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Desenho Técnico
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DESENHO BÁSICO AULA 1 Profª Eliza Yukiko Sawada Timm 2 CONVERSA INICIAL Ao longo desta aula começaremos a apresentar de que maneira o desenho contribui para tornar visíveis as manifestações dos processos criativos mentais do designer além de tornar palpável uma ideia do campo das ideias Todo designer desenha seja com um lápis caneta pincel ou com ferramentas digitais O desenho pode ser livre representacional pictórico ou abstrato No entanto o desenho quando utilizado como ferramenta no processo produtivo do design deve seguir algumas regras e normas já preestabelecidas E é isso que veremos a seguir CONTEXTUALIZANDO Independentemente da área de design gráfico produto animação moda interiores etc é fundamental que você domine as ferramentas representacionais do desenho A representação técnica do desenho permite que o produto ou serviço concebido pelo designer seja corretamente entendido e possa ser reproduzido de maneira rápida e clara pois em um processo de produção industrial o tempo é fundamental ou seja quanto menor for o tempo empregado no processo mais competitivo será o seu produto ou serviço TEMA 1 DESENHO BÁSICO O homem é um ser social sempre viveu em grupos daí a necessidade da comunicação entre os semelhantes Basicamente a comunicação se dá de duas formas a verbal que é a palavra escrita e falada e a comunicação não verbal que é a representada pelo desenho pelo gestual som etc ou seja toda forma de comunicação que não utiliza o verbo A linguagem verbal não é apropriada para descrever forma tamanho e localização espacial Essa descrição é feita de forma mais eficiente por meio da linguagem gráfica do desenho Os primeiros desenhos do ser humano são de até 40000 anos aC já a escrita Suméria data de aproximadamente 4000 anos aC Gomes 1996 O desenho poder até ser considerado como uma capacidade inata de comunicação do homem Desde que nascemos antes de aprendermos a escrever já temos uma apurada percepção espacial e visual conseguimos nos localizar na frente 3 atrás do lado acima e abaixo longe e perto assim como a percepção de tamanho pequeno e grande Se entregarmos para uma criança lápis e papel ela facilmente consegue representar por meio do desenho o mundo que está à sua volta O desenho compreende na história o realismo o desenho figurativo como das pinturas do Renascimento o desenho técnicogeométrico de fundamentação matemática os desenhos etnoculturais em cerâmicas e tapeçarias o desenho não projetivo como diagramas esquemas fluxogramas organogramas gráficos que dão suporte à comunicação técnica e o desenho projetual empregado na arquitetura engenharias design de produto e visual Bortolucci 2005 O desenho é uma das formas mais rápidas e eficazes de comunicação e uma das ferramentas básicas do designer TEMA 2 PONTO LINHA E FORMA Quando desenhamos sempre partimos de uma lista básica de elementos os quais constituem a essência do que vemos e são compostos pelo ponto a linha a forma a direção o tom a cor a textura a dimensão a escala e o movimento Por poucos que sejam são a base de toda informação visual 21 Ponto O ponto é a unidade mais simples do desenho Quando marcamos o papel com um pingo de tinta a ponta do lápis ou então furamos o papel com a ponta seca do compasso pensamos nessa marca como um ponto de referência espacial Qualquer ponto tem grande poder de atração sobre o olhar seja ele natural ou artificial Figura 1 Dondis 1997 4 Figura 1 Ponto natural e artificial Os pontos quando em grande número e justapostos podem dar a ilusão de tom e cor Esse fenômeno foi amplamente utilizado no Impressionismo movimento artístico que surgiu na França do século XIX que valorizava a sensação de luz e movimento em oposição à descrição pura da realidade e do academismo As pinceladas são rápidas como pequenos pontos e as cores não são misturadas na paleta para dar profundidade ou nuances e sim na própria tela Figura 2 