solutos diferentes quando eles passam por uma fase estacionária Eletroforese Velocidade de migração de espécies com cargas diferentes em um campo elétrico Fracionamento por campo e fluxo Interação com um campo ou gradiente aplicado perpendicularmente à direção de transporte diferente SilvioDias19indd 359 SilvioDias19indd 359 29022016 160253 29022016 160253 360 Quimica analitica teoria e pratica essenciais analitica bem como os principios fisicos e quimicos utilizados em cada um desses processos As separacoes além de isolar 0 analito podem servir para identificar os com ponentes da amostra Um exemplo desse tipo de aplicagao sao as separagoes cro matograficas utilizadas nas andalises cromatograficas nas quais os constituintes da amostra podem ser separados identificados e quantificados simultaneamente De uma forma geral a cromatografia analitica é uma excelente ferramenta para deter minacao qualitativa e quantitativa de analitos em uma amostra constituida por uma mistura dos mesmos Esta qualidade esta baseada na associacgao entre a separacao e determinacao que ocorrem de forma concomitante durante a analise Ja a cromato grafia preparativa visa somente a separacao dos analitos para uma posterior aplica cao que pode ser uma reacao quimica ou mesmo uma purificagdo A seguir serao abordadas outras técnicas que podem ser utilizadas para isolar os constituintes de uma amostra para posterior aplicacao Separagoes baseadas no pH do sistema A separacao de um analito de uma matriz amostral pode ser administrada pela modi ficagao do pH do meio no qual a amostra esta inserida O processo de separaao por modificagao do pH ocorre devido a deslocamentos nos equilibrios de dissociacao dos compostos presentes na amostra para formas quimicas e fisicas passiveis de se rem removidas do meio amostral A equacao 15 apresenta o equilibrio de dissociagao envolvendo um acido fraco Para o analito acido HA este pode ser dissociado conforme a equagao HA ag Haq FA ag 15 em que HA representa a forma molecular neutra do acido em questao e os com postos H e A representam os ions resultantes da ionizacao da molécula HA Utilizando o equilibrio entre HA e suas formas ionizadas é possivel sepa rar somente a espécie HA da amostra ao realizar dois procedimentos consecutiva mente O primeiro procedimento é deslocar o equilibrio para o lado da equagaéo que apresenta a forma neutra HA Esse procedimento realizado com a acidificagao do meio amostral Apos esse processo adicionase um solvente neutro no qual a espécie HA sera solubilizada e separada analiticamente da amostra investigada Em separagoes baseadas na modificagao do pH primeiro se altera o pH para que o analito fique na forma mais adequada seja ela neutra ou idnica Depois de modificar a forma do analito pelo deslocamento do equilibrio este é solubilizado em outro solvente que tenha caracteristicas como polaridade semelhantes as desta substancia de interesse Ou seja partindo do principio de que semelhante dissolve semelhante podemos deslocar o equilibrio de dissociagao de varias substancias a fim de produzir compostos neutros que sejam soluveis em solventes neutros Esses equilibrios ainda podem ser deslocados para a forma idnica do analito que é soltvel em solventes polares Assim solventes neutros sao utilizados para separarar com postos nos seus estados moleculares enquanto solventes polares sao empregados para separar compostos idnicos Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra