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MAX DERRUAU\nGEOGRAFIA HUMANA II\nEDITORIAL PRESENÇA MAX DERRUAU\nGEOGRAFIA HUMANA\n2.º VOLUME\n3.ª edição\nEDITORIAL PRESENÇA\nPORTUGAL Minha Impalável Biblioteca\nTítulo original\nPRÉCIS DE GÉOGRAPHIE HUMANE\n© Copyright by Librairie Armand Colin\nTradução de Arlindo Mota\nReservados todos os direitos para a língua portuguesa à\nEDITORIAL PRESENÇA, LDA.\nRua Augusto Gil, 35-A — 1000 LISBOA INTRODUÇÃO\n\nSão múltiplas as actividades não agrícolas: vimos já na geografia da população como podem classificar-se (pág. 107 l. vol.). Todas apresentam em comum a característica de estarem menos dependentes do meio físico do que a agricultura. Mesmo as que, como a extração mineira, se explicam, antes de mais, pela existência duma matéria prima fornecida pela natureza, estão de tal maneira dependentes de factores económicos (o investimento, por exemplo) e criam um meio social tão desligado do meio natural (o aglomerado mineiro) que os factores naturais aparecem no estudo em segundo plano: tudo se passa como se fossem dados de base, já que os fenómenos geográficos suscitados pela existência de matérias primas surgem e evoluem sob a influência de factores humanos.\n\nO edifício geográfico que resulta destas actividades não agrícolas pode ser estudado segundo pontos de vista diferentes: sob o ponto de vista estritamente económico, cria movimentos de capitais e de produtos; do ponto de vista social, estruturas novas, gamas de condições de existência; do ponto de vista espacial, implanta aglomerados ou desenvolve aldeias agrícolas. A geografia humana não despreza nenhum destes pontos de vista, mas não estuda os movimentos de capitais e de produtos enquanto tais: apenas se interessa por estas deslocações na medida em que entram no complexo geográfico.\n\nNem todas as actividades não agrícolas se traduzem em aglomerados urbanos. Existem indústrias rurais quer caseiras, quer artesanais que agrupam vários trabalhadores. Mesmo o comerciante, ou o caixeiro-viajante, ou o motorista de caminhão vivem, por vezes, no campo. Aliás, o mesmo indivíduo pode praticar no mesmo lugar actividades alternativas: agricultor que é também tecelão ou que utiliza os tempos livres de inverno na montagem de relógios (caso\nfrequente no Jura). Pode também migrar, diária ou sazonalmente, do lugar do seu trabalho agrícola para o lugar onde presta um trabalho não agrícola: é o caso dos agricultores que no Inverno vão trabalhar na construção civil. Mesmo que a actividade seja inteiramente consagrada a uma profissão não agrícola (a indústria, por exemplo) a residência pode ser rural ficando a certa distância da fábrica. A fábrica fica algumas vezes agregada a uma aldeia. Enfim, os arrabaldes constituem entre o campo e a cidade zonas de transição onde coexistem actividades agrícolas.\n\nContudo, existe uma desigual relação de interdependência entre as cidades e as actividades não agrícolas. Nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das cidades acompanhou o das actividades industriais e terciárias. Os países que contam a mais baixa percentagem de população urbana são quase exclusivamente agrícolas. Pelo contrário, os países com uma alta percentagem de população urbana são menos votados à agricultura. Por exemplo, a Grã-Bretanha conta com uma população urbana que engloba mais de 80% da sua população total, (95% contando com os arrabaldes) enquanto a porcentagem da sua população agrícola atinge a mais baixa do mundo (3,5%).\n\nÉ pois difícil estudar as actividades não agrícolas sem conceder um lugar de destaque à cidade. Debruçar-nos-emos sobre umas antes de, no livro sexto, estudarmos o aglomerado urbano. frequente no Jura). Pode também migrar, diária ou sazonalmente, do lugar do seu trabalho agrícola para o lugar onde presta um trabalho não agrícola: é o caso dos agricultores que no Inverno vão trabalhar na construção civil. Mesmo que a actividade seja inteiramente consagrada a uma profissão não agrícola (a indústria, por exemplo) a residência pode ser rural ficando a certa distância da fábrica. A fábrica fica algumas vezes agregada a uma aldeia. Enfim, os arrabaldes constituem entre o campo e a cidade zonas de transição onde coexistem actividades agrícolas.\n\nContudo, existe uma desigual relação de interdependência entre as cidades e as actividades não agrícolas. Nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das cidades acompanhou o das actividades industriais e terciárias. Os países que contam a mais baixa percentagem de população urbana são quase exclusivamente agrícolas. Pelo contrário, os países com uma alta percentagem de população urbana são menos votados à agricultura. Por exemplo, a Grã-Bretanha conta com uma população urbana que engloba mais de 80% da sua população total, (95% contando com os arrabaldes) enquanto a porcentagem da sua população agrícola atinge a mais baixa do mundo (3,5%).\n\nÉ pois difícil estudar as actividades não agrícolas sem conceder um lugar de destaque à cidade. Debruçar-nos-emos sobre umas antes de, no livro sexto, estudarmos o aglomerado urbano. PRIMEIRA PARTE\n\nA PESCA INTRODUÇÃO\n\nA pesca sustenta uma numerosa população, especialmente no Extremo-Oriente onde a pouca importância da criação de gado leva a procurar no mar, nos lagos e nos rios, as proteínas necessárias à alimentação. A pesca praticada quer seguindo técnicas primitivas, quer segundo processos que fazem dela uma indústria moderna, que leva em linha de conta as técnicas da navegação, do acondicionamento e refrigeração, dos transportes continentais, da procura dos mercados de consumo, e duma indústria que utiliza os sub-produtos. A pesca não se destina apenas à captura do peixe, mas de todos os produtos aquáticos. Em geral, reduz-se a uma apanha em virtude da dificuldade que o homem encontra em dominar o mundo aquático. Mas em alguns casos, existem verdadeiras criações piscícolas — em geral em meios fechados e calmos como tanques ou lagoas — e a ciência trabalha no sentido de reunir conhecimentos que permitirão uma di criações em pleno mar, destinadas a aumentar o potencial alimentar do homem. A originalidade dos modos de vida piscatórios deve-se à exiguidade do \"habitat\" flutuante, ao contacto permanente com as forças naturais impetuosas, aos acasos da captura que engenharam uma psicologia própria do pescador (papel frequente da superstição). Mas estes modos de vida estão longe de ser uniformes. Dependem de três factores principais: a divisão e as migrações dos peixes e outros seres aquáticos, a configuração das zonas de pesca, as técnicas e a organização económica e social. As exigências ecológicas dos peixes variam evidentemente de uma espécie para outra. Algumas suportam ou procuram mesmo mudanças consideráveis de temperatura (organismos euri- térmicos) ou de salinidade (euralinos); outras exigem uma relativa estabilidade (estenotermos, esteno-alinos); dos estenotermos, uns habitam águas frias, outros águas tépidas ou quentes. Alguns requerem pressões, isto é, profundidades constantes e vivem então numa zona batimétrica definida; o habitat de outras espécies muda sem dificuldade de profundidade. As migrações dos peixes traduzem diferenças entre as necessidades ecológicas dos diversos estádios do crescimento ou da sucessão das estações. Muitos vão desovar em águas diferentes daquelas onde vivem durante o resto da sua existência, a ponto de certas espécies como o sável ou o salmão passarem uma parte da vida nos rios e a outra nos mares. O instinto gregário leva numerosos peixes a juntarem-se em bancos o que constitui uma riqueza para os pescadores. Mas, de qualquer maneira, a abundância de peixe está ligada à capacidade nutritiva dos mares e sobretudo à quantidade de microplâncton presente nas águas. O potencial biogênico dos mares é extremamente variável: conhece-se a relativa pobreza do Mediterrâneo se o compararmos com o Mar do Norte, com as águas da Terra Nova, ou com as de algumas zonas frias das baixas latitudes (costa Noroeste da África, costa do Peru). As migrações de peixes não se processam todos os anos da mesma maneira, devido ao notório aumento das variações de temperatura ou da salinidade do mar e ao reaquecerimento das águas do Ártico que provocou, desde há trinta anos a esta data, uma deslocação das espécies para o Norte. Mas causas ainda desconhecidas, e que os diferentes Institutos de Pesca dos diversos países tentam descobrir, desempenham também um grande papel. Ora, para a pesca costeira, o desaparecimento dos bancos piscatórios é uma verdadeira catástrofe. Foi assim que o centro de pesca de Siglufjoerdur, na Islândia, foi arruinado pelas migrações dos bancos. A pesca industrial conseguiu reagir, graças à sua mobilidade, indo procurar o peixe a maiores distâncias. 