Figura 2 Jardim em arcos de Giverny Claude Monet Fonte MONET C 1900 Hoje vários processos de impressão utilizam o mesmo conceito do pontilhismo Figura 3 na impressão de revistas embalagens estamparia etc com a utilização das retículas Figura 4 5 Figura 3 Pontilhismo 1 Figura 4 Pontilhismo 2 Quanto maior o número de pontos maior será a percepção de forma ou direção Figura 5 Figura 5 Pontos organizados Fonte Elaborado pela autora O ponto é a síntese máxima de todo desenho e o início de toda representação visual 22 Linha Pontos muito próximos entre si aumentam a sensação de forma e direção podendo dar origem a outro elemento visual a linha Podemos ainda considerar a linha como o ponto em movimento Figura 6 Dondis 1997 6 Figura 6 Ponto em movimento linha Fonte Elaborado pela autora A linha pode ser observada na natureza nos galhos de uma árvore nas rachaduras do solo e nas teias de aranha Figura 7 e no ambiente na forma de fios de luz nas grades de um jardim e em pontes Figura 8 Figura 7 Linha na natureza Figura 8 Linha no ambiente A linha não é estática pode ser fluida e livre mas também rigorosa e técnica É o elemento essencial do desenho e pode assumir as mais diversas formas das mais delicadas às mais agressivas e tão pessoal quanto a própria personalidade de cada indivíduo Figura 9 Figura 9 Linha agressiva Linha delicada Fonte Elaborado pela autora 23 Forma O ponto em movimento cria a linha e a união das linhas criam as formas Na linguagem do desenho existem três formas básicas o quadrado o triângulo equilátero e a circunferência Cada forma tem características específicas tanto 7 formais quanto conceituais O quadrado tem quatro lados e ângulos iguais e de acordo com a psicologia da forma representa a seriedade a honestidade a exatidão e é estático O triângulo equilátero tem três lados ângulos iguais e representa a ação tensão e conflito pode ser equilibrado eu desequilibrado dependendo da posição A circunferência tem um ponto central e o mesmo raio em toda a sua extensão e representa a proteção o aconchego o infinito e o constante movimento Figura 10 Figura 10 Formas básicas do desenho Fonte Elaborado pela autora Da combinação das três formas básicas do desenho o quadrado o triângulo equilátero e a circunferência derivam todas as outras formas As formas planas são limitadas por linhas conceituais que definem o seu formato e podem ser classificadas como Wong 1998 Geométricas construídas matematicamente Orgânicas limitadas por formas curvas e fluidas Retilíneas limitados por linhas retas de construção não matemática Irregulares limitados por linhas retas e curvas de construção não matemática Feitas à mão caligráficas ou criadas sem o auxílio de réguas ou compasso Acidentais obtidas por meio de efeitos de processos ou materiais ou como o próprio nome diz de forma acidental 8 Figura 11 Classificação das formas Fonte Elaborado pela autora As formas planas são bidimensionais isto é são compostas por duas dimensões o comprimento e a largura O mundo bidimensional é essencialmente uma criação humana a pintura a fotografia e o desenho são alguns deles Já o mundo que habitamos é tridimensional tem comprimento largura e profundidade física Para entender um objeto é necessário examinálo de diversos ângulos e recompor as informações em nossa mente para poder compreendêlo em sua realidade tridimensional Wong 1998 TEMA 3 INSTRUMENTOS DE DESENHO BÁSICO Agora que já conhecemos os elementos e as formas básicas do desenho poderemos começar a falar de desenho geométrico mas antes de iniciarmos será necessário conhecer os instrumentos necessários para as construções geométricas Apesar do uso cada vez maior dos softwares gráficos os procedimentos ainda são utilizados e importantes para que o aluno entenda o processo construtivo e a lógica do desenho geométrico Vamos conhecer os principais instrumentos utilizados os cuidados com os materiais e o seu correto manuseio 31 Lápis ou lapiseira A consistência do grafite tanto do lápis quanto da lapiseira varia desde