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DESENHO DE OBSERVAÇÃO AULA 3 Prof Péricles Varella Gomes 2 CONVERSA INICIAL Para o mundo da arte do design e da arquitetura o estilo é importante afinal tudo pode ser arte depende do artista seu estilo seu traço e o valor que as pessoas darão para a sua obra Mas para isso é possível destacar artifícios que simplificam a identificação de um desenho como expressivo e criativo ou feio e sem valor Nesta aula vamos falar sobre luz e sombra claro e escuro e como o domínio destas técnicas nos guiam para um desenho mais expressivo e com tridimensionalidade A luz e a sombra vão complementar os seus desenhos quando você precisar expressar maior realismo seja em uma perspectiva de arquitetura para apresentar a um cliente um objeto inovador de design de produto ou desenho de corpo humano Domingues 2011 descreve o poder da luz e sombra como um fator não só estético mas igualmente espacial Seria importante entender quão relevante pode chegar a ser a luz na definição de um espaço ou de um objeto A quantidade de luz que chega sobre a superfície será encarregada de dar profundidade eou relevo de dito plano Vamos observar uma das obras mais conhecidas de Leonardo da Vinci A Última Ceia 1498 Figura 1 Luz e sombra no Renascimento Crédito Renata SedmakovaShutterstock 3 Podemos perceber que a luz destaca o primeiro plano dando impressão de profundidade em contraste com a sombra na parte posterior do ambiente A perspectiva é uma técnica muito usada e aprimorada com o surgimento do Renascentismo Buchan 2014 descreve o uso desta técnica nas obras de Da Vinci O chiaroscuro luz e sombra ou mais literalmente claroescuro é uma técnica inovadora de pintura do artista Leonardo da Vinci pintor renascentista do século XV juntamente com o sfumato O claroescuro se define pelo contraste entre luz e sombra na representação de um objeto Também chamado de perspectiva tonal A técnica exige um conhecimento de perspectiva do efeito físico da luz em superfícies e das sombras da tinta e de sua matização CONTEXTUALIZANDO Agora vamos nos aprofundar neste assunto tão importante para o nosso aprimoramento na técnica do desenho à mão livre O que é a luz e sombra Qual o seu papel no desenho de observação O nosso olho percebe fundamentalmente a luz e por consequência as sombras que a luz projeta Sendo assim luz e sombra ou claroescuro são fundamentais para a beleza e volumetria desejada no desenho Figura 2 Luz e sombra nas faces Crédito Pericles Varella Gomes A nossa capacidade de observar e traduzir para o papel o que estamos vendo é a parte mais importante deste artifício Conheça os tipos de traçado para fazer o efeito de luz e sombra Figura 3 Sombreamento plano 4 Crédito phloxiiShutterstock Figura 4 Sombreamento de linha Crédito IrmunShutterstock Figura 5 Sombreamento por trama Crédito Alena NikifaravaShutterstock Ao longo da aula vamos entender melhor o conceito do chiaroscuro estudar texturas fazer exercícios e aumentar o seu repertório artístico TEMA 1 CLAROESCURO NA ARTE E NA FÍSICA O claroescuro ou chiaroscuro em italiano define a técnica do contraste em um desenho contrastes de luz e sombra representados por tons de uma cor que vão do mais escuro para o mais claro demonstrando a posição e dimensão no papel do objeto 5 Domingues 2011 faz uma descrição breve do que representa o claro escuro Quando se fala em claroescuro o definimos como as relações de luz e sombra que podem existir no plano em um objeto ou em um espaço Buscase precisamente o contraste do claroescuro para dar tridimensionalidade ou melhor dito dar a ilusão de volume à representação de um espaço qualquer a passagem gradual da luz e a sombra será a encarregada de potenciar essa terceira dimensão dar profundidade ao que se vê como plano e lhe outorgar uma particular qualidade espacial Figura 6 A luz e sombra nas faces Crédito MarinaSMShutterstock Há diversos pontos a se atentar nesta técnica Não basta olhar apenas para os pontos mais escuros devese perceber o brilho ou seja a área que não será pintada representando maior concentração da luz meiotom sombra luz refletida e sombra projetada e assim você terá um ponto de referência Vamos usar um exemplo real para você entender a importância da luz e sombra em nossas vidas Veja a fotografia da Lua a seguir e tente perceber como a luz solar e as sombras são vitais na percepção de sua esfericidade 6 Figura 7 A Lua e suas sombras Crédito djsknatShutterstock Vamos entrar um pouco mais em detalhes nos elementos que compõem o claro escuro Você deve analisar atentamente a próxima figura e perceber as diferentes luzes e sombras que existem na cena Figura 8 Demonstração prática de luzes e sombra numa esfera 11 Treinando os olhos Para você dominar a representação da luz e sombra não é necessário apenas saber desenhar É fundamental conseguir observar a fonte da luz incidente nas faces ou de nada adiantará um traço correto Nogueira 2018 descreve a percepção da sombra ao se observar o ambiente como técnica para criar uma ilusão de terceira dimensão ressaltando a importância de saber olhar A luz e sombra é a parte do acabamento mais importante não dá para você imaginar um objeto finalizado se este não tiver luz e sombra Antes de desenhar a luz e as sombras que você vê você precisa treinar seus olhos para ver como um artista Os valores são os diferentes tons de 7 cinza entre o branco e o preto Os artistas usam valores para traduzir a luz e as sombras que veem em sombreamento criando assim a ilusão de uma terceira dimensão Você deve observar como os diferentes tons estão contrastando em um objeto para que tenha sempre a referência de um para o outro Desenhar é sempre um apoio da referência que você identifica Seja na proporção texturas ou sombras cada camada e setor do desenho exige um pensamento diferente TEMA 2 EXERCÍCIO DOS 7 TONS DE CINZA Existem inúmeros meios de começar a exercitar a prática da luz e sombra Um dos primeiros exercícios é o que ilustra nuances tonais e conduz ao entendimento da intensidade que deve ser aplicada para chegar ao resultado almejado ou o material mais correto No exercício 7 tons de cinza vamos dividir uma folha em 3 linhas horizontais e 3 linhas verticais Figura 9 Divisão para o exercício Na figura você pode ver como dividir a folha e ter uma noção da separação que irá se transformar em tons iguais e diferentes gradativamente Aqui estaremos exercitando a luz e sombra sem observar nada ao nosso redor Vamos entender a lógica desta técnica 8 Figura 10 7 tons de cinza Crédito Pericles Varella Gomes Começando pelo retângulo número 1 que será o mais claro deixeo em branco observase que ele será nosso ponto de referência para o próximo e assim por diante Este exercício mostra como você pode diferenciar os tons apertando com mais força o lápis contra o papel com mais ou menos velocidade e o número de vezes em que você passa o lápis em cima do mesmo quadrante ou usando lápis diferentes 4B 6B etc Figura 11 Exemplo de 7 tons de cinza finalizado Na Figura 11 temos o exemplo do exercício realizado por um aluno de Desenho de Observação É possível perceber os locais em que foi aplicada mais força e a preocupação do estudante em manter a mesma tonalidade dos retângulos transversais e diferenciar o seguinte TEMA 3 ANALISANDO UM RENASCENTISTA O Renascimento foi um período na história que desenvolveu produções em diferentes dimensões na sociedade humana Foi um movimento cultural 9 intelectual e artístico que surgiu na Itália no século XIV quando o homem se desvencilhava do divino tendo uma visão mais antropocêntrica As artes foram desenvolvidas e muito do que consumimos hoje é consequência dos avanços do Renascimento Buchan 2014 nos conta um pouco da peculiaridade deste período O Renascimento foi repleto de inovações técnicas no campo artístico A observação direta da realidade é uma delas Assim os artistas costumavam desenhar exaustivamente para melhor representarem em suas pinturas e esculturas aquilo que estava diante deles Outras invenções importantes foram a pintura de cavalete com a utilização de uma tela colocada sobre esse suporte e o aprimoramento e uso popularizado da tinta a óleo mistura de pigmentos com óleos vegetais pois permitiram tanto o deslocamento e comercialização das obras quanto uma maior vivacidade nas