1. — Uma zona sententrional, ártica, onde os grandes cetáceos foram dizimados, mas onde subsiste o bacalhau. Com ele, outros peixes, como a selha, pouco consumida em França, mas apreciada na América. O salmão é frequente nos estuários e nos rios onde realiza uma migração anual. Encontra-se também mais a sul. O reaquecimento do Ártico desde o principio do século expulsou para o norte numerosos bancos e trouxe para esta zona peixes mais meridionais.\n\n2. — Mais à sul, uma zona onde predominam o arenque e peixes similares: na Europa corresponde sobretudo ao Mar do Norte onde os pescadores se concentraram em verdadeiras povoações flutuantes servidos por barcos abastecedores de tabaco, de álcool.\n\n3. — A zona da cavala, do atum, da sardinha, é mais meridional. Corresponde na Europa ao Golfo da Gasconha e ao Mediterrâneo. No Japão, estende-se até ao norte de Honshu. Se a zona da sardinha pequena se estende ao longo das costas banhadas por águas frias (Costa de Marrocos, costa do Peru) a dos Tunídeos estende-se até a zona tropical para onde estas espécies migram correntemente.\n\n4. — Por isso, a zona tropical, coberta durante muita parte do ano, está em plena expansão. Aí se encontram grandes sardinhas, atuns e, nos baixos litorais, peixes chatos e grandes lagostins.\n\n5. — Os mares australis estão pouco explorados, excepto para a caça aos grandes cetáceos. Forneceram em 1964 cerca de dois terços desses cetáceos, mas os recursos vão-se esgotando. Resulta desta distribuição de riquezas em peixe e dos factores humanos da exploração uma geografia variável quanto ao volume das capturas. Em 1966, o primeiro produtor de peixe foi o Peru que deve esta posição a um recente desenvolvimento da pesca à anchova e a diversos peixes em vista à produção de farinha de peixe; o Japão, durante muito tempo em primeiro lugar, não passa agora do segundo. Deve-se a classificação entre os primeiros a riqueza das suas águas marinhas, ao grande consumo de peixe e à configuração das zonas de pesca, as técnicas e a organização económica e social. plataformas continentais, e também as águas tropicais, vêm a seguir; os países ribeirinhos do Mar do Norte, e em primeiro lugar a Noruega, que pesca também nas águas frias setentrionais, formam depois um pelotão compacto. Como se vê, alguns destes países só recentemente ascenderam ao mundo da pesca intensiva. As vocações antigas são raras. Muitas vezes, algumas zonas de pesca foram descobertas por habitantes de países afastados: assim, as costas argelinas acolheram durante muito tempo quase unicamente pescadores estrangeiros; o mesmo aconteceu com a Islândia, país terrífico que se converteu a pesca e eliminou, por meio de protecionismos nacionais, a maior parte dos grupos de estrangeiros que vinham pescar nas suas costas. Outras vezes deparamos com migrações sazonais de pescadores, como as que levam, todos os invernos, até as margens das ilhas Lofoten, habitantes das costas da Noruega meridional que pescam lado a lado com os pescadores locais. Mas a independência de residência familiar dos pescadores em relação às áreas de pesca deve-se sobretudo à grande pressão industrial moderna. O pescador do navio-frigorífico foi comprado a um caixeiro-viajante que pescou em meu lugar qual quiser, & que desembarcou e saiu do portão para poder vender melhores condições: o atuneiro-congelador japonês Hoko-Maru N° 1, já em 1958/1959, 13 meses fora do seu porto de matrícula e vendeu uma carga em Veneza, outra no Panamá, e só uma terceira no Japão. No interior das zonas de pesca, as condições locais