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BRUNO EDGAR RIES & ELAINE WAINBERG RODRIGUES (ORGS.) PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO FUNDAMENTOS E REFLEXÕES EDIPUCRS © EDIPUCRS, 2004 Capa: Samir Machado de Machado Preparação de originais: Eurico Saldanha de Lemos Revisão: Irmão Demétrio André Editoração: Supernova Editora Impressão e acabamento: Gráfica Epecê Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P974 Psicologia e educação: fundamentos e reflexões / Bruno Edgar Ries, Elaine Wainberg Rodrigues, Organizadores. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. 235 p. ISBN 85-7430-460-3 1. Psicologia. 2. Educação. 3. Pedagogia. 4. Psicologia Educacional. 5. Estudantes – Aspectos Psicológicos. I. Ries, Bruno Edgar. II. Rodrigues, Elaine Wainberg. CDD: 150 370.15 Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da BC-PUCRS. EDIPUCRS Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33 Caixa Postal 1429 CEP 90619-900 Porto Alegre, RS – BRASIL Fone/Fax: (51) 3320-3523 E-mail: edipucrs@pucrs.br www.pucrs.br/edipucrs Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização expressa da Editora. 3 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO Bruno Edgar Ries "[...] Minha professora colocou minha mão sob uma torneira. Quando o fluxo fresco jorrou sobre uma das mãos, ela soletrou na outra a palavra água... Eu soube então que 'a-g-u-a' significava aquela coisa fresca maravilhosa que corria pela minha mão." (Keller, Helen. The story of my life, 1906) Estas palavras escritas por uma menina de 7 anos de idade, cega e surda, demonstram ser possível construir conceitos, que a maioria elabora com base na visão, através de outros sentidos. A sensação e a percepção compreendem processos biológicos e psicológicos distintos que nos permitem conhecer a realidade. Todo conhecimento é construído pelo sujeito e pressupõe elementos de criatividade pessoal. O tema percepção se situa entre as abordagens mais antigas em Psicologia, confundindo-se com as próprias origens da Psicologia como ciência. O marco inicial da Psicologia científica pode ser representado pela criação do primeiro laboratório experimental de Psicologia por Wundt em 1879, na cidade alemã de Leipzig. O foco principal dos estudos científicos de Wundt foi a percepção humana. Depois de mais de um século de pesquisas nesta área continuam a se ampliar as fronteiras deste conhecimento. Mesmo dentro de uma visão interacionista, todo o processo de construção de conhecimentos depende de informações que um sujeito ativo busca no meio com o qual interage. Psicologia e Educação: fundamentos e reflexões 49 A percepção representa um dos fenômenos psíquicos mais complexos. Ela não pode ser reduzida a um processo eminentemente fisiológico e, nem tampouco, ser considerada independente desta atividade. Portanto, a compreensão deste fenômeno exige uma análise dos processos fisiológicos envolvidos, da influência da cultura e do conjunto de experiências e aprendizagens efetivadas pelo indivíduo até um dado momento. O assunto constitui-se de suma importância para quem atua em educação, visto que, qualquer troca que se estabeleça entre pessoas, e entre o aprendiz e o conhecimento, sofre a influência da percepção. Para diferenciar e dimensionar o âmbito fisiológico e psicológico, fazemos distinção entre sensação e percepção. Distinção entre sensação e percepção Denominamos sensação o processo envolvido na recepção do estímulo, de origem interna ou externa, sua transformação em impulso elétrico e sua transmissão ao córtex sensorial correspondente. Portanto, ela compreende basicamente a atividade dos sentidos, e pode ser frequentemente associada ao início do processo de percepção. Contudo, cabe salientar que a maior parte da atividade sensorial não se converte em percepção e nem toda percepção depende de atividade sensorial. Já a percepção compreende geralmente a interpretação pessoal dada aos estímulos que nos chegam através de algum ou do conjunto de canais sensoriais. Logo, o que percebemos não se constitui apenas numa decodificação efetivada pelo cérebro dos estímulos sensoriais. Toda a informação que nos chega através dos sentidos não pode ser neutra, mas vem carregada de significados que não se limitam à experiência imediata, mas resultam de atividade mental que engloba a influência do conjunto de aprendizagens efetivadas pela pessoa. A ausência de neutralidade na percepção pode ser ilustrada comparando a visão que duas pessoas podem ter em 50 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.) relação a um estranho comum: um deles pode considerá-lo simpático, charmoso, cordial, etc., e o outro pode descrevê-lo como antipático e feio. Logo, nós percebemos a realidade não como ela é, mas como acreditamos ou desejamos que ela seja. A percepção, portanto, está intimamente ligada à estrutura e dinâmica da