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CAPÍTULO XI\nA CIDADE DE ITAPETININGA\nDescrição geral das terras situadas entre Sorocaba e Itapetininga, seus habitantes. O Sítio de Pedro Antunes, breves, invenções. Expliques de José Mariano. Terras situadas entre Pedro Antunes e o Rio Sarapuí. Terras situadas entre este rio e a venda de Lambari. Chegada de autor a Itapetininga. Descrição da cidade: comércio, pecuárias, Escassez. O distrito de Itapetininga; sua produção; sua população.\n\nDepois de minha partida de São Paulo eu tinha dado algumas voltas e me desviado bastante da estrada real que faz a ligação direta com o Sul. Voltei e ala ao chegar a Sorocaba e a segui até o Rio Jaguarí baba.\n\nPrimeiramente, visitei a pequena cidade de Itapetininga, distante 12 léguas de Sorocaba, para os lados do sudoeste. Ali não nos achamos numa região desértica, mas deixamos para trás os distritos prósperos e florescentes onde é cultivada a cana-de-açúcar e trazemos numa região pobre e pouco civilizada (1820).\n\nAs terras que atravessava para chegar a Itapetininga são ora planas, ora onduladas e até mesmo montanhosas, apresentando alternadamente campos e pequenas matas. A exceção dos arredores de Sorocaba, onde são entremeados de árvores mirradas, os campos apresentam geralmente gramíneas em moitas isoladas, entre as quais se vê um variado número de outras plantas. Entretanto, depois de Pedro Antunes, num trecho de 3 léguas entre o Rio Sarapuí e o Mato de Lambari, as moitas de gramíneas são extensamente palmáceas de folhas radicais. Essa espécie é conhecida na região pelo nome de Inhadi e produz um fruto cuja polpa é comestível. Em parte alguma se vêem grandes fazendas, mas se encontram muitas habitações esparsas pelos campos, muito pequenas e mal conservadas, denunciando uma extrema miséria. Os moradores desses tristes lugares parecem pertencer à raça branca, sendo oficialmente tratados como tal, mas seus traços mostram, inequivocamente, que eles têm uma mistura de sangue indígena. Aos caracteres que indiciam essa mistura, a que assinalei, costumo acrescentar outros, que recomendo à atenção especial dos antropólogos e natu-ralistas em geral, quais sejam, os cabelos e a cor da tez. Ao passo que os portugueses de raça pura têm a pele morena e os olhos negros, e enquanto os índios possuem olhos e cabelos pretos e uma pele parda, os moradores da região a que me refiro, e que devem a sua origem a duas raças, caracterizam-se por sua tez esbranquiçada e seus claros lundos.\n\nEsses mestiços estão longe de possuir a inteligência dos mulatos, e diferem muito dos fazendeiros brancos da região mais civilizada de Minas Gerais. Estes últimos são homens mais ou menos abastados, que possuem escravos e não cultivam a terra como os próprios nações. Ocorre o contrário entre os colonos brancos, ou pretensamente brancos, da região da Província de São Paulo de que trato nos momentos, os quais não passam de genuínos camponeses. Não possuem escravos, são eles próprios que plantam e fazem a colheita, e, geralmente vivem em extrema miséria. Têm o mesmo espírito e as mesmas rudezas dos nossos camponeses, mas não são nem ativos nem joviais como eles. No domingo passei por uma venda situada nas proximidades de Mato do Lambari, onde se achavam reunidos vários lavradores. Como os seus conterrâneos de Minas, eles também me rodearam, mas o passo que aqueles sempre me untam crivado de perguntas e feito mil questionamentos sobre o objeto de meu trabalho, estes simplesmente se puseram a me contemplar na mais absoluto silêncio.\n\nEsses camponeses eram pobres e mal-vestidos. Andam descalços e percorrendo as nuas, e usam chapéu de abas estreitas e copa muito alta; vestem calças de algodão e uma camisa do mesmo tecido, de fralas soltas e esforçadas; ao pescoço trazem um rosário e a cintura um facho preso a um cinturão de couro. Os mais remedidados usam um colete de interior e o cogichado poncho.\n\nDesnecessário é dizer que as casas desses lavradores são tão pouco apresentáveis em seu interior quanto no seu exterior. As suas parecem, havendo pouca diferença entre elas. Para dar uma ideia do como são, basta-me descrever aqui a habitação que pedia nesta, situada à beira do Rio Sarapuí, limite do distrito de Sorocaba.