e especialmente a profundidade modificam a composição da fauna, exigem engenhos diferentes e por consequente influenciam o tipo social e o gênero de vida. Por exemplo, tanto as águas lodosas pouco profundas acolhem, tanto nos estreitos dinamarqueses como nos trópicos, uma multidão de peixes chatos, como os linguados e as solhas. As espécies que vivem no fundo são capturadas por meio de redes raspadoras tais como a rede de arrasto, enquanto que as espécies de profundidade intermédia, chamadas espécies pelágicas, podem ser pescadas a linha, como é o caso do atum. Tudo difere de meio para meio e, evidentemente, as maiores disparidades verificam-se entre os meios anfíbios e o alto-mar.\n\nA pesca em meio anfíbio\n\nOs meios anfíbios, tais como os lagos e as lagunas, ou ainda
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Mesmo as que, como a extração mineira, se explicam, antes de mais, pela existência duma matéria prima fornecida pela natureza, estão de tal maneira dependentes de factores económicos (o investimento, por exemplo) e criam um meio social tão desligado do meio natural (o aglomerado mineiro) que os factores naturais aparecem no estudo em segundo plano: tudo se passa como se fossem dados de base, já que os fenómenos geográficos suscitados pela existência de matérias primas surgem e evoluem sob a influência de factores humanos.\n\nO edifício geográfico que resulta destas actividades não agrícolas pode ser estudado segundo pontos de vista diferentes: sob o ponto de vista estritamente económico, cria movimentos de capitais e de produtos; do ponto de vista social, estruturas novas, gamas de condições de existência; do ponto de vista espacial, implanta aglomerados ou desenvolve aldeias agrícolas. A geografia humana não despreza nenhum destes pontos de vista, mas não estuda os movimentos de capitais e de produtos enquanto tais: apenas se interessa por estas deslocações na medida em que entram no complexo geográfico.\n\nNem todas as actividades não agrícolas se traduzem em aglomerados urbanos. Existem indústrias rurais quer caseiras, quer artesanais que agrupam vários trabalhadores. Mesmo o comerciante, ou o caixeiro-viajante, ou o motorista de caminhão vivem, por vezes, no campo. Aliás, o mesmo indivíduo pode praticar no mesmo lugar actividades alternativas: agricultor que é também tecelão ou que utiliza os tempos livres de inverno na montagem de relógios (caso\nfrequente no Jura). Pode também migrar, diária ou sazonalmente, do lugar do seu trabalho agrícola para o lugar onde presta um trabalho não agrícola: é o caso dos agricultores que no Inverno vão trabalhar na construção civil. Mesmo que a actividade seja inteiramente consagrada a uma profissão não agrícola (a indústria, por exemplo) a residência pode ser rural ficando a certa distância da fábrica. A fábrica fica algumas vezes agregada a uma aldeia. Enfim, os arrabaldes constituem entre o campo e a cidade zonas de transição onde coexistem actividades agrícolas.\n\nContudo, existe uma desigual relação de interdependência entre as cidades e as actividades não agrícolas. Nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das cidades acompanhou o das actividades industriais e terciárias. Os países que contam a mais baixa percentagem de população urbana são quase exclusivamente agrícolas. Pelo contrário, os países com uma alta percentagem de população urbana são menos votados à agricultura. Por exemplo, a Grã-Bretanha conta com uma população urbana que engloba mais de 80% da sua população total, (95% contando com os arrabaldes) enquanto a porcentagem da sua população agrícola atinge a mais baixa do mundo (3,5%).\n\nÉ pois difícil estudar as actividades não agrícolas sem conceder um lugar de destaque à cidade. Debruçar-nos-emos sobre umas antes de, no livro sexto, estudarmos o aglomerado urbano. frequente no Jura). Pode também migrar, diária ou sazonalmente, do lugar do seu trabalho agrícola para o lugar onde presta um trabalho não agrícola: é o caso dos agricultores que no Inverno vão trabalhar na construção civil. Mesmo que a actividade seja inteiramente consagrada a uma profissão não agrícola (a indústria, por exemplo) a residência pode ser rural ficando a certa distância da fábrica. A fábrica fica algumas vezes agregada a uma aldeia. Enfim, os arrabaldes constituem entre o campo e a cidade zonas de transição onde coexistem actividades agrícolas.\n\nContudo, existe uma desigual relação de interdependência entre as cidades e as actividades não agrícolas. Nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das cidades acompanhou o das actividades industriais e terciárias. Os países que contam a mais baixa percentagem de população urbana são quase exclusivamente agrícolas. Pelo contrário, os países com uma alta percentagem de população urbana são menos votados à agricultura. Por exemplo, a Grã-Bretanha conta com uma população urbana que engloba mais de 80% da sua população total, (95% contando com os arrabaldes) enquanto a porcentagem da sua população agrícola atinge a mais baixa do mundo (3,5%).\n\nÉ pois difícil estudar as actividades não agrícolas sem conceder um lugar de destaque à cidade. Debruçar-nos-emos sobre umas antes de, no livro sexto, estudarmos o aglomerado urbano. PRIMEIRA PARTE\n\nA PESCA INTRODUÇÃO\n\nA pesca sustenta uma numerosa população, especialmente no Extremo-Oriente onde a pouca importância da criação de gado leva a procurar no mar, nos lagos e nos rios, as proteínas necessárias à alimentação. A pesca praticada quer seguindo técnicas primitivas, quer segundo processos que fazem dela uma indústria moderna, que leva em linha de conta as técnicas da navegação, do acondicionamento e refrigeração, dos transportes continentais, da procura dos mercados de consumo, e duma indústria que utiliza os sub-produtos. A pesca não se destina apenas à captura do peixe, mas de todos os produtos aquáticos. Em geral, reduz-se a uma apanha em virtude da dificuldade que o homem encontra em dominar o mundo aquático. Mas em alguns casos, existem verdadeiras criações piscícolas — em geral em meios fechados e calmos como tanques ou lagoas — e a ciência trabalha no sentido de reunir conhecimentos que permitirão uma di criações em pleno mar, destinadas a aumentar o potencial alimentar do homem. A originalidade dos modos de vida piscatórios deve-se à exiguidade do \"habitat\" flutuante, ao contacto permanente com as forças naturais impetuosas, aos acasos da captura que engenharam uma psicologia própria do pescador (papel frequente da superstição). Mas estes modos de vida estão longe de ser uniformes. Dependem de três factores principais: a divisão e as migrações dos peixes e outros seres aquáticos, a configuração das zonas de pesca, as técnicas e a organização económica e social. As exigências ecológicas dos peixes variam evidentemente de uma espécie para outra. Algumas suportam ou procuram mesmo mudanças consideráveis de temperatura (organismos euri- térmicos) ou de salinidade (euralinos); outras exigem uma relativa estabilidade (estenotermos, esteno-alinos); dos estenotermos, uns habitam águas frias, outros águas tépidas ou quentes. Alguns requerem pressões, isto é, profundidades constantes e vivem então numa zona batimétrica definida; o habitat de outras espécies muda sem dificuldade de profundidade. As migrações dos peixes traduzem diferenças entre as necessidades ecológicas dos diversos estádios do crescimento ou da sucessão das estações. Muitos vão desovar em águas diferentes daquelas onde vivem durante o resto da sua existência, a ponto de certas espécies como o sável ou o salmão passarem uma parte da vida nos rios e a outra nos mares. O instinto gregário leva numerosos peixes a juntarem-se em bancos o que constitui uma riqueza para os pescadores. Mas, de qualquer maneira, a abundância de peixe está ligada à capacidade nutritiva dos mares e sobretudo à quantidade de microplâncton presente nas águas. O potencial biogênico dos mares é extremamente variável: conhece-se a relativa pobreza do Mediterrâneo se o compararmos com o Mar do Norte, com as águas da Terra Nova, ou com as de algumas zonas frias das baixas latitudes (costa Noroeste da África, costa do Peru). As migrações de peixes não se processam todos