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Morfologia Vegetal

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Luciana Dias Thomaz\n(Organizadora)\nCarlos Tiago Michel da Silva\nPollyane Lima Peterle\nStefano de Silva Dutra\nTiago Silva Lonenci\n\nMORFOLOGIA VEGETAL\nOrganografia\n\nEditora da UFES - Universidade\nFederal de Espírito Santo - Vitória, 2005 MORFOLOGIA VEGETAL Organografia\n\nSUMÁRIO\n\nRAIZ\nINTRODUÇÃO 13\nMORFOLOGIA 13\nCLASSIFICAÇÃO 15\nANEXO 1 19\n\nCAULE\nINTRODUÇÃO 21\nMORFOLOGIA 21\nCLASSIFICAÇÃO 23\nANEXO 2 29\n\nFOLHA\nINTRODUÇÃO 31\nMORFOLOGIA 31\nFILOTAXIA 33\nCLASSIFICAÇÃO 34\nFOLHAS REDUZIDAS 52\nFOLHAS MODIFICADAS 53\nANEXO 3 55\n\nFLOR\nINTRODUÇÃO 57\nMORFOLOGIA 58\nCLASSIFICAÇÃO 60\nPERIANTO 62\nBRÁTEAS 70\nINFLORESCÊNCIAS 72\nANDROCEU 77\nGINECEU 85\n\nPublicação da Edufes | 2005\n\n11 Luciana Dias Thomaz (Organizadora) Carlos Tiago Michel da Silva, Pollyane Lima Peterle, Stefano de Silva Dutra e Tiago Silva Lonenci\n\nPREFLORAÇÃO 93\nDIAGRAMA FLORAL 94\nFÓRMULA FLORAL 95\nESPOROGENESE E GAMETOGENESE NAS ANGIOSPERMAS 96\nFECUNDAÇÃO 99\nANEXO 4 104\n\nFRUTO\nINTRODUÇÃO 107\nMORFOLOGIA 107\nCLASSIFICAÇÃO 108\nANEXO 5 117\n\nSEMENTE\nINTRODUÇÃO 119\nMORFOLOGIA 119\nDESENVOLVIMENTO 122\nDISSEMINAÇÃO 123\nGERMINAÇÃO 126\n\nÍNDICE DE FIGURAS 127\nLISTA DE FIGURAS EM ANEXO 137\nREFERÊNCIAS 141\n\n12 RAIZ\n\nINTRODUÇÃO\n\nA raiz das plantas é uma estrutura de extrema importância para a conquista do ambiente terrestre, pois além de proporcionar o crescimento de estruturas capazes de se estenderem, subterraneamente, em busca de água e nutrientes essenciais ao metabolismo vegetal, concede também a fixação da planta ao substrato. Em suma, o sistema radicular pode ser caracterizado como o sistema absortivo-fixador: Com relação à fixação, a raiz, ao ramificar-se, forma um feixe radical, aumentando a área e o poder de fixação do vegetal ao solo. Quanto à absorção, a raiz apresenta uma porção constituída por projeções epidérmicas e pelos absorventes que maximizam a capacidade de absorção. O conteúdo absorvido é transferido da raiz, através de um sistema vascular, para os demais tecidos vegetais, conferindo outra importante função da raiz: a condução. O sistema vascular é constituído de xilema (conjunto de vasos, traqueídes, parênquima lenhoso e fibras) nas porções periféricas e floema (conjunto de elementos crivados, células parenquimáticas e fibras) na porção central. Além das funções citadas anteriormente, outra importante função desse órgão vegetativo é a sua capacidade de intumescer-se com reservas nutricionais, garantindo assim um estoque de energia para o vegetal. Dessa forma, as raízes acabam por ocupar uma posição de destaque em diversos setores da economia, tais como alimentício e medicinal.\n\nMORFOLOGIA\n\nA raiz pode ser dividida didaticamente em quatro partes, cada uma com suas características e funções específicas.\n\nPublicação da Edufs 2008\n\n13 São elas (Figura 1.1):\n• Coifa ou caliptra: estrutura em forma de dedo que recobre a porção meristemática presente no ápice radical, protegendo-o contra o atrito do solo e também contra a ação de patógenos. Apresenta importante papel na determinação do geotropismo radical; em virtude da presença de grãos de amido (estatólitos), que indicam a direção da gravidade.\n• Zona lisa ou de crescimento: localizada acima da coifa, compreende a região meristemática da raiz, na qual se observa o maior crescimento dessa estrutura, em virtude da multiplicação e distensão celulares.\n• Zona pilífera ou dos pelos absorventes: localizado logo acima da região lisa, caracteriza-se pela presença de projeções epidérmicas de curta duração, os pelos absorventes, cuja função é a absorção de água e substâncias químicas.\n• Zona suberosa ou de ramificação: localizado logo acima da região absorvente. Com a queda dos pelos absorventes, o tecido periférico se suberiza, tornando-se impenetrável para a absorção. E nessa região se originam raízes secundárias ou radicais.\n\n14 CLASSIFICAÇÃO\n\nQuanto à origem, as raízes podem ser classificadas em:\n• Verdadeiras: são aquelas que se desenvolvem a partir da radícula presente no embrião. A raiz principal e todas as suas ramificações, ou seja, as raízes secundárias são exemplos de raízes normais.\n• Adventícias: são aquelas que se formam em partes aéreas e em caules subterrâneos, ou seja, não apresentam sua origem a partir da radícula presente no embrião, ou da raiz principal por ela formada. As raízes suportes, grampiformes e outras são exemplos de raízes adventícias.\n\nQuanto ao habitat as raízes podem ser: aéreas, aquáticas e subterrâneas.