cores e efeitos mais realistas nas pinturas Além disso os artistas antes anônimos passaram a ser valorizados pela sociedade Com isso teve início a prática do autorretrato que podemos comparar em menores proporções com as atuais selfies 31 Exercício de análise de luz e sombra em Veermer Vamos agora analisar uma obra clássica para entender melhor como estes conceitos de luz e sombra foram utilizados pelos grandes mestres da pintura O quadro a óleo de Vermeer ilustra bem as dinâmicas importantes que luz e sombra imprimem quando se busca realismo e profundidade Figura 12 Claroescuro na obra de Vermeer Crédito Johannes Vermeer 16321675CCPD Perceba no rosto da jovem retratada que a luz vem da esquerda para a direita quase horizontalmente dandolhe um caráter dramático As sombras resultantes valorizam a volumetria e a beleza do rosto e das cores Olhando com mais cuidado vemos que o nariz e a testa são as partes mais iluminadas O nariz tem sombras próprias sem as quais não seria tão 10 perceptível a sua beleza Veja também que o queixo passa a ter um volume bem definido graças ao efeito da luz e sombra O brinco da jovem está na parte escura do rosto e ficou bastante realçado pelas sombras deste lado Existe um reflexo uma contraluz que imprime um volume sutil no rosto em volta do brinco O pano azul da cabeça também se beneficia das luzes e sombras para obter uma volumetria muito expressiva Os olhos são particularmente expressivos em grande parte pela volumetria dos globos oculares graças à luz e sombra Finalmente o fundo preto do quadro valoriza tremendamente a composição da cena completandoa de forma magistral De agora em diante observe desenhe e também fotografe sempre tentando valorizar estes aspectos de luz e sombra Você se surpreenderá como suas imagens começarão a ter vida própria TEMA 4 TEXTURAS NA TEORIA E NA PRÁTICA O desenho exige um tratamento gráfico de superfície e planos A textura deve ser trabalhada para tornar o desenho mais elegante enfatizar a perspectiva e definir os materiais que compõem o objeto sendo desenhado As texturas representam superfícies porque todo objeto plano ou face possui uma textura seja um tijolo pedra madeira concreto vidro ou mármore Usamos as texturas para dar efeitos de Iluminação Reflexão Curvatura e arestas Escala e proporção Especificar madeira plástico metal pedra etc A textura é mais um meio de identificar melhor os elementos em um desenho Os artistas usam este artifício para expressar planos e meios diferentes dando mais personalidade ao desenho e maior entendimento ao observador de sua arte Domingues 2011 relata que a textura bemfeita potencializa o valor artístico da obra sendo um meio de comunicação complementar nunca estando sozinho 11 É claro que essas variáveis instrumentais não devem se confundir com a expressão formal do desenho senão que devem ser utilizadas como intenção da mensagem de materialização que o desenhista pretende transmitir através do seu croqui tais texturas e efeitos possuem características da máquina não são avaliadas em si mesmas e sim a partir de sua aplicação estimada como valor acrescentando ao desenho Figura 13 Texturas Crédito jumpingsackShutterstock A textura dá características reais a um desenho e faz com que possam ser identificados os vários planos O croqui tem a função de transferir ideias traduzir pensamentos e expressar inúmeras coisas e a textura levará o artista a atingir este objetivo com mais facilidade Inclusive a ausência de textura pode significar algo que o artista quer transmitir Mas quais são os tipos de textura Existem infinitos estilos mas vamos separar alguns que ajudam na percepção visual do desenho Rugosos ou lisos Duros ou macios Leves ou pesados Brilhante ou foscos Transparentes ou opacos Homogêneos ou heterogêneos Toscos ou sutis 12 41 Desenhando texturas Agora que você já sabe a importância e o valor da textura vamos fazer exercícios simples em uma folha de papel separe alguns quadrantes para desenhar Figura 14 Texturas Crédito Haryadi CH Shutterstock Olhe ao seu redor e transfira para o papel as texturas que estão no entorno Tente fazer isso olhando para as faces de objetos Perceba como cada um possui texturas diferentes e a luz e a sombra também influenciam de maneira diferente Você pode também pegar a folha em que está desenhando e colocar em cima de uma face com textura protuberante e pintar por cima Você verá como o desenho resultante traduz a real textura TEMA 5 PRIMEIRO TRABALHO ARTÍSTICO Como vimos a luz e a sombra atribuem valor gráfico ao desenho e portanto enriquecem a percepção e aumentam a ideia de tridimensionalidade Neste exercício vamos olhar para a seguinte figura 13 Figura 13 Volumes Crédito Pericles Varella Gomes 51 Desenhando sombras e texturas Olhando a figura acima descubra qual a direção da fonte de luz que incide nas faces dos volumes Perceba que há uma fonte principal que proporciona um contraste bem definido Aqui vai um checklist Direção da luz Comece fazendo o esboço das formas lembrese de quando vimos círculos ovais e retas Após o esboço lembrese das texturas Sempre faça contornos leves e sem força a luz e sombras são feitas gradativamente com a repetição em cima do que já está desenhado Você verá que seu desenho tomará forma Não hesite em fazer mais de uma vez se achar que não ficou bom Tente fazer uma versão igual à foto objetos lisos de gesso Depois tente fazer cada objeto de um material diferente madeira plástico metal tecido etc NA PRÁTICA Agora você deverá escolher um objeto qualquer de sua casa Pode ser uma maçã um vaso um móvel ou a sua própria mão Desenhe este objeto utilizando o que aprendeu nesta aula Apague ou acenda luzes diferentes no ambiente em que você estiver desenhando Use uma 14 janela como luz principal Deixe o objeto parado e faça mais de um desenho com fontes de luzes diferentes Assim você aprenderá como a luz e as sombras podem mudar a sua percepção do desenho TROCANDO IDEIAS Após o exercício anterior compartilhe seu desenho com os colegas no fórum Compartilhe também suas experiências e dúvidas você verá que todos possuem dificuldades em comum e a prática da crítica saudável ajuda a desenvolver a sua autocrítica Não se compare com os outros todos possuímos velocidades diferentes de aprendizagem mas com foco e dedicação os resultados serão surpreendentes FINALIZANDO Após ter realizado esta aula com atenção e ter feito todos os exercícios você estará prontoa para aperfeiçoar suas técnicas de desenho de observação mas não deixe de continuar estudando e treinando esses exercícios ao longo do curso Em breve você perceberá o quanto a luz e a sombra aumentam a qualidade artística de seus desenhos trazendo um resultado muito mais satisfatório Não deixe de pesquisar e observar grandes artistas e suas obras percebendo como eles aplicam os artifícios que você está aprendendo neste curso 15 REFERÊNCIAS BUCHAN S Claro e escuro chiaroscuro Disponível em httpswwwfotografiadgcomclaroeescurochiaroscuro Acesso em 6 maio 2019 DOMINGUES F Croquis e perspectivas Porto Alegre Nobuko 2011 GOMES P V Os dez mandamentos na avaliação do desenho de observação Disponível em httpdesignunibrasilablogspotcom201003os dezmandamentosnaavaliacaodohtml Acesso em 6 maio 2019 MOLLIERE B A perspectiva em urban skerching truques e técnicas para desenhistas 1 ed São Paulo Gustavo Gili 2017 MONTENEGRO G Desenho de projetos São Paulo Blucher 2007 NOGUEIRA L Luz e sombra Disponível em httpsdesenhetudoblogspotc ompluzesombrahtml Acesso em 6 maio 2019 OLEQUES L C Renascimento Disponível em httpswwwinfoescolacom movimentosculturaisrenascimento Acesso em 6 maio 2019 ZAGONEL B DORIA L DIAZ M Metodologia do ensino em artes Curitiba InterSaberes 2014
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CONTEXTUALIZANDO Agora vamos nos aprofundar neste assunto tão importante para o nosso aprimoramento na técnica do desenho à mão livre O que é a luz e sombra Qual o seu papel no desenho de observação O nosso olho percebe fundamentalmente a luz e por consequência as sombras que a luz projeta Sendo assim luz e sombra ou claroescuro são fundamentais para a beleza e volumetria desejada no desenho Figura 2 Luz e sombra nas faces Crédito Pericles Varella Gomes A nossa capacidade de observar e traduzir para o papel o que estamos vendo é a parte mais importante deste artifício Conheça os tipos de traçado para fazer o efeito de luz e sombra Figura 3 Sombreamento plano 4 Crédito phloxiiShutterstock Figura 4 Sombreamento de linha Crédito IrmunShutterstock Figura 5 Sombreamento por trama Crédito Alena NikifaravaShutterstock Ao longo da aula vamos entender melhor o conceito do chiaroscuro estudar texturas fazer exercícios e aumentar o seu repertório artístico TEMA 1 CLAROESCURO NA ARTE E NA FÍSICA O claroescuro ou chiaroscuro em italiano define a técnica do contraste em um desenho contrastes de luz e sombra representados por tons de uma cor que vão do mais escuro para o mais claro demonstrando a posição e dimensão no papel do objeto 5 Domingues 2011 faz uma descrição breve do que representa o claro escuro Quando se fala em claroescuro o definimos como as relações de luz e sombra que podem existir no plano em um objeto ou em um espaço Buscase precisamente o contraste do claroescuro para dar tridimensionalidade ou melhor dito dar a ilusão de volume à representação de um espaço qualquer a passagem gradual da luz e a sombra será a encarregada de potenciar essa terceira dimensão dar profundidade ao que se vê como plano e lhe outorgar uma particular qualidade espacial Figura 6 A luz e sombra nas faces Crédito MarinaSMShutterstock Há diversos pontos a se atentar nesta técnica Não basta olhar apenas para os pontos mais escuros devese perceber o brilho ou seja a área que não será pintada representando maior concentração da luz meiotom sombra luz refletida e sombra projetada e assim você terá um ponto de referência Vamos usar um exemplo real para você entender a importância da luz e sombra em nossas vidas Veja a fotografia da Lua a seguir e tente perceber como a luz solar e as sombras são vitais na percepção de sua esfericidade 6 Figura 7 A Lua e suas sombras Crédito djsknatShutterstock Vamos entrar um pouco mais em detalhes nos elementos que compõem o claro escuro Você deve analisar atentamente a próxima figura e perceber as diferentes luzes e sombras que existem na cena Figura 8 Demonstração prática de luzes e sombra numa esfera 11 Treinando os olhos Para você dominar a representação da luz e sombra não é necessário apenas saber desenhar É fundamental conseguir observar a fonte da luz incidente nas faces ou de nada adiantará um traço correto Nogueira 2018 descreve a percepção da sombra ao se observar o ambiente como técnica para criar uma ilusão de terceira dimensão ressaltando a importância de saber olhar A luz e sombra é a parte do acabamento mais importante não dá para você imaginar um objeto finalizado se este não tiver luz e sombra Antes de desenhar a luz e as sombras que você vê você precisa treinar seus olhos para ver como um artista Os valores são os diferentes tons de 7 cinza entre o branco e o preto Os artistas usam valores para traduzir a luz e as sombras que veem em sombreamento criando assim a ilusão de uma terceira dimensão Você deve observar como os diferentes tons estão contrastando em um objeto para que tenha sempre a referência de um para o outro Desenhar é sempre um apoio da referência que você identifica Seja na proporção texturas ou sombras cada camada e setor do desenho exige um pensamento diferente TEMA 2 EXERCÍCIO DOS 7 TONS DE CINZA Existem inúmeros meios de começar a exercitar a prática da luz e sombra Um dos primeiros exercícios é o que ilustra nuances tonais e conduz ao entendimento da intensidade que deve ser aplicada para chegar ao resultado almejado ou o material mais correto No exercício 7 tons de cinza vamos dividir uma folha em 3 linhas horizontais e 3 linhas verticais Figura 9 Divisão para o exercício Na figura você pode ver como dividir a folha e ter uma noção da separação que irá se transformar em tons iguais e diferentes gradativamente Aqui estaremos exercitando a luz e sombra sem observar nada ao nosso redor Vamos entender a lógica desta técnica 8 Figura 10 7 tons de cinza Crédito Pericles Varella Gomes Começando pelo retângulo número 1 que será o mais claro deixeo em branco observase que ele será nosso ponto de referência para o próximo e assim por diante Este exercício mostra como você pode diferenciar os tons apertando com mais força o lápis contra o papel com mais ou menos velocidade e o número de vezes em que você passa o lápis em cima do mesmo quadrante ou usando lápis diferentes 4B 6B etc Figura 11 Exemplo de 7 tons de cinza finalizado Na Figura 11 temos o exemplo do exercício realizado por um aluno de Desenho de Observação É possível perceber os locais em que foi aplicada mais força e a preocupação do estudante em manter a mesma tonalidade dos retângulos transversais e diferenciar o seguinte TEMA 3 ANALISANDO UM RENASCENTISTA O Renascimento foi um período na história que desenvolveu produções em diferentes dimensões na sociedade humana Foi um movimento cultural 9 intelectual e artístico que surgiu na Itália no século XIV quando o homem se desvencilhava do divino tendo uma visão mais antropocêntrica As artes foram desenvolvidas e muito do que consumimos hoje é consequência dos avanços do Renascimento Buchan 2014 nos conta um pouco da peculiaridade deste período O Renascimento foi repleto de inovações técnicas no campo artístico A observação direta da realidade é uma delas Assim os artistas costumavam desenhar exaustivamente para melhor representarem em suas pinturas e esculturas aquilo que estava diante deles Outras invenções importantes foram a pintura de cavalete com a utilização de uma tela colocada sobre esse suporte e o aprimoramento e uso popularizado da tinta a óleo mistura de pigmentos com óleos vegetais pois permitiram tanto o deslocamento e comercialização das obras quanto uma maior vivacidade nas cores e efeitos mais realistas nas pinturas Além disso os artistas antes anônimos passaram a ser valorizados pela sociedade Com isso teve início a prática do autorretrato que podemos comparar em menores proporções com as atuais selfies 31 Exercício de análise de luz e sombra em Veermer Vamos agora analisar uma obra clássica para entender melhor como estes conceitos de luz e sombra foram utilizados pelos grandes mestres da pintura O quadro a óleo de Vermeer ilustra bem as dinâmicas importantes que luz e sombra imprimem quando se busca realismo e profundidade Figura 12 Claroescuro na obra de Vermeer Crédito Johannes Vermeer 16321675CCPD Perceba no rosto da jovem retratada que a luz vem da esquerda para a direita quase horizontalmente dandolhe um caráter dramático As sombras resultantes valorizam a volumetria e a beleza do rosto e das cores Olhando com mais cuidado vemos que o nariz e a testa são as partes mais iluminadas O nariz tem sombras próprias sem as quais não seria tão 10 perceptível a sua beleza Veja também que o queixo passa a ter um volume bem definido graças ao efeito da luz e sombra O brinco da jovem está na parte escura do rosto e ficou bastante realçado pelas sombras deste lado Existe um reflexo uma contraluz que imprime um volume sutil no rosto em volta do brinco O pano azul da cabeça também se beneficia das luzes e sombras para obter uma volumetria muito expressiva Os olhos são particularmente expressivos em grande parte pela volumetria dos globos oculares graças à luz e sombra Finalmente o fundo preto do quadro valoriza tremendamente a composição da cena completandoa de forma magistral De agora em diante observe desenhe e também fotografe sempre tentando valorizar estes aspectos de luz e sombra Você se surpreenderá como suas imagens começarão a ter vida própria TEMA 4 TEXTURAS NA TEORIA E NA PRÁTICA O desenho exige um tratamento gráfico de superfície e planos A textura deve ser trabalhada para tornar o desenho mais elegante enfatizar a perspectiva e definir os materiais que compõem o objeto sendo desenhado As texturas representam superfícies porque todo objeto plano ou face possui uma textura seja um tijolo pedra madeira concreto vidro ou mármore Usamos as texturas para dar efeitos de Iluminação Reflexão Curvatura e arestas Escala e proporção Especificar madeira plástico metal pedra etc A textura é mais um meio de identificar melhor os elementos em um desenho Os artistas usam este artifício para expressar planos e meios diferentes dando mais personalidade ao desenho e maior entendimento ao observador de sua arte Domingues 2011 relata que a textura bemfeita potencializa o valor artístico da obra sendo um meio de comunicação complementar nunca estando sozinho 11 É claro que essas variáveis instrumentais não devem se confundir com a expressão formal do desenho senão que devem ser utilizadas como intenção da mensagem de materialização que o desenhista pretende transmitir através do seu croqui tais texturas e efeitos possuem características da máquina não são avaliadas em si mesmas e sim a partir de sua aplicação estimada como valor acrescentando ao desenho Figura 13 Texturas Crédito jumpingsackShutterstock A textura dá características reais a um desenho e faz com que possam ser identificados os vários planos O croqui tem a função de transferir ideias traduzir pensamentos e expressar inúmeras coisas e a textura levará o artista a atingir este objetivo com mais facilidade Inclusive a ausência de textura pode significar algo que o artista quer transmitir Mas quais são os tipos de textura Existem infinitos estilos mas vamos separar alguns que ajudam na percepção visual do desenho Rugosos ou lisos Duros ou macios Leves ou pesados Brilhante ou foscos 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Desenhando sombras e texturas Olhando a figura acima descubra qual a direção da fonte de luz que incide nas faces dos volumes Perceba que há uma fonte principal que proporciona um contraste bem definido Aqui vai um checklist Direção da luz Comece fazendo o esboço das formas lembrese de quando vimos círculos ovais e retas Após o esboço lembrese das texturas Sempre faça contornos leves e sem força a luz e sombras são feitas gradativamente com a repetição em cima do que já está desenhado Você verá que seu desenho tomará forma Não hesite em fazer mais de uma vez se achar que não ficou bom Tente fazer uma versão igual à foto objetos lisos de gesso Depois tente fazer cada objeto de um material diferente madeira plástico metal tecido etc NA PRÁTICA Agora você deverá escolher um objeto qualquer de sua casa Pode ser uma maçã um vaso um móvel ou a sua própria mão Desenhe este objeto utilizando o que aprendeu nesta aula Apague ou acenda luzes diferentes no ambiente em que você estiver desenhando Use uma 14 janela como luz principal Deixe o objeto parado e faça mais de um desenho com fontes de luzes diferentes Assim você aprenderá como a luz e as sombras podem mudar a sua percepção do desenho TROCANDO IDEIAS Após o exercício anterior compartilhe seu desenho com os colegas no fórum Compartilhe também suas experiências e dúvidas você verá que todos possuem dificuldades em comum e a prática da crítica saudável ajuda a desenvolver a sua autocrítica Não se compare com os outros todos possuímos velocidades diferentes de aprendizagem mas com foco e dedicação os resultados serão surpreendentes FINALIZANDO Após ter realizado esta aula com atenção e ter feito todos os exercícios você estará prontoa para aperfeiçoar suas técnicas de desenho de observação mas não deixe de continuar estudando e treinando esses exercícios ao longo do curso Em breve você perceberá o quanto a luz e a sombra aumentam a qualidade artística de seus desenhos trazendo um resultado muito mais satisfatório Não deixe de pesquisar e observar grandes artistas e suas obras percebendo como eles aplicam os artifícios que você está aprendendo neste curso 15 REFERÊNCIAS BUCHAN S Claro e escuro chiaroscuro Disponível em httpswwwfotografiadgcomclaroeescurochiaroscuro Acesso em 6 maio 2019 DOMINGUES F Croquis e perspectivas Porto Alegre Nobuko 2011 GOMES P V Os dez mandamentos na avaliação do desenho de observação Disponível em httpdesignunibrasilablogspotcom201003os dezmandamentosnaavaliacaodohtml Acesso em 6 maio 2019 MOLLIERE B A perspectiva em urban skerching truques e técnicas para desenhistas 1 ed São Paulo Gustavo Gili 2017 MONTENEGRO G Desenho de projetos São Paulo Blucher 2007 NOGUEIRA L Luz e sombra Disponível em httpsdesenhetudoblogspotc ompluzesombrahtml Acesso em 6 maio 2019 OLEQUES L C Renascimento Disponível em httpswwwinfoescolacom movimentosculturaisrenascimento Acesso em 6 maio 2019 ZAGONEL B DORIA L DIAZ M Metodologia do ensino em artes Curitiba InterSaberes 2014