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Engenharia Civil ·

Resistência dos Materiais 2

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Introdução à Resistência dos Materiais Apresentação A resistência dos materiais é capítulo da Mecânica dos Corpos Sólidos que estuda o equilíbrio dos referidos corpos considerando os efeitos internos produzidos pela ação das forças externas as relações entre cargas aplicadas em um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo o cálculo das deformações do corpo e o estudo da sua estabilidade quando submetido a solicitações Nesta Unidade de Aprendizagem você será apresentado a uma introdução geral à resistência dos materiais a importância da identificação das forças atuantes e solicitações internas para que o dimensionamento dos elementos estruturais seja feito de forma segura analisando o uso de diferentes materiais Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Expressar a importância do estudo da resistência dos materiais para o dimensionamento das estruturas Mostrar as etapas para verificação ou projeto de uma estrutura Comparar uso de diferentes tipos de materiais nas estruturas Desafio As tensões e deformações calculadas ao longo das estruturas dependem do carregamento da geometria da seção transversal dos elementos estruturais e do material a ser analisado Você é comprador de uma empresa de urbanismo e precisa adquirir bancos para uma praça um fornecedor envioulhe duas opções dois bancos de preços similares porém de materiais totalmente diferentes um com estrutura em aço e outro com estrutura em madeira A sabedoria popular diz que ferro é mais resistente que madeira mas como você comprovaria isto tecnicamente falando para justificar sua compra Infográfico Os objetivos da Resistência dos Materiais são Determinar os esforços Determinar as tensões e as deformações a que estão sujeitos os corpos sólidos devido à ação dos esforços atuantes Verificar o equilíbrio de um corpo deformável Verificar a segurança Realizar o dimensionamento Veja neste Infográfico quais são os esforços à que um corpo sólido pode estar submetido e as etapas macro de projeto e dimensionamento Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Conteúdo do livro O conhecimento de Resistência dos Materiais é o ponto de patida para se desenvolver qualquer projeto estrutural nas mais diversas áreas da Engenharia Por meio dela é possível entender o comportamento dos materiais em relação às cargas externas ou seja forças aplicadas ao corpo e suas reações de apoio Assim o conhecimento do assunto leva ao projetista a ter informações certeiras quanto à tensão adminssível para o projeto com diversos tipos de materiais bem como conhecer suas deformações correspondentes as quais podem ser ou não um limitante de seu projeto No capítulo Introdução à Resistência dos Materiais da obra Resistência dos Materiais I você podera aprofundar seu conhecimento Boa leitura OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Expressar a importância do estudo da resistência dos materiais para o dimensionamento das estruturas Mostrar as etapas para verificação ou projeto de uma estrutura Comparar o uso de diferentes tipos de materiais nas estruturas Introdução A resistência dos materiais apresenta os critérios básicos de entendimento do comportamento dos materiais utilizados nos mais diversos tipos de estrutura O estudo do conteúdo proporciona conhecimento em relação às dimensões ne cessárias para cada elemento estrutural de forma que este consiga receber as cargas externas e transmitilas para outros elementos até mesmo o solo para o caso de fundação Assim a resistência dos materiais analisa como essas cargas atuam no interior dos corpos fazendo com que eles permaneçam íntegros e funcionais no sistema proposto Essa área do conhecimento se baseia principalmente em ensaios comporta mentais os quais caracterizam os materiais e geram as informações sobre tensão resistente e deformações correntes bem como a proporcionalidade entre eles para todos os materiais utilizados Essas informações são utilizadas pelos enge Introdução à resistência dos materiais Pedro Henrique Pedrosa de Melo nheiros e pelo projetista que buscam sempre utilizar ao máximo as propriedades do material visando à economia e à segurança Neste capítulo você vai estudar o papel fundamental que a resistência dos materiais tem no dimensionamento das estruturas os quais são a base para etapas de verificação e dimensionamento de elementos Além disso você vai ver a diferença entre os principais elementos utilizados na engenharia e como a resistência dos materiais pode ser utilizada para a escolha entre um material ou outro no momento de projeto de estruturas com base no seu comportamento A importância do estudo da resistência dos materiais para o dimensionamento das estruturas A engenharia é uma ciência aplicada no cotidiano da vida uma que todos os tipos de materiais precisam cumprir exigências mínimas quanto à integridade e à funcionalidade isto é não podem atingir o estado de colapso ou ruína e devem manter os níveis adequados de operacionalidade no que tange às dimensões e à deformação De forma geral a engenharia aplicada por meio da resistência dos materiais possibilita a manutenção da funcionalidade do material a sua aparência e até mesmo o aspecto econômico de seu uso aproveitando todas as propriedades do material levando em consideração critérios de segurança É importante ressaltar que no estudo da engenharia os materiais são estudados e dimensionados por sua resistência que equivale à capacidade do objeto ou material específico de suportar e transmitir cargas Assim o corpo recebe cargas externas que podem ser classificadas como forças de superfície quando ocorre o contato direto entre corpos ou forças de corpo quando um corpo exerce força sobre o outro sem que ocorra contato direto Um exemplo de força de corpo é o peso que é causado pela ação gravitacional e faz com que não ocorra assim um contato entre os corpos mas a atração entre as massas Segundo Hibbeler 2019 na transmissão das cargas surgem nos materiais as reações de apoio forças de superfície que se desenvolvem nos apoios ou diretamente nos pontos de contato entre corpos Uma forma simplificada de descobrir a existência de uma força de apoio em um corpo é imaginar que o elemento acoplado está sendo transladado ou girando de acordo com uma direção Caso o apoio impeça a translação existe no contato uma força de apoio contrária ao possível movimento em outra situação caso o apoio impeça a rotação existe na referida direção um momento fletor Introdução à resistência dos materiais 2 Para a quantificação das reações força eou momento são aplicadas as condições de equilíbrio Nessa etapa o princípio básico é que o equilíbrio de um corpo exige um equilíbrio de forças de forma que impeça a translação ou até mesmo o movimento acelerado do corpo ao longo de uma trajetória em x ou y Além disso o equilíbrio de momentos é analisado para que possa impedir que o corpo analisado gire em relação a um ponto genérico O Tais análises podem ser descritas matematicamente em análise coplanar plano bidimensional por meio das Equações 1 2 e 3 0 Equação 1 0 Equação 2 0 Equação 3 Entender a forma como o corpo recebe a carga externa e como ela a transmite em forma de reação de apoio é de extrema importância para o conhecimento do arranjo estrutural formado pela associação de diferentes elementos Um exemplo disso é o sistema de apoio vigaspilar as estruturas aporticadas aquelas em que a viga e os pilares de apoio se comportam como um só elemento Figura 1 e até mesmo na análise da dissipação das cargas no solo por meio da fundação das estruturas No entanto além dessa análise de transmissão de cargasesforços é preciso analisar o comportamento que essas cargas geram no interior do corpo e como isso está relacionado com a própria resistência do material Esse estudo é feito por meio das cargas resultantes internas especificamente pela definição das forças normais N e cisalhantes V e pelos momentos fletores e de torção que surgem nas seções internas dos corpos Introdução à resistência dos materiais 3 Figura 1 Representação do pórtico por meio da associação de vigas e pilares em uma estrutura Esquema estrutural Pórtico bidimensional Pilar Viga Hibbeler 2019 afirma que a análise das cargas resultantes internas é uma das mais importantes aplicações da resistência dos materiais uma vez que essas cargas determinam a integridade e a funcionalidade do corpo sujeito às cargas externas A quantificação é feita por meio do método das seções que parte de uma seção ou corte imaginário passando pela região de in teresse Para que esse método seja implementado são utilizadas as cargas externas aplicadas ao corpo e as reações de apoio já definidas anteriormente Um exemplo da aplicação do método é apresentado na Figura 2 em que são evidenciados o corte imaginário e o surgimento das cargas internas A quantificação ou seja a obtenção dos valeres das cargas internas são definidas utilizando as equações de equilíbrio aplicados por exemplo na Figura 2b É importante destacar que na situação apresentada na Figura 2b o momento de torção não é considerado devido ao fato de a representação ser feita no plano fazendo com que