\n• Aéreas: são aquelas totalmente acima da superfície do solo que se desenvolvem no caule ou em certas folhas. As raízes aéreas se dividem em:\n• Epífitas: observadas especialmente em orquídeas, mas também presentes em Araceae e Bromeliaceae. A raiz epífita confere uma ancoragem e fixação no tronco do hospedeiro, enquanto a raiz aérea apresenta as funções de proteção e reservatório d’água, em virtude do velame (vide p. 17) (Fig.1.2; Anexo 1.a). Ex: Tillandsia stricta (cravo-do-mato).\n• Respiratórias ou pneumátforos: observada em determinadas plantas de ambiente alagado, essas raízes com geotropismo negativo crescem para fora do solo encharcado, ultrapassando, no caso dos mangues, o nível das marés mais altas. Os pneumátforos apresentam um revestimento relativamente esponjoso e um aerenquima bem desenvolvido. Sua superfície é munida de aberturas, os pneumátforos, permitindo as trocas gasosas com o exterior (Fig. 1.3; Anexo 1b e 1c). Ex: Avicennia schaueriana (mangue-preto).\n\nPublicação da Edufs 2009\n\n15 • Tabulares ou sapopemas: são raízes achatadas, apresentando aspecto de tábuas, que surgem acima da base do tronco. Adquirem uma orientação perpendicular ao solo, ampliando a base da planta, conferindo-lhe maior estabilidade e sustentação. Ocorrem geralmente em plantas de grande porte, com raízes superficiais (Fig. 1.4; Anexo 1d e 1e). Ex: Ficus sp. (figoli).\n\n• Grampiformes ou aderentes: são raízes adventícias em forma de grampo ou gancho, encontradas em diversos grupos epífitos e trepadores, com a função de fixar o vegetal ao substrato (Fig. 1.5; Anexo 1f e 1g). Ex: Philodendron fragrantissimum (limbé-vermelho).\n\n• Sugadores ou haustórios: são raízes adventícias modificadas, contendo órgãos de contato (apressórios), que apresentam no tecido da planta hospedeira, retirando dela água e sais minerais (no caso de plantas hemiparasitas) e nutrientes (no caso de plantas holoparasitas) (vide OBS. p. 17) (Fig. 1.6). Ex: Cuscuta racemosa (cipó-chumbo).\n\n• Cinturas ou estranguladoras: são raízes adventícias que crescem longitudinalmente e em espessura ao redor do caule da planta hospedeira, envolvendo-a. Desta forma, cessa-se o crescimento em espessura da planta hospedeira e a morte se dá basicamente pelo seccionamento dos vasos (Fig. 1.7). Ex: Ficus clusiifolia (mata-pau).\n\n• Escora ou suporte: são raízes adventícias pelas quais as plantas se apoiam, conferindo às mesmas equilíbrio, uma vez que se desenvolvem em terrenos inconsistentes (pantanosos) ou pelo fato dessas apresentarem uma base muito pequena em relação à sua altura, aumentando dessa forma a base de sustentação do vegetal (Fig. 1.8; Anexo 1h). Ex: Zea mays (milho). OBS:\n\nO velame é formado por uma epiderme pluriestratificada, com células de paredes espessadas que, ao final do seu desenvolvimento, se preenchem de ar, permitindo assim a estocagem de água (FERRI et al., 1981). O velame ainda confere uma coloração esbranquiçada ou argentea às raízes.\n\nPlantas hemiparasitas: são aquelas que, mesmo apresentando folhas verdes, não são autossuficientes e emitem, por isso, raízes alimentadoras ou haustórias que penetraram o xilema da planta hospedeira, retirando apenas água e sais minerais.\n\nPlantas holoparasitas: são aquelas geralmente acromáticas, incapazes de fabricar seu próprio fotossíntese, emitindo raízes eimentadoras ou haustórias que penetraram no floema da planta hospedeira, obtendo o alimento de mesma.\n\n• Aquáticas: são aquelas que se desenvolvem imersas em água (Fig. 1.9; Anexo 1j). Ex: Eichhornia crassipes (aguapé).\n\n• Subterrâneas: são aquelas que se desenvolvem abaixo da superfície do solo. Podem ser:\n\n• Axial ou pivotante: raiz principal originada da radícula, usalmente mais desenvolvida, apresentando ramificações ou raízes secundárias menos desenvolvidas, surgindo lateralmente e ela (Fig. 1.10; Anexo 1k e 1l). Ex: Manihot esculenta (mandioca).\n\n• Fasciculada ou em cabeleira: em virtude da atrofia da raiz principal originada da radícula, esse sistema radicular é constituído por raízes adventícias de igual calibre, formando uma massa de raízes isodimétrica, onde não se distingue uma raiz principal (Fig. 1.11; Anexo 1j). Ex: Eleusine indica (capim-pé-de-galinha). • Ramificada: tipo de raiz na qual as raízes secundárias são semelhantes em tamanho à raiz principal e, desta forma, não se reconhece qual é seu eixo principal (Fig. 1.12). Ex: Bacharis punctigera (s.n.p.).\n\n• Tuberosa: raiz geralmente espessa devido ao acúmulo de reservas nutritivas, por exemplo, amido. Essas raízes são importantes reservas para períodos de dormência ou para a rebrote em plantas cuja parte aérea foi completamente suprimida (Fig. 1.13; Anexo 1k e 1l). A raiz tuberosa pode ser: axial tuberosa, Daucus carota (cenoura), adventícia tuberosa, Dahlia pinnata (dália), ou, ainda, secundária tuberosa, Ipomoea batatas (batata-doce). a\nb\nc\nd\ne\nf\ng\nh\ni