personalidade de um indivíduo. Por esta razão nós não vemos as coisas como elas são e, sim, como nós somos. Existem, por isso, grandes diferenças individuais na percepção, já que o mesmo objeto, pessoa, grupo, idéia ou crença pode ser percebido de modo completamente diferente por diferentes pessoas. Isto explica, por exemplo, porque a camisa que eu adorei na vitrina foi julgada horrorosa por meu amigo. As questões afetivas também afetam a percepção. Aceita-se quase universalmente o dito popular afirmando que quem ama o feio bonito lhe parece. O conhecimento e as crenças que temos em relação a pessoas ou objetos afetam nossa forma de percebê-los. Também as expectativas que alimentamos em relação a pessoas ou grupos afetam nossas percepções. Quando, por exemplo, um professor acredita que esteja diante de um aluno inteligente, presta atenção apenas a seus atos inteligentes e não toma consciência das "asneiras" que diz ou faz. O mesmo pode ser dito em relação a um caso de aluno visto pelo professor como indisciplinado; nesta situação existe a tendência a prestar atenção nos atos de indisciplina deste aluno e não seus momentos de envolvimento e comprometimento na tarefa escolar. Analisaremos mais adiante este aspecto da percepção. O processo de sensação (aspectos sensoriais da percepção) O sentido vulgar de "sensação" pode nos induzir a um erro de compreensão do sentido psicológico do termo. Quando o leigo diz que teve uma sensação, ele está se referindo a Psicologia e Educação: fundamentos e reflexões 51 uma impressão que lhe foi causada ou mesmo a uma intuição. Quando fizemos acima a distinção entre sensação e percepção nos referimos à sensação como fenômeno eminentemente fisiológico, isto é, a recepção de algum tipo de estímulo através de algum receptor especializado, manifesto através da atividade dos sentidos. Quando nos referimos a sentidos faz-se necessário ainda fazer a distinção entre sentidos conhecidos e também a percepção extra-sensorial. Convencionalmente são citados a visão, a audição, o gosto, o olfato e o tato como sentidos conhecidos. Porém, a atividade sensorial-perceptiva extrapola a estes cinco. De acordo com Kandel, Schwartz e Jessell (2000, p. 309), os sentidos realizam uma tarefa importante que consiste em manter o cérebro permanentemente informado sobre o mundo que o rodeia. Eles têm também a função de manter a vigília, de formação da imagem corporal e de controle dos movimentos. Se definirmos sentido como um receptor especializado em captar os estímulos ou informações do meio, vamos encontrar muito mais do que os cinco convencionais. Nesta perspectiva podemos classificar os receptores em: térmicos (frio – psicoestesia; calor – termoestesia); de luz (visão); mecânicos (audição, cinestésicos – movimentos, pressão, equilíbrio – sentido vestibular); químicos (olfato, gosto/ paladar). Também se utiliza a classificação de sentidos cutâneos (pressão, frio, calor e dor), proprioceptivos (cinestesia e equilíbrio) e exteroceptivos (visão, audição, olfato e paladar). A audição compõe-se pelo ouvido e pelas vias auditivas do cérebro. Eles permitem transduzir ondas de pressão do ar em sons e localizar as fontes dos sons. O ouvido humano capta sons que se situam num espectro que varia de 20 até 20.000 Hz. A percepção auditiva ocorre a partir de informações originadas nos dois ouvidos (Kandel, Schwartz e Jessell, 2000, p. 309). A olfação depende de receptores localizados na cavidade nasal, o epitélio olfatório. 52 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.) rebral. Para ela são importantes a personalidade da pessoa que, por sua vez, também resulta de uma configuração própria que se estabelece ao longo da vida. Processo de atenção Um dos requisitos da percepção compreende o mecanismo de atenção. É impossível perceber simultaneamente todos os estímulos que incidem sobre os sentidos. Em toda percepção ignoramos a maioria destes estímulos e selecionamos outros para serem processados. Quando estamos numa festa somos capazes de isolar várias conversas paralelas, enquanto nos concentramos numa delas. Se gravássemos alguns minutos desta festa seria difícil identificar qualquer diálogo isolado. Grieve (1995, p. 58) define atenção como: "[ ... ] Estado de alerta e despertar que nos leva a tomar consciência do que acontece à nossa volta. [ ... ] Também envolve a capacidade para selecionar os estímulos nos quais vamos nos concentrar e selecionar as respostas que daremos numa situação ou circunstâncias particulares." Percepção da cor Segundo Grieve (1995, p. 25-7), a percepção visual atribui significado aos estímulos incorporados através dos olhos. Ela influencia significativamente na percepção global do ambiente. A cor dá significado aos objetos e suas formas. A cegueira para cores resulta de um defeito retiniano; ela afeta a discriminação visual e o mundo aparece como sombras de cor cinza. As pesquisas indicam que a percepção das cores se diferencia da percepção da forma e profundidade. Kandel, Schwartz e Jessell (2000, p. 364) assinam que a sensibilidade do olho humano para cores (espectro visível) varia de ondas de 400 a 700 nanômetros (medida do comprimento das ondas luminosas). Nesta faixa a cor da luz monocromática muda gradualmente do azul, passando 56 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.)