os anos da mesma maneira, devido ao notório aumento das variações de temperatura ou da salinidade do mar e ao reaquecerimento das águas do Ártico que provocou, desde há trinta anos a esta data, uma deslocação das espécies para o Norte. Mas causas ainda desconhecidas, e que os diferentes Institutos de Pesca dos diversos países tentam descobrir, desempenham também um grande papel. Ora, para a pesca costeira, o desaparecimento dos bancos piscatórios é uma verdadeira catástrofe. Foi assim que o centro de pesca de Siglufjoerdur, na Islândia, foi arruinado pelas migrações dos bancos. A pesca industrial conseguiu reagir, graças à sua mobilidade, indo procurar o peixe a maiores distâncias. 1. — Uma zona sententrional, ártica, onde os grandes cetáceos foram dizimados, mas onde subsiste o bacalhau. Com ele, outros peixes, como a selha, pouco consumida em França, mas apreciada na América. O salmão é frequente nos estuários e nos rios onde realiza uma migração anual. Encontra-se também mais a sul. O reaquecimento do Ártico desde o principio do século expulsou para o norte numerosos bancos e trouxe para esta zona peixes mais meridionais.\n\n2. — Mais à sul, uma zona onde predominam o arenque e peixes similares: na Europa corresponde sobretudo ao Mar do Norte onde os pescadores se concentraram em verdadeiras povoações flutuantes servidos por barcos abastecedores de tabaco, de álcool.\n\n3. — A zona da cavala, do atum, da sardinha, é mais meridional. Corresponde na Europa ao Golfo da Gasconha e ao Mediterrâneo. No Japão, estende-se até ao norte de Honshu. Se a zona da sardinha pequena se estende ao longo das costas banhadas por águas frias (Costa de Marrocos, costa do Peru) a dos Tunídeos estende-se até a zona tropical para onde estas espécies migram correntemente.\n\n4. — Por isso, a zona tropical, coberta durante muita parte do ano, está em plena expansão. Aí se encontram grandes sardinhas, atuns e, nos baixos litorais, peixes chatos e grandes lagostins.\n\n5. — Os mares australis estão pouco explorados, excepto para a caça aos grandes cetáceos. Forneceram em 1964 cerca de dois terços desses cetáceos, mas os recursos vão-se esgotando. Resulta desta distribuição de riquezas em peixe e dos factores humanos da exploração uma geografia variável quanto ao volume das capturas. Em 1966, o primeiro produtor de peixe foi o Peru que deve esta posição a um recente desenvolvimento da pesca à anchova e a diversos peixes em vista à produção de farinha de peixe; o Japão, durante muito tempo em primeiro lugar, não passa agora do segundo. Deve-se a classificação entre os primeiros a riqueza das suas águas marinhas, ao grande consumo de peixe e à configuração das zonas de pesca, as técnicas e a organização económica e social. plataformas continentais, e também as águas tropicais, vêm a seguir; os países ribeirinhos do Mar do Norte, e em primeiro lugar a Noruega, que pesca também nas águas frias setentrionais, formam depois um pelotão compacto. Como se vê, alguns destes países só recentemente ascenderam ao mundo da pesca intensiva. As vocações antigas são raras. Muitas vezes, algumas zonas de pesca foram descobertas por habitantes de países afastados: assim, as costas argelinas acolheram durante muito tempo quase unicamente pescadores estrangeiros; o mesmo aconteceu com a Islândia, país terrífico que se converteu a pesca e eliminou, por meio de protecionismos nacionais, a maior parte dos grupos de estrangeiros que vinham pescar nas suas costas. Outras vezes deparamos com migrações sazonais de pescadores, como as que levam, todos os invernos, até as margens das ilhas Lofoten, habitantes das costas da Noruega meridional que pescam lado a lado com os pescadores locais. Mas a independência de residência familiar dos pescadores em relação às áreas de pesca deve-se sobretudo à grande pressão industrial moderna. 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Tudo difere de meio para meio e, evidentemente, as maiores disparidades verificam-se entre os meios anfíbios e o alto-mar.\n\nA pesca em meio anfíbio\n\nOs meios anfíbios, tais como os lagos e as lagunas, ou ainda