\n\nA casa era feita de barro e pães trançados e se compunha de três peças pequenas sem janelas, o que as tornava muito escuras. O cômodo onde me receberam era um pouco mais claro do que outro porque dava para o quintal, e a parede, desse lado, era como apenas de pães fincados no chão, a pouca distância uns dos outros. Devido ao custo de me acender fogo no meio do quarto, sobre algumas pedras, as paredes estavam todas energizadas pela luz. O mobiliário consistia num jirau, num par de bancos e em alguns pilares, destinados a socar o milho para fazer fubá.\n\nNão se deve imaginar que a população que acabo de descrever seja limitada às 12 léguas que separam Sorocaba de Itapetininga, pois continuo a encontrar praticamente. pequenas matas desse tipo são chamadas de restinga, denominando que no litoral, ao norte do Rio de Janeiro, é dada as línguas de terra arenosa cobertas de arbustos de hastes espinhosas500. Não creio que em Minas seja dado um nome especial á restingas análogas às Portunidades de São Paulo501.\n\nQuando andava à procura de plantas, encontrei, à beira de um riacho, algumas choupanas feitas com folhas de palmeira e tendo poucos pés de altura, cercadas por um tapume. Um rapaz convenceu-me delicadamente a entrar numa delas. Estendeu um couro no chão, colocou sobre ele o seu punho de m arroz seco. Fazendo a conversa e cic mim, continuo o que era um dos camaradas de uma tropa de burros bravos que vinha do vali ceiro de Faxina. Quando as tropas chegam, são deixadas nos arredores de Sorocaba. Os camaradas armam tendas perto do lugar onde estão os burros e aí ficam até que o prato seja entregue. É o que chamam de invernada. Em geral, esse nome é dado a qualquer lugar onde os trofeus permanecem durante um certo tempo.\n\nEnquanto eu me encontrava no sítio de Pedro Antunes, José Mariano deu-me uma nova prova das suas esquisitices. Ela não tinha comido antes de deixar Sorocaba, e ao chegar ao sítio saiu para caçar, só voltando à noite. Fimiano e o negro Manuel jantaram sem ele, mas guardaram o seu prato junto ao fogo. Ele chegou, estendeu a sua cama e se sentou. Então, repente, porém, começo a espreitá-lo, reclamando que não tinham esperado por com ele. As três horas da tarde o termômetro de Réaumur não tinha marcado menos de 24 graus (30°C): era impossível que aquele homem, que havia enfrentado todo esse calor a cavalo e passada uma boa parte do dia acampando, parecia de estômago vazio, não estivesse com a fome à flor da pele. Preparei-me para enferrar duas carnes na panela seguinte. Quando ele se levantou, tinha um ar arrancado e avenda de um lado a outro sem saber, parecendo mais aborrecido do que além, e reclamou que se reconhecia de forma despropositada. \n\nEntre Sorocaba e Pedro Antunes as terras são cortadas por capões e pastos, mostrando-se apenas irregulares. Depois de Pedro Antunes a região se torna montanhosa, continuando assim num trecho de 3 léguas, até o Rio Sarapuí502. São as matas que predominam então, raramente entrecortadas de campos. Durante a última légu a, à margem do rio, o caminho, bastante ruim, passa irremediavelmente por dentro de uma mata. Na final dessa pequena floresta atravessou-se o Rio Sarapuí, de pouca largura, por uma de madeira estreita e sem proteção lateral. E esse rio que separa o termo de Sorocaba do de Itapetininga.\n\nParou minha coxinha situada na sua margem esquerda e em muito mau estado de conservação, a qual foi descrita por mim.\n\nNum trecho de 3 léguas depois do rio, até a entrada da pequena Mata de Lambari, as terras se mostram sempre onduladas. Veem-se aqui e ali alguns capões, mas o caminho atravessa ininterruptamente um imenso descampado, onde as moitas de gramas se mostram entremeadas, como já disse, de numerosas palmeiras de folhas radicais. Em algumas baixadas vêem-se árvores de pequeno porte, entre as quais identifiquei muita Mirsináceas. Encontrei na região algumas plantas que eram desconhecidas, mas o restante já tinha sido visto por mim em todos os outros campos. Nas proximidades da Mata do Lambari a região se torna mais coberta de árvores.\n\nDurante toda a viagem encontrei casinhas espalhadas pelos campos, e perto da Mata do Lambari elas se tornam ainda mais frequentes. Parei na orla da mata. Era uma venda que tinha o mesmo nome da mata, que por sua vez era habitada por um côrrego vizinho.\n\nA Mata do Lambari503, com cerca de uma légu de extensão, apresenta uma vegetação muito bonita. Saindo-de ela, encontraram-se apenas campos cobertos de Gram brenças, e algumas outras áreas de poucos subarbustos. O terreno é muito plano dentro da mata, o mesmo acontecendo no campo que vem logo a seguir.\n\nQuerendo passar a noite na cidade de Itapetininga, mandei José Mariano a minha frente a fim de que entregasse ao capitão-mor a carta de recomendação que o capitão-generão da província me tinha fornecido. Minha tropa me deixou para trás e eu entrei sozinho na cidade, onde encontrei todas as casas fechadas, o que me dificultou descobrir o local onde o meu pessoal estava instalado. Finalmente localizei-os num modesto alojamento, e me indiquei que as boas recomendações de que eu era portador nada me tivessem valido uma melhor acomodação. José Mariano disse-me que o capitão-mor encontrava-se na sua fazenda e que um capitão da Guarda Nacional, a quem ele apresentara a carta do governador da província, se havia recusado a abri-la. A única pessoa que se dispunha a quebrar o lacre fora um sargento, que havia indicado aquele alojamento. Necessitei ao capitão visitar-me e pedi muitas desculpas por não ter me hospedado com ele. Disse-me não iria ver-me, já que se encontrava ausente de sua fazenda. Por volta das nove horas, entretanto, eu recebi sua visita.\n\nOs capitães-mores eram sempre escolhidos entre os homens mais abastados do lugar, e até um certo ponto podias-se julgar, por eles, a região que tinham a seu cargo administrar. Os traços da cidade de Itapetininga apenas serviram para confirmar a triste ideia que eu fazia de seu distrito, pois eles se apresentaram diante de mim com o paletó rotos no cotovelo. De resto, pode deixar de ficar satisfeito com as inúmeras demonstrações de apreço e consideração com que ele me cumuliou.\n\nAo mesmo tempo sede de um distrito e uma termo, a cidade de Itapetininga, que em Minas seria considerada apenas um modesto arraial à época em que passei, fica situada a 30 léguas de São Paulo, a 12 de Sorocaba, a outro tanto e mais em direção a Itapeva, à altura do 23°30′ de lat. austral e do 329°53′18″ de long. a partir do meridiano de Ilha do Ferro504. A cidade deve o seu nome às palavras indígenas itapeti-ny, pedra que não foi encontrada em 1770 pelo Governador da Província de São Paulo, D. Luís Antônio de Sousa505, sendo administrada, no antigo governo, por uma câmara municipal e dos juízes ordinários. A estrada do Sul passa por essa cidade, que fica na extremidade de uma bela planície coberta de capim. Abaixo dela passa um rio que toma o nome de Ribeiro da Itapeitininga e em cuja margem oposta se vê uma pequena mata enfeita a paisagem. O formato da cidade é quase quadrado. O número de casas que compunham, a época de minha viagem, não ia além de sessenta. As casas eram pequenas, feitas de barro e muito mal conservadas. A igreja, dedicada a Nossa Senhora das Mercês506, foi construída uma pequena praça e não possui nem torres nem campanário. Os sinos estavam colocados num pequeno telheiro ao lado do púlpito.\n\nSendo quase todos agricultores, os habitantes de Itapetininga só vão a cidade aos domingos. Isso explica porque eu cheguei, encontrei suas ruas quase desertas. Entretanto, há nela várias vendas e algumas lojas, sendo que as primeiras, principalmente, são muito mal sortidas. Pelos artigos que comprei ali paguei em por centa a mais em relação aos preços de São Paulo. E bem verdade que esta cidade não fica distante dali mais do que 30 léguas; mas os caminhos são difíceis, o transporte, feito em lombo de burro, extremamente vago e a concorrência quase nula.\n\nÀ época de minha viagem Itapetininga contava com um pequeno floricente comércio, que mais tarde dever entrado em declínio. Vendiam-se ali pedras-de-fogo, talhados nos vizinhanças, principalmente em Sambas. “Essas pedras” , dizia Frederick Varhagen por volta de 1814, “são muito boas e de uma cor mais escura que as vêm da França e da Suíça. São talhadas por pessoas pobres com a ajuda de pequenos martelos de 6 polegadas de comprimento, de 1 largura e 1/4 de espessura, como os curtos de madeira. Um trabalhador chega a fazer dezenas por dia, sendo pago entre 6 a 8 vinténs. As pedreiras de Itapetininga são vendidas em grande quantidade, sendo levadas até mesmo ao portos de mar, onde só são mais apreciadas do que as que vêm de estarem perdidas.\n\nPela primeira vez, depois de deixar Sorocaba, encontrei milhorava os mais burros em Itapetininga. Procurei inutilmente em todas as vendas e toucinho, única substância estranha, no Brasil, na natı́vel de onde, quem trabalha, já me mostrou isso. E, não querendo que o capitão-mor não tivesse mandado buscar em sua fazenda uma provisão de algumas libras. Esses fatos bastam para mostrar como era grande a escassez, nesse ano, já que se tratava de uma região essencialmente agrícola, onde aparentemente havia sempre abundância de alimentos.