as cargas se restrinjam àquelas coplana res ou seja contidas no plano de representação O ponto de aplicação das cargas internas apresentadas é feito no centro de gravidade da seção então todas as cargas internas da seção cortada são agrupadas nesse ponto e decompostas segundo as direções normal e cisalhante do corpo Introdução à resistência dos materiais 4 Figura 2 Aplicação do método das seções em um corpo genérico representado no plano a corpo sujeito às cargas ou forças externas e uma seção imaginária de interesse b corte e surgimento das cargas internas forças normal e de cisalhamento e momento fletor Fonte Hibbeler 2019 p 4 As forças não são aplicadas diretamente no dimensionamento dos mate riais e estruturas assim para esse caso é utilizado prioritariamente o conceito de tensão Beer e Johnston Junior 2015 apontam que a análise e o projeto de uma estrutura ou elemento são feitos por meio da análise das tensões e deformações A análise de tensões se refere à distribuição da força ao longo de uma área específica Além disso os autores ainda destacam que mesmo uma carga pontual estará sempre aplicada em determinada área mesmo que esta seja tida como infinitesimal Assim como na análise de cargas internas obtêmse as forças normais e cisalhantes para essas forças t as correspondentes tensão normal σ e tensão cisalhante τ As Equações 4 e 5 são aplicadas para obter as referidas tensões Introdução à resistência dos materiais 5 Equação 4 Equação 5 Cada tipo de material tem um valor limite máximo de resistência a ser suportada que é chamada de tensão de ruptura ou seja tensão à qual o corpo não consegue manter sua integridade e funcionalidade dentro do projeto estabelecido Essa análise que envolve tensão aplicada e tensão de ruptura para critérios de projeto parte da premissa que se deve considerar o material contínuo ou seja tem distribuição uniforme da matéria sem a existência de vazios e coeso o que significa que todas as suas partes estão interligadas não havendo trincas ou separações HIBBELER 2019 Dessa forma partindo dessa análise é feito o dimensionamento princi palmente das seções dos elementos como vigas e pilares Esse processo leva em consideração o limite do valor de tensão de ruptura e da força normal ou cisalhante à qual a seção está sujeita Assim o projetista varia a área da seção de forma a atender o teto da tensão verificando tanto os aspectos estruturais integridade do elemento como a economia propondo a menor área possível Cabe destacar que não é apenas a tensão que norteia o dimensionamento ou verificação da integridade das estruturas pois esta também deve atender requisitos relacionados à deformação Pinheiro e Crivelaro 2016 ressaltam que todo corpo sujeito a tensão a qual é relacionada diretamente à força apresenta uma deformação correspondente Essas deformações se relacionam à tensão aplicada por meio do módulo de elasticidade ou módulo de Young E e podem ser expressas pela Equação 6 para a tensãodeformação normal Essa equação é popularmente conhecida como Lei de Hooke σ E ε Equação 6 Na Equação 6 ε é a deformação normal uma característica que representa o quanto um corpo alongou em relação ao comprimento inicial Porém a tensão cisalhante τ também leva a um tipo de deformação específica chamada de deformação cisalhante ou distorção γ responsável por alterar o formato do corpo ou seja são mudanças angulares entre as faces do corpo Assim a Lei de Hooke assume a forma da Equação 7 onde G representa o módulo de elasticidade ao cisalhamento Introdução à resistência dos materiais 6 τ G γ Equação 7 Os valores do módulo de Young E e do módulo de elasticidade ao cisa lhamento G são obtidos de forma experimental para cada tipo de material adotado no dimensionamento Além disso existe uma relação entre os dois módulos que utiliza o Coeficiente de Poisson que relaciona a deformação longitudinal com a transversal em um ensaio de tração ou compressão simples A Equação 8 apresenta a expressão de cálculo do coeficiente de Poisson υ e a Equação 9 a relação entre o módulo de elasticidade E e o módulo de cisalhamento G lat long Equação 8 21 Equação 9 Compreendendo os conceitos de tensão e deformação ficam claros os princípios básicos de dimensionamento de estruturas pois assim se ga rante a integridade não são atingidas as tensões de ruptura e se mantém a funcionalidade por meio do controle dos limites de deformação do material No dimensionamento de qualquer elemento estrutural que utilize por exem plo concreto madeira e aço são adotados esses procedimentos básicos Em seguida é feito o dimensionamento da estrutura para que ela opere abaixo da tensão de