os moles que são B 2B 3B 4B 5B 6B etc Assim quanto maior o número mais macio será o grafite O grafite médio é representado pelas letras HB e os grafites mais duros são designados de H 2H 3H etc Quanto maior o número maior será a dureza do grafite Figura 12 9 Figura 12 Grafite Fonte Elaborado pela autora Os grafites mais moles são indicados para ilustrações e sketchs para o desenho técnico e geométrico os mais indicados são os grafites médios HB e os duros H e 2H Ao utilizar o lápis ou lapiseira sempre incline um pouco e puxe na direção do traço nunca empurre o grafite Para apagar o grafite as borrachas mais moles são mais indicadas pois as duras podem danificar ou até mesmo rasgar o papel Bortolucci 2005 32 Escalímetro e régua graduada O escalímetro Figura 13 é uma régua triangular que apresenta seis escalas diferentes duas por face como 110 125 150 1100 1125 entre outras O que facilita a construção e a leitura de projetos sem precisar fazer vários cálculos matemáticos Já a régua graduada em centímetros Figura 15 apresenta apenas uma escala a escala 11 lêse um para dez e assim por diante lêse um para 1 Figura 13 Escalímetro Figura 14 Régua graduada 10 O escalímetro e a régua graduada devem ser utilizadas apenas para tomar medidas nunca para traçar retas ou cortar o papel com estilete Para traçar retas o esquadro deverá ser utilizado para o corte de papel a régua de metal 33 Compasso O compasso é utilizado para traçar circunferências e arcos Quando utilizado este deverá estar perpendicular à mesa já com a abertura marcada com o auxílio do escalímetro ou régua Devese marcar a localização da ponta seca do compasso agulha no papel posicionar o compasso e girálo no sentido horário Figura 15 O que deve girar é o compasso nunca o papel Figura 15 Utilização do compasso Fonte Elaborado pelo autor Alguns compassos de melhor qualidade possuem extensor o que permite o traçado de circunferências e arcos de raio maior 11 Figura 16 Compasso com extensor 34 Par de esquadros Um par de esquadros é composto por duas réguas em formato triangular um conhecido como de 45º e outro de 60º Os mais utilizados são os de 30cm de comprimento Figura 17 Par de esquadros de 45º e 60º Fonte Elaborado pelo autor Figura 18 Par de esquadros de 30cm 12 Fonte Elaborado pela autora De preferência utilize esquadros de acrílico transparente sem graduação e cantos retos sem chanfro que prejudicam a execução do desenho Figura 19 Figura 19 Tipo de esquadro com graduação e chanfro não aconselhado para desenho técnico Fonte Elaborado pela autora 35 Transferidor O transferidor serve para medir e construir ângulos Ele é geralmente utilizado para a construção de ângulos quebrados pois alguns ângulos podem ser construídos com o par de esquadros e o compasso O transferidor deve ser preferencialmente transparente e de um tamanho médio de 15cm de diâmetro Figura 20 Transferidor 13 TEMA 4 TRAÇADO DE LINHAS PARALELAS E OBLÍQUAS COM O PAR DE ESQUADROS Os esquadros são utilizados para traçar retas paralelas perpendiculares e inclinadas com o apoio de uma régua T de uma paralela ou do seu par No traçado de retas paralelas verticais a mão fixa um esquadro enquanto o outro é movimentado com a outra mão No traçado de perpendiculares um esquadro serve de apoio e o outro desliza sobre este no ângulo de 90º Bortolucci 2005 Figura 21 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas inclinadas Fonte Elaborado pela autora Com o par de esquadros é possível traçar retas inclinadas com 15º 30º 45º 60º e 75º apenas com a combinação dos ângulos dos esquadros acompanhe no esquema a seguir Figura 22 Figura 22 Combinação dos esquadros para os traçados das retas em ângulos de 15º 30º 45º 60º e 75º 14 Fonte Elaborado pela autora Ainda é possível com o par de esquadros traçar retas paralelas verticais e horizontais utilizando os ângulos de 90º dos esquadros Figura 23 Figura 23 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas verticais e horizontais Fonte Elaborado pela autora Figura 24 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas inclinadas verticais e horizontais 15 Fonte Elaborado pela autora TEMA 5 DESENHO GEOMÉTRICO O desenho geométrico é o estudo de problemas da geometria plana Foram os egípcios que receberam o crédito por uma das primeiras aplicações conhecidas da geometria prática quando se defrontaram com problemas causados pelas enchentes do Rio Nilo mas foram os gregos que desenvolveram as bases da geometria que utilizamos e o nome é derivado de duas palavras gregas ge que significa terra e métron que significa medir A estrutura técnico científica desses conhecimentos ocorreu somente com Euclides no século III aC As construções geométricas são largamente utilizadas no desenho técnico e nos projetos de engenharia arquitetura e design Bortolucci 2005 A geometria surgiu principalmente das necessidades do dia a dia como medir terras construir casas prever os movimentos dos astros e construir pontes Os grandes nomes da geometria são Euclides Arquimedes Apolônio Pitágoras Tales de Mileto Pitágoras é o responsável por um importante teorema sobre o triângulo retângulo que inaugurou um novo conceito matemático contribuindo para o progresso da ciência aplicada As primeiras referências de medida tiveram como base o corpo humano como o palmo o pé o passo o braço e o cúbito Posteriormente foram utilizadas 16 as medidas de apenas um corpo humano geralmente a do rei e com essas medidas construíramse réguas ou cordas com nós Apesar das origens da geometria terem 5000 anos ainda utilizamos os conceitos básicos desenvolvidos que são a base do desenho geométrico e da matemática de hoje A geometria ainda pode ser subdividida em duas partes Geometria plana trata de figuras sobre superfície plana bidimensional Geometria espacial trata dos objetos sólidos tridimensionais 51 Definições e convenções da geometria plana 511 Ponto Não tem dimensão É obtido pela intersecção de duas linhas Figura 25 Ponto formado pela intersecção de duas linhas Fonte Elaborado pela autora 512 Linha É formada por uma sequência de pontos ou o arresto de um ponto Uma linha é reta quando liga dois pontos com o menor comprimento possível Figura 26 Linha 17 Fonte Elaborado pela autora A linha reta r é infinita em ambas as direções Ao se considerar um ponto qualquer que pertença à reta r esta se divide em duas semirretas com origem neste ponto P Bortolucci 2005 Figura 27 Linha reta com ponto P Fonte Elaborado pela autora Denominase segmento de reta o trecho de reta r compreendido entre dois pontos Figura 28 Segmento de reta AB Fonte Elaborado pela autora 513 Ângulo Se duas linhas se encontram em um ponto temos aí um ângulo Na figura a seguir temos um ângulo designado ABC cujo ponto B é o vértice O ângulo é definido por um arco com centro no vértice Figura 29 Ângulo 18 Fonte Elaborado pela autora Uma circunferência completa tem 360º Se o dividirmos por uma reta passando pelo centro teremos duas semicircunferências cada uma com 180º Se passarmos mais uma reta pelo centro perpendicular à primeira teremos quatro quadrantes cada um com 90º Figura 30 Semicircunferência e quadrante Fonte Elaborado pela autora 19 Os ângulos também podem ser denominados de agudo reto obtuso e raso Figura 31 Ângulos agudo reto obtuso e raso Fonte Elaborado pela autora O termo ângulos complementares na geometria referese a dois ângulos que somados totalizam 90º e ângulos suplementares referese a dois ângulos que somados totalizam 180º TROCANDO IDEIAS Que tal trocar ideias com seus colegas e tentar identificar exemplos de comunicação visual não verbal e de que modo ela pode contribuir com a sociedade nos dias de hoje NA PRÁTICA Entender a linguagem do desenho geométrico é essencial para o arquiteto o engenheiro e o designer tanto para projetar um determinado produto quanto para ler e interpretar um desenho para produção Isso se aplica às mais diversas áreas do design FINALIZANDO Nesta aula entramos em contato com os conceitos iniciais de desenho e geometria É importante para o designer compreender as bases do desenho para detalhar e compreender projetos Sem essas bases o profissional não tem total desenvoltura para a criação e desenvolvimento de projetos profissionais e atuar junto à indústria e a produção seriada 20 21 REFERÊNCIAS BORTOLUCCI M A Desenho teoria prática São Carlos USP 2005 DONDIS D A Sintaxe da linguagem visual São Paulo Martins Fontes 1997 GOMES L A V N Desenhismo 2 ed Santa Maria Ed da Universidade Federal de Santa Maria 1996 WONG W Princípios de forma e desenho São Paulo Martins Fontes 1998
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fundamental ou seja quanto menor for o tempo empregado no processo mais competitivo será o seu produto ou serviço TEMA 1 DESENHO BÁSICO O homem é um ser social sempre viveu em grupos daí a necessidade da comunicação entre os semelhantes Basicamente a comunicação se dá de duas formas a verbal que é a palavra escrita e falada e a comunicação não verbal que é a representada pelo desenho pelo gestual som etc ou seja toda forma de comunicação que não utiliza o verbo A linguagem verbal não é apropriada para descrever forma tamanho e localização espacial Essa descrição é feita de forma mais eficiente por meio da linguagem gráfica do desenho Os primeiros desenhos do ser humano são de até 40000 anos aC já a escrita Suméria data de aproximadamente 4000 anos aC Gomes 1996 O desenho poder até ser considerado como uma capacidade inata de comunicação do homem Desde que nascemos antes de aprendermos a escrever já temos uma apurada percepção espacial e visual conseguimos nos localizar na frente 3 atrás do lado acima e abaixo longe e perto assim como a percepção de tamanho pequeno e grande Se entregarmos para uma criança lápis e papel ela facilmente consegue representar por meio do desenho o mundo que está à sua volta O desenho compreende na história o realismo o desenho figurativo como das pinturas do Renascimento o desenho técnicogeométrico de fundamentação matemática os desenhos etnoculturais em cerâmicas e tapeçarias o desenho não projetivo como diagramas esquemas fluxogramas organogramas gráficos que dão suporte à comunicação técnica e o desenho projetual empregado na arquitetura engenharias design de produto e visual Bortolucci 2005 O desenho é uma das formas mais rápidas e eficazes de comunicação e uma das ferramentas básicas do designer TEMA 2 PONTO LINHA E FORMA Quando desenhamos sempre partimos de uma lista básica de elementos os quais constituem a essência do que vemos e são compostos pelo ponto a linha a forma a direção o tom a cor a textura a dimensão a escala e o movimento Por poucos que sejam são a base de toda informação visual 21 Ponto O ponto é a unidade mais simples do desenho Quando marcamos o papel com um pingo de tinta a ponta do lápis ou então furamos o papel com a ponta seca do compasso pensamos nessa marca como um ponto de referência espacial Qualquer ponto tem grande poder de atração sobre o olhar seja ele natural ou artificial Figura 1 Dondis 1997 4 Figura 1 Ponto natural e artificial Os pontos quando em grande número e justapostos podem dar a ilusão de tom e cor Esse fenômeno foi amplamente utilizado no Impressionismo movimento artístico que surgiu na França do século XIX que valorizava a sensação de luz e movimento em oposição à descrição pura da realidade e do academismo As pinceladas são rápidas como pequenos pontos e as cores não são misturadas na paleta para dar profundidade ou nuances e sim na própria tela Figura 2 Figura 2 Jardim em arcos de Giverny Claude Monet Fonte MONET C 1900 Hoje vários processos de impressão utilizam o mesmo conceito do pontilhismo Figura 3 na impressão de revistas embalagens estamparia etc com a utilização das retículas Figura 4 5 Figura 3 Pontilhismo 1 Figura 4 Pontilhismo 2 Quanto maior o número de pontos maior será a percepção de forma ou direção Figura 5 Figura 5 Pontos organizados Fonte Elaborado pela autora O ponto é a síntese máxima de todo desenho e o início de toda representação visual 22 Linha Pontos muito próximos entre si aumentam a sensação de forma e direção podendo dar origem a outro elemento visual a linha Podemos ainda considerar a linha como o ponto em movimento Figura 6 Dondis 1997 6 Figura 6 Ponto em movimento linha Fonte Elaborado pela autora A linha pode ser observada na natureza nos galhos de uma árvore nas rachaduras do solo e nas teias de aranha Figura 7 e no ambiente na forma de fios de luz nas grades de um jardim e em pontes Figura 8 Figura 7 Linha na natureza Figura 8 Linha no ambiente A linha não é estática pode ser fluida e livre mas também rigorosa e técnica É o elemento essencial do desenho e pode assumir as mais diversas formas das mais delicadas às mais agressivas e tão pessoal quanto a própria personalidade de cada indivíduo Figura 9 Figura 9 Linha agressiva Linha delicada Fonte Elaborado pela autora 23 Forma O ponto em movimento cria a linha e a união das linhas criam as formas Na linguagem do desenho existem três formas básicas o quadrado o triângulo equilátero e a circunferência Cada forma tem características específicas tanto 7 formais quanto conceituais O quadrado tem quatro lados e ângulos iguais e de acordo com a psicologia da forma representa a seriedade a honestidade a exatidão e é estático O triângulo equilátero tem três lados ângulos iguais e representa a ação tensão e conflito pode ser equilibrado eu desequilibrado dependendo da posição A circunferência tem um ponto central e o mesmo raio em toda a sua extensão e representa a proteção o aconchego o infinito e o constante movimento Figura 10 Figura 10 Formas básicas do desenho Fonte Elaborado pela autora Da combinação das três formas básicas do desenho o quadrado o triângulo equilátero e a circunferência derivam todas as outras formas As formas planas são limitadas por linhas conceituais que definem o seu formato e podem ser classificadas como Wong 1998 Geométricas construídas matematicamente Orgânicas limitadas por formas curvas e fluidas Retilíneas limitados por linhas retas de construção não matemática Irregulares limitados por linhas retas e curvas de construção não matemática Feitas à mão caligráficas ou criadas sem o auxílio de réguas ou compasso Acidentais obtidas por meio de efeitos de processos ou materiais ou como o próprio nome diz de forma acidental 8 Figura 11 Classificação das formas Fonte Elaborado pela autora As formas planas são bidimensionais isto é são compostas por duas dimensões o comprimento e a largura O mundo bidimensional é essencialmente uma criação humana a pintura a fotografia e o desenho são alguns deles Já o mundo que habitamos é tridimensional tem comprimento largura e profundidade física Para entender um objeto é necessário examinálo de diversos ângulos e recompor as informações em nossa mente para poder compreendêlo em sua realidade tridimensional Wong 1998 TEMA 3 INSTRUMENTOS DE DESENHO BÁSICO Agora que já conhecemos os elementos e as formas básicas do desenho poderemos começar a falar de desenho geométrico mas antes de iniciarmos será necessário conhecer os instrumentos necessários para as construções geométricas Apesar do uso cada vez maior dos softwares gráficos os procedimentos ainda são utilizados e importantes para que o aluno entenda o processo construtivo e a lógica do desenho geométrico Vamos conhecer os principais instrumentos utilizados os cuidados com os materiais e o seu correto manuseio 31 Lápis ou lapiseira A consistência do grafite tanto do lápis quanto da lapiseira varia desde os moles que são B 2B 3B 4B 5B 6B etc Assim quanto maior o número mais macio será o grafite O grafite médio é representado pelas letras HB e os grafites mais duros são designados de H 2H 3H etc Quanto maior o número maior será a dureza do grafite Figura 12 9 Figura 12 Grafite Fonte Elaborado pela autora Os grafites mais moles são indicados para ilustrações e sketchs para o desenho técnico e geométrico os mais indicados são os grafites médios HB e os duros H e 2H Ao utilizar o lápis ou lapiseira sempre incline um pouco e puxe na direção do traço nunca empurre o grafite Para apagar o grafite as borrachas mais moles são mais indicadas pois as duras podem danificar ou até mesmo rasgar o papel Bortolucci 2005 32 Escalímetro e régua graduada O escalímetro Figura 13 é uma régua triangular que apresenta seis escalas diferentes duas por face como 110 125 150 1100 1125 entre outras O que facilita a construção e a leitura de projetos sem precisar fazer vários cálculos matemáticos Já a régua graduada em centímetros Figura 15 apresenta apenas uma escala a escala 11 lêse um para dez e assim por diante lêse um para 1 Figura 13 Escalímetro Figura 14 Régua graduada 10 O escalímetro e a régua graduada devem ser utilizadas apenas para tomar medidas nunca para traçar retas ou cortar o papel com estilete Para traçar retas o esquadro deverá ser utilizado para o corte de papel a régua de metal 33 Compasso O compasso é utilizado para traçar circunferências e arcos Quando utilizado este deverá estar perpendicular à mesa já com a abertura marcada com o auxílio do escalímetro ou régua Devese marcar a localização da ponta seca do compasso agulha no papel posicionar o compasso e girálo no sentido horário Figura 15 O que deve girar é o compasso nunca o papel Figura 15 Utilização do compasso Fonte Elaborado pelo autor Alguns compassos de melhor qualidade possuem extensor o que permite o traçado de circunferências e arcos de raio maior 11 Figura 16 Compasso com extensor 34 Par de esquadros Um par de esquadros é composto por duas réguas em formato triangular um conhecido como de 45º e outro de 60º Os mais utilizados são os de 30cm de comprimento Figura 17 Par de esquadros de 45º e 60º Fonte Elaborado pelo autor Figura 18 Par de esquadros de 30cm 12 Fonte Elaborado pela autora De preferência utilize esquadros de acrílico transparente sem graduação e cantos retos sem chanfro que prejudicam a execução do desenho Figura 19 Figura 19 Tipo de esquadro com graduação e chanfro não aconselhado para desenho técnico Fonte Elaborado pela autora 35 Transferidor O transferidor serve para medir e construir ângulos Ele é geralmente utilizado para a construção de ângulos quebrados pois alguns ângulos podem ser construídos com o par de esquadros e o compasso O transferidor deve ser preferencialmente transparente e de um tamanho médio de 15cm de diâmetro Figura 20 Transferidor 13 TEMA 4 TRAÇADO DE LINHAS PARALELAS E OBLÍQUAS COM O PAR DE ESQUADROS Os esquadros são utilizados para traçar retas paralelas perpendiculares e inclinadas com o apoio de uma régua T de uma paralela ou do seu par No traçado de retas paralelas verticais a mão fixa um esquadro enquanto o outro é movimentado com a outra mão No traçado de perpendiculares um esquadro serve de apoio e o outro desliza sobre este no ângulo de 90º Bortolucci 2005 Figura 21 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas inclinadas Fonte Elaborado pela autora Com o par de esquadros é possível traçar retas inclinadas com 15º 30º 45º 60º e 75º apenas com a combinação dos ângulos dos esquadros acompanhe no esquema a seguir Figura 22 Figura 22 Combinação dos esquadros para os traçados das retas em ângulos de 15º 30º 45º 60º e 75º 14 Fonte Elaborado pela autora Ainda é possível com o par de esquadros traçar retas paralelas verticais e horizontais utilizando os ângulos de 90º dos esquadros Figura 23 Figura 23 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas verticais e horizontais Fonte Elaborado pela autora Figura 24 Posicionamento dos esquadros para traçar retas paralelas inclinadas verticais e horizontais 15 Fonte Elaborado pela autora TEMA 5 DESENHO GEOMÉTRICO O desenho geométrico é o estudo de problemas da geometria plana Foram os egípcios que receberam o crédito por uma das primeiras aplicações conhecidas da geometria prática quando se defrontaram com problemas causados pelas enchentes do Rio Nilo mas foram os gregos que desenvolveram as bases da geometria que utilizamos e o nome é derivado de duas palavras gregas ge que significa terra e métron que significa medir A estrutura técnico científica desses conhecimentos ocorreu somente com Euclides no século III aC As construções geométricas são largamente utilizadas no desenho técnico e nos projetos de engenharia arquitetura e design Bortolucci 2005 A geometria surgiu principalmente das necessidades do dia a dia como medir terras construir casas prever os movimentos dos astros e construir pontes Os grandes nomes da geometria são Euclides Arquimedes Apolônio Pitágoras Tales de Mileto Pitágoras é o responsável por um importante teorema sobre o triângulo retângulo que inaugurou um novo conceito matemático contribuindo para o progresso da ciência aplicada As primeiras referências de medida tiveram como base o corpo humano como o palmo o pé o passo o braço e o cúbito Posteriormente foram utilizadas 16 as medidas de apenas um corpo humano geralmente a do rei e com essas medidas construíramse réguas ou cordas com nós Apesar das origens da geometria terem 5000 anos ainda utilizamos os conceitos básicos desenvolvidos que são a base do desenho geométrico e da matemática de hoje A geometria ainda pode ser subdividida em duas partes Geometria plana trata de figuras sobre superfície plana bidimensional Geometria espacial trata dos objetos sólidos tridimensionais 51 Definições e convenções da geometria plana 511 Ponto Não tem dimensão É obtido pela intersecção de duas linhas Figura 25 Ponto formado pela intersecção de duas linhas Fonte Elaborado pela autora 512 Linha É formada por uma sequência de pontos ou o arresto de um ponto Uma linha é reta quando liga dois pontos com o menor comprimento possível Figura 26 Linha 17 Fonte Elaborado pela autora A linha reta r é infinita em ambas as direções Ao se considerar um ponto qualquer que pertença à reta r esta se divide em duas semirretas com origem neste ponto P Bortolucci 2005 Figura 27 Linha reta com ponto P Fonte Elaborado pela autora Denominase segmento de reta o trecho de reta r compreendido entre dois pontos Figura 28 Segmento de reta AB Fonte Elaborado pela autora 513 Ângulo Se duas linhas se encontram em um ponto temos aí um ângulo Na figura a seguir temos um ângulo designado ABC cujo ponto B é o vértice O ângulo é definido por um arco com centro no vértice Figura 29 Ângulo 18 Fonte Elaborado pela autora Uma circunferência completa tem 360º Se o dividirmos por uma reta passando pelo centro teremos duas semicircunferências cada uma com 180º Se passarmos mais uma reta pelo centro perpendicular à primeira teremos quatro quadrantes cada um com 90º Figura 30 Semicircunferência e quadrante Fonte Elaborado pela autora 19 Os ângulos também podem ser denominados de agudo reto obtuso e raso Figura 31 Ângulos agudo reto obtuso e raso Fonte Elaborado pela autora O termo ângulos complementares na geometria referese a dois ângulos que somados totalizam 90º e ângulos suplementares referese a dois ângulos que somados totalizam 180º TROCANDO IDEIAS Que tal trocar ideias com seus colegas e tentar identificar exemplos de comunicação visual não verbal e de que modo ela pode contribuir com a sociedade nos dias de hoje NA PRÁTICA Entender a linguagem do desenho geométrico é essencial para o arquiteto o engenheiro e o designer tanto para projetar um determinado produto quanto para ler e interpretar um desenho para produção Isso se aplica às mais diversas áreas do design FINALIZANDO Nesta aula entramos em contato com os conceitos iniciais de desenho e geometria É importante para o designer compreender as bases do desenho para detalhar e compreender projetos Sem essas bases o profissional não tem total desenvoltura para a criação e desenvolvimento de projetos profissionais e atuar junto à indústria e a produção seriada 20 21 REFERÊNCIAS BORTOLUCCI M A Desenho teoria prática São Carlos USP 2005 DONDIS D A Sintaxe da linguagem visual São Paulo Martins Fontes 1997 GOMES L A V N Desenhismo 2 ed Santa Maria Ed da Universidade Federal de Santa Maria 1996 WONG W Princípios de forma e desenho São Paulo Martins Fontes 1998