\n\nÀ época em que passei por Itapetininga, seu distrito e sua paróquia, cujos limites são os mesmos, estendiam-se de leste a oeste por cerca de 14 léguas, desde o Rio Sarapuí, que os separava de Sorocaba, até o Rio Parapanema, onde tinha início o território de Itapeva. No norte e no sul as fronteiras eram imprecisas. Na direção do mar, não se distava mais de 20 léguas da cidade, logo se encontravam vastas matas despovoadas, e do lado oposto, onde há descampados, também não se podia ir muito pouco, por causa da presença nas proximidades de índios ainda selvagens, que causavam grande terror. Em 1839 os limites do distrito ainda eram os mesmos, mas a paróquia, outrora única, tinha sido dividida, além da que pertencia à igreja da cidade havia ainda duas outras, a de Tatuí e a de Paranapanema506, ambas situadas ao sul de Itapetininga, entre esta cidade e o mar, ou, melhor dizendo, o pequeno porto de Iguape. Finalmente, pelo decretos provinciais de 1842 e 1844, Tatuí, que era paróquia fazia doze anos, foi desenxada do território de Itapetininga e elevada a cidade509. Em 1820 quase todos os habitantes do distrito eram agricultores. Cultivavam o milho, o arroz e o feijão, enviando esses produtos para Sorocaba, onde a presença das tropas de burros vinda do sul de Minas representava um consumo que as colheitas da região não eram suficientes para atender. Nas partes do distrito onde as geadas não se faziam sentir, tais como os vales, plantavam-se algoeiros e se fabricavam com o seu produto, tecidos grossos, que eram enviados, assim como os arredores de Concsabora, ao Rio Grande do Sul e a Curitiba. Tendo em vista: a existência, nas vizinhanças de Itapetininga, de uma grande extensão de pastos de excelente qualidade, muitos colones se decidiram exclusivamente à criação de gado, o qual era vendido em São Paulo e até mesmo no Rio de Janeiro. Havia também no distrito de Itapetininga alguns engenhos de açúcar, mas pouco mais adiante eles já não eram encontrados. Assim, o Rio Paranapanema poderia te apresentar, no planalto, o limite da região açucareira. As vinhas e principalmente os pesqueiros dão-se bem nesse distrito, segundo dizem. Existem terrenos auríferos entre Itapetininga e o mar, dentro das matas, mas o ouro não é abundante e sua extração falsa entre a alguns poucos e miseráveis faiscadores. A partir de 1820 a população de Itapetininga aumentou bastante. As matrículas ao sul da cidade se tornaram menos desprovidas às culturas, principalmente de cana, foram incrementadas. Em 1837 ou 1838 foram colhidos no distrito de Itapetininga 5.500 arrobas de açúcar, 1.280 alqueires de feijão, uma certa quantidade de arroz e de milho, tendo sido criados 800 bois e 120 burros. Por ocasião da minha viagem, o distrito de Itapetininga contava com 5 ou 6 mil habitantes; em 1838, quando ao cidade de Tatuí ainda pertencia a este distrito, sua população já se elevava a 11.510 indivíduos. O quadro abaixo mostrará densamente a população já revelada em 1815 e 1838. Comparando os dados, podemos tirar algumas conclusões que contribuirão para nos dar um conhecimento mais perfeito dessa região. 1800\nBrancos de ambos os sexos ........................................... 2.172\nMulatos livres de ambos os sexos .................................. 2.755\nNegros livres de ambos os sexos ......................................... 23\nTotal de indivíduos livres ................................................... 4.950\nMulatos escravos de ambos os sexos .................................. 94\nNegros escravos de ambos os sexos ................................... 346\nTotal de escravos ................................................................ 440\nTotal de indivíduos ............................................................. 5.390\n\n1838\nBrancos de ambos os sexos ........................................... 7.422\nMulatos livres de ambos os sexos ................................... 1.097\nNegros livres de ambos os sexos ....................................... 291\nTotal de indivíduos livres .................................................. 8.810\nMulatos escravos de ambos os sexos ................................... 511\nNegros escravos de ambos os sexos .................................. 