ruptura ou falha e não apresente deformações que acarretem na perda de sua funcionalidade Além disso é levado em consideração também o aspecto econômico ao se adotar a menor quantidade de material possível Introdução à resistência dos materiais 7 Em um elemento tridimensional as deformações normais são respon sáveis por aumentar o volume do corpo enquanto as deformações cisalhantes são responsáveis pela alteração na forma π 2 π 2 π 2 Δz Δx Δy Elemento sem deformação Elemento deformado Considerando as dimensões muito pequenas Deformação normal muda os comprimentos dos lados Deformação de cisalhamento muda os ângulos de cada lado Segmentos de reta permanecem retos após a deformação π 2 gxy π 2 gxz π 2 gyz 1 zΔz 1 xΔx 1 yΔy Fonte Adaptada de Hibbeler 2019 Etapas para verificação de uma estrutura Verificar uma estrutura ou um elemento estrutural é conferir se as dimensões propostas atendem às solicitações externas impostas a esse corpo ou seja analisar se ele vai manter a sua integridade e funcionalidade ao receber e transmitir cargas ou forças Assim o primeiro passo para a verificação de uma estrutura é conhecer como o material que a compõe se comporta em termos de tensão e deformação verificando as propriedades mecânicas do material De acordo com Hibbeler 2019 a resistência de um material depende da sua capacidade para suportar uma carga sem deformações excessivas e as propriedades que circundam a resistência do material devem ser obtidas por métodos experimentais O principal teste para a obtenção das proprie dades do material é o ensaio de tração ou compressão em que são obtidas as relações entre a tensão e a deformação caracterizada para um material específico se tenta compreender o comportamento do material enquanto se eleva a tensão de compressão ou tração Dessa forma nesse ensaio além de se obter o valor máximo que um corpo suporta é possível perceber que os materiais têm variação na proporção existente entre a tensão e deformação Um exemplo disso é o gráfico da Introdução à resistência dos materiais 8 Figura 3 que apresenta os resultados da relação de tensão e deformação para um ensaio de tração de um material dúctil genérico Figura 3 Diagrama de tensãodeformação genérico para materiais dúcteis com seus respectivos comportamentos para determinadas faixas de cargas atuantes Fonte Hibbeler 2019 p 58 A partir da Figura 3 é possível compreender alguns comportamentos dos materiais e como eles devem nortear o dimensionamento ou verificação das estruturas No primeiro trecho o material submetido à tração apresenta comportamento elástico havendo proporção e correspondência fixa entre a tensão e a deformação e a inclinação da reta que caracteriza esse compor tamento gera o módulo de elasticidade o denominado módulo de Young E Quanto ao comportamento plástico o material apresenta diferentes relações entre a tensão e a deformação sendo que no escoamento uma pequena modificação na tensão causa uma grande deformação e após essa etapa chegase no endurecimento por deformação em que é necessário aplicar uma carga cada vez maior para que o corpo se deforme Essa última etapa leva ao limite da resistência e da tensão de ruptura quando o corpo perde toda a sua capacidade portante entrando assim em colapso ou ruína BEER JOHNSTON JUNIOR 2015 Introdução à resistência dos materiais 9 τadm τrup FS Equação 11 Os valores adotados para o FS podem variar relacionando diretamente com o grau de segurança exigido para o material e as incertezas de seu uso Hibbeler 2019 cita exemplos ao explicar que esses valores são próximos de 1 para componentes de avião ou até veículos espaciais e para projetos de componentes de uma usina nuclear esse valor pode chegar a 3 devido à grande incerteza no carregamento e à variabilidade no comportamento do material adotado É importante ressaltar que atualmente os valores para o FS e para tensões admissíveis estão bem padronizados pois as incertezas envolvidas em diversos projetos já foram razoavelmente testadas Os valores dos FS para cada material são encontrados em normas de projeto ou dimensionamento como por exemplo a NBR 61182014 a NBR 88002008 e a NBR 71901997 Alguns valores de referência de tensão admissível para materiais de construção civil estão apresentados no Quadro 1 Quadro 1 Valores de referência para tensões admissíveis de diferentes materiais de construção Material p Espec kgm³ Tração kgcm² Compressão kgcm² Cisalhamento kgcm² Ferro Laminado 7650 1250 1100 1000 Fundido 7200 300 800 240 Madeira Dura 1050 110 80 65 Semidura 800 80 70 55 Branda 650 60 50 35 Alvenaria Pedra 2200 17 Tijolo comum 1600 7 Tijolo furado 1200 6 Tijolo prensado 1800 11 Continua Introdução à resistência dos materiais 11 Material p Espec kgm³ Tração kgcm² Compressão kgcm² Cisalhamento kgcm² Concreto Simples 136 1100 18 Armado 124 2400 45 Ciclópico 136 2200 18 Compressão paralela e cisalhamento perpendicular às fibras Fonte Adaptado de Baêta e Sartor 1999 Com as tensões admissíveis o projetista faz o cálculo das áreas necessárias para o seu elemento conforme o equacionamento proposto para as tensões que se relacionam com a carga imposta e a área Dessa forma são aplicadas as Equações 12 e 13 para o cálculo da área necessária para situações de tensão normal e cisalhante respectivamente A N σadm Equação 12 A V τadm Equação 13 Lembrando que N representa a força normal ou seja aquela perpendicular à seção transversal de interesse e V representa a força cisalhante que atua perpendicularmente à seção transversal de interesse Essa seção de interesse é aquela em que foi feito o corte citado na seção anterior A identificação da tensão de ruptura a ser adotada em um projeto depende do comportamento do material no ensaio de tração e compressão Materiais dúcteis são os que apresentam deformação significativa antes da rutura ou colapso nos quais devese limitar a tensão de ruptura àquela que an tecede o escoamento ou seja trecho em que com pequena diferença na tensão a deformação é significativamente aumentada e não segue uma linearidade Continuação Introdução à resistência dos materiais 12 Já nos materiais frágeis ocorre menor deformação proporcional antes do colapso da estrutura não apresentando na maioria das vezes deformações plásticas ou escoamento Como esses materiais têm pouca deformação antes da ruptura eles são menos adotados em projetos estruturais e caso o seu uso seja indispensável o dimensionamento é feito com a tensão de ruptura como referência Uso de diferentes tipos de materiais nas estruturas Nas estruturas são utilizados diferentes tipos de materiais ou até mesmos diferentes combinações do mesmo material O ideal é encontrar um material que tenha comportamento satisfatório para o tipo de solicitação aplicada e que tenha o seu custo reduzido Um exemplo simples disso é a escolha entre ferro fundido e laminado para uma haste circular solicitada à tração Como visto no Quadro 1 na seção anterior o ferro fundido apresenta resistência tensão admissível de tração de 300 kgcm² enquanto o ferro laminado apresenta resistência de 1250 kgcm² Caso a solicitação seja de 100 kg normal à seção transversal da haste o cálculo da área necessária de aço para ferro laminado e ferro fundido é realizado conforme a Figura 4 Figura 4 Dimensionamento da área necessário para dois tipos de ferro diferentes sujeitos à mesma solicitação Ferro fundido Ferro laminado Área A A kg kg kg kg A A A A cm cm cm cm A adm adm 100 kg Introdução à resistência dos materiais 13 A partir da Figura 4 percebese que a bitola área circular necessária para a haste de ferro fundido é muito maior do que a necessária para a de ferro laminado Assim caso a dimensão dessa haste seja um fator preponderante no projeto deve ser adotado o ferro laminado É importante ressaltar que no ambiente de projeto de estruturas não é apenas a dimensão que permeia a escolha do material devendo também ser analisado o custo do material estabelecendo a relação de custobenefício nessa etapa A comparação entre materiais também ocorre no ambiente de projeto de elementos estruturais Imagine que no projeto de uma área de lazer o projetista de estruturas precisa escolher entre realizar o projeto dos pi lares em madeira ou concreto estrutural Como visto no Quadro 1 na seção anterior a tensão admissível para a madeira dura sujeita a compressão é de 80 kgcm² enquanto para o concreto estrutural é de 45 kgcm² Considere que esse pilar esteja sujeito a uma compressão de 500 kg O cálculo da área necessária para cada material é apresentado na Figura 5 Figura 5 Dimensionamento da área necessário para madeira dura ou concreto armado para um pilar Madeira dura 2500 kg Concreto estrutural Área A A kg kg kg kg A A A A cm cm cm cm A adm adm A partir da Figura 5 é possível concluir que caso o projetista queira um pilar com uma área de seção transversal menor deve ser adotado o concreto estrutural como material uma vez que este necessita de uma área bem menor para resistir à mesma carga Essa verificação faz parte da rotina de projetistas de diversas áreas da engenharia tanto na busca pela identificação da área simples de elemento fazendo a relação simples entre tensão admis Introdução à resistência dos materiais 14 sível carga e área necessária como na comparação de materiais diferentes em busca de um material que melhor atenda ao problema ou de alternativas mais econômicas para o projeto Referências BAÊTA F C SARTOR V Resistência dos materiais e dimensionamento de estruturas para construções rurais Viçosa MG Universidade Federal de Viçosa 1999 Apostila da Disciplina ENG 350 Disponível em httparquivoufvbrdeaambiagroarquivos resistenciapdf Acesso em 20 maio 2021 BEER F JOHNSTON JUNIOR E R Resistência dos materiais 3 ed São Paulo Pearson 2015 HIBBELER R C Resistência dos materiais 10 ed São Paulo Pearson 2019 PINHEIRO A CRIVELARO M Fundamentos de resistência dos materiais Rio de Janeiro LTC 2016 Leitura recomendada BOTELHO M Resistência dos materiais para entender e gostar 4 ed Rio de Janeiro McGrawhill 2015 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material No entanto a rede é extremamente dinâmica suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo Assim os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade precisão ou integralidade das informações referidas em tais links Introdução à resistência dos materiais 15 Dica do professor Vamos assistir no vídeo a seguir a importância do estudo da mecânica dos sólidos e quais são as etapas de projeto ou verificação de uma estrutura Confira Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Exercícios 1 De forma geral qual deve ser a sequência de cálculo para definir a tensão em um determinado ponto da estrutura A Determinar cargas externas calcular reações externas calcular solicitações internas B Calcular reações externas determinar cargas externas calcular solicitações internas C Calcular solicitações internas determinar cargas externas calcular reações externas D Determinar cargas externas calcular solicitações internas calcular reações externas E Calcular solicitações internas calcular reações externas determinar cargas externas 2 Conforme a Lei de Hooke quanto maior o módulo de elasticidade do material menor será A A torção B O cisalhamento C A flexão D A tensão E A deformação 3 No estudo do projeto de um equipamento mecânico são avaliados três materiais diferentes o aço o alumínio e a madeira Sabendo que o aço apresenta um módulo de elasticidade igual a 21000 kNcm2 o alumínio um módulo de elasticidade igual a 7000 kNcm2 e a madeira um módulo de elasticidade igual a 1400 kNcm2 indique em qual material será observada uma maior deformação considerando a mesma estrutura e a tensão atuando no equipamento A A deformação será menor se a estrutura for de alumínio B A deformação será menor se a estrutura for de aço C A deformação será menor se a estrutura for de madeira D A deformação será igual para qualquer material E A deformação será menor se a estrutura for de alumínio ou de madeira 4 Quando o engenheiro projetista estiver dimensionando uma determinada estrutura necessitará encontrar o ponto de maior solicitação e calcular a tensão neste ponto Caso esta tensão seja menor que a tensão limite do material podese dizer que A A peça está entrando em ruptura B A peça não está em segurança C A peça está em segurança D A peça está tracionada E A peça está flexionada 5 Ao fazer o dimensionamento do cabo de uma estrutura atirantada verificouse que a tensão máxima que passa nos cabos é de 625 kgfcm2 Sabendo que a tensão limite do material vale 1500 kgfcm2 assinale a alternativa correta A Os cabos encontramse em boas condições de segurança sendo adotado um coeficiente de segurança igual a 42 B Os cabos encontramse em boas condições de segurança sendo adotado um coeficiente de segurança igual a 042 C Os cabos encontramse em boas condições de segurança sendo adotado um coeficiente de segurança igual a 24 D Os cabos não encontramse em boas condições de segurança sendo adotado um coeficiente de segurança igual a 24 E Os cabos não encontramse em boas condições de segurança sendo adotado um coeficiente de segurança igual a 042 Na prática Nas últimas décadas soluções em materiais plásticos vem substituindo peças feitas tradicionalmente de metais devido a grande e constante evolução dos polímeros de engenharia de alto desempenho O uso de plásticos pode oferecer vantagens desde que as diferenças inerentes entre estes materiais sejam levadas em consideração desde o começo do projeto Em busca do objetivo da substituição uma revisão completa do projeto é necessário para que a produção seja adequada e vantajosa para a indústria Veja Na Pratica um comparativo entre plásticos e metais Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor Mecânica dos materiais Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino Resistência dos Materiais Aplicada Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino