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PROJETO DE PLANTAS INDUSTRIAIS Henrique Martins Rocha Catalogação na publicação Poliana Sanchez de Araujo CRB 102094 R672p Rocha Henrique Martins Projeto de plantas industriais Henrique Martins Rocha Porto Alegre SAGAH 2017 150 p il 225 cm ISBN 9788595021587 1 Engenharia de produção 2 Plantas industriais I Título CDU 6585 Manufatura celular Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto você deve apresentar os seguintes aprendizados Expressar os conceitos relacionados à manufatura celular Relacionar as vantagens os benefícios e as limitações da manufatura celular Identif car critérios para eleger produtos a serem manufaturados em células Introdução O projeto de plantas industriais tem como um de seus pilares a definição de arranjos físicos e diferentes tipos de produtos e processos podem requerer diferentes tipos de arranjos Um desses arranjos é o arranjo físico celular que suporta a execução da denominada manufatura celular que engloba além do arranjo em si conceitos de Qualidade total Justintime e Manutenção produtiva total além da Tecnologia de grupo Neste texto você vai estudar as características na Manufatura celular e como estas diversas estratégias se combinam e se complementam Fundamentos da manufatura celular As decisões sobre o arranjo físico são de grande importância para garantir condições adequadas para o processo produtivo das empresas visto que arranjos inadequados podem comprometer não apenas o fl uxo de materiais eou de recursos produtivos diversos mas também a capacidade da empresa de gerar produtos e serviços rapidamente e com bom padrão de qualidade e confi abilidade Essas decisões levam em consideração os tipos de produtos e serviços o volume e o tipo de processo produtivo de cada um deles Outros fatores igualmente importantes são a fl exibilidade para se adequar a mudanças de demanda bem como o mix de produtos Nesse sentido dois tipos de arranjo físico são dominantes o arranjo físico linear por produto e o funcional por processo O arranjo físico linear pri vilegia a velocidade de produção a eficiência do processo produtivo e a alta capacidade produtiva No entanto esses aspectos comprometem a flexibilidade pois processos e tarefas padronizados em cada estação ou posto de trabalho no arranjo físico linear além de padronizarem os processos demandam uma padronização nos produtos A razão disso é que o arranjo linear estabelece os processos e postos com base nos produtos e desta forma alterações neles podem inviabilizar o aproveitamento do arranjo Por exemplo uma linha de produção em uma montadora de automóveis pode comportar a produção de diferentes modelos na mesma linha visto que apesar das diferenças todos terão que receber painéis volantes bancos rodas etc Assim você pode interpretar que as diferenças entre modelos distintos de automóveis se devem às diferenças entre seus componentes No entanto imagine tentar produzir na mesma linha de produção auto móveis e computadores isso seria praticamente impossível pois são produtos com processos produtivos completamente diferentes logo o arranjo ideal para produzir automóveis seria incompatível com a produção de computadores e viceversa Assim até é possível imaginar que a mesma fábrica consiga produzir automóveis e computadores e provavelmente ambos em arranjos lineares No entanto não nos mesmos arranjos ou seja não na mesma linha precisariam ser linhas dedicadas específicas para cada tipo de produto o que se torna extremamente complexo e caro se forem inúmeros produtos muito diferentes de fato seriam proibitivos o custo e o espaço ocupado por tantas linhas de produção Mas isso não é problema se o arranjo físico for funcional por processo diferentes produtos com diferentes etapas e sequências nos seus processos produtivos vão percorrer diferentes itinerários na planta até que cada processo produtivo de cada produto seja completo Assim há total flexibilidade em termos de volumes mix de produtos e mesmo a inclusão de novos produtos no mix de produção com tal tipo de arranjo além de melhor utilização dos recursos máquinas equipamentos e ferramentas por não estarem dedicados a um único tipo de produto Mas essa flexibilidade tem um custo os altos volumes de produção de determinados produtos podem tornar o ciclo produtivo muito demorado devido à excessiva movimentação dos materiais no arranjo funcional Veja as características e vantagens de cada tipo de arranjo na Figura 1 Manufatura celular 100 Figura 1 Comparação entre tipos de arranjo físico Por produto Eficiência Velocidade Produtividade Por processo Flexibilidade de volume Flexibilidade de processo Flexibilidade de mix Melhor utilização de recursos Tal paradoxo entre os dois tipos de arranjo pode ser resolvido por meio do arranjo físico celular que basicamente é um arranjo físico muito seme lhante ao arranjo físico linear mas que surge a partir de um arranjo funcional buscando assim conciliar as vantagens dos arranjos funcionais com as dos arranjos lineares minimizando seus problemas Mas como isso acontece A partir de um mix de produtos diferentes logo de processos produtivos diferentes que são produzidos em uma planta com arranjo físico funcional devem ser identificados produtos que têm alguma similaridade entre si principalmente em seus processos produtivos A lógica é a de que produtos com processos produtivos parecidos não necessariamente idênticos poderiam ser produzidos no mesmo local respeitando a sequência das tarefas do processo produtivo O arranjo celular também é conhecido como arranjo de tecnologia de grupo TG manufatura celular ilha de manufatura group technology layout cellular layout e group layout A configuração usual de um arranjo celular não é de fato um arranjo linear tradicional de forma a maximizar a flexibilidade os equipamentos são posicionados para que o fluxo de materiais consiga variar seja pulando algumas máquinas e equipamentos seja tomando caminhos ligeiramente diferentes dentro da célula dependendo das características dos produtos que estão sendo produzidos na célula Veja na Figura 2 a configuração de uma célula de manufatura em que são produzidos diversos produtos diferentes 101 Manufatura celular Figura 2 Célula de manufatura Repare que em seu processo produtivo um produto pode passar pelas máquinas 1 2 3 4 5 6 e 7 mas também saltar algumas máquinas caso seu processo não necessite delas Por exemplo pode passar por M1 M2 M5 M6 e M7 ou alternativamente M1 M2 M3 M5 e M7 etc Além disso há flexibilidade para o atendimento a variações de demanda a célula pode ter um único operador capacitado a operar todas as máquinas quando os volumes forem muito baixos o que é denominado OWMM One Worker Multiple Machines um operador múltiplas máquinas ou ter dois três ou mais operadores caso haja uma demanda muito alta Observe que tal tipo de flexibilidade é muito difícil de obter em um arranjo físico linear puro O objetivo deste tipo de arranjo é produzir diferentes famílias de pro dutos isto é produtos com características semelhantes como semelhanças geométricas de processo etc De acordo com Hyer e Wemmerlöv 1984 o aproveitamento dessas similaridades de produção ocorre a pela execução de atividades similares de forma conjunta evitando assim perda de tempo com as alterações necessárias para mudar de uma atividade para outra não relacionada b pela padronização das atividades similares e relacionadas direcionando o foco nas diferenças necessárias e impedindo a duplicação de esforços c pelo armazenamento e pela recuperação de informações de forma eficiente principalmente as relacionadas com problemas repetidos reduzindo assim o tempo de procura por informações bem como elimi nando a necessidade de resolver novamente um problema já solucionado O arranjo celular não é a única característica da chamada manufatura celular Marodin e Saurin 2007 defendem que a manufatura celular inclui Manufatura celular 102 todo o planejamento do sistema sociológico e técnico envolvido em seu fun cionamento composto por fatores técnicos como o agrupamento de processos e produtos além de fatores sociais como os mecanismos de supervisão e o grau de autonomia dos operadores Conforme Groover 2011 a manufatura celular pode ser implementada com métodos manuais ou automatizados sendo que no último caso é chamado de sistema de manufatura flexível FMS Os benefícios esperados do FMS são maior utilização das máquinas menor necessidade de máquinas menos ocupação de espaço rapidez para mudanças redução de estoques redução do tempo de ciclo redução da mão de obra direta e maior produtividade Um aspecto importante é que a flexibilidade do arranjo celular só se mantém se houver alta confiabilidade e versatilidade das máquinas dos processos e das pessoas operadores envolvidos A justificativa dessa afirmação é que as células são unidades pequenas e autônomas e assim por exemplo a quebra de qualquer máquina ou seu mau funcionamento compromete a célula como um todo visto que diferentemente do arranjo funcional não há normalmente uma máquina igual ao lado disponível para uso Da mesma forma os operadores precisam ser capazes de operar adequadamente diferentes máquinas além de trabalhar com processos diferenciados Para tanto aspectos como a aplicação da Manutenção Produtiva Total JIT 5S Manufatura Enxuta e outras técnicas são necessárias Manutenção Produtiva Total TPM e Just in Time A Manutenção Produtiva Total mais conhecida pela sua sigla em inglês TPM Total Productive Maintenance traz em seu nome a noção de envolvimento de profi ssionais de áreas diversas desde os operadores ligados diretamente à produção até o pessoal de manutenção engenheiros de processos projeto desenvolvimento de produtos qualidade etc inserindo as noções de Qualidade Total da Produção nas suas rotinas FOGLIATTO RIBEIRO 2009 por meio da incorporação do TQM Total Quality Management Gerenciamento da 103 Manufatura celular Qualidade Total à manutenção CORRÊA CORRÊA 2004 com o envol vimento de diversas áreas e pessoas e de diversas áreas de conhecimento na busca pela maximização da produtividade na empresa o que reforça a noção de a TPM ser uma fi losofi a e não somente uma técnica Moro 2007 e Cury Netto 2008 relatam a origem da TPM no Japão no início da década de 1960 pela Nippondenso empresa fornecedora de componentes eletrônicos para a Toyota como uma extensão da manutenção preventiva conceito surgido nos Estados Unidos que era utilizado pela empresa Toa Nenryo Kogyo desde os anos 1950 O objetivo da TPM era viabilizar o sistema Just in Time pela melhoria da confiabilidade e pelo aumento da ma nutenibilidade e disponibilidade dos equipamentos De acordo com o Japan Institute of Plant Maintenance c2017 Advanced Consulting Training c2017 Slack Chambers e Johnston 2009 e Fogliatto e Ribeiro 2009 a TPM é um método de gerenciamento que busca atingir zero quebras zero defeitos e zero acidentes por meio de oito pilares 1 Controle inicial Early Management levantamento das falhas e imperfeições e eventuais melhorias incorporadas nas máquinas e equipamentos 2 TPM administrativo Administrative e Office voltado à eliminação das perdas geradas nas atividades administrativas 3 Manutenção planejada conscientização das perdas decorrentes das falhas de equipamentos e as mudanças de mentalidade das divisões de produção e manutenção minimizando falhas e defeitos com o mínimo custo sendo o pilar responsável por todo o planejamento da manutenção no nível macro 4 Manutenção da qualidade destinado a definir condições do equipa mento que evitem defeitos de qualidade com base em procedimentos padronizados próprios para cada equipamento baseados na sua manu tenção no seu tempo de uso e na degradação observada 5 Segurança higiene e meio ambiente com foco no acidente zero pro porciona um sistema que garante a preservação da saúde e do bemestar dos funcionários e do meio ambiente O pressuposto para a boa gestão é manter o ambiente de trabalho em boas condições limpo e seguro 6 Melhoria contínuaKaizen busca erradicar as perdas que reduzem a eficiência do equipamento ou seja perdas i por quebras ii durante o setup e ajustes iii por operação em vazio sem produzir iv por redução de velocidade v por defeitos e retrabalhos e vi de rendi Manufatura celular 104 mento Por meio da eliminação destas perdas melhorase a eficiência global do equipamento 7 Manutenção autônoma MA melhoria da eficiência dos equipa mentos desenvolvendo a capacidade dos operadores para a execução de pequenos reparos e inspeções mantendo o processo de acordo com padrões estabelecidos antecipandose aos problemas potenciais A MA pode ocorrer em três níveis dependendo do nível de responsabilidade assumida i nível de conserto ii nível de prevenção e iii nível de melhoria 8 Treinamento e educação objetiva desenvolver novas habilidades e conhecimentos para o pessoal da manutenção e da produção bem como o aprimoramento da consciência dos colaboradores O foco é a educação na própria empresa ainda que seja estimulada a busca de fontes externas para educação no local de trabalho e em grupo dirigido às atividades diárias para o autodesenvolvimento muitas vezes pelo desdobramento gerente x supervisor x facilitador x chefe x operador A TPM tem alta dependência da postura e das responsabilidades assumidas pela força de trabalho desde as avaliações iniciais pilar 1 a preocupação constante com a eliminação de perdas e ineficiências pilares 2 e 6 o planeja mento e a manutenção da qualidade em todos os aspectos pilares 3 e 4 o foco na segurança de máquinas equipamentos instalações e pessoas bem como do meio ambiente pilar 5 até o emblemático pilar 7 referente à manutenção autônoma que diz respeito ao operador ou usuário do equipamento assumir a postura e responsabilidade de cuidar dele como se fosse seu zelando pelo seu pleno funcionamento e garantindo sua disponibilidade por meio de ações relacionadas ao uso adequado à limpeza à lubrificação a reparos e ao monitoramento de parâmetros e sinais de qualquer irregularidade Para que seja factível a adequação de todos os sete pilares listados em especial o pilar 7 é necessário que haja contínuo treinamento e processo de qualificação e educação de todos os envolvidos pilar 8 105 Manufatura celular De acordo com Fogliatto e Ribeiro 2009 p 248 à medida que os operadores ganham maior experiência nas atividades de manutenção autônoma eles podem assumir maiores responsabilidades como modificações e melhorias nos equipa mentos manuais de inspeção procedimentos de manuseio etc Vantagens benefícios e limitações da manufatura celular De acordo com Adamczuk Trentin e Saurin 2007 Chase Jacobs e Aquilano 2006 Corrêa e Corrêa 2004 Francischini e Fegyveres 2004 o arranjo fí sico e a manufatura celular possuem inúmeras vantagens descritas no Quadro 1 Aumento da flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto Como o setup é mais rápido devido à similaridade entre os diferentes produtos que são produzidos isso acaba reduzindo também os lotes de produção e tornando a operação mais flexível As peças processadas fluem continuamente em pequenos lotes ou mesmo uma a uma Além disso a flexibilidade quanto ao tamanho dos lotes de cada produto permite um elevado nível de produtividade e qualidade diminuindo o transporte dos materiais A célula combina vários estágios de produção portanto menos peças percorrem a área industrial Diminuição dos estoques Com isso há também a redução dos estoques em processo como consequência da redução do tempo de espera dos itens em processamento entre uma máquina e outra Ou seja menos estoques em processo dentro da metodologia JIT além de menos manuseio de materiais devido à proximidade dos equipamentos Há ainda a diminuição de contêineres intermediários e bancadas Quadro 1 Vantagens do arranjo físico e da manufatura celular Continua Manufatura celular 106 Diminuição do transporte de material As distâncias percorridas pelo material em uma célula de produção são pequenas A proximidade de máquinas e equipamentos na célula requer menos movimentação Na maioria das vezes isso elimina a necessidade de equipamentos de movimentação dispendiosos entre um processo e outro O próprio operador pode se encarregar da movimentação manual entre dois estágios de produção Maior satisfação no trabalho e melhores relações humanas As células consistem em poucos trabalhadores que formam uma pequena equipe de trabalho É mais fácil organizar o entrosamento entre os funcionários de uma mesma célula tanto pela proximidade física que acontece nas minilinhas de produção quanto pela facilidade de treinamento e rotação de tarefas entre os trabalhadores Isso promove a centralização da responsabilidade sobre o trabalho e a satisfação do colaborador ao realizálo Melhores habilidades dos operadores Os trabalhadores veem apenas um número limitado de peças diferentes em um ciclo finito de produção portanto a repetição significa uma aprendizagem rápida Os funcionários passam a trabalhar o processo completo de produção do item e não mais tarefas fracionadas como nos demais tipos de arranjos físicos Isso torna o trabalho mais interessante e faz os funcionários se sentirem mais responsáveis pelo processo e valorizados pela empresa Ganhos de velocidade e eficiência de fluxo Também decorrentes pela proximidade dos recursos e pelos fluxos de operações simplificados Melhoria da qualidade devido ao maior conhecimento e senso de responsabilidade dos operadores Os custos da não qualidade são reduzidos pela melhor capacitação dos funcionários em trabalhar com atividades mais restritas variando apenas dentro de uma família de produtos Peças a serem retrabalhadas ficam no próprio setor aonde serão recuperadas agilizando o serviço e evitando que sejam notadas em tempo tardio Essa autossuficiência das células em processar integralmente o processo produtivo de famílias de peças lhes confere a denominação fábricas dentro da fábrica SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2009 Quadro 1 Vantagens do arranjo físico e da manufatura celular Continuação Continua 107 Manufatura celular No entanto também há desvantagens como a possível baixa utilização de máquinas uma tendência de mais investimento em equipamentos ocasionadas pela dedicação de tarefas e pela grande necessidade de treinamento para que a célula possa ser operada de forma eficiente a dedicação pela especificidade para uma família de produtos via de regra uma célula é preparada para um único tipo ou família de produto A célula e seus equipamentos tendem a ficar ociosos quando não há programação de produção para aquela célula específica mesmo que existam recursos produtivos na célula que pudessem estar sendo utilizados e a dificuldade em elaborar o arranjo a dificuldade e a complexidade na elaboração de um arranjo físico celular são maiores que as dos arranjos por processo e por produto Quadro 1 Vantagens do arranjo físico e da manufatura celular O planejamento e controle de produção se tornam mais simples Devido a roteiros mais diretos ocasionando produção mais rápida menor espera em processo menores estoques intermediários melhoria da visibilidade da área e dos processos e antecipação de expedição Continuação De acordo com Slack Chambers e Johnston 2002 o arranjo físico celular pode ser encontrado em atividades não industriais como Lanchonete de supermercado sabendo que é muito mais fácil fazer um consumidor que já está na loja comprar mais do que atrair um novo consumidor para entrar na loja já há algum tempo os grandes varejistas disponibilizaram uma lanchonete no interior de suas instalações Estas lanchonetes possuem um arranjo celular capaz de produzir o serviço de vendas completo de forma independente do supermercado uma vez que a lanchonete possui seu próprio caixa para pagamento funcionários de atendimento balcões e todos os equipamentos que permitem completar o processo de atendimento e venda ao cliente Shopping de lojas de fábricas consiste na agregação de várias lojas ou bancas de fábrica em uma única instalação seguindo o conceito de cluster ou seja um local onde várias empresas concorrentes entre si se reúnem para atrair clientes interessados nos seus produtos por exemplo roupas sapatos informática etc Manufatura celular 108 Tecnologia de grupo O conceito da manufatura celular está ligado à fi losofi a denominada Tecno logia de Grupo TG na qual as peças com similaridades são identifi cadas e agrupadas com o objetivo de buscar vantagens no projeto e na manufatura além de vantagens econômicas advindas da similaridade das peças fabricadas em pequenos lotes tratandoas em conjunto como se fosse uma produção em massa De acordo com Lozada 2016 a tecnologia de grupo surge como um agente de significativa relevância na busca constante por novas tecnologias e pela inovação dos processos produtivos capaz de promover processos mais eficazes com a otimização dos recursos produtivos e das operações Lembrese de que para o desenvolvimento da manufatura celular além do arranjo em si você precisa considerar o agrupamento de famílias de produtos na forma e nas operações necessárias para a manufatura a padronização de máquinas produtos ferramentas e dispositivos com classificação e codificação e a flexibilidade de máquinas para trabalhar para uma família de produtos e executar todas as operações se possível A tecnologia de grupo corresponde a um conceito que busca promover o agrupamento de peças e processos semelhantes para que seja possível a adoção de um arranjo celular por meio do qual seja realizado o maior número possível de atividades antes que a produção seja transferida para outro setor Os princípios essenciais da tecnologia de grupo têm forte relação com o sistema Toyota de produção focado na produção enxuta e na produção Just in Time De acordo com Groover 2011 a similaridade entre as peças permite que elas sejam classificadas em famílias de peças nas quais o processamento Podese classificar o arranjo físico do shopping de fábricas como do tipo celular onde cada loja representa uma célula Feiras e exposições em geral eventos como feiras de utilidades domésticas feiras de livros feiras de maquinário industrial exposições de moda e tecidos etc sem pre têm arranjo físico do tipo celular Cada célula representada por um expositor tem autonomia suficiente para realizar o processo completo da finalidade da feira Maternidade de um hospital onde dificilmente os clientes terão a necessidade de cuidados de outras partes do hospital além daqueles já disponíveis na área de maternidade Leia mais sobre valor e vantagens competitivas no artigo Valor e Vantagem Com petitiva Buscando Definições Relações e Repercussões ITO et al 2012 109 Manufatura celular para todos os seus membros é similar De acordo com o autor sempre há diferenças entre as peças de uma família mas as semelhanças são suficientes para que as peças possam ser agrupadas na mesma família O sucesso da manufatura celular é determinado principalmente pela forma como as peças e máquinas são agrupadas Para a formação das famílias são adotados alguns conceitos sendo os principais GROOVER 2011 1 Inspeção visual usando o discernimento para agrupar peças em famílias com base nas próprias peças ou em suas fotos 2 Classificação e codificação de peças identificando semelhanças e diferenças entre as peças e relacionandoas por meio de um esquema de códigos baseados em atributos do projeto das peças dimensões maiores formato externo básico formato interno básico razão entre comprimento e diâmetro tipo de material função da peça tolerâncias e acabamento superficial e de manufatura das peças principais processos sequência da operação tamanho do lote produção anual máquinaferramenta ferramentas de corte utilizadas tipo de material 3 Análise do fluxo de produção Production Flow Analysis PFA utilizando as informações contidas nos registros dos processos e nas ordens de fabricação com todos os dados operações material tempo equipamentos etc prevendo o registro do fluxograma de processo básico e a determinação dos grupos principais pelas características comuns Manufatura celular 110 1 A manufatura celular tem como uma de suas bases o arranjo físico celular o qual concilia as vantagens de dois outros tipos de arranjo físico São eles a Por produto e por processo b Posicional e de tecnologia de grupo c Por processo e funcional d Por produto e linear e Randômico e holísticos 2 A manufatura celular pode ocorrer com diferentes métodos dentre eles um denominado FMS que representa a Manutenção Produtiva Total b Sistemas automatizado c Sistemas de um operador e máquinas múltiplas d Justintime e 5S cinco Ss 3 A tecnologia de grupo proporciona diversas vantagens estratégicas às empresas a partir do momento em que melhora o processo de manufatura e produz resultados favoráveis ao processo de produção Dentre as vantagens destacase a Aumento do nível de estoque intermediário b Redução do manuseio de materiais c Redução do nível de satisfação no trabalho d O nível de comprometimento dos funcionários com o trabalho não é impactado pela tecnologia de grupo e Redução da flexibilidade 4 Um dos pilares da TPM é o da Manutenção autônoma que pode ser descrita como a busca erradicar as perdas que reduzem a eficiência do equipamento ou seja perdas i por quebras ii durante o setup e ajustes iii por operação em vazio sem produzir iv por redução de velocidade v por defeitos e retrabalhos e vi de rendimento b conscientização das perdas decorrentes das falhas de equipamentos e as mudanças de mentalidade das divisões de produção e manutenção minimizando as falhas e defeitos com o mínimo custo c Melhoria da eficiência dos equipamentos desenvolvendo a capacidade dos operadores para a execução de pequenos reparos e inspeções d levantamento das falhas e imperfeições e eventuais melhorias incorporadas nas máquinas e equipamentos e destinado a definir condições do equipamento que evitem defeitos de qualidade com base em procedimentos padronizados próprios para cada equipamento 5 O conceito da tecnologia de grupo estabelece agrupamentos famílias de peças com a intenção de racionalizar a produção criando uma condição aproveitada pela 111 Manufatura celular célula de manufatura sobre a qual é possível afirmar a A célula é destinada à produção especializada de um único tipo de peça b Na célula são realizadas etapas específicas da produção que é encaminhada a outras células até que o produto seja finalizado c O trabalho na célula é extremamente repetitivo reduzindo a satisfação dos trabalhadores d O desenvolvimento da célula de manufatura é um processo intuitivo a partir do qual são agrupadas as máquinas e os equipamentos dentro da célula e A célula de manufatura torna a produção mais flexível Manufatura celular 112 ADAMCZUK G TRENTIN M G SAURIN T A Análise de manufatura celular critérios de aderência ao conceito de células reais In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHA RIA DE PPRODUÇÃO 27 2007 Foz do Iguaçu Anais Foz do Iguaçu ENEGEP 2007 Disponível em httpwwwabeproorgbrbibliotecaenegep2007tr5704298995 pdf Acesso em 05 ago 2017 ADVANCED CONSULTING TRAINING O que é TPM São Paulo Advanced Consulting Training c2017 Disponível em httpwwwadvancedengcombrsobretpm htm Acesso em 13 mar 2017 CHASE R B JACOBS F R AQUILANO N J Administração da produção para a vantagem competitiva 10 ed Porto Alegre Bookman 2006 CORRÊA H L CORRÊA C A Administração de produção e operações manufatura e serviços uma abordagem estratégica São Paulo Atlas 2004 CURY NETTO W A A importância e a aplicabilidade da manutenção produtiva total TPM nas indústrias 2008 63 f Monografia Graduação em Engenharia de Produção Universidade Federal de Juiz de Fora Juiz de Fora 2008 FOGLIATTO F S RIBEIRO J L D Confiabilidade e manutenção industrial Rio de Janeiro Elsevier 2009 FRANCISCHINI P FEGYVERES A Arranjo físico In CONTADOR J C Coord Gestão de operações 2 ed São Paulo Edgard Blücher 2004 GROOVER M P Automação industrial e sistemas de manufatura 3 ed São Paulo Pearson 2011 HYER N L WEMMERLÖV U Group technology and productivity Harvard Business Review v 62 n 4 p 140149 1984 ITO N C et al Valor e vantagem competitiva buscando definições relações e reper cussões RAC Rio de Janeiro v 16 n 2 art 7 p 290307 marabr 2012 Disponível em httpwwwscielobrpdfracv16n2v16n2a08pdf Acesso em 08 ago 2017 JAPAN INSTITUTE OF PLANT MAINTENANCE JIPS TPM Tokyo JIPM c2017 Disponível em httpswwwjipmorjpen Acesso em 13 mar 2017 LOZADA G Definições de tecnologia de grupo Porto Alegre SAGAH 2016 MARODIN G SAURIN T A Modelo de avaliação de arranjos físicos sob a ótica da manufatura celular MMCEL Revista Gestão Industrial v 3 n 3 p 6686 2007 MORO N Introdução à gestão da manutenção Florianópolis CEFETSC 2007 SLACK N CHAMBERS S JOHNSTON R Administração da produção 3 ed São Paulo Atlas 2009 113 Manufatura celular Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra