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O Lan O O aa Projeto de Praticas de Pesquisa em Historia 8 Cruzeiro do Sul Virtual Educagao a distancia Conteudista Prof4 Dra Jurema Mascarenhas Paes Revisao Textual Esp Jéssica Dante Objetivos da Unidade Iniciar a pesquisa histérica e Mostrar procedimentos utilizados para elaboracdo e realizacdo da pesquisa e Apresentar modelos de construcao historiografica ao mesmo tempo em que possibilita aos estudantes elementos para a construcao do seu projeto de pesquisa Material Teorico Material Complementar ff Referéncias 13 e e Material Teorico e A e e e e O Documento em Evideéncia as Fontes da Pesquisa Historica Do século XIX até o XX mudanas importantes aconteceram na historiografia nos quesitos fonte metodologia e escrita Com essas mudancas emergiram reflexGes a respeito da historia como experiéncia humana a possibilidade de multiplas tematicas a ampliacao dos processos narrativos e a transdisciplinaridade Para o poeta Ferreira Gullar 1997 a histéria humana no se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais A historia esta nos quintais entre plantas e galinhas nas ruas de suburbios nas casas de jogos nos prostibulos nos colégios nas usinas nos namoros de esquinas Fica claro que pra Ferreira Gullar a historia nao é composta apenas pela trajetdria dos herdis dos reis dos presidentes ou dos personagens mais favorecidos economicamente Para o poeta a histéria esta em todas as dimensées da sociedade seja cultural social politica ou econémica e ainda a historia é também vivéncia cotidiana O trecho supracitado traz uma visdo alinhada as novas abordagens marxistas dentro da historiografia que trouxeram outras possibilidades outras abordagens tematicas e metodolégicas para o campo da historia Video O Perigo de uma historia Unica Chimamada Adichie Ainda nessa direcao assista ao video a seguir e escreva sobre a importancia das diversas versées de uma mesma historia Figura 1 Livro Hibisco Roxo de Chimamanda e Ngozi Adichie Companhia das Letras Fonte Divulgação Dito isso um dos objetivos desta disciplina é mergulhar no universo da pesquisa histórica entender como o historiador se relacionou com as fontes históricas desde o século XX e quais ferramentas ele pode recorrer para tecer a escrita dela entendendo que a história possui múltiplas versões e modos de ser contada A partir dessa jornada mergulharemos no quarto e quinto bloco da disciplina modos de fazer a pesquisa histórica e o projeto de pesquisa histórica Vamos então a algumas questões O que podemos compreender por fontes da pesquisa histórica e Sao os vestigios os registros deixados por nossos antepassados e Poderiamos dizer que as fontes sao matériaprima para o historiador e Como esses vestigios aparecem Podem aparecer como valores simbolos sentimentos arte crenga trabalho tradiao regras ritos cultura em seus multiplos vieses e Sera que podemos entender como fontes escritos objetos palavras musicas literatura pinturas arquitetura fotografias filmes Contextualizando Esta disciplina em um primeiro momento visa abordar o processo da pesquisa histérica e para tal é preciso contextualizar e entender as escolas que emergiram no século XX e fizeram a diferenca Vamos falar sobre a Escola dos Annales a Escola Inglesa a Macrohistoria Italiana e desdobramentos Por volta da década de 30 do século XX a histéria do ocidente passou por transformacdes comecou a atuar por outros vieses outras fontes outras perguntas e novas abordagens Peter Burke entao aborda em seu livro A Escrita da Histéria as novas tendéncias e os caminhos trilhados pela historiografia Alguns se voltaram para a historia oral outros para evidéncia de imagens outros a estatisticas Também se provou possivel reler alguns registros oficiais de novas maneiras Os historiadores da cultura popular por exemplo tem feito grande uso de registros judiciais especialmente os interrogatorios de suspeitos BURKE 1992 p 25 Nessa citagao constatase a emersdo de novos métodos no seio da historiografia dentre eles a historia oral a hist6ria quantitativa e a historia cultural Esses desdobramentos metodoldgicos possibilitaram ao historiador acessar a hist6ria das mentalidades do cotidiano das sensibilidades Um universo de possibilidades se abriu para a pesquisa histérica e para a escrita a partir de entao Mas vale frisar nem sempre foi assim A histéria quando se estabeleceu com o status de ciéncia no final do século XIX foi erguida tendo por base a plataforma da escola positivista que entendia que a ciéncia tinha como objetivo a verdade que se constituiria por meio de provas legitimas dito de outra forma documento escrito de ordem juridica Para ser ciéncia dentro do pensamento positivista além dos documentos precisarem de area juridica o historiador em tese teria que ter uma funcao neutra diante dos documentos e dos fatos Para melhor entender o conceito de Positivismo voltado para a historia citemos José DAssuncao Barros em seu livro O Projeto de Pesquisa em Histéria Corrente de pensamento que nos séculos XVIII e XIX partiu de propostas de equiparacdo de aspectos e métodos utilizados nas ciéncias humanas com aspectos e métodos utilizados nas ciéncias exatas Postulavase por exemplo que a objetividade cientifica era similar nas ciéncias humanas e nas ciéncias naturais e exatas Outra ideia comum era a de neutralidade que o cientista social deveria assumir diante de seu objeto de estudo As principais correntes positivistas colocavamse como empiristas no sentido de que o cientista social s6 deveria trabalhar com dados apreensiveis na realidade concreta rejeitando qualquer pensamento especulativo Por outro lado no seu esforco de equiparacdo das ciéncias humanas as ciéncias naturais e exatas os positivistas buscavam leis que explicassem 0 desenvolvimento das sociedades a semelhanga de leis que regem os fatos naturais Na historiografia ocidental o rdtulo positivista adquire modernamente um sentido que é com frequéncia pejorativo estando neste caso associado a historiografia meramente factual similar aquela que em boa parte se produzia no século XIX Fonte BARROS José DAssungao O Projeto de Pesquisa em Historia da escolha do tema ao quadro tedrico VOZES 2011 p 217 Observase no fragmento supracitado que a historia que vem com 0 positivismo é basicamente descritiva e factual caracteristicas que no século XX foram ressignificadas O século XX inova na relacdo com as fontes que passam a ser todo e qualquer residuo e registro humano independentemente da linguagem Textos de todas as espécies escritos audiovisuais literarios objetos de cultura material registros de historia oral As novas abordagens historicas possibilitaram que os historiadores superassem cada vez mais 0 uso exclusivo de documentos oficiais e foram muito contributivas para esta virada dentro da historiografia a Escola dos Annales e as novas abordagens Marxistas Nessa direcdo para que essas fontes fossem aceitas e validadas pela comunidade académica os historiadores tiveram que trilhar estratégias de didlogos e reflexGes robustas que legitimassem os novos critérios e metodologias que em paralelo dessem conta dos questionamentos colocados pela historia tradicional positivista Hoje em dia entendemos que é ilimitado para o historiador as fontes histéricas Nessa diredo podemos compreender por Fonte Histérica tudo que foi produzido criado pelos seres humanos que deixaram rastros e que ainda podem ser entendidos como vestigios de suas aGes e interferéncias Além disso deve haver uma conex4o de significados e compreensado do passado humano e de seus desdobramentos no presente Sendo assim podemos propor uma tipologia de fontes histéricas fontes materiais fontes de contetido fontes imateriais e fontes virtuais Objetividade e Subjetividade na Producao do Conhecimento Historico Comecemos por clarificar 0 que é objetividade e subjetividade para o conhecimento historico A objetividade tem conexdo direta com 0 pensamento e tem como caracteristica os principios da neutralidade e legitimidade A subjetividade ja teria uma aproximaao com a zona das sensibilidades Michel de Certeau coloca a objetividade como um exercicio que vem antes da tarefa do historiador ou seja a descricdo dos fatos vem antes da analise Para ele depois da descricdo é que entra o historiador processando a reconstrucao da historia na relacdo entre a objetividade dos fatos e a subjetividade das possiveis hipdteses analiticas e estudos comparativos Michel de Certeau entao complementa Toda pesquisa historiografica é articulada a partir de um lugar de produao socioeconémico politico e cultural Implica um meio de elaboracao circunscrito por determinacées proprias uma profissdo liberal um posto de estudo ou de ensino uma categoria de letrados etc encontrase portanto submetida a opress6es ligada a privilégios enraizada em uma particularidade E em funcdo desse lugar que se instauram os métodos que se precisa uma topografia de interesses que se organizam os dossiers e as indagacées relativas aos documentos CERTEAU 2000 p 66 Certeau aponta as possiveis origens da subjetividade quando coloca que toda pesquisa historiografica é articulada de um lugar de producao socioeconémico politico e cultural ou seja de um lugar de fala Pelo viés do supracitado por Certeau alinhase Le Goff que afirma a histéria como conhecimento que se estabelece e acontece da conexdo de dados confusos e misturados Ao historiador cabera articular as pecas do quebracabeca perceber os fios de conexdo os rompimentos e falhas as mudancas as permanéncias e as dinamicas dos acontecimentos Cabe a ele ligar os pontos e reconstruir os eventos Um dos desafios dos novos paradigmas historiograficos passou a ser transitar por diferentes linguagens que nao s6 a dos documentos oficiais Explicase e justificase pela ideia de que as relagdes de dominacao e subordinacao estao presentes em todas as dimensées do social A Linguagem é entendida como forma de luta e de dominaao apresentando situacdeslimite momentos de tensao e fortes possibilidades criticas Procedimentos de analise de discurso literario de imagem de som de procedimento para recolhimento de depoimentos Sendo assim o século XX vem marcado por novas tendéncias historiograficas que expandem o uso das fontes e que agregam as subjetividades na escrita da historia Paradigmas Historiograficos Com a Escola dos Annales e com as novas formulacées Marxistas consolidouse no século XX um novo tipo de histéria a Historiaproblema que é a histéria que tem como ponto de partida um desdobramento de uma questao problema Vamos a algumas delas Escola dos Annales Escola francesa fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre foi espraiada pela revista de mesmo nome Revista dos Annales 1929 Essa corrente apresentou um marco dentro da historiografia voltado para a ampliacao do conceito de fonte histdrica e a proposta de uma historia estrutural no lugar de historia factual A segunda geracao dos Annales foi representada por Braudel que trouxe uma contribuiao muito potente no desenvolvimento do conceito de temporalidade historica por meio de trés registros longa média e curta duraao Vamos mergulhar na obra O Mediterraneo de Braudel que expde alguns elementos de método e explica o desenho da obra ele praticamente n4o o fara durante as quase duas mil paginas de texto Que nos seja permitido reapresentar aquelas que sao provavelmente as mais belas e conhecidas deste livro A primeira parte trata de uma histdéria quase imovel a histéria do homem em suas relacdes com o meio que o rodeia a historia lenta em fluir e se transformar feita nado poucas vezes de insistentes reiteracdes e de ciclos incessantemente reiniciados Nao quis esquecer dessa historia quase situada fora do tempo em contato com as coisas inanimadas nem tampouco contentarme a proposito dela com as tradicionais introducées geograficas dos estudos de historia inutilmente colocadas nos umbrais de tantos livros com suas paisagens minerais trabalhos agricolas e flores que se fazem desfilar rapidamente ante os olhos do leitor para nado voltar a referirse a elas ao largo do livro como se as flores nado nascessem novamente a cada primavera os rebanhos se detivessem em seus deslocamentos os barcos nao tivessem que navegar sobre as aguas de um mar real que muda com as estacoées Por cima desta histéria imdvel se alca uma historia de ritmo lento a historia estrutural de Gaston Roupnel que nds chamariamos de bom grado se esta expressao