2.189\nTotal de escravos ............................................................... 2.700\nTotal de indivíduos ........................................................... 11.510\n\nÉ evidente que a localização do distrito de Itapetininga não é tão favorável quanto a dos de Itu, Campinas e Jundiaí, mais próximos da capital da província e do porto de maior movimento. Não obstante, o distrito conta com algumas vantagens consideráveis. A proximidade de Sorocaba garante-lhe, como já foi mostrado, o escoamento de uma parte de seus produtos. Por outro lado, a cidade de Itapetininga não só acha, na realidade, muito distante do mar. Com efeito, em 1838 não eram necessários mais do que quatro dias de viagem por terra e cinco pela Ribeira do iguape para ir de Itapetininga ao pequeno porto de Iguaque.
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CAPÍTULO XI\nA CIDADE DE ITAPETININGA\nDescrição geral das terras situadas entre Sorocaba e Itapetininga, seus habitantes. O Sítio de Pedro Antunes, breves, invenções. Expliques de José Mariano. Terras situadas entre Pedro Antunes e o Rio Sarapuí. Terras situadas entre este rio e a venda de Lambari. Chegada de autor a Itapetininga. Descrição da cidade: comércio, pecuárias, Escassez. O distrito de Itapetininga; sua produção; sua população.\n\nDepois de minha partida de São Paulo eu tinha dado algumas voltas e me desviado bastante da estrada real que faz a ligação direta com o Sul. Voltei e ala ao chegar a Sorocaba e a segui até o Rio Jaguarí baba.\n\nPrimeiramente, visitei a pequena cidade de Itapetininga, distante 12 léguas de Sorocaba, para os lados do sudoeste. Ali não nos achamos numa região desértica, mas deixamos para trás os distritos prósperos e florescentes onde é cultivada a cana-de-açúcar e trazemos numa região pobre e pouco civilizada (1820).\n\nAs terras que atravessava para chegar a Itapetininga são ora planas, ora onduladas e até mesmo montanhosas, apresentando alternadamente campos e pequenas matas. A exceção dos arredores de Sorocaba, onde são entremeados de árvores mirradas, os campos apresentam geralmente gramíneas em moitas isoladas, entre as quais se vê um variado número de outras plantas. Entretanto, depois de Pedro Antunes, num trecho de 3 léguas entre o Rio Sarapuí e o Mato de Lambari, as moitas de gramíneas são extensamente palmáceas de folhas radicais. Essa espécie é conhecida na região pelo nome de Inhadi e produz um fruto cuja polpa é comestível. Em parte alguma se vêem grandes fazendas, mas se encontram muitas habitações esparsas pelos campos, muito pequenas e mal conservadas, denunciando uma extrema miséria. Os moradores desses tristes lugares parecem pertencer à raça branca, sendo oficialmente tratados como tal, mas seus traços mostram, inequivocamente, que eles têm uma mistura de sangue indígena. Aos caracteres que indiciam essa mistura, a que assinalei, costumo acrescentar outros, que recomendo à atenção especial dos antropólogos e natu-ralistas em geral, quais sejam, os cabelos e a cor da tez. Ao passo que os portugueses de raça pura têm a pele morena e os olhos negros, e enquanto os índios possuem olhos e cabelos pretos e uma pele parda, os moradores da região a que me refiro, e que devem a sua origem a duas raças, caracterizam-se por sua tez esbranquiçada e seus claros lundos.\n\nEsses mestiços estão longe de possuir a inteligência dos mulatos, e diferem muito dos fazendeiros brancos da região mais civilizada de Minas Gerais. Estes últimos são homens mais ou menos abastados, que possuem escravos e não cultivam a terra como os próprios nações. Ocorre o contrário entre os colonos brancos, ou pretensamente brancos, da região da Província de São Paulo de que trato nos momentos, os quais não passam de genuínos camponeses. Não possuem escravos, são eles próprios que plantam e fazem a colheita, e, geralmente vivem em extrema miséria. Têm o mesmo espírito e as mesmas rudezas dos nossos camponeses, mas não são nem ativos nem joviais como eles. No domingo passei por uma venda situada nas proximidades de Mato do Lambari, onde se achavam reunidos vários lavradores. Como os seus conterrâneos de Minas, eles também me rodearam, mas o passo que aqueles sempre me untam crivado de perguntas e feito mil questionamentos sobre o objeto de meu trabalho, estes simplesmente se puseram a me contemplar na mais absoluto silêncio.\n\nEsses camponeses eram pobres e mal-vestidos. Andam descalços e percorrendo as nuas, e usam chapéu de abas estreitas e copa muito alta; vestem calças de algodão e uma camisa do mesmo tecido, de fralas soltas e esforçadas; ao pescoço trazem um rosário e a cintura um facho preso a um cinturão de couro. Os mais remedidados usam um colete de interior e o cogichado poncho.\n\nDesnecessário é dizer que as casas desses lavradores são tão pouco apresentáveis em seu interior quanto no seu exterior. As suas parecem, havendo pouca diferença entre elas. Para dar uma ideia do como são, basta-me descrever aqui a habitação que pedia nesta, situada à beira do Rio Sarapuí, limite do distrito de Sorocaba.\n\nA casa era feita de barro e pães trançados e se compunha de três peças pequenas sem janelas, o que as tornava muito escuras. O cômodo onde me receberam era um pouco mais claro do que outro porque dava para o quintal, e a parede, desse lado, era como apenas de pães fincados no chão, a pouca distância uns dos outros. Devido ao custo de me acender fogo no meio do quarto, sobre algumas pedras, as paredes estavam todas energizadas pela luz. O mobiliário consistia num jirau, num par de bancos e em alguns pilares, destinados a socar o milho para fazer fubá.\n\nNão se deve imaginar que a população que acabo de descrever seja limitada às 12 léguas que separam Sorocaba de Itapetininga, pois continuo a encontrar praticamente. pequenas matas desse tipo são chamadas de restinga, denominando que no litoral, ao norte do Rio de Janeiro, é dada as línguas de terra arenosa cobertas de arbustos de hastes espinhosas500. Não creio que em Minas seja dado um nome especial á restingas análogas às Portunidades de São Paulo501.\n\nQuando andava à procura de plantas, encontrei, à beira de um riacho, algumas choupanas feitas com folhas de palmeira e tendo poucos pés de altura, cercadas por um tapume. Um rapaz convenceu-me delicadamente a entrar numa delas. Estendeu um couro no chão, colocou sobre ele o seu punho de m arroz seco. Fazendo a conversa e cic mim, continuo o que era um dos camaradas de uma tropa de burros bravos que vinha do vali ceiro de Faxina. Quando as tropas chegam, são deixadas nos arredores de Sorocaba. Os camaradas armam tendas perto do lugar onde estão os burros e aí ficam até que o prato seja entregue. É o que chamam de invernada. Em geral, esse nome é dado a qualquer lugar onde os trofeus permanecem durante um certo tempo.\n\nEnquanto eu me encontrava no sítio de Pedro Antunes, José Mariano deu-me uma nova prova das suas esquisitices. Ela não tinha comido antes de deixar Sorocaba, e ao chegar ao sítio saiu para caçar, só voltando à noite. Fimiano e o negro Manuel jantaram sem ele, mas guardaram o seu prato junto ao fogo. Ele chegou, estendeu a sua cama e se sentou. Então, repente, porém, começo a espreitá-lo, reclamando que não tinham esperado por com ele. 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Na final dessa pequena floresta atravessou-se o Rio Sarapuí, de pouca largura, por uma de madeira estreita e sem proteção lateral. E esse rio que separa o termo de Sorocaba do de Itapetininga.\n\nParou minha coxinha situada na sua margem esquerda e em muito mau estado de conservação, a qual foi descrita por mim.\n\nNum trecho de 3 léguas depois do rio, até a entrada da pequena Mata de Lambari, as terras se mostram sempre onduladas. Veem-se aqui e ali alguns capões, mas o caminho atravessa ininterruptamente um imenso descampado, onde as moitas de gramas se mostram entremeadas, como já disse, de numerosas palmeiras de folhas radicais. Em algumas baixadas vêem-se árvores de pequeno porte, entre as quais identifiquei muita Mirsináceas. Encontrei na região algumas plantas que eram desconhecidas, mas o restante já tinha sido visto por mim em todos os outros campos. 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Minha tropa me deixou para trás e eu entrei sozinho na cidade, onde encontrei todas as casas fechadas, o que me dificultou descobrir o local onde o meu pessoal estava instalado. Finalmente localizei-os num modesto alojamento, e me indiquei que as boas recomendações de que eu era portador nada me tivessem valido uma melhor acomodação. José Mariano disse-me que o capitão-mor encontrava-se na sua fazenda e que um capitão da Guarda Nacional, a quem ele apresentara a carta do governador da província, se havia recusado a abri-la. A única pessoa que se dispunha a quebrar o lacre fora um sargento, que havia indicado aquele alojamento. Necessitei ao capitão visitar-me e pedi muitas desculpas por não ter me hospedado com ele. Disse-me não iria ver-me, já que se encontrava ausente de sua fazenda. Por volta das nove horas, entretanto, eu recebi sua visita.\n\nOs capitães-mores eram sempre escolhidos entre os homens mais abastados do lugar, e até um certo ponto podias-se julgar, por eles, a região que tinham a seu cargo administrar. Os traços da cidade de Itapetininga apenas serviram para confirmar a triste ideia que eu fazia de seu distrito, pois eles se apresentaram diante de mim com o paletó rotos no cotovelo. De resto, pode deixar de ficar satisfeito com as inúmeras demonstrações de apreço e consideração com que ele me cumuliou.\n\nAo mesmo tempo sede de um distrito e uma termo, a cidade de Itapetininga, que em Minas seria considerada apenas um modesto arraial à época em que passei, fica situada a 30 léguas de São Paulo, a 12 de Sorocaba, a outro tanto e mais em direção a Itapeva, à altura do 23°30′ de lat. austral e do 329°53′18″ de long. a partir do meridiano de Ilha do Ferro504. A cidade deve o seu nome às palavras indígenas itapeti-ny, pedra que não foi encontrada em 1770 pelo Governador da Província de São Paulo, D. Luís Antônio de Sousa505, sendo administrada, no antigo governo, por uma câmara municipal e dos juízes ordinários. A estrada do Sul passa por essa cidade, que fica na extremidade de uma bela planície coberta de capim. Abaixo dela passa um rio que toma o nome de Ribeiro da Itapeitininga e em cuja margem oposta se vê uma pequena mata enfeita a paisagem. O formato da cidade é quase quadrado. O número de casas que compunham, a época de minha viagem, não ia além de sessenta. As casas eram pequenas, feitas de barro e muito mal conservadas. A igreja, dedicada a Nossa Senhora das Mercês506, foi construída uma pequena praça e não possui nem torres nem campanário. Os sinos estavam colocados num pequeno telheiro ao lado do púlpito.\n\nSendo quase todos agricultores, os habitantes de Itapetininga só vão a cidade aos domingos. Isso explica porque eu cheguei, encontrei suas ruas quase desertas. Entretanto, há nela várias vendas e algumas lojas, sendo que as primeiras, principalmente, são muito mal sortidas. Pelos artigos que comprei ali paguei em por centa a mais em relação aos preços de São Paulo. E bem verdade que esta cidade não fica distante dali mais do que 30 léguas; mas os caminhos são difíceis, o transporte, feito em lombo de burro, extremamente vago e a concorrência quase nula.\n\nÀ época de minha viagem Itapetininga contava com um pequeno floricente comércio, que mais tarde dever entrado em declínio. Vendiam-se ali pedras-de-fogo, talhados nos vizinhanças, principalmente em Sambas. “Essas pedras” , dizia Frederick Varhagen por volta de 1814, “são muito boas e de uma cor mais escura que as vêm da França e da Suíça. São talhadas por pessoas pobres com a ajuda de pequenos martelos de 6 polegadas de comprimento, de 1 largura e 1/4 de espessura, como os curtos de madeira. Um trabalhador chega a fazer dezenas por dia, sendo pago entre 6 a 8 vinténs. As pedreiras de Itapetininga são vendidas em grande quantidade, sendo levadas até mesmo ao portos de mar, onde só são mais apreciadas do que as que vêm de estarem perdidas.\n\nPela primeira vez, depois de deixar Sorocaba, encontrei milhorava os mais burros em Itapetininga. Procurei inutilmente em todas as vendas e toucinho, única substância estranha, no Brasil, na natı́vel de onde, quem trabalha, já me mostrou isso. E, não querendo que o capitão-mor não tivesse mandado buscar em sua fazenda uma provisão de algumas libras. Esses fatos bastam para mostrar como era grande a escassez, nesse ano, já que se tratava de uma região essencialmente agrícola, onde aparentemente havia sempre abundância de alimentos.\n\nÀ época em que passei por Itapetininga, seu distrito e sua paróquia, cujos limites são os mesmos, estendiam-se de leste a oeste por cerca de 14 léguas, desde o Rio Sarapuí, que os separava de Sorocaba, até o Rio Parapanema, onde tinha início o território de Itapeva. No norte e no sul as fronteiras eram imprecisas. Na direção do mar, não se distava mais de 20 léguas da cidade, logo se encontravam vastas matas despovoadas, e do lado oposto, onde há descampados, também não se podia ir muito pouco, por causa da presença nas proximidades de índios ainda selvagens, que causavam grande terror. Em 1839 os limites do distrito ainda eram os mesmos, mas a paróquia, outrora única, tinha sido dividida, além da que pertencia à igreja da cidade havia ainda duas outras, a de Tatuí e a de Paranapanema506, ambas situadas ao sul de Itapetininga, entre esta cidade e o mar, ou, melhor dizendo, o pequeno porto de Iguape. Finalmente, pelo decretos provinciais de 1842 e 1844, Tatuí, que era paróquia fazia doze anos, foi desenxada do território de Itapetininga e elevada a cidade509. Em 1820 quase todos os habitantes do distrito eram agricultores. Cultivavam o milho, o arroz e o feijão, enviando esses produtos para Sorocaba, onde a presença das tropas de burros vinda do sul de Minas representava um consumo que as colheitas da região não eram suficientes para atender. Nas partes do distrito onde as geadas não se faziam sentir, tais como os vales, plantavam-se algoeiros e se fabricavam com o seu produto, tecidos grossos, que eram enviados, assim como os arredores de Concsabora, ao Rio Grande do Sul e a Curitiba. Tendo em vista: a existência, nas vizinhanças de Itapetininga, de uma grande extensão de pastos de excelente qualidade, muitos colones se decidiram exclusivamente à criação de gado, o qual era vendido em São Paulo e até mesmo no Rio de Janeiro. Havia também no distrito de Itapetininga alguns engenhos de açúcar, mas pouco mais adiante eles já não eram encontrados. Assim, o Rio Paranapanema poderia te apresentar, no planalto, o limite da região açucareira. As vinhas e principalmente os pesqueiros dão-se bem nesse distrito, segundo dizem. Existem terrenos auríferos entre Itapetininga e o mar, dentro das matas, mas o ouro não é abundante e sua extração falsa entre a alguns poucos e miseráveis faiscadores. A partir de 1820 a população de Itapetininga aumentou bastante. As matrículas ao sul da cidade se tornaram menos desprovidas às culturas, principalmente de cana, foram incrementadas. Em 1837 ou 1838 foram colhidos no distrito de Itapetininga 5.500 arrobas de açúcar, 1.280 alqueires de feijão, uma certa quantidade de arroz e de milho, tendo sido criados 800 bois e 120 burros. Por ocasião da minha viagem, o distrito de Itapetininga contava com 5 ou 6 mil habitantes; em 1838, quando ao cidade de Tatuí ainda pertencia a este distrito, sua população já se elevava a 11.510 indivíduos. O quadro abaixo mostrará densamente a população já revelada em 1815 e 1838. Comparando os dados, podemos tirar algumas conclusões que contribuirão para nos dar um conhecimento mais perfeito dessa região. 1800\nBrancos de ambos os sexos ........................................... 2.172\nMulatos livres de ambos os sexos .................................. 2.755\nNegros livres de ambos os sexos ......................................... 23\nTotal de indivíduos livres ................................................... 4.950\nMulatos escravos de ambos os sexos .................................. 94\nNegros escravos de ambos os sexos ................................... 346\nTotal de escravos ................................................................ 440\nTotal de indivíduos ............................................................. 5.390\n\n1838\nBrancos de ambos os sexos ........................................... 7.422\nMulatos livres de ambos os sexos ................................... 1.097\nNegros livres de ambos os sexos ....................................... 291\nTotal de indivíduos livres .................................................. 8.810\nMulatos escravos de ambos os sexos ................................... 511\nNegros escravos de ambos os sexos .................................. 2.189\nTotal de escravos ............................................................... 2.700\nTotal de indivíduos ........................................................... 11.510\n\nÉ evidente que a localização do distrito de Itapetininga não é tão favorável quanto a dos de Itu, Campinas e Jundiaí, mais próximos da capital da província e do porto de maior movimento. Não obstante, o distrito conta com algumas vantagens consideráveis. A proximidade de Sorocaba garante-lhe, como já foi mostrado, o escoamento de uma parte de seus produtos. Por outro lado, a cidade de Itapetininga não só acha, na realidade, muito distante do mar. Com efeito, em 1838 não eram necessários mais do que quatro dias de viagem por terra e cinco pela Ribeira do iguape para ir de Itapetininga ao pequeno porto de Iguaque.