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Ipiranga, 6681 – Prédio 33 Caixa Postal 1429 CEP 90619-900 Porto Alegre, RS – BRASIL Fone/Fax: (51) 3320-3523 E-mail: edipucrs@pucrs.br www.pucrs.br/edipucrs Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização expressa da Editora. 3 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO Bruno Edgar Ries "[...] Minha professora colocou minha mão sob uma torneira. Quando o fluxo fresco jorrou sobre uma das mãos, ela soletrou na outra a palavra água... Eu soube então que 'a-g-u-a' significava aquela coisa fresca maravilhosa que corria pela minha mão." (Keller, Helen. The story of my life, 1906) Estas palavras escritas por uma menina de 7 anos de idade, cega e surda, demonstram ser possível construir conceitos, que a maioria elabora com base na visão, através de outros sentidos. A sensação e a percepção compreendem processos biológicos e psicológicos distintos que nos permitem conhecer a realidade. Todo conhecimento é construído pelo sujeito e pressupõe elementos de criatividade pessoal. O tema percepção se situa entre as abordagens mais antigas em Psicologia, confundindo-se com as próprias origens da Psicologia como ciência. O marco inicial da Psicologia científica pode ser representado pela criação do primeiro laboratório experimental de Psicologia por Wundt em 1879, na cidade alemã de Leipzig. O foco principal dos estudos científicos de Wundt foi a percepção humana. Depois de mais de um século de pesquisas nesta área continuam a se ampliar as fronteiras deste conhecimento. Mesmo dentro de uma visão interacionista, todo o processo de construção de conhecimentos depende de informações que um sujeito ativo busca no meio com o qual interage. Psicologia e Educação: fundamentos e reflexões 49 A percepção representa um dos fenômenos psíquicos mais complexos. Ela não pode ser reduzida a um processo eminentemente fisiológico e, nem tampouco, ser considerada independente desta atividade. Portanto, a compreensão deste fenômeno exige uma análise dos processos fisiológicos envolvidos, da influência da cultura e do conjunto de experiências e aprendizagens efetivadas pelo indivíduo até um dado momento. O assunto constitui-se de suma importância para quem atua em educação, visto que, qualquer troca que se estabeleça entre pessoas, e entre o aprendiz e o conhecimento, sofre a influência da percepção. Para diferenciar e dimensionar o âmbito fisiológico e psicológico, fazemos distinção entre sensação e percepção. Distinção entre sensação e percepção Denominamos sensação o processo envolvido na recepção do estímulo, de origem interna ou externa, sua transformação em impulso elétrico e sua transmissão ao córtex sensorial correspondente. Portanto, ela compreende basicamente a atividade dos sentidos, e pode ser frequentemente associada ao início do processo de percepção. Contudo, cabe salientar que a maior parte da atividade sensorial não se converte em percepção e nem toda percepção depende de atividade sensorial. Já a percepção compreende geralmente a interpretação pessoal dada aos estímulos que nos chegam através de algum ou do conjunto de canais sensoriais. Logo, o que percebemos não se constitui apenas numa decodificação efetivada pelo cérebro dos estímulos sensoriais. Toda a informação que nos chega através dos sentidos não pode ser neutra, mas vem carregada de significados que não se limitam à experiência imediata, mas resultam de atividade mental que engloba a influência do conjunto de aprendizagens efetivadas pela pessoa. A ausência de neutralidade na percepção pode ser ilustrada comparando a visão que duas pessoas podem ter em 50 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.) relação a um estranho comum: um deles pode considerá-lo simpático, charmoso, cordial, etc., e o outro pode descrevê-lo como antipático e feio. Logo, nós percebemos a realidade não como ela é, mas como acreditamos ou desejamos que ela seja. A percepção, portanto, está intimamente ligada à estrutura e dinâmica da personalidade de um indivíduo. Por esta razão nós não vemos as coisas como elas são e, sim, como nós somos. Existem, por isso, grandes diferenças individuais na percepção, já que o mesmo objeto, pessoa, grupo, idéia ou crença pode ser percebido de modo completamente diferente por diferentes pessoas. Isto explica, por exemplo, porque a camisa que eu adorei na vitrina foi julgada horrorosa por meu amigo. As questões afetivas também afetam a percepção. Aceita-se quase universalmente o dito popular afirmando que quem ama o feio bonito lhe parece. O conhecimento e as crenças que temos em relação a pessoas ou objetos afetam nossa forma de percebê-los. Também as expectativas que alimentamos em relação a pessoas ou grupos afetam nossas percepções. Quando, por exemplo, um professor acredita que esteja diante de um aluno inteligente, presta atenção apenas a seus atos inteligentes e não toma consciência das "asneiras" que diz ou faz. O mesmo pode ser dito em relação a um caso de aluno visto pelo professor como indisciplinado; nesta situação existe a tendência a prestar atenção nos atos de indisciplina deste aluno e não seus momentos de envolvimento e comprometimento na tarefa escolar. Analisaremos mais adiante este aspecto da percepção. O processo de sensação (aspectos sensoriais da percepção) O sentido vulgar de "sensação" pode nos induzir a um erro de compreensão do sentido psicológico do termo. Quando o leigo diz que teve uma sensação, ele está se referindo a Psicologia e Educação: fundamentos e reflexões 51 uma impressão que lhe foi causada ou mesmo a uma intuição. Quando fizemos acima a distinção entre sensação e percepção nos referimos à sensação como fenômeno eminentemente fisiológico, isto é, a recepção de algum tipo de estímulo através de algum receptor especializado, manifesto através da atividade dos sentidos. Quando nos referimos a sentidos faz-se necessário ainda fazer a distinção entre sentidos conhecidos e também a percepção extra-sensorial. Convencionalmente são citados a visão, a audição, o gosto, o olfato e o tato como sentidos conhecidos. Porém, a atividade sensorial-perceptiva extrapola a estes cinco. De acordo com Kandel, Schwartz e Jessell (2000, p. 309), os sentidos realizam uma tarefa importante que consiste em manter o cérebro permanentemente informado sobre o mundo que o rodeia. Eles têm também a função de manter a vigília, de formação da imagem corporal e de controle dos movimentos. Se definirmos sentido como um receptor especializado em captar os estímulos ou informações do meio, vamos encontrar muito mais do que os cinco convencionais. Nesta perspectiva podemos classificar os receptores em: térmicos (frio – psicoestesia; calor – termoestesia); de luz (visão); mecânicos (audição, cinestésicos – movimentos, pressão, equilíbrio – sentido vestibular); químicos (olfato, gosto/ paladar). Também se utiliza a classificação de sentidos cutâneos (pressão, frio, calor e dor), proprioceptivos (cinestesia e equilíbrio) e exteroceptivos (visão, audição, olfato e paladar). A audição compõe-se pelo ouvido e pelas vias auditivas do cérebro. Eles permitem transduzir ondas de pressão do ar em sons e localizar as fontes dos sons. O ouvido humano capta sons que se situam num espectro que varia de 20 até 20.000 Hz. A percepção auditiva ocorre a partir de informações originadas nos dois ouvidos (Kandel, Schwartz e Jessell, 2000, p. 309). A olfação depende de receptores localizados na cavidade nasal, o epitélio olfatório. 52 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.) rebral. Para ela são importantes a personalidade da pessoa que, por sua vez, também resulta de uma configuração própria que se estabelece ao longo da vida. Processo de atenção Um dos requisitos da percepção compreende o mecanismo de atenção. É impossível perceber simultaneamente todos os estímulos que incidem sobre os sentidos. Em toda percepção ignoramos a maioria destes estímulos e selecionamos outros para serem processados. Quando estamos numa festa somos capazes de isolar várias conversas paralelas, enquanto nos concentramos numa delas. Se gravássemos alguns minutos desta festa seria difícil identificar qualquer diálogo isolado. Grieve (1995, p. 58) define atenção como: "[ ... ] Estado de alerta e despertar que nos leva a tomar consciência do que acontece à nossa volta. [ ... ] Também envolve a capacidade para selecionar os estímulos nos quais vamos nos concentrar e selecionar as respostas que daremos numa situação ou circunstâncias particulares." Percepção da cor Segundo Grieve (1995, p. 25-7), a percepção visual atribui significado aos estímulos incorporados através dos olhos. Ela influencia significativamente na percepção global do ambiente. A cor dá significado aos objetos e suas formas. A cegueira para cores resulta de um defeito retiniano; ela afeta a discriminação visual e o mundo aparece como sombras de cor cinza. As pesquisas indicam que a percepção das cores se diferencia da percepção da forma e profundidade. Kandel, Schwartz e Jessell (2000, p. 364) assinam que a sensibilidade do olho humano para cores (espectro visível) varia de ondas de 400 a 700 nanômetros (medida do comprimento das ondas luminosas). Nesta faixa a cor da luz monocromática muda gradualmente do azul, passando 56 RIES, B. E. & RODRIGUES, E. W. (Orgs.)