nao houvesse sido desviada de seu verdadeiro sentido uma hist6ria social a historia dos grupos e agrupamentos Na segunda parte deste livro estudando sucessivamente as economias e os Estados as sociedades civilizacées e economias tenho esforcadome em expor como este mar de fundo agita o conjunto da vida mediterranea intentando por ultimo manifestar para esclarecer melhor minha concepao de historia como todas estas forcas entram em acdo nos complexos dominios da guerra Pois a guerra nao é como sabemos um dominio reservado exclusivamente as responsabilidades individuais Finalmente a terceira parte a da historia tradicional ou se quisermos a da histéria cortada nado a medida do homem mas a medida do individuo a histéria dos acontecimentos segundo Francois Simiand a agitacao de superficie as ondas que alcam as marés em seu potente movimento Uma historia de oscilacdes breves rapidas e nervosas Ultrassensivel por definicéo o menor passo fica marcado em seus instrumentos de medida Histéria que como tal é a mais apaixonante a mais rica em humanidade e também a mais perigosa Desconfiemos desta histéria todavia em fragmentos tal como as pessoas da época a sentiram e viveram ao ritmo de sua vida breve como a nossa Essa historia tem a dimensdo tanto de suas céleras quanto a de seus sonhos e ilusdes BRAUDEL 1949 XIII Nesse trecho do prologo do livro de Braudel fica clara a relacdo do autor com o recorte temporal primeiro entendendo como lenta na relaao do homem com o meio e em um segundo momento mais acelerado quando se trata do estudo da economia e do estado linkados com a guerra Nessa abordagem o autor aponta uma temporalidade mais acelerada e constatada com as multiplas transforma6es Braudel frisa que o tempo imével é 0 tempo geografico a longa duracao articulara geografias as realidades lentas e duradouras observando que as sociedades estdo presas aos acontecimentos climaticos Para a terceira geracado dos Annales a figura de Peter Burke foi muito significativa junto aos historiadores Jacques Le Goff e George Duby Ha quem diga que a Escola dos Annales foi uma continuacdo da Historia Nova sendo que a Histéria Nova teve um foco na Macrohistéria e a dos Annales debrucouse nos fragmentos e particularidades em seus multiplos dominios O historiador Frangois Dosse se remeteu a Escola dos Annales em seu livro intitulado A histéria em migalhas Alguns historiadores Marxistas também flertaram com a Escola dos Annales a respeito de Michel Vo velle e e Historia Cultural Desdobramento da Escola dos Annales O historiador Peter Burke sobre Historia Cultural emitiu a seguinte premissa Definir Historia Cultural é como tentar prender uma nuvem em uma rede de cacar borboletas O cultural consiste em um campo multidisciplinar capaz de articular temas e quest6es mais ou menos dispersos pelas disciplinas Alguns acreditam que a histéria cultural se define num lugar entre 0 econdmico o social e o mental Nessa direcdo a histéria cultural se conecta com varias dimens6es do saber historiografico As pessoas se constituem a partir do meio em que vivem essa é uma das principais perspectivas da historia cultural A cultura popular e a tradigao fazem parte da meméria histérica de um grupo de pessoas A hist6ria cultural se desenvolve como um desmembramento da Escola dos Annales e da Microhistéria A ideia da microhistéria é a énfase na historia das pessoas comuns para entao compreender o macro A historia de sujeitos particulares pode dizer muito a respeito de um contexto mais amplo Vamos adentrar entao O Queijo e os Vermes de Carlo Ginzburg livro importantissimo para a historiografia baseado em registros da inquisiao Carlo Ginzburg foi um importante historiador que visitou os documentos da inquisiao quando logo abertos pelo Vaticano O livro O Queijo e os Vermes trata do julgamento de Menochio um moleiro da regiao de Friuli na Italia no século XVI Menochio apresentava algumas particularidades para sua época era alfabetizado leitor voraz e tinha portanto uma visdo propria de mundo Isso ja desconstroi a ideia de que nesse periodo so quem sabia ler eram os padres e clérigos ou seja os homens da igreja As ideias de Menochio sobre a origem dos anjos ao mesmo tempo que chocava os inquisidores também os deliciava Menochio representa de algum modo a ideia da emersao da contrarreforma sobretudo luterana Menochio 0 moleiro diz em sua defesa em frente aos inquisidores que Deus fez o mundo com a ajuda dos trabalhadores Os inquisidores 0 questionaram sobre o surgimento dos trabalhadores E Menochio entao coloca que os trabalhadores surgiram da mais perfeita substancia que tem no mundo de forma andloga como os vermes surgem do queijo Menochio foi questionado pelos inquisidores sobre de onde ele havia tirado aquelas ideias e ele disse que as ideias vinham de sua mente Nessa direcdo foi dado um mandado de busca e apreensao na casa do réu Encontraram entao na casa do moleiro uma biblioteca vasta que ia desde a biblia a livros proibidos pela inquisicao Ao final do julgamento 0 moleiro foi condenado a prisao perpétua e a usar uma tunica com uma cruz estampada no peito O filho do moleiro apelou e acabou conseguindo a libertacao do pai apés trés anos de prisdo mas a liberdade do moleiro so foi possivel estipulando algumas regras como por exemplo fazer uso da tunica com a cruz para 0 resto da vida nao poder deixar a cidade e nunca mais falar heresias O moleiro obviamente nao seguiu as regras e foi executado S j ms Gesell SECT Sa if cra eg ttel COMPANHIADE BOLSO Figura 2 Livro O Queijo e os Vermes de Carlo Ginzburg Companhia de Bolso Fonte Divulgacao Esse livro foi extremamente importante em primeira instancia no uso de fontes judiciais para o desdobramento de uma historia particular de um personagem considerado anénimo A historia cultural tem essa abordagem de por meio da historia dos vencidos trazer outras dimensGes da historia A narrativa hist6érica também traz aspectos inovadores por ter uma forma atravessada por um tom literario O que se propGe com essas novas abordagens n4o sao estudos paralelos do social cultural econdmico e politico mas um estudo que leve em conta todos os vetores sem qualquer compartimentacao ou subordinacao Escola Inglesa Escola que traz uma outra abordagem do Marxismo com foco especial na histéria cultural Trabalnham com uma abordagem interdisciplinar abordando objetos de estudos pouco estudados até entdo Os historiadores mais significativos dessa corrente sao Raymond Williams Edward Thompson Eric Hobsbawm Ronald Hilton Gordon Childe e Christopher Hill Um trecho de Thompson para ilustrar a escola inglesa Estou tentando resgatar o pobre tecelao de malhas o meeiro luddita o tecelao do obsoleto tear manual 0 artesdo utopico e mesmo 0 iludido seguidor de Joanna Southcott dos imensos ares superiores da condescendéncia da posteridade Seus oficios e tradicdes podiam estar desaparecendo Sua hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrograda Suas conspirac6es insurrecionais podiam ser temerarias Mas eles viveram nesses tempos de aguda perturbacao social e nods nao Suas aspiracdes eram validas nos termos de sua propria experiéncia se fossem vitimas acidentais da historia continuam a ser condenados em vida vitimas acidentais THOMPSON 1987 p 13 Thompson desenvolveu os trés principais conceitos dentro do desdobramento da histéria social inglesa classe social experiéncia e cultura Observase que Thompson desenvolveu a ideia da praxis conectada a agdéo humana por meio da vivénciaexperiéncia dos sujeitos histdricos principalmente em seu livro A formagcao da classe operaria Tudo fica transparente na fala de Thompson quando ele colocou Se fossem vitimas acidentais da histéria continuam a ser condenados em vida vitimas acidentais Thompson tem suas bases cientificas fundadas no materialismo historico mas nao se viu constrangido em refletir e modificar conceitos dele quando no confronto entre pesquisa de campo e teoria Para ilustrar tal confronto nada mais interessante que o desdobramento do conceito de Classe Social Na obra A Formacao da Classe Operaria Inglesa Thompson deixa claro que o despertar da consciéncia de classe é fruto da experiéncia afirma ele Nao vejo a classe como estrutura nem mesmo como uma categoria mas como algo que ocorre efetivamente e cuja ocorréncia pode ser demonstrada nas relacées humanas a nodo de classe traz consigo a nocao de relacao histérica A classe acontece quando alguns homens como resultado de experiéncias comuns herdadas ou partilhadas sentem e articulam a identidade de seus interesses THOMPSON 1987 pp 0910 Nessa direcao observase que Thompson vai buscar aproximacdes com o conceito de cultura que vem conectado a experiéncia humana desdobrando as relacdes sociais modos de vida valores crencas e costumes Nessa conexdo com a cultura Thompson entao comega a ver a necessidade de acessar outras disciplinas para poder dar conta da analise histérica a exemplo da antropologia A Historia por Vestigios e a Contribuicao do Paradigma Indiciario MicroHistoria Outra corrente historica marcante foi a MicroHistoria que emergiu na Italia no século XX e propde uma mudanga de escala da observacao da parte diferente da histéria tradicional Metaforicamente podese dizer que a microhistoria equivale ao uso de um microscépio em relacao a um dado tema ao invés de um telescépio Sob regéncia da metafora é dito que a microhistoria é a tentativa de entender um oceano inteiro por meio de uma gota de agua do mar Ela procura dar vazao aos detalhes ao invés de focar nos sujeitos célebres da histéria procura focar nos sujeitos an6nimos Podemos citar os seguintes historiadores Carlo Ginzburg e Giovanni Levi O paradigma do método indiciario para a historiografia consiste em uma investigaao de pistas sinais ou indicios e é um braco da micro historia O historiador italiano Ginzburg teve o seguinte insight que desenha bem a proposta desse paradigma se a realidade é opaca existem zonas privilegiadas sinais indicios que permitem decifrala Ginzburg compreendeu a investigaao por indicios como a maneira que os primeiros grupos humanos encontraram de interagir com o meio ambiente e com outros animais Esse estudo voltado para os indicios desenvolvido pelo historiador italiano ganhou contornos cientificos decisivos em sua obra a partir de 1980 com os ensaios O nome e o como troca desigual e mercado Vamos a Ginzburg Por milénios o homem foi cacador Durante inumeras perseguicées ele aprendeu a reconstruir as formas e movimentos das presas invisiveis pelas pegadas na lama ramos quebrados bolotas de esterco tufos de pelos plumas emaranhadas odores estagnados Aprendeu a farejar registrar interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barbas Aprendeu a fazer operac6es com rapidez fulminante no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas O cagador teria sido o primeiro a narrar uma historia porque era 0 unico capaz de ler nas pistas mudas uma série coerente de eventos Decifrar ou ler as pistas dos animais sao metaforas GINZBURG 1989 p 177 E muito potente a abertura que ele traz para as pistas e os indicios como possiveis fontes histéricas sobretudo quando ele agrega a ideia de metafora ou ainda figura de linguagem que amplifica os sentidos No Brasil essa corrente historiografica nao teve maiores aderéncias em artigos teses e dissertacdes isso obviamente nao nos impede de mergulhar na contribuido e brilhantismo dessa corrente Ginzburg entao inspirouse em Sherlock Holmes no método de Giovanni Morelli e em Freud por meio dessas referéncias argumenta Ginzburg 1989 p 150 pistas talvez infinitesimais permitem captar uma realidade mais profunda de outra forma inatingivel Pistas mais precisamente sintomas no caso de Freud indicios no caso de Sherlock Holmes signos pictéricos no caso de Morelli Dai a conex4o da historia com obras literarias e um mergulho em fontes cheias de metaforas e mistérios fontes potentes e sobretudo inovadoras e e e e e a eA e O Objeto de Estudo da Historia do Fato Historico as Experiéncias Humanas Clarificar as divisdes e possibilidade do campo histoérico é de extrema importancia para nortear possiveis projetos de pesquisa e a escrita da historia propriamente dita Nessa direcdo podese entender como critérios centrais os quatro representados na Figura a seguir DimensGes Dominios Campos de observacées e Abordagens Como podese observar esses critérios desdobramse em miultiplas possibilidades Historia Social Historia Cultura Material Historia Serial Geohistéria Historia Social Historia Demografica Historia TextualHistoria Hist6ria Politica Dimensoes NT mae do Discurso Historia Cultural Hist6ria Oral Histéria Antropolégica Historia da Arte Histéria da Sexualidade Com relacao Historia das Ideias Dominios ORE LY de Historia Imediata Histéria do Direito TIALLY Historia Local Historia da Religiao Histéria Regional Historia da Vida Privada Microhist6ria Histéria Urbana Biografia Historia das Mulheres Historia das Massas Figura 3 Quadro do campo histérico desdobramentos Podese entender por Dimens6es da histéria a relacdo que a Historia possa ter com outras disciplinas interdisciplinaridade por exemplo Historia Social Hist6éria e Ciéncias Sociais Historia do Imaginario Histéria e Psicanalise O Dominio representa a relado com temas especificos também em interdisciplinaridade a exemplo da Historia do Direito em que entendemos que é a aplicabilidade dos métodos da Historia para desenvolver os processos histéricos do Direito enquanto ciéncia Ele se aplica a Histéria da Arte dentre outros Campo de observacao esse ponto tem uma relacdo com o recorte temporal e espacial da pesquisa Abordagens se remete especificamente as metodologias usadas pelo historiador se histéria oral entrevistas se vestigios arqueolégicos se documentos oficiais Vamos a alguns desdobramentos importantes sobre as abordagens historicas e e Historia Oral A hist6ria oral tem aspecto transdisciplinar entre a Histéria e as outras Ciéncias Sociais E uma metodologia que tem mais aproximacdo com uma histéria mais recente e com o presente depende da memoria viva e de relatos realizados anteriormente e documentados Alberti coloca a historia oral apenas pode ser empregada em pesquisas sobre temas contemporaneos ocorridos em um passado nao muito remoto isto é que a memoria dos seres humanos alcance para que se possa entrevistar pessoas que dele participaram seja como atores seja como testemunhas E claro que com o passar do tempo as entrevistas assim produzidas poderdo servir de fontes de consulta para pesquisas sobre temas nao contemporaneos ALBERTI 1989 p 4 A histéria oral depende da producao de entrevistas ou de um banco de entrevistas ja realizados em determinado tempo Nessa direao a producao de entrevistas para a historia oral é uma ferramenta importante e polémica AQMVKO iDLLhpSEE7ae jo x E ane coieennae f ee LKodKe c oy 3 la if h Lo i de WAV i 40 a Dicn SS yu Ney la RS TET NUNES a Figura 4 Fonte Freepik Alguns historiadores como Philippe Joutard Alessandro Portelli e Chantal de TourtierBonazzi investem na ideia de que a historia oral é mais que uma metodologia de entrevistas Outros pesquisadores reconhecem na historia oral uma area de estudos proprios e desdobra minuciosamente a metodologia das entrevistas e seus arquivamentos agregando uma robustez ao processo e trazendo limites de diferenciacdo entre a entrevista para a historia e a entrevista jornalistica por exemplo Ha sobretudo aproxima6es com a psicanalise Ver Thompson e Ecléa Bosi no Brasil A fonte entrevista trouxe inicialmente um estranhamento a comunidade académica Os pesquisadores da histéria oral com o tempo criaram arcabouco tedrico suficiente para a legitimaao do método No inicio a confiabilidade em relacao a fonte oral foi questionada Em relaao a isso Paul Thompson trouxe a reflexdo de que nenhuma fonte esta livre de subjetividade seja escrita visual oral Todas as fontes para Thompson podem se apresentar insuficientes ambiguas ou até mesmo passiveis de manipulacdo o autor defendeu o uso da metodologia da historia oral ao afirmar que a evidéncia oral pode conseguir algo mais penetrante e mais fundamental para a historia transformando os objetos de estudo em sujeitos THOMPSON 1992 p 137 No plano conclusivo percebeuse que os historiadores da oralidade abriram possibilidades na relacdo entre histéria e memoria trazendo a tona imaginarios e mentalidades individuais A histdria oral enquanto método e pratica do campo de conhecimento histérico reconhece que as trajetorias dos individuos e dos grupos merecem ser ouvidas também as especificidades de cada sociedade devem ser conhecidas e respeitadas Historia Quantitativa e Serial A histéria quantitativa serial vem com a Escola dos Annales Francesa que nos primordios 1929 em sua primeira fase tem foco na historia econémica depois na histéria demografica e social O uso de computadores passa a ser fundamental nas pesquisas Nessa direao a histéria serial econ6mica caracterizase por um certo empirismo hipéteses de carater operacional e sinteses de tipo qualitativas Hoje a histéria serial esta longe de ser somente econémica aplicandose a tipos muito diversos de problematicas e documentos Podese definir trés grupos de fontes Primeiro grupo fontes estruturalmente numéricas como registros paroquiais estatisticas oficiais de historiadores da economia e resultados eleitorais para a histéria politica Segundo grupo fontes para encontrar respostas para quest6es inusitadas utilizagdo de pregos como indicativos de crescimento econdmico e estudo de estrutura social a partir de documentos fiscais Terceiro grupo fontes nao estruturalmente numéricas mas que o historiador pode se valer de métodos substitutivos fontes notariais 0 uso serial de fontes administrativas ou relacionadas a justica A historia serial faz uso de fontes homogéneas dito de outra forma fontes do mesmo tipo de um determinado recorte temporal a ser examinado As fontes quantitativas exigem tratamento especifico de serializacao de dados identificagdo de elementos ou ocorréncias comuns que permitam a identificagao de um padrao comum que se repete Em contrapartida é necessario também ter atencdo para as diferengas e as excegdes que quebram os padrées De um lado temse a repeticao do padrao documental que leva a determinadas andlises e de outro lado temse as excecdes que trazem a quebra o indeterminado e pontos muito ricos para as andlises A histéria quantitativa e a serial sao historias problema como podemos observar nao uma historia narraao A historia serial traz pontos interessantes privilegia o longo prazo e o equilibrio de um sistema permitindo medir as mudancas mas nao as transformacoes qualitativas dele Se formos definir pontos de diferenga entre a histdria serial e quantitativa podemos falar A histéria serial se remete ao uso de fontes homogéneas do mesmo tipo a um certo periodo e a determinado problema A serializagao de dados pode entao identificar elementos ou ocorréncias comuns A Historia Quantitativa apresenta outros critérios de definigao pautados no campo de observacao O que a Historia Quantitativa pretende observar da realidade esta atravessado pela nocao de nimero quantidade valores a serem medidos As técnicas utilizadas serao estatisticas ou baseadas na sintese de dados por meio de graficos diversos e curvas de variagao a serem observadas A diferenga entre historia serial e quantitativa esta em especifico na questao numérica Michel Vovelle 1978 desenvolveu um estudo marcante para a historiografia sobre a morte No Brasil na mesma direcdo podese citar 0 historiador Jodo Reis que também fez uso da historia quantitativa em seu livro A morte é uma Festa O Uso de Hipoteses na Historia Conforme estudamos até aqui pudemos constatar a premissa de que a historia no século XX é 0 que podemos entender por histéria problema ou seja a hist6ria nao mais se resume a narrativa eou descricdo de fatos em progressao linear A problematizacdo dos fatos passou a dar sentido a narrativa historica A historiaproblema ganha o protagonismo Nessa direcao a formulacao de hipéteses passou a integrar 0 modus operandi para formulacao de um problema um norte metodologico por assim dizer A Hipétese compreende uma sentenga de teor declarativo que procura prever uma resposta solucdo ou explicacado a determinada questao problema e que em algum momento devera ser testada ou verificada Ela também tem a fungao de ajudar o pesquisador a encontrar o caminho a ser seguido o método que sera aplicado no processo cotidiano da pesquisa e na funcdo argumentativa dela trazendo possibilidade de maior acuracia no recorte do problema Nessa direcao podese constatar que a hipdétese pode apresentar as seguintes funcGes Direcionar a pesquisa Pontuando finalidades em relacdo a etapas que devem ser cumpridas durante a pesquisa implicando em procedimentos metodolégicos especificos delimitar A hipétese amarra o recorte do tema interpretar Propor solugao para o problema investigado argumentar Desencadear inferéncias e dar inicios a dedugées encaminhar o método hipotéticodedutivo de raciocinio funao complementadora Preenche lacunas de conhecimento ao propor explicacGes provisérias fundo multiplicadora Propicia adaptacdo e conexo a outras pesquisas e funao unificadora Organiza ou unifica conhecimentos adquiridos que podem inclusive ser verificados em pesquisas diversas o e e oe es e aA e A Logica Historica e o Dialogo com as Evidéncias A légica histérica emerge do materialismo historico podendo até mesmo ser entendida como sinénimo de Marxismo mas com algumas diferencas Primeiramente vamos ao desdobramento do conceito de Materialismo Histdrico pelo glossario produzido por José DAssuncao Barros em seu livro O projeto de Pesquisa em Historia Materialismo Histérico Expressdo que designa a abordagem introduzida por Marx e Engels para a compreensao da Historia Humana e para sua transformacdo O materialismo orientase em torno de alguns pressupostos e perspectivas fundamentais 1 O desenvolvimento das sociedades humanas é dialético 2 O ponto de partida dos desenvolvimentos historicos é a base material da vida humana dai decorrendo a sua organizacao social cultural e politica O sistema fundamental a partir do qual toda a sociedade gera a producao de sua vida material dando origem a tudo mais é 0 que denomina modo de produao 3 Ahistoria tem se apresentado sob a forma de lutas de classe uma vez que qualquer organizacao social até hoje acaba gerando dentro de si a formacao de divisdes diversas que a partir de determinado tipo de formac6es sociais corresponderiam as classes sociais As classes ou grupos sociais séo expresses de necessidades geradas por um modo de producdo especifico Devese considerar ainda que 0 materialismo histdérico foi se enriquecendo consideravelmente com contribuic6es de diversos autores de modo que hoje em dia podem ser encontradas diversas correntes a partir desta perspectiva de andlise histéricosocial BARROS 2014 No capitulo A ldgica da Historia da obra A miséria da teoria ou um planetario de erros 1981 Thompson traz aspectos do materialismo histérico que possuem aproximacoées com a légica historica mas em contrapartida elenca pontos sensiveis Entende que o historiador precisa ter intuido para que nos momentos que surgirem duvidas entre a teoria e os dados da pesquisa de campo ele podera fazer novas conexées A légica histérica trata de um método de investigacado que tem foco principalmente nas transformacées histéricas Nessa direcao é muito importante o didlogo que se estabelece com 0 momento empirico da pesquisa Ao escrever sobre a classe operaria inglesa Thompson percebeu e examinou um processo de auto fazerse processo ativo que se deveu as acdes humanas tanto como aos condicionamentos sociais O que fica claro para Thompson é que 0 econémico ou ainda o material é determinante mas nao sé Para o materialismo historico 0 fator material econdmico é fio condutor e centralizador Thompson percebe que nem sempre é assim que acontece nas vivéncias e nas experiéncias de classe Outros fatores também sao determinantes a exemplo da cultura e das relagGes sociais Nessa direcao ele entdo tece uma critica sutil ao materialismo historico trazendo a alternativa da logica historica que aposta nao sé no fator econdmico como regente mas em uma regéncia fruto do embate das diversas forcas que compoem 0 tecido da histéria da luta de classes sobretudo Os Passos da Pesquisa Historica e Escolha do tema A escolha do tema é muito importante e algumas perguntas podem ser contributivas para encontrar 0 ponto de partida O pesquisador deve ter clareza se o tema escolhido efetivamente o interessa porque a pesquisa é uma jornada longa que precisa de dedicacao e afeto Nessa direcao ele precisa perguntar a si mesmo 0 porqué da escolha desse tema O pesquisador passara muito tempo se relacionando com o objeto da pesquisa portanto é imprescindivel gostar do que esta pesquisando Outro ponto importante é a viabilidade Para isso algumas perguntas devem ser feitas Existe documentacao adequada para esse tema a ser explorado Essa documentacao é de facil acesso O tema proposto requer informacao de linguagem estrangeira que nao domino e Recorte tematico O recorte do tema é extremamente importante pois com ele vem a questao problema e todo um leque de questdes que podem atravessala e Recorte espaciotemporal O tempo e o espao sao critérios muito importantes para a pesquisa historica a escolha desse recorte é questao de primeira ordem para o historiador e nao deve ser gratuita precisa ser pensada em articulacao a questao problema e a hipdtese da pesquisa O recorte temporal nao tem que ver com a escolha redonda de um determinado tempo por exemplo os 100 primeiros anos da historia do Egito A escolha do recorte temporal deve ter conexdo com 0 temaea questado problema da tematica a ser analisada Para ilustrar essa questao do recorte espaciotemporal podemos citar a obra O Mediterraneo e o mundo mediterranico na época de Felipe II uma obra incrivel para entender a questao do recorte temporal pois introduz duracées distintas no tempo histérico trabalhado pelo pesquisador e Recorte de fontes Um outro ponto importante para o historiador é 0 das fontes que podem ser quantitativas ou qualitativas e ainda os tipos de fontes e as metodologias utilizadas para elas florescerem Vale ressaltar que além das fontes histéricas primarias é de fundamental importancia o levantamento bibliografico E fundamental para a pesquisa fazer uma revisado bibliografica estabelecer didlogo com outros autores e comparar pontos de vista buscando apoios e contrastes O Projeto da Pesquisa Historica Para o desenvolvimento do projeto de pesquisa em historia sabese que ele precisa atender a um repertorio de informacdes que podem vir articulados na seguinte estrutura que cumpra os prérequisitos necessarios 4 composicao de um projeto Vamos a ela Introducao Justificativa Objetivos Conceitos e Linhas Metodolégicas de Pesquisa Consideracdes Finais Hipdétese Central Hipdteses Secundarias e Comentarios e por fim Referéncias Bibliograficas e Introducao e delimitacao do tema E onde se delimita 0 tema e se expde a quest4o problema da pesquisa Na introducdo deve ser mencionado o tema com especificagdes fundamentais com recorte espacial e temporal as fontes principais algumas indicacdes tedrico metodolégicas aspecto relacionado a justificativa ou a viabilidade da pesquisa Essa parte da pesquisa precisa ser bem sintética e resumida com um ou dois paragrafos para cada um desses itens e Justificativa E 0 porqué fazer a pesquisa Pode ser entendido como a motivacao da pesquisa A justificativa pode apresentar subitens em seu teor relevancia social relevancia académica originalidade viabilidade Tem como foco convencer o leitor Nessa etapa do projeto de pesquisa colocamse os argumentos a favor do seu tema conectando com outras pesquisas e com outros campos do saber em referéncia levantamento e andlise de bibliografia consolidada com a necessidade de preencher lacunas de conhecimento com as possibilidades efetivas de levalo adiante viabilidade A importancia de um tema a ser trabalhado cresce sensivelmente a medida que conseguimos ligalo ao mundo externo ele deixa entao de ser uma elocubracao ou diletantismo e passa ter uma utilidade direta para responder questdes importantes para a humanidade e Objetivos E o para qué fazer a pesquisa 0 onde se quer chegar Pode ser entendido como a intencao da pesquisa Os objetivos devem vir expostos em forma de sentenga que se iniciam com verbos na forma de infinitivo E comum que sejam apresentados em uma listagem sucessiva e numerada O objetivo é a parte do projeto que pode ter uma apresentacao por meio de tdpicos listados e Conceitos e linhas metodoldgicas de pesquisa Os conceitos se fazem necessarios e sdo importantes porque trazem o contorno dos critérios tedricos inteligiveis que serao seguidos pela pesquisa e a metodologia se remete a aces concretas dirigidas a resolucdo de um problema e Considerac6es finais Geralmente nas consideraées finais vem a hipotese central e as hipdteses secundarias com um comentario sintese da pesquisa 2 Em Sintese Nesse curso de praticas de pesquisa histérica pudemos acompanhar as transformac6es no campo da historiografia no século XX além do que estudar os paradigmas historiograficos que emergiram no mesmo século Com as novas abordagens historiograficas outras abordagens entraram em cena e como afirmou Thompson passouse a escrever a historia vista de baixo Observouse por meio dessa disciplina além desses pontos teéricos o passo a passo para o desenvolvimento da pesquisa historica e para 0 projeto de pesquisa 23 Material Complementar Indicacées para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade A Voz do Passado THOMPSON P A voz do passado Sao Paulo Paz e Terra 1992 Historia Oral a Experiéncia do CPDOC ALBERTI V Historia oral a experiéncia do CPDOC Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1990 BURKE Peter Hist6éria como meméria social In ALBERTI V Variedades de historia cultural Rio de Janeiro Civilizacdo Brasileira 2000 Usos e Abusos da Historia Oral FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da historia oral Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1998 A Mem6oria Coletiva HALBWACHS M A meméria coletiva Sao Paulo Centauro 2004 Histéria Oral Balanco da Metodologia e da Producao nos Ultimos 25 Anos JOUTARD P Historia oral balanco da metodologia e da producdo nos ultimos 25 anos In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da historia oral Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1998 Historia e Memoria LE GOFF J Historia e memoria 2 ed Campinas Ed da Unicamp 1996 A Entrevista Teoria e Prática LODI J B A entrevista teoria e prática 3 ed São Paulo Pioneira 1977 Algumas Questões Acerca da Utilização de Fontes Orais no Âmbito da Pesquisa Histórica NABÃO M T Algumas questões acerca da utilização de fontes orais no âmbito da pesquisa histórica Pós História AssisSP v 8 p 121143 Entre Memória e História a Problemática dos Lugares NORA P Entre memória e história a problemática dos lugares Projeto História São Paulo PUC n 10 p 728 dez 1993 Historiæ Rio Grande 2 1 95108 2011 108 Memória e identidade social POLLAK M Memória e identidade social Estudos Históricos v 5 n 10 1992 O Massacre de Civitella Val di Chiana PORTELLI A O massacre de Civitella Val di Chiana Toscana 29 de junho de 1944 mito política luta e senso comum In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 Usos e Abusos da História Oral AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 PRINS Gwyn História oral In BURKE P Org A escrita da história novas perspectivas São Paulo Ed da UNESP 1992 A Voz do Passado THOMPSON P A voz do passado São Paulo Paz e Terra 1992 TOURTIERBONAZZI Chantal de Arquivos propostas metodológicas In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 Vídeos Audiolivro Peter Burke A Escola dos Annales Tempos na História Tempos da História O historiador e professor João Paulo Pimenta da FFLCHUSP fala sobre o tempo histórico e conceitos históricos bases de seu trabalho Entrevista com Peter Burke O escritor Peter Burke fala sobre o trabalhado do historiador e comenta o segundo volume de sua História do conhecimento audiolivro Peter Burke A Escola dos Annales 1 Tempos na história tempos da história Entrevista com Peter Burke Leitura História e Ciências Sociais a Longa Duração Clique no botão para conferir o conteúdo ACESSE 33 aA e Referéncias AMADO J Histéria e regido reconhecendo e construindo espacos In SILVA M A org Reptblica em migalhas historia regional e local Sao Paulo Marco Zero 1990 BARBOSA W do V O materialismo histérico In REZENDE A org Curso de Filosofia para professores e alunos dos cursos de ensino médio e de graduacao 4 ed Rio de Janeiro Jorge ZaharSEAF 1991 BLOCH M Apologia da historia ou o oficio do historiador Rio de Janeiro Jorge Zahar 2001 BOIS G Marxismo e Histéria Nova In LE GOFF J A historia nova 4 ed Sao Paulo Martins Fontes 1998 BOURDE G MARTIN H As escolas histéricas Portugal Publicagdes EuropaAmérica 1990 BRAUDEL F Historia e ciéncias sociais Lisboa Editorial Presenga 1990 O Espaco e a Historia no Mediterraneo Sao Paulo Martins Fontes 1988 BURKE P Abertura a nova histdéria seu passado e seu futuro In BURKE P A escrita da historia novas perspectivas Sao Paulo Editora UNESP 1992 AEscola dos Annales 19291989 a Revolucdo Francesa da historiografia Sd4o Paulo Editora UNESP 1997 org A escrita da historia da historia novas perspectivas Sao Paulo Editora UNESP 1992 CARBONELL C Historiografia Lisboa Editorial Teorema 1992 CARDOSO C F Hist6ria e paradigmas rivais In CARDOSO C F VAINFAS R org Dominios da hist6ria ensaios de teoria e metodologia Rio de Janeiro CAMPUS 1997 CATROGA F Memoria e Historia In PESAVENTO S J org Fronteiras do Milénio Porto Alegre Editora UFRGS 2001 CERTEAU M de A escrita da Hist6ria Rio de Janeiro Forense Universitaria 2000 CHARTIER R A beira da falésia a histéria entre certezas e inquietudes Porto Alegre Editora UFRGS 2002 A Historia Cultural entre praticas e representacdes Lisboa DIFEL 1990 COLLINGWOOD R G A idéia de Histéria Lisboa Editorial Presenga 2000 DIEHL A A A cultura historiografica brasileira do IHGB aos anos 1930 Passo Fundo EDIUPF 1998 DOSSE F A histéria a prova do tempo da histéria em migalhas ao resgate do sentido Sao Paulo Editora UNESP 2001 Ahistéria em migalhas dos Annales 4 Nova Historia Sdo Paulo Ensaio Campinas SP Editora da Universidade Estadual de Campinas 1992 ELIAS N Sobre o tempo Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998 ELIBIO JUNIOR A M O sentimento brasileiro que lhes brotara na alma a construcao da naco e o Instituto Histdrico e Geografico do Rio Grande do Sul 19211930 Cadernos de Pesquisa do CDHIS Porto Alegre ano 21 n 38 p 4557 2008 FALCON F Historia Cultural uma visdo sobre a sociedade e a cultura Rio de Janeiro CAMPUS 2002 Historia das idéias In CARDOSO C F VAINFAS R org Dominios da hist6ria ensaios de teoria e metodologia Rio de Janeiro CAMPUS 1997 FEBVRE L Combats pour lhistoire Paris Armand Colin 1953 FLORES M Historiografia estudos Porto Alegre Nova Dimensdo 1980 Republica RioGrandense realidade e utopia Porto Alegre EDIPUCRS 2002 FONTANA J Historia analise do passado e projeto social Bauru SP EDUSC 1998 FONTES V Historia e modelos In CARDOSO C F VAINFAS R org Dominios da histdéria ensaios de teoria e metodologia Rio de Janeiro CAMPUS 1997 GARDNER P Teorias da Hist6ria 4 ed Lisboa Fundaao Calouste Gulbekian 1995 GINZBURG C A MicroHistéria e outros ensaios Lisboa DIFEL 1991 O queijo e os Vermes o cotidiano e as idéias de moleiro perseguido pela inquisicdo Sao Paulo Companhia das Letras 1987 GLENISSON J Iniciacao aos estudos histéricos 3 ed Lisboa DIFEL 1979 GRENDI E Repensar a microhistéria In REVEL J Jogos de escalas a experiéncia da microanilise Rio de Janeiro Ed FGV 1998 p 251 GULLAR F Corpo a Corpo com a Linguagem Editora UEPG 1997 GUTFREIND I A construgao de uma identidade a historiografia SulRiograndense de 1925 a 1975 1989 Tese doutorado em Historia Social Universidade de Sao Paulo Sao Paulo 1989 HOBSBAWM E Sobre hist6ria Sao Paulo Companhia das Letras 1998 HUNT L Apresentacao histéria cultura e texto In HUNT L A nova historia cultural 2 ed Sao Paulo Martins Fontes 2001 KONDER L Marx Vida e Obra Sao Paulo CROMOSSETE Grafica e Editora 1998 KOSELLECK R Futuro passado para uma semantica dos tempos histéricos Sao Paulo Editora Contraponto 2006 LE GOFF J A historia nova 4 ed Sao Paulo Martins Fontes 1998 As mentalidades uma histéria ambigua In LE GOFF Jacques Historia novos objetos Rio de Janeiro Francisco Alves 1976 Histéria e Memoria 2 ed Campinas SP Ed UNICAMP 1996 Prefacio a nova edigao In LE GOFF J A historia nova 4 ed Sdo Paulo Martins Fontes 1998 LLOYD C As estruturas da historia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1995 LOPES M A org Espacos da memoria Fronteiras Cascavel PR EDUNIOESTE 2000 LYOTARD JF A condicao posmoderna 7 ed Rio de Janeiro José Olympio Editora 2002 MARX K ENGELS F O Manifesto Comunista 6 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1998 MATOS J S Lucien Febvre e a quadrupla heranga Aspectos tedricos do campo biografico BIBLOS Rio Grande v 20 p 165178 2006 NEVES F das TORRES L H Visdes do Rio Grande a cidade sob o prisma europeu no século XIX Rio Grande URG 1995 PESAVENTO S J Esta historia que chamam micro In GUAZELLI C A B et al org Questdes de teoria e metodologia da histoéria Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 Fronteiras do Milénio Porto Alegre Ed UniversidadeUFRGS 2001 Historiografia e ideologia In DACANAL J H GONZAGA S orgs RS Cultura e ideologia Porto Alegre Mercado Aberto 1980 O corpo e a alma do mundo a microhistoria e a construcao do passado Historia Unisinos Sao Leopoldo RS v 8 n 10 p 179189 2004 Relagao entre histéria e literatura e representacao das identidades urbanas no Brasil século XIX e XX Revista Anos 90 Porto Alegre v 3 n 4 p 115127 1995 RS A economia e o poder nos anos 30 Porto Alegre Mercado Aberto 1980 POMIAN K A histo6ria das estruturas In LE GOFF J A histéria nova 4 ed Sao Paulo Martins Fontes 1998 REIS J C Escola dos Annales a inovaao em Histéria Sao Paulo Paz e Terra 2000 Nouvelle Histoire e tempo histdrico a contribuicado de Febvre Bloch e Braudel Sado Paulo Editora Atica 1994 REVEL J A historia ao rés do chao Prefacio In LEVI G org A heranga imaterial Trajetoria de um exorcista no Piemonte do século XVII Rio de Janeiro Civilizacdo Brasileira 2000 Microandalise e construcao social In REVEL J Jogos de escalas a experiéncia da microandlise Rio de Janeiro Ed FGV 1998 RICCOEUR P Histéria e tempo In RICCOEUR P A meméria a historia e o esquecimento Campinas SP Editora da UNICAMP 2007 p 357 421 ROJAS C A A Os Annales e a historiografia francesa tradicdes criticas de Marc Bloch a Michel Foucault Maringa PR EDUEM 2000 SAINTHILAIRE A F C P de Viagem ao Rio Grande do Sul Brasilia Editora do Senado 2004 SAMUEL R Teatros de memoria Projeto Historia So Paulo n 14 1997 SCHAFF A Histéria e Verdade 6 ed Sao Paulo Martins Fontes 1995 SCHREINER D F Imaginarios sociais e producgao do conhecimento historico In LOPES M A org O ensino e a pesquisa em historia na Unioeste realizacdes e tendéncias Cascavel PR EDUNIOESTE 1998 SILVA R F da Hist6ria da historiografia capitulos para uma histdria das histérias da historiografia Bauru SP EDUSC 2001 SILVA V A C Regionalismo 0 enfoque metodoldgico e a concepao histérica In SILVA M A da Republica em migalhas histéria regional e local Sdo Paulo Marco ZeroANPUH 1990 THOMPSON E P A formacao da classe operaria inglesa a arvore da liberdade 4 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 v 1 A miséria da teoria ou um planetario de erros uma critica ao pensamento de Althusser Rio de Janeiro Zahar Editores 1981 Costume em Comum estudos sobre a cultura popular tradicional Sado Paulo Companhia das Letras 1998 VAINFAS R Historia das mentalidades e Historia cultural In CARDOSO C F VAINFAS R org Dominios da historia ensaios de teoria e metodologia Rio de Janeiro CAMPUS 1997
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Texto de pré-visualização
O Lan O O aa Projeto de Praticas de Pesquisa em Historia 8 Cruzeiro do Sul Virtual Educagao a distancia Conteudista Prof4 Dra Jurema Mascarenhas Paes Revisao Textual Esp Jéssica Dante Objetivos da Unidade Iniciar a pesquisa histérica e Mostrar procedimentos utilizados para elaboracdo e realizacdo da pesquisa e Apresentar modelos de construcao historiografica ao mesmo tempo em que possibilita aos estudantes elementos para a construcao do seu projeto de pesquisa Material Teorico Material Complementar ff Referéncias 13 e e Material Teorico e A e e e e O Documento em Evideéncia as Fontes da Pesquisa Historica Do século XIX até o XX mudanas importantes aconteceram na historiografia nos quesitos fonte metodologia e escrita Com essas mudancas emergiram reflexGes a respeito da historia como experiéncia humana a possibilidade de multiplas tematicas a ampliacao dos processos narrativos e a transdisciplinaridade Para o poeta Ferreira Gullar 1997 a histéria humana no se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais A historia esta nos quintais entre plantas e galinhas nas ruas de suburbios nas casas de jogos nos prostibulos nos colégios nas usinas nos namoros de esquinas Fica claro que pra Ferreira Gullar a historia nao é composta apenas pela trajetdria dos herdis dos reis dos presidentes ou dos personagens mais favorecidos economicamente Para o poeta a histéria esta em todas as dimensées da sociedade seja cultural social politica ou econémica e ainda a historia é também vivéncia cotidiana O trecho supracitado traz uma visdo alinhada as novas abordagens marxistas dentro da historiografia que trouxeram outras possibilidades outras abordagens tematicas e metodolégicas para o campo da historia Video O Perigo de uma historia Unica Chimamada Adichie Ainda nessa direcao assista ao video a seguir e escreva sobre a importancia das diversas versées de uma mesma historia Figura 1 Livro Hibisco Roxo de Chimamanda e Ngozi Adichie Companhia das Letras Fonte Divulgação Dito isso um dos objetivos desta disciplina é mergulhar no universo da pesquisa histórica entender como o historiador se relacionou com as fontes históricas desde o século XX e quais ferramentas ele pode recorrer para tecer a escrita dela entendendo que a história possui múltiplas versões e modos de ser contada A partir dessa jornada mergulharemos no quarto e quinto bloco da disciplina modos de fazer a pesquisa histórica e o projeto de pesquisa histórica Vamos então a algumas questões O que podemos compreender por fontes da pesquisa histórica e Sao os vestigios os registros deixados por nossos antepassados e Poderiamos dizer que as fontes sao matériaprima para o historiador e Como esses vestigios aparecem Podem aparecer como valores simbolos sentimentos arte crenga trabalho tradiao regras ritos cultura em seus multiplos vieses e Sera que podemos entender como fontes escritos objetos palavras musicas literatura pinturas arquitetura fotografias filmes Contextualizando Esta disciplina em um primeiro momento visa abordar o processo da pesquisa histérica e para tal é preciso contextualizar e entender as escolas que emergiram no século XX e fizeram a diferenca Vamos falar sobre a Escola dos Annales a Escola Inglesa a Macrohistoria Italiana e desdobramentos Por volta da década de 30 do século XX a histéria do ocidente passou por transformacdes comecou a atuar por outros vieses outras fontes outras perguntas e novas abordagens Peter Burke entao aborda em seu livro A Escrita da Histéria as novas tendéncias e os caminhos trilhados pela historiografia Alguns se voltaram para a historia oral outros para evidéncia de imagens outros a estatisticas Também se provou possivel reler alguns registros oficiais de novas maneiras Os historiadores da cultura popular por exemplo tem feito grande uso de registros judiciais especialmente os interrogatorios de suspeitos BURKE 1992 p 25 Nessa citagao constatase a emersdo de novos métodos no seio da historiografia dentre eles a historia oral a hist6ria quantitativa e a historia cultural Esses desdobramentos metodoldgicos possibilitaram ao historiador acessar a hist6ria das mentalidades do cotidiano das sensibilidades Um universo de possibilidades se abriu para a pesquisa histérica e para a escrita a partir de entao Mas vale frisar nem sempre foi assim A histéria quando se estabeleceu com o status de ciéncia no final do século XIX foi erguida tendo por base a plataforma da escola positivista que entendia que a ciéncia tinha como objetivo a verdade que se constituiria por meio de provas legitimas dito de outra forma documento escrito de ordem juridica Para ser ciéncia dentro do pensamento positivista além dos documentos precisarem de area juridica o historiador em tese teria que ter uma funcao neutra diante dos documentos e dos fatos Para melhor entender o conceito de Positivismo voltado para a historia citemos José DAssuncao Barros em seu livro O Projeto de Pesquisa em Histéria Corrente de pensamento que nos séculos XVIII e XIX partiu de propostas de equiparacdo de aspectos e métodos utilizados nas ciéncias humanas com aspectos e métodos utilizados nas ciéncias exatas Postulavase por exemplo que a objetividade cientifica era similar nas ciéncias humanas e nas ciéncias naturais e exatas Outra ideia comum era a de neutralidade que o cientista social deveria assumir diante de seu objeto de estudo As principais correntes positivistas colocavamse como empiristas no sentido de que o cientista social s6 deveria trabalhar com dados apreensiveis na realidade concreta rejeitando qualquer pensamento especulativo Por outro lado no seu esforco de equiparacdo das ciéncias humanas as ciéncias naturais e exatas os positivistas buscavam leis que explicassem 0 desenvolvimento das sociedades a semelhanga de leis que regem os fatos naturais Na historiografia ocidental o rdtulo positivista adquire modernamente um sentido que é com frequéncia pejorativo estando neste caso associado a historiografia meramente factual similar aquela que em boa parte se produzia no século XIX Fonte BARROS José DAssungao O Projeto de Pesquisa em Historia da escolha do tema ao quadro tedrico VOZES 2011 p 217 Observase no fragmento supracitado que a historia que vem com 0 positivismo é basicamente descritiva e factual caracteristicas que no século XX foram ressignificadas O século XX inova na relacdo com as fontes que passam a ser todo e qualquer residuo e registro humano independentemente da linguagem Textos de todas as espécies escritos audiovisuais literarios objetos de cultura material registros de historia oral As novas abordagens historicas possibilitaram que os historiadores superassem cada vez mais 0 uso exclusivo de documentos oficiais e foram muito contributivas para esta virada dentro da historiografia a Escola dos Annales e as novas abordagens Marxistas Nessa direcdo para que essas fontes fossem aceitas e validadas pela comunidade académica os historiadores tiveram que trilhar estratégias de didlogos e reflexGes robustas que legitimassem os novos critérios e metodologias que em paralelo dessem conta dos questionamentos colocados pela historia tradicional positivista Hoje em dia entendemos que é ilimitado para o historiador as fontes histéricas Nessa diredo podemos compreender por Fonte Histérica tudo que foi produzido criado pelos seres humanos que deixaram rastros e que ainda podem ser entendidos como vestigios de suas aGes e interferéncias Além disso deve haver uma conex4o de significados e compreensado do passado humano e de seus desdobramentos no presente Sendo assim podemos propor uma tipologia de fontes histéricas fontes materiais fontes de contetido fontes imateriais e fontes virtuais Objetividade e Subjetividade na Producao do Conhecimento Historico Comecemos por clarificar 0 que é objetividade e subjetividade para o conhecimento historico A objetividade tem conexdo direta com 0 pensamento e tem como caracteristica os principios da neutralidade e legitimidade A subjetividade ja teria uma aproximaao com a zona das sensibilidades Michel de Certeau coloca a objetividade como um exercicio que vem antes da tarefa do historiador ou seja a descricdo dos fatos vem antes da analise Para ele depois da descricdo é que entra o historiador processando a reconstrucao da historia na relacdo entre a objetividade dos fatos e a subjetividade das possiveis hipdteses analiticas e estudos comparativos Michel de Certeau entao complementa Toda pesquisa historiografica é articulada a partir de um lugar de produao socioeconémico politico e cultural Implica um meio de elaboracao circunscrito por determinacées proprias uma profissdo liberal um posto de estudo ou de ensino uma categoria de letrados etc encontrase portanto submetida a opress6es ligada a privilégios enraizada em uma particularidade E em funcdo desse lugar que se instauram os métodos que se precisa uma topografia de interesses que se organizam os dossiers e as indagacées relativas aos documentos CERTEAU 2000 p 66 Certeau aponta as possiveis origens da subjetividade quando coloca que toda pesquisa historiografica é articulada de um lugar de producao socioeconémico politico e cultural ou seja de um lugar de fala Pelo viés do supracitado por Certeau alinhase Le Goff que afirma a histéria como conhecimento que se estabelece e acontece da conexdo de dados confusos e misturados Ao historiador cabera articular as pecas do quebracabeca perceber os fios de conexdo os rompimentos e falhas as mudancas as permanéncias e as dinamicas dos acontecimentos Cabe a ele ligar os pontos e reconstruir os eventos Um dos desafios dos novos paradigmas historiograficos passou a ser transitar por diferentes linguagens que nao s6 a dos documentos oficiais Explicase e justificase pela ideia de que as relagdes de dominacao e subordinacao estao presentes em todas as dimensées do social A Linguagem é entendida como forma de luta e de dominaao apresentando situacdeslimite momentos de tensao e fortes possibilidades criticas Procedimentos de analise de discurso literario de imagem de som de procedimento para recolhimento de depoimentos Sendo assim o século XX vem marcado por novas tendéncias historiograficas que expandem o uso das fontes e que agregam as subjetividades na escrita da historia Paradigmas Historiograficos Com a Escola dos Annales e com as novas formulacées Marxistas consolidouse no século XX um novo tipo de histéria a Historiaproblema que é a histéria que tem como ponto de partida um desdobramento de uma questao problema Vamos a algumas delas Escola dos Annales Escola francesa fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre foi espraiada pela revista de mesmo nome Revista dos Annales 1929 Essa corrente apresentou um marco dentro da historiografia voltado para a ampliacao do conceito de fonte histdrica e a proposta de uma historia estrutural no lugar de historia factual A segunda geracao dos Annales foi representada por Braudel que trouxe uma contribuiao muito potente no desenvolvimento do conceito de temporalidade historica por meio de trés registros longa média e curta duraao Vamos mergulhar na obra O Mediterraneo de Braudel que expde alguns elementos de método e explica o desenho da obra ele praticamente n4o o fara durante as quase duas mil paginas de texto Que nos seja permitido reapresentar aquelas que sao provavelmente as mais belas e conhecidas deste livro A primeira parte trata de uma histdéria quase imovel a histéria do homem em suas relacdes com o meio que o rodeia a historia lenta em fluir e se transformar feita nado poucas vezes de insistentes reiteracdes e de ciclos incessantemente reiniciados Nao quis esquecer dessa historia quase situada fora do tempo em contato com as coisas inanimadas nem tampouco contentarme a proposito dela com as tradicionais introducées geograficas dos estudos de historia inutilmente colocadas nos umbrais de tantos livros com suas paisagens minerais trabalhos agricolas e flores que se fazem desfilar rapidamente ante os olhos do leitor para nado voltar a referirse a elas ao largo do livro como se as flores nado nascessem novamente a cada primavera os rebanhos se detivessem em seus deslocamentos os barcos nao tivessem que navegar sobre as aguas de um mar real que muda com as estacoées Por cima desta histéria imdvel se alca uma historia de ritmo lento a historia estrutural de Gaston Roupnel que nds chamariamos de bom grado se esta expressao nao houvesse sido desviada de seu verdadeiro sentido uma hist6ria social a historia dos grupos e agrupamentos Na segunda parte deste livro estudando sucessivamente as economias e os Estados as sociedades civilizacées e economias tenho esforcadome em expor como este mar de fundo agita o conjunto da vida mediterranea intentando por ultimo manifestar para esclarecer melhor minha concepao de historia como todas estas forcas entram em acdo nos complexos dominios da guerra Pois a guerra nao é como sabemos um dominio reservado exclusivamente as responsabilidades individuais Finalmente a terceira parte a da historia tradicional ou se quisermos a da histéria cortada nado a medida do homem mas a medida do individuo a histéria dos acontecimentos segundo Francois Simiand a agitacao de superficie as ondas que alcam as marés em seu potente movimento Uma historia de oscilacdes breves rapidas e nervosas Ultrassensivel por definicéo o menor passo fica marcado em seus instrumentos de medida Histéria que como tal é a mais apaixonante a mais rica em humanidade e também a mais perigosa Desconfiemos desta histéria todavia em fragmentos tal como as pessoas da época a sentiram e viveram ao ritmo de sua vida breve como a nossa Essa historia tem a dimensdo tanto de suas céleras quanto a de seus sonhos e ilusdes BRAUDEL 1949 XIII Nesse trecho do prologo do livro de Braudel fica clara a relacdo do autor com o recorte temporal primeiro entendendo como lenta na relaao do homem com o meio e em um segundo momento mais acelerado quando se trata do estudo da economia e do estado linkados com a guerra Nessa abordagem o autor aponta uma temporalidade mais acelerada e constatada com as multiplas transforma6es Braudel frisa que o tempo imével é 0 tempo geografico a longa duracao articulara geografias as realidades lentas e duradouras observando que as sociedades estdo presas aos acontecimentos climaticos Para a terceira geracado dos Annales a figura de Peter Burke foi muito significativa junto aos historiadores Jacques Le Goff e George Duby Ha quem diga que a Escola dos Annales foi uma continuacdo da Historia Nova sendo que a Histéria Nova teve um foco na Macrohistéria e a dos Annales debrucouse nos fragmentos e particularidades em seus multiplos dominios O historiador Frangois Dosse se remeteu a Escola dos Annales em seu livro intitulado A histéria em migalhas Alguns historiadores Marxistas também flertaram com a Escola dos Annales a respeito de Michel Vo velle e e Historia Cultural Desdobramento da Escola dos Annales O historiador Peter Burke sobre Historia Cultural emitiu a seguinte premissa Definir Historia Cultural é como tentar prender uma nuvem em uma rede de cacar borboletas O cultural consiste em um campo multidisciplinar capaz de articular temas e quest6es mais ou menos dispersos pelas disciplinas Alguns acreditam que a histéria cultural se define num lugar entre 0 econdmico o social e o mental Nessa direcdo a histéria cultural se conecta com varias dimens6es do saber historiografico As pessoas se constituem a partir do meio em que vivem essa é uma das principais perspectivas da historia cultural A cultura popular e a tradigao fazem parte da meméria histérica de um grupo de pessoas A hist6ria cultural se desenvolve como um desmembramento da Escola dos Annales e da Microhistéria A ideia da microhistéria é a énfase na historia das pessoas comuns para entao compreender o macro A historia de sujeitos particulares pode dizer muito a respeito de um contexto mais amplo Vamos adentrar entao O Queijo e os Vermes de Carlo Ginzburg livro importantissimo para a historiografia baseado em registros da inquisiao Carlo Ginzburg foi um importante historiador que visitou os documentos da inquisiao quando logo abertos pelo Vaticano O livro O Queijo e os Vermes trata do julgamento de Menochio um moleiro da regiao de Friuli na Italia no século XVI Menochio apresentava algumas particularidades para sua época era alfabetizado leitor voraz e tinha portanto uma visdo propria de mundo Isso ja desconstroi a ideia de que nesse periodo so quem sabia ler eram os padres e clérigos ou seja os homens da igreja As ideias de Menochio sobre a origem dos anjos ao mesmo tempo que chocava os inquisidores também os deliciava Menochio representa de algum modo a ideia da emersao da contrarreforma sobretudo luterana Menochio 0 moleiro diz em sua defesa em frente aos inquisidores que Deus fez o mundo com a ajuda dos trabalhadores Os inquisidores 0 questionaram sobre o surgimento dos trabalhadores E Menochio entao coloca que os trabalhadores surgiram da mais perfeita substancia que tem no mundo de forma andloga como os vermes surgem do queijo Menochio foi questionado pelos inquisidores sobre de onde ele havia tirado aquelas ideias e ele disse que as ideias vinham de sua mente Nessa direcdo foi dado um mandado de busca e apreensao na casa do réu Encontraram entao na casa do moleiro uma biblioteca vasta que ia desde a biblia a livros proibidos pela inquisicao Ao final do julgamento 0 moleiro foi condenado a prisao perpétua e a usar uma tunica com uma cruz estampada no peito O filho do moleiro apelou e acabou conseguindo a libertacao do pai apés trés anos de prisdo mas a liberdade do moleiro so foi possivel estipulando algumas regras como por exemplo fazer uso da tunica com a cruz para 0 resto da vida nao poder deixar a cidade e nunca mais falar heresias O moleiro obviamente nao seguiu as regras e foi executado S j ms Gesell SECT Sa if cra eg ttel COMPANHIADE BOLSO Figura 2 Livro O Queijo e os Vermes de Carlo Ginzburg Companhia de Bolso Fonte Divulgacao Esse livro foi extremamente importante em primeira instancia no uso de fontes judiciais para o desdobramento de uma historia particular de um personagem considerado anénimo A historia cultural tem essa abordagem de por meio da historia dos vencidos trazer outras dimensGes da historia A narrativa hist6érica também traz aspectos inovadores por ter uma forma atravessada por um tom literario O que se propGe com essas novas abordagens n4o sao estudos paralelos do social cultural econdmico e politico mas um estudo que leve em conta todos os vetores sem qualquer compartimentacao ou subordinacao Escola Inglesa Escola que traz uma outra abordagem do Marxismo com foco especial na histéria cultural Trabalnham com uma abordagem interdisciplinar abordando objetos de estudos pouco estudados até entdo Os historiadores mais significativos dessa corrente sao Raymond Williams Edward Thompson Eric Hobsbawm Ronald Hilton Gordon Childe e Christopher Hill Um trecho de Thompson para ilustrar a escola inglesa Estou tentando resgatar o pobre tecelao de malhas o meeiro luddita o tecelao do obsoleto tear manual 0 artesdo utopico e mesmo 0 iludido seguidor de Joanna Southcott dos imensos ares superiores da condescendéncia da posteridade Seus oficios e tradicdes podiam estar desaparecendo Sua hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrograda Suas conspirac6es insurrecionais podiam ser temerarias Mas eles viveram nesses tempos de aguda perturbacao social e nods nao Suas aspiracdes eram validas nos termos de sua propria experiéncia se fossem vitimas acidentais da historia continuam a ser condenados em vida vitimas acidentais THOMPSON 1987 p 13 Thompson desenvolveu os trés principais conceitos dentro do desdobramento da histéria social inglesa classe social experiéncia e cultura Observase que Thompson desenvolveu a ideia da praxis conectada a agdéo humana por meio da vivénciaexperiéncia dos sujeitos histdricos principalmente em seu livro A formagcao da classe operaria Tudo fica transparente na fala de Thompson quando ele colocou Se fossem vitimas acidentais da histéria continuam a ser condenados em vida vitimas acidentais Thompson tem suas bases cientificas fundadas no materialismo historico mas nao se viu constrangido em refletir e modificar conceitos dele quando no confronto entre pesquisa de campo e teoria Para ilustrar tal confronto nada mais interessante que o desdobramento do conceito de Classe Social Na obra A Formacao da Classe Operaria Inglesa Thompson deixa claro que o despertar da consciéncia de classe é fruto da experiéncia afirma ele Nao vejo a classe como estrutura nem mesmo como uma categoria mas como algo que ocorre efetivamente e cuja ocorréncia pode ser demonstrada nas relacées humanas a nodo de classe traz consigo a nocao de relacao histérica A classe acontece quando alguns homens como resultado de experiéncias comuns herdadas ou partilhadas sentem e articulam a identidade de seus interesses THOMPSON 1987 pp 0910 Nessa direcao observase que Thompson vai buscar aproximacdes com o conceito de cultura que vem conectado a experiéncia humana desdobrando as relacdes sociais modos de vida valores crencas e costumes Nessa conexdo com a cultura Thompson entao comega a ver a necessidade de acessar outras disciplinas para poder dar conta da analise histérica a exemplo da antropologia A Historia por Vestigios e a Contribuicao do Paradigma Indiciario MicroHistoria Outra corrente historica marcante foi a MicroHistoria que emergiu na Italia no século XX e propde uma mudanga de escala da observacao da parte diferente da histéria tradicional Metaforicamente podese dizer que a microhistoria equivale ao uso de um microscépio em relacao a um dado tema ao invés de um telescépio Sob regéncia da metafora é dito que a microhistoria é a tentativa de entender um oceano inteiro por meio de uma gota de agua do mar Ela procura dar vazao aos detalhes ao invés de focar nos sujeitos célebres da histéria procura focar nos sujeitos an6nimos Podemos citar os seguintes historiadores Carlo Ginzburg e Giovanni Levi O paradigma do método indiciario para a historiografia consiste em uma investigaao de pistas sinais ou indicios e é um braco da micro historia O historiador italiano Ginzburg teve o seguinte insight que desenha bem a proposta desse paradigma se a realidade é opaca existem zonas privilegiadas sinais indicios que permitem decifrala Ginzburg compreendeu a investigaao por indicios como a maneira que os primeiros grupos humanos encontraram de interagir com o meio ambiente e com outros animais Esse estudo voltado para os indicios desenvolvido pelo historiador italiano ganhou contornos cientificos decisivos em sua obra a partir de 1980 com os ensaios O nome e o como troca desigual e mercado Vamos a Ginzburg Por milénios o homem foi cacador Durante inumeras perseguicées ele aprendeu a reconstruir as formas e movimentos das presas invisiveis pelas pegadas na lama ramos quebrados bolotas de esterco tufos de pelos plumas emaranhadas odores estagnados Aprendeu a farejar registrar interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barbas Aprendeu a fazer operac6es com rapidez fulminante no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas O cagador teria sido o primeiro a narrar uma historia porque era 0 unico capaz de ler nas pistas mudas uma série coerente de eventos Decifrar ou ler as pistas dos animais sao metaforas GINZBURG 1989 p 177 E muito potente a abertura que ele traz para as pistas e os indicios como possiveis fontes histéricas sobretudo quando ele agrega a ideia de metafora ou ainda figura de linguagem que amplifica os sentidos No Brasil essa corrente historiografica nao teve maiores aderéncias em artigos teses e dissertacdes isso obviamente nao nos impede de mergulhar na contribuido e brilhantismo dessa corrente Ginzburg entao inspirouse em Sherlock Holmes no método de Giovanni Morelli e em Freud por meio dessas referéncias argumenta Ginzburg 1989 p 150 pistas talvez infinitesimais permitem captar uma realidade mais profunda de outra forma inatingivel Pistas mais precisamente sintomas no caso de Freud indicios no caso de Sherlock Holmes signos pictéricos no caso de Morelli Dai a conex4o da historia com obras literarias e um mergulho em fontes cheias de metaforas e mistérios fontes potentes e sobretudo inovadoras e e e e e a eA e O Objeto de Estudo da Historia do Fato Historico as Experiéncias Humanas Clarificar as divisdes e possibilidade do campo histoérico é de extrema importancia para nortear possiveis projetos de pesquisa e a escrita da historia propriamente dita Nessa direcdo podese entender como critérios centrais os quatro representados na Figura a seguir DimensGes Dominios Campos de observacées e Abordagens Como podese observar esses critérios desdobramse em miultiplas possibilidades Historia Social Historia Cultura Material Historia Serial Geohistéria Historia Social Historia Demografica Historia TextualHistoria Hist6ria Politica Dimensoes NT mae do Discurso Historia Cultural Hist6ria Oral Histéria Antropolégica Historia da Arte Histéria da Sexualidade Com relacao Historia das Ideias Dominios ORE LY de Historia Imediata Histéria do Direito TIALLY Historia Local Historia da Religiao Histéria Regional Historia da Vida Privada Microhist6ria Histéria Urbana Biografia Historia das Mulheres Historia das Massas Figura 3 Quadro do campo histérico desdobramentos Podese entender por Dimens6es da histéria a relacdo que a Historia possa ter com outras disciplinas interdisciplinaridade por exemplo Historia Social Hist6éria e Ciéncias Sociais Historia do Imaginario Histéria e Psicanalise O Dominio representa a relado com temas especificos também em interdisciplinaridade a exemplo da Historia do Direito em que entendemos que é a aplicabilidade dos métodos da Historia para desenvolver os processos histéricos do Direito enquanto ciéncia Ele se aplica a Histéria da Arte dentre outros Campo de observacao esse ponto tem uma relacdo com o recorte temporal e espacial da pesquisa Abordagens se remete especificamente as metodologias usadas pelo historiador se histéria oral entrevistas se vestigios arqueolégicos se documentos oficiais Vamos a alguns desdobramentos importantes sobre as abordagens historicas e e Historia Oral A hist6ria oral tem aspecto transdisciplinar entre a Histéria e as outras Ciéncias Sociais E uma metodologia que tem mais aproximacdo com uma histéria mais recente e com o presente depende da memoria viva e de relatos realizados anteriormente e documentados Alberti coloca a historia oral apenas pode ser empregada em pesquisas sobre temas contemporaneos ocorridos em um passado nao muito remoto isto é que a memoria dos seres humanos alcance para que se possa entrevistar pessoas que dele participaram seja como atores seja como testemunhas E claro que com o passar do tempo as entrevistas assim produzidas poderdo servir de fontes de consulta para pesquisas sobre temas nao contemporaneos ALBERTI 1989 p 4 A histéria oral depende da producao de entrevistas ou de um banco de entrevistas ja realizados em determinado tempo Nessa direao a producao de entrevistas para a historia oral é uma ferramenta importante e polémica AQMVKO iDLLhpSEE7ae jo x E ane coieennae f ee LKodKe c oy 3 la if h Lo i de WAV i 40 a Dicn SS yu Ney la RS TET NUNES a Figura 4 Fonte Freepik Alguns historiadores como Philippe Joutard Alessandro Portelli e Chantal de TourtierBonazzi investem na ideia de que a historia oral é mais que uma metodologia de entrevistas Outros pesquisadores reconhecem na historia oral uma area de estudos proprios e desdobra minuciosamente a metodologia das entrevistas e seus arquivamentos agregando uma robustez ao processo e trazendo limites de diferenciacdo entre a entrevista para a historia e a entrevista jornalistica por exemplo Ha sobretudo aproxima6es com a psicanalise Ver Thompson e Ecléa Bosi no Brasil A fonte entrevista trouxe inicialmente um estranhamento a comunidade académica Os pesquisadores da histéria oral com o tempo criaram arcabouco tedrico suficiente para a legitimaao do método No inicio a confiabilidade em relacao a fonte oral foi questionada Em relaao a isso Paul Thompson trouxe a reflexdo de que nenhuma fonte esta livre de subjetividade seja escrita visual oral Todas as fontes para Thompson podem se apresentar insuficientes ambiguas ou até mesmo passiveis de manipulacdo o autor defendeu o uso da metodologia da historia oral ao afirmar que a evidéncia oral pode conseguir algo mais penetrante e mais fundamental para a historia transformando os objetos de estudo em sujeitos THOMPSON 1992 p 137 No plano conclusivo percebeuse que os historiadores da oralidade abriram possibilidades na relacdo entre histéria e memoria trazendo a tona imaginarios e mentalidades individuais A histdria oral enquanto método e pratica do campo de conhecimento histérico reconhece que as trajetorias dos individuos e dos grupos merecem ser ouvidas também as especificidades de cada sociedade devem ser conhecidas e respeitadas Historia Quantitativa e Serial A histéria quantitativa serial vem com a Escola dos Annales Francesa que nos primordios 1929 em sua primeira fase tem foco na historia econémica depois na histéria demografica e social O uso de computadores passa a ser fundamental nas pesquisas Nessa direao a histéria serial econ6mica caracterizase por um certo empirismo hipéteses de carater operacional e sinteses de tipo qualitativas Hoje a histéria serial esta longe de ser somente econémica aplicandose a tipos muito diversos de problematicas e documentos Podese definir trés grupos de fontes Primeiro grupo fontes estruturalmente numéricas como registros paroquiais estatisticas oficiais de historiadores da economia e resultados eleitorais para a histéria politica Segundo grupo fontes para encontrar respostas para quest6es inusitadas utilizagdo de pregos como indicativos de crescimento econdmico e estudo de estrutura social a partir de documentos fiscais Terceiro grupo fontes nao estruturalmente numéricas mas que o historiador pode se valer de métodos substitutivos fontes notariais 0 uso serial de fontes administrativas ou relacionadas a justica A historia serial faz uso de fontes homogéneas dito de outra forma fontes do mesmo tipo de um determinado recorte temporal a ser examinado As fontes quantitativas exigem tratamento especifico de serializacao de dados identificagdo de elementos ou ocorréncias comuns que permitam a identificagao de um padrao comum que se repete Em contrapartida é necessario também ter atencdo para as diferengas e as excegdes que quebram os padrées De um lado temse a repeticao do padrao documental que leva a determinadas andlises e de outro lado temse as excecdes que trazem a quebra o indeterminado e pontos muito ricos para as andlises A histéria quantitativa e a serial sao historias problema como podemos observar nao uma historia narraao A historia serial traz pontos interessantes privilegia o longo prazo e o equilibrio de um sistema permitindo medir as mudancas mas nao as transformacoes qualitativas dele Se formos definir pontos de diferenga entre a histdria serial e quantitativa podemos falar A histéria serial se remete ao uso de fontes homogéneas do mesmo tipo a um certo periodo e a determinado problema A serializagao de dados pode entao identificar elementos ou ocorréncias comuns A Historia Quantitativa apresenta outros critérios de definigao pautados no campo de observacao O que a Historia Quantitativa pretende observar da realidade esta atravessado pela nocao de nimero quantidade valores a serem medidos As técnicas utilizadas serao estatisticas ou baseadas na sintese de dados por meio de graficos diversos e curvas de variagao a serem observadas A diferenga entre historia serial e quantitativa esta em especifico na questao numérica Michel Vovelle 1978 desenvolveu um estudo marcante para a historiografia sobre a morte No Brasil na mesma direcdo podese citar 0 historiador Jodo Reis que também fez uso da historia quantitativa em seu livro A morte é uma Festa O Uso de Hipoteses na Historia Conforme estudamos até aqui pudemos constatar a premissa de que a historia no século XX é 0 que podemos entender por histéria problema ou seja a hist6ria nao mais se resume a narrativa eou descricdo de fatos em progressao linear A problematizacdo dos fatos passou a dar sentido a narrativa historica A historiaproblema ganha o protagonismo Nessa direcao a formulacao de hipéteses passou a integrar 0 modus operandi para formulacao de um problema um norte metodologico por assim dizer A Hipétese compreende uma sentenga de teor declarativo que procura prever uma resposta solucdo ou explicacado a determinada questao problema e que em algum momento devera ser testada ou verificada Ela também tem a fungao de ajudar o pesquisador a encontrar o caminho a ser seguido o método que sera aplicado no processo cotidiano da pesquisa e na funcdo argumentativa dela trazendo possibilidade de maior acuracia no recorte do problema Nessa direcao podese constatar que a hipdétese pode apresentar as seguintes funcGes Direcionar a pesquisa Pontuando finalidades em relacdo a etapas que devem ser cumpridas durante a pesquisa implicando em procedimentos metodolégicos especificos delimitar A hipétese amarra o recorte do tema interpretar Propor solugao para o problema investigado argumentar Desencadear inferéncias e dar inicios a dedugées encaminhar o método hipotéticodedutivo de raciocinio funao complementadora Preenche lacunas de conhecimento ao propor explicacGes provisérias fundo multiplicadora Propicia adaptacdo e conexo a outras pesquisas e funao unificadora Organiza ou unifica conhecimentos adquiridos que podem inclusive ser verificados em pesquisas diversas o e e oe es e aA e A Logica Historica e o Dialogo com as Evidéncias A légica histérica emerge do materialismo historico podendo até mesmo ser entendida como sinénimo de Marxismo mas com algumas diferencas Primeiramente vamos ao desdobramento do conceito de Materialismo Histdrico pelo glossario produzido por José DAssuncao Barros em seu livro O projeto de Pesquisa em Historia Materialismo Histérico Expressdo que designa a abordagem introduzida por Marx e Engels para a compreensao da Historia Humana e para sua transformacdo O materialismo orientase em torno de alguns pressupostos e perspectivas fundamentais 1 O desenvolvimento das sociedades humanas é dialético 2 O ponto de partida dos desenvolvimentos historicos é a base material da vida humana dai decorrendo a sua organizacao social cultural e politica O sistema fundamental a partir do qual toda a sociedade gera a producao de sua vida material dando origem a tudo mais é 0 que denomina modo de produao 3 Ahistoria tem se apresentado sob a forma de lutas de classe uma vez que qualquer organizacao social até hoje acaba gerando dentro de si a formacao de divisdes diversas que a partir de determinado tipo de formac6es sociais corresponderiam as classes sociais As classes ou grupos sociais séo expresses de necessidades geradas por um modo de producdo especifico Devese considerar ainda que 0 materialismo histdérico foi se enriquecendo consideravelmente com contribuic6es de diversos autores de modo que hoje em dia podem ser encontradas diversas correntes a partir desta perspectiva de andlise histéricosocial BARROS 2014 No capitulo A ldgica da Historia da obra A miséria da teoria ou um planetario de erros 1981 Thompson traz aspectos do materialismo histérico que possuem aproximacoées com a légica historica mas em contrapartida elenca pontos sensiveis Entende que o historiador precisa ter intuido para que nos momentos que surgirem duvidas entre a teoria e os dados da pesquisa de campo ele podera fazer novas conexées A légica histérica trata de um método de investigacado que tem foco principalmente nas transformacées histéricas Nessa direcao é muito importante o didlogo que se estabelece com 0 momento empirico da pesquisa Ao escrever sobre a classe operaria inglesa Thompson percebeu e examinou um processo de auto fazerse processo ativo que se deveu as acdes humanas tanto como aos condicionamentos sociais O que fica claro para Thompson é que 0 econémico ou ainda o material é determinante mas nao sé Para o materialismo historico 0 fator material econdmico é fio condutor e centralizador Thompson percebe que nem sempre é assim que acontece nas vivéncias e nas experiéncias de classe Outros fatores também sao determinantes a exemplo da cultura e das relagGes sociais Nessa direcao ele entdo tece uma critica sutil ao materialismo historico trazendo a alternativa da logica historica que aposta nao sé no fator econdmico como regente mas em uma regéncia fruto do embate das diversas forcas que compoem 0 tecido da histéria da luta de classes sobretudo Os Passos da Pesquisa Historica e Escolha do tema A escolha do tema é muito importante e algumas perguntas podem ser contributivas para encontrar 0 ponto de partida O pesquisador deve ter clareza se o tema escolhido efetivamente o interessa porque a pesquisa é uma jornada longa que precisa de dedicacao e afeto Nessa direcao ele precisa perguntar a si mesmo 0 porqué da escolha desse tema O pesquisador passara muito tempo se relacionando com o objeto da pesquisa portanto é imprescindivel gostar do que esta pesquisando Outro ponto importante é a viabilidade Para isso algumas perguntas devem ser feitas Existe documentacao adequada para esse tema a ser explorado Essa documentacao é de facil acesso O tema proposto requer informacao de linguagem estrangeira que nao domino e Recorte tematico O recorte do tema é extremamente importante pois com ele vem a questao problema e todo um leque de questdes que podem atravessala e Recorte espaciotemporal O tempo e o espao sao critérios muito importantes para a pesquisa historica a escolha desse recorte é questao de primeira ordem para o historiador e nao deve ser gratuita precisa ser pensada em articulacao a questao problema e a hipdtese da pesquisa O recorte temporal nao tem que ver com a escolha redonda de um determinado tempo por exemplo os 100 primeiros anos da historia do Egito A escolha do recorte temporal deve ter conexdo com 0 temaea questado problema da tematica a ser analisada Para ilustrar essa questao do recorte espaciotemporal podemos citar a obra O Mediterraneo e o mundo mediterranico na época de Felipe II uma obra incrivel para entender a questao do recorte temporal pois introduz duracées distintas no tempo histérico trabalhado pelo pesquisador e Recorte de fontes Um outro ponto importante para o historiador é 0 das fontes que podem ser quantitativas ou qualitativas e ainda os tipos de fontes e as metodologias utilizadas para elas florescerem Vale ressaltar que além das fontes histéricas primarias é de fundamental importancia o levantamento bibliografico E fundamental para a pesquisa fazer uma revisado bibliografica estabelecer didlogo com outros autores e comparar pontos de vista buscando apoios e contrastes O Projeto da Pesquisa Historica Para o desenvolvimento do projeto de pesquisa em historia sabese que ele precisa atender a um repertorio de informacdes que podem vir articulados na seguinte estrutura que cumpra os prérequisitos necessarios 4 composicao de um projeto Vamos a ela Introducao Justificativa Objetivos Conceitos e Linhas Metodolégicas de Pesquisa Consideracdes Finais Hipdétese Central Hipdteses Secundarias e Comentarios e por fim Referéncias Bibliograficas e Introducao e delimitacao do tema E onde se delimita 0 tema e se expde a quest4o problema da pesquisa Na introducdo deve ser mencionado o tema com especificagdes fundamentais com recorte espacial e temporal as fontes principais algumas indicacdes tedrico metodolégicas aspecto relacionado a justificativa ou a viabilidade da pesquisa Essa parte da pesquisa precisa ser bem sintética e resumida com um ou dois paragrafos para cada um desses itens e Justificativa E 0 porqué fazer a pesquisa Pode ser entendido como a motivacao da pesquisa A justificativa pode apresentar subitens em seu teor relevancia social relevancia académica originalidade viabilidade Tem como foco convencer o leitor Nessa etapa do projeto de pesquisa colocamse os argumentos a favor do seu tema conectando com outras pesquisas e com outros campos do saber em referéncia levantamento e andlise de bibliografia consolidada com a necessidade de preencher lacunas de conhecimento com as possibilidades efetivas de levalo adiante viabilidade A importancia de um tema a ser trabalhado cresce sensivelmente a medida que conseguimos ligalo ao mundo externo ele deixa entao de ser uma elocubracao ou diletantismo e passa ter uma utilidade direta para responder questdes importantes para a humanidade e Objetivos E o para qué fazer a pesquisa 0 onde se quer chegar Pode ser entendido como a intencao da pesquisa Os objetivos devem vir expostos em forma de sentenga que se iniciam com verbos na forma de infinitivo E comum que sejam apresentados em uma listagem sucessiva e numerada O objetivo é a parte do projeto que pode ter uma apresentacao por meio de tdpicos listados e Conceitos e linhas metodoldgicas de pesquisa Os conceitos se fazem necessarios e sdo importantes porque trazem o contorno dos critérios tedricos inteligiveis que serao seguidos pela pesquisa e a metodologia se remete a aces concretas dirigidas a resolucdo de um problema e Considerac6es finais Geralmente nas consideraées finais vem a hipotese central e as hipdteses secundarias com um comentario sintese da pesquisa 2 Em Sintese Nesse curso de praticas de pesquisa histérica pudemos acompanhar as transformac6es no campo da historiografia no século XX além do que estudar os paradigmas historiograficos que emergiram no mesmo século Com as novas abordagens historiograficas outras abordagens entraram em cena e como afirmou Thompson passouse a escrever a historia vista de baixo Observouse por meio dessa disciplina além desses pontos teéricos o passo a passo para o desenvolvimento da pesquisa historica e para 0 projeto de pesquisa 23 Material Complementar Indicacées para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade A Voz do Passado THOMPSON P A voz do passado Sao Paulo Paz e Terra 1992 Historia Oral a Experiéncia do CPDOC ALBERTI V Historia oral a experiéncia do CPDOC Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1990 BURKE Peter Hist6éria como meméria social In ALBERTI V Variedades de historia cultural Rio de Janeiro Civilizacdo Brasileira 2000 Usos e Abusos da Historia Oral FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da historia oral Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1998 A Mem6oria Coletiva HALBWACHS M A meméria coletiva Sao Paulo Centauro 2004 Histéria Oral Balanco da Metodologia e da Producao nos Ultimos 25 Anos JOUTARD P Historia oral balanco da metodologia e da producdo nos ultimos 25 anos In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da historia oral Rio de Janeiro Fundacao Gettlio Vargas 1998 Historia e Memoria LE GOFF J Historia e memoria 2 ed Campinas Ed da Unicamp 1996 A Entrevista Teoria e Prática LODI J B A entrevista teoria e prática 3 ed São Paulo Pioneira 1977 Algumas Questões Acerca da Utilização de Fontes Orais no Âmbito da Pesquisa Histórica NABÃO M T Algumas questões acerca da utilização de fontes orais no âmbito da pesquisa histórica Pós História AssisSP v 8 p 121143 Entre Memória e História a Problemática dos Lugares NORA P Entre memória e história a problemática dos lugares Projeto História São Paulo PUC n 10 p 728 dez 1993 Historiæ Rio Grande 2 1 95108 2011 108 Memória e identidade social POLLAK M Memória e identidade social Estudos Históricos v 5 n 10 1992 O Massacre de Civitella Val di Chiana PORTELLI A O massacre de Civitella Val di Chiana Toscana 29 de junho de 1944 mito política luta e senso comum In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 Usos e Abusos da História Oral AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 PRINS Gwyn História oral In BURKE P Org A escrita da história novas perspectivas São Paulo Ed da UNESP 1992 A Voz do Passado THOMPSON P A voz do passado São Paulo Paz e Terra 1992 TOURTIERBONAZZI Chantal de Arquivos propostas metodológicas In FERREIRA M M AMADO J Org Usos e abusos da história oral Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1998 Vídeos Audiolivro Peter Burke A Escola dos Annales Tempos na História Tempos da História O historiador e professor João Paulo Pimenta da FFLCHUSP fala sobre o tempo histórico e conceitos históricos bases de seu trabalho Entrevista com Peter Burke O escritor Peter Burke fala sobre o trabalhado do historiador e comenta o segundo volume de sua História do conhecimento audiolivro Peter Burke A Escola dos Annales 1 Tempos na história tempos da história Entrevista com Peter Burke Leitura História e Ciências Sociais a Longa Duração Clique no botão para conferir o conteúdo ACESSE 33 aA e Referéncias AMADO J Histéria e regido reconhecendo e construindo espacos In SILVA M A org Reptblica em migalhas historia regional e local Sao Paulo Marco Zero 1990 BARBOSA W do V O materialismo histérico In REZENDE A org Curso de Filosofia para professores e alunos dos cursos de ensino médio e de graduacao 4 ed Rio de Janeiro Jorge ZaharSEAF 1991 BLOCH M Apologia da historia ou o oficio do historiador Rio de Janeiro Jorge Zahar 2001 BOIS G Marxismo e Histéria Nova In LE GOFF J A historia nova 4 ed Sao Paulo Martins Fontes 1998 BOURDE G MARTIN H As escolas histéricas Portugal Publicagdes EuropaAmérica 1990 BRAUDEL F Historia e ciéncias sociais Lisboa Editorial Presenga 1990 O Espaco e a Historia no Mediterraneo Sao Paulo Martins Fontes 1988 BURKE P Abertura a nova histdéria seu passado e seu futuro In BURKE P A escrita da historia novas perspectivas Sao Paulo Editora UNESP 1992 AEscola dos Annales 19291989 a Revolucdo Francesa da historiografia Sd4o Paulo Editora UNESP 1997 org A escrita da historia da historia novas perspectivas Sao 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DACANAL J H GONZAGA S orgs RS Cultura e ideologia Porto Alegre Mercado Aberto 1980 O corpo e a alma do mundo a microhistoria e a construcao do passado Historia Unisinos Sao Leopoldo RS v 8 n 10 p 179189 2004 Relagao entre histéria e literatura e representacao das identidades urbanas no Brasil século XIX e XX Revista Anos 90 Porto Alegre v 3 n 4 p 115127 1995 RS A economia e o poder nos anos 30 Porto Alegre Mercado Aberto 1980 POMIAN K A histo6ria das estruturas In LE GOFF J A histéria nova 4 ed Sao Paulo Martins Fontes 1998 REIS J C Escola dos Annales a inovaao em Histéria Sao Paulo Paz e Terra 2000 Nouvelle Histoire e tempo histdrico a contribuicado de Febvre Bloch e Braudel Sado Paulo Editora Atica 1994 REVEL J A historia ao rés do chao Prefacio In LEVI G org A heranga imaterial Trajetoria de um exorcista no Piemonte do século XVII Rio de Janeiro Civilizacdo Brasileira 2000 Microandalise e construcao social In REVEL J Jogos de escalas a experiéncia da microandlise